Iñigo Lopez de Loyola, este era o seu nome de batismo, nasceu numa família cristã, nobre e muito rica, na cidade de Azpeitia, da província basca de Guipuzcoa, na Espanha, no ano de 1491. O mais novo de treze filhos, foi educado, com todo cuidado, para tornar-se um perfeito fidalgo. Cresceu apreciando os luxos da corte, praticando esportes, principalmente os eqüestres, seus preferidos.
Em 1506, a família Lopez de Loyola estava a serviço de João
Velásquez de Cuellar, tesoureiro do reino de Castela, do qual era aparentada.
No ano seguinte, Iñigo tornou-se pagem e cortesão no castelo desse senhor. Lá,
aprimorou sua cultura, fez-se um exímio cavaleiro e tomou gosto pelas aventuras
militares. Era um homem que valorizava mais o orgulho do que a luxúria.
Dez anos depois, em 1517, optou pela carreira militar. Por
isso foi prestar serviços a um outro parente, não menos importante, o duque de
Najera e vice-rei de Navarra, o qual defendeu em várias batalhas, militares e
diplomáticas.
Mas, em 20 de maio de 1521, uma bala de canhão mudou sua
vida. Ferido por ela na tíbia da perna esquerda, durante a defesa da cidade de
Pamplona, ficou um longo tempo em convalescença. Nesse meio tempo, meio por acaso,
trocou a leitura dos romances de infantaria e guerra, por livros sobre a vida
dos santos e a Paixão de Cristo. E assim foi tocado pela graça. Incentivado por
uma de suas irmãs, que cuidava dele, não voltou mais aos livros que antes
adorava, passando a ler somente livros religiosos. Já curado, trocou a vida de
militar por uma vida de dedicação a Deus. Foi, então, à capela do santuário de
Nossa Senhora de Montserrat, pendurou sua espada no altar e deu as costas ao
mundo da corte e das pompas.
Durante um ano, de 1522 a 1523, viveu retirado numa caverna
em Manresa, como eremita e mendigo, o tempo todo em penitência, na solidão e
passando as mais duras necessidades. Lá, durante esse período, preparou a base
do seu livro mais importante: "Exercícios espirituais". E sua vida
mudou tanto que do campo de batalhas passou a transitar no campo das idéias,
indo estudar filosofia e teologia em Paris e Veneza.
Em Paris, em 15 de agosto de 1534, juntaram-se a ele mais
seis companheiros, e fundaram a Companhia de Jesus. Entre eles estava Francisco
Xavier, que se tornou um dos maiores missionários da Ordem e também santo da
Igreja. Mas todos só se ordenaram sacerdotes em 1537, quando concluíram os
estudos, ocasião em que Iñigo tomou o nome de Inácio. Três anos depois, o papa
Paulo III aprovou a nova Ordem e Inácio de Loyola foi escolhido para o cargo de
superior-geral.
Ele preparou e enviou os missionários jesuítas ao mundo
todo, para fixarem o cristianismo, especialmente aos nativos pagãos das terras
do novo continente. Entretanto, desde que esteve no cargo de geral da Ordem,
Inácio nunca gozou de boa saúde. Muito debilitado, morreu no dia 31 de julho de
1556, em Roma, na Itália.
A sua contribuição para a Igreja e para a humanidade foi a
sua visão do catolicismo, que veio de sua incessante busca interior e que
resultou em definições e obras cada vez mais atuais e presentes nos nossos
dias. Foi canonizado pelo papa Gregório XV em 1622. A sua festa é celebrada, na
data de sua morte, nos quatro cantos do planeta onde os jesuítas atuam. Santo
Inácio de Loyola foi declarado Padroeiro de Todos os Retiros Espirituais pelo
papa Pio XI em 1922.
Fonte: Paulinas