quinta-feira, 31 de outubro de 2013

01 de Novembro - Todos os santos


“Alegrando-se todos no Senhor nesta solenidade...”: assim reza a antífona de entrada. É a Igreja militante que honra a Igreja triunfante e presta à incomensurável multidão de santos que povoam o Reino dos Céus a homenagem que ela não pode prestar individualmente a cada um deles — como sucede no calendário cristão.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, promete Jesus no sermão da montanha. Quem são os pobres, segundo Jesus? São as “testemunhas de Deus”, para usar uma expressão de Isaías. Com os pobres, apoderaram-se do Reino dos Céus os mansos, os puros de coração, os misericordiosos, os pacíficos, aqueles que sofrem e que têm fome e sede de justiça, em um mundo no qual vige sempre a lei do mais forte, os perseguidos por causa da justiça e todos quantos são vítimas inocentes da calúnia, da maledicência, da pública ofensa ou do vilipêndio dos manipuladores da opinião pública.

Folheando as páginas deste livro, o leitor pôde encontrar esses sinais em todos os santos que tiveram fé na promessa do Reino dos Céus: a vergonha das violências, dos ultrajes, das torturas e humilhações de que foram alvo, e sobretudo da prova extrema do martírio, da dor física e moral, da aparente derrota do bem e do triunfo dos maus. Os fiéis são convidados a alegrar-se e a exultar com todos esses santos que “passaram à melhor vida”.

A fé nos assegura, diz são Paulo, que somos realmente filhos de Deus e herdeiros do reino, mas esta realidade não é plenamente completa em nosso corpo de carne. Vivemos na esperança, e esta se torna certeza em razão do que cremos.

A origem dessa festa remonta ao século IV. Em Antioquia, celebrava-se no primeiro domingo depois de Pentecostes. No século VII, a data foi fixada em 13 de maio, Dia da Consagração do Panteão a santa Maria dos Mártires. Naquele dia, fazia-se descer da clarabóia da grande cúpula uma chuva de rosas vermelhas. Gregório IV removeu a celebração para o dia 1º de novembro, depois da colheita de outono, quando era mais fácil encontrar alimento para os numerosos peregrinos que, depois dos trabalhos do verão, dirigiam-se em peregrinação à Cidade dos Mártires.

Fonte: Paulinas

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

31 de Outubro - São Wolfgang

No final do século I surgiu o novo contorno político dos países da Europa. Entre os construtores desse novo mapa europeu está o bispo são Wolfgang, também venerado como padroeiro dos lenhadores.

Nascido no ano 924, na antiga Suábia, região do sudoeste da Alemanha, aos sete anos foi entregue à tutela de um sacerdote. Cresceu educado no Convento beneditino de Constança. Considerado um exemplo, nos estudos e no seguimento de Cristo, era muito devoto da eucaristia e tinha vocação para a vida religiosa.

Saiu do colégio em 956, sem receber ordenação, para ser conselheiro do bispo de Trèves. Cargo que associou ao de professor da escola da diocese, onde arrebatava os alunos com sua sabedoria e empolgante maneira de ensinar.

Com a morte do bispo em 965, decidiu retirar-se no Mosteiro beneditino da Suíça. Três anos depois, terminado o noviciado, ordenou-se sacerdote e foi evangelizar a Hungria. Na época, esses povos bárbaros tentavam firmar-se como nação, mas continuavam a invadir e saquear os reinos alemães, promovendo grandes matanças de cristãos.

Wolfgang foi bem aceito e iniciou com sucesso a cristianização dos húngaros, organizando esses povos a se firmarem na terra como agricultores. Assim, começou a mostrar seu valor de pregador, pacificador e diplomata político também. Pouco tempo depois, em 972, era nomeado bispo de Ratisbona.

Ratisbona, cidade da Baviera, cujos vales dos rios Reno e Naab ligam as terras da Boêmia, que dependiam daquela diocese, ou seja, do bispo Wolfgang. Lá, ele, novamente, foi mestre e discípulo, professor e aprendiz. Mas foi, principalmente, o grande evangelizador e coordenador político. Caminhava de paróquia em paróquia dando exemplos de religiosidade e caridade, pregando e ensinando a irmãos, padres e leigos.

Sua fé e dedicação ao trabalho trouxeram-lhe fama, e até o próprio duque da Baviera confiou-lhe os filhos para educar. Foi a atitude acertada, porque Henrique, o filho mais velho do duque, tornou-se imperador da Baviera. Bruno, o segundo filho, foi bispo exemplar, como seu mestre. A filha, Gisela, foi um modelo de rainha católica na história da Hungria. E finalmente, a outra filha, Brígida, tornou-se abadessa de um mosteiro fundado pelo bispo Wolfgang.

Mas esse não foi o único mosteiro que criou, foram vários, além dos restaurados, das igrejas, hospitais, casas de repouso para velhos e creches para crianças, também fundados e administrados sob sua orientação. Sua visão evangelizadora era tão ampla que passava pelo curso político da história. Assim, surpreendeu os poderosos da época e até os superiores do clero quando decidiu separar da diocese de Ratisbona as terras da Baviera, para criar uma nova, com sua sede episcopal em Praga. Apesar das reclamações, agiu corretamente e fundou a diocese de Praga, que em 976 teve seu primeiro bispo, Tietemaro, depois sucedido pelo grande santo Alberto, doutor da Igreja.

Desse modo, robusteceu a missão evangelizadora e o cristianismo firmou raízes nas terras germânicas. Em 974, devido à luta entre Henrique II da Baviera e o imperador Oto II da Alemanha, refugiou-se num mosteiro em Salzburg. E não perdeu tempo, erguendo, ali perto, uma igreja dedicada a são João Batista, que depois foi aumentada, reformada e, em sua memória, recebendo o seu nome.

Wolfgang fazia uma viagem evangelizadora pela Áustria quando adoeceu. Morreu alguns dias depois, em Pupping, no dia 31 de outubro de 994. Foi canonizado em 1052, pelo papa Leão IX. A festa de são Wolfgang, celebrada no dia de sua morte, é uma das mais tradicionais da Igreja, especialmente entre os povos cristãos de língua germânica.

Fonte: Paulinas

terça-feira, 29 de outubro de 2013

30 de Outubro - São Marcelo

O martírio de são Marcelo está estreitamente ligado ao de são Cassiano, e sua Paixão é um belo exemplo de autenticidade, graças a sua prosa enxuta, essencial e sem digressões, sem os enriquecimentos usuais na história dos primitivos cristãos.

Marcelo era um centurião do exército romano da guarnição de Tânger. Como tal foi enviado a participar dos festejos do aniversário do imperador Diocleciano. Era sabido que em tal circunstância os participantes deviam honrar uma estátua do imperador com um gesto (lançar incenso no braseiro posto a seus pés) que os cristãos consideravam idolátrico.

Marcelo recusou-se a fazê-lo e, para mostrar-se coerente, retirou as insígnias de centurião, jogou-as aos pés da estátua e se declarou cristão. Por muito menos isso seria passível da pena capital.
Foi chamado o escrivão para que redigisse uma ata oficial sobre a rebeldia do centurião. O funcionário — em latim, exceptor — recusou-se a redigir as atas processuais. Imitando o centurião Marcelo, jogou fora a pena, protestou pela injustiça perpetrada contra os inocentes, condenados à morte por adorarem o único e verdadeiro Deus, e declarou-se também ele cristão.

Foram ambos aprisionados e poucos dias depois sofreram o martírio: Marcelo em 30 de outubro, e Cassiano em 3 de dezembro. O poeta Prudêncio dedica-lhes um hino.

Fonte: Paulinas

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

29 de Outubro - São Narciso


Não faltam informações sobre este longevo bispo de Jerusalém: Eusébio dedica um inteiro capítulo de sua História eclesiástica aos milagres realizados pelo santo — dentre os quais o mais conhecido foi o de transformar a água em azeite para alimentar as lamparinas da igreja.

Por Eusébio ficamos sabendo que Narciso foi o 15o bispo de Jerusalém e presidiu o sínodo no qual se decidiu, entre outras resoluções, uniformizar com base na Igreja de Roma a data da celebração da Páscoa. As inovações não agradaram a todos; talvez por causa dessa sua iniciativa, alguém tenha cogitado em dele se desembaraçar, tramando para tal uma acusação infamante.

Narciso não julgou oportuno defender-se e, para não dividir a própria comunidade em inocentistas e culpabilistas, preferiu desaparecer da sociedade. Foi viver como eremita perto do deserto, até que uma das testemunhas que havia jurado em falso decidiu dizer a verdade. Mas tinham-se passado já muitos anos desde o desaparecimento de Narciso, e os cristãos de Jerusalém, considerando-o morto, elegeram um novo bispo.

Com estupor, mas também com grande alegria, viram-no reaparecer e rogaram-lhe que retomasse seu posto. Narciso aceitou, mas quis ter a seu lado um coadjutor escolhido por ele. Assim pôde confiar a cura pastoral ao amigo Alexandre, então bispo na Capadócia, que ficou junto dele nos seus últimos dez anos de vida.

Por meio de uma carta do bispo Alexandre aos fiéis de Antínoe, no Egito, ficamos sabendo da longevidade de Narciso. Nela se lê: “Saúda-vos Narciso, que antes de mim ocupou esta sede episcopal e agora está colocado na mesma categoria que eu nas orações. Ele agora completou 116 anos e vos exorta, como eu, à concórdia”.

Assim como a Igreja grega comemora são Narciso, a Igreja latina recorda neste dia santa Ana, a Jovem (†820), cuja história ofereceu o mote para contos fantasiosos.

Nascida de boa família de Constantinopla, foi casada contra a própria vontade. Ao ficar viúva, vestiu roupas masculinas e com o nome de Eufemiano foi acolhida entre os monges do monte Olimpo. Sua verdadeira identidade só foi descoberta depois da morte.

Fonte: Paulinas

domingo, 27 de outubro de 2013

28 de Outubro - São Simão e São Judas


Simão, o mais desconhecido dos 12 apóstolos — a respeito do qual o Evangelho se limita a indicar o nome e a alcunha de “Zelota” —, teve o mérito de ter trabalhado pela propagação da mensagem evangélica, não em vista de um lugar de honra, mas para o triunfo do Reino de Deus sobre a terra.

Antigas tradições suprem a falta de notícias. Os bizantinos identificam-no com Natanael, de Caná, e com o “mestre-sala” durante as bem conhecidas bodas, quando Jesus transformou a água em vinho. Simão é ainda identificado com o primo do Senhor, irmão de são Tiago Menor, ao qual sucedeu como bispo de Jerusalém, nos anos da destruição da Cidade Santa pelos romanos.

Os armênios sustentam que ele difundiu o Evangelho em sua região, onde teria sofrido o martírio. Seja como for, seu campo missionário é deduzido dos lendários Atos de Simão e Judas, segundo os quais os dois apóstolos percorreram juntos as 12 províncias do Império Persa.

Também no Ocidente os dois apóstolos aparecem sempre juntos. Em Veneza é dedicada a ambos a igreja de São Simão Pequeno.

O apóstolo Judas (“não o Iscariotes”, apressa-se em precisar o evangelista são João) é considerado pelos galileus “irmão” (isto é, primo) de Jesus. Eles se perguntam, espantados com o grande barulho que se fazia em torno da figura do Nazareno: “Não é este o carpinteiro... irmão de Tiago [...], Judas?”.

É provável, segundo alguns exegetas, que Judas seja o esposo das bodas de Caná. O primeiro a fazer tal suposição foi o historiador Eusébio, para explicar sua presença como missionário na Arábia, na Síria, na Mesopotâmia e na Pérsia. Sempre segundo a tradição, teria sofrido o martírio em Arado ou em Beirute. Ele é ainda identificado com o autor da carta canônica que leva seu nome, um breve escrito de 25 versículos, no qual lança uma severa advertência contra os falsos doutores e convida à perseverança na fé genuína.

Fonte: Paulinas

sábado, 26 de outubro de 2013

27 de Outubro - São Frumêncio


Frumêncio é o primeiro bispo missionário na Etiópia, de onde é considerado o apóstolo, junto com o irmão Edésio. Sua história poderia oferecer a trama a um interessante romance de aventuras.
No tempo do imperador Constantino, um filósofo voltava a Tiro de uma viagem à Índia, acompanhado de seus discípulos e de dois meninos, Frumêncio e Edésio. A nau atracou no porto de Aulis, nas proximidades de Massaua, e pouco depois foi atacada por uma horda de etíopes que trucidaram todos os passageiros. Salvaram-se apenas os dois meninos, que se tinham apartado para ler um livro debaixo de uma árvore. Jamais um livro foi tão precioso...

Quando se deram conta dos dois meninos, os etíopes, já pagos pelo butim, conduziram-nos como escravos a Axum, e o rei os reteve a seu serviço. Depois da morte do soberano, a rainha confiou a Frumêncio a educação do filho.

Os dois irmãos fizeram-se amar e obtiveram a permissão para erguer uma igreja junto ao porto; depois puderam voltar a sua pátria para pedir a Atanásio, bispo de Alexandria do Egito, o envio de um bispo e de sacerdotes.

Atanásio consagrou bispo o próprio Frumêncio e o mandou de volta à Etiópia com alguns sacerdotes. Surgia assim a primeira comunidade cristã na África negra, destinada a expandir-se e a manter-se firme mesmo durante a tempestade islâmica que levou de roldão o cristianismo em quase toda a África.


Frumêncio foi acolhido com alegria pelos etíopes de Axum e pelo próprio jovem rei Ezana, que esteve entre os primeiros a receber o batismo. Também os súditos seguiram o exemplo do rei. Frumêncio — que os etíopes chamam “abba Salama”, isto é, o portador de luz — é justamente incluído entre os maiores missionários cristãos.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

26 de Outubro - Santo Evaristo

No atual Anuário dos Papas encontramos Evaristo em pleno comando da Igreja católica, como quarto sucessor de Pedro, no ano 97. Era o início da era cristã, portanto é muito compreensível que haja tão poucos dados sobre ele.
Enquanto do anterior, papa Clemente, temos muitos registros, até de próprio punho, como a célebre carta endereçada aos cristãos de Corinto, do papa Evaristo nada temos escrito por ele mesmo, as poucas informações vieram de Irineu e Eusébio, dois ilustres e expressivos santos venerados no mundo católico.

Naqueles tempos, o título de "papa" era dado a toda e qualquer autoridade religiosa, passando a designar o chefe maior da Igreja somente no século VI. Por essa razão as informações, às vezes, se contradizem. Mas santo Eusébio mostra-se muito firme e seguro ao relatar Evaristo como um grego vindo da Antioquia.

Ele governou a Igreja durante nove anos, nos quais promoveu três ordenações, consagrando dezessete sacerdotes, nove diáconos e quinze bispos, destinados a diferentes paróquias.

Foi de sua autoria a divisão de Roma em vinte e cinco dioceses, a criação do primeiro Colégio dos Cardeais. Parece que também foi ele que instituiu o casamento em público, com a presença do sacerdote.

Papa Evaristo morreu em 105. Uma tradição muito antiga afirma que ele teria sido mártir da fé durante a perseguição imposta pelo imperador Trajano, e que depois seu corpo teria sido abandonado perto do túmulo do apóstolo Pedro. Embora a fonte não seja precisa, assim sua morte foi oficialmente registrada no Livro dos Papas, em Roma.

Fonte: Paulinas

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

25 de Outubro - Santo Antônio de Sant'Anna Galvão


O brasileiro Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, São Paulo. Seu pai era Antônio Galvão de França, capitão-mor da província e terciário franciscano. Sua mãe era Isabel Leite de Barros, filha de fazendeiros de Pindamonhangaba. O casal teve onze filhos. Eram cristãos caridosos, exemplares e transmitiram esse legado ao filho.

Quando tinha treze anos, Antônio foi enviado para estudar com os jesuítas, ao lado do irmão José, que já estava no Seminário de Belém, na Bahia. Desse modo, na sua alma estava plantada a semente da vocação religiosa. Aos vinte e um anos, Antônio decidiu ingressar na Ordem franciscana, no Rio de Janeiro. Sua educação no seminário tinha sido tão esmerada que, após um ano, recebeu as ordens sacerdotais, em 1762. Uma deferência especial do papa, porque ele ainda não tinha completado a idade exigida.

Em 1768, foi nomeado pregador e confessor do Convento das Recolhidas de Santa Teresa, ouvindo e aconselhando a todos. Entre suas penitentes encontrou irmã Helena Maria do Sacramento, figura que exerceu papel muito importante em sua obra posterior.

Irmã Helena era uma mulher de muita oração e de virtudes notáveis. Ela relatava suas visões ao frei Galvão. Nelas, Jesus lhe pedia que fundasse um novo Recolhimento para jovens religiosas, o que era uma tarefa difícil devido à proibição imposta pelo marquês de Pombal em sua perseguição à Ordem dos jesuítas. Apesar disso, contrariando essa lei, frei Galvão, auxiliado pela irmã Helena, fundou, em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência.

No ano seguinte, morreu irmã Helena. E os problemas com a lei de Pombal não tardaram a aparecer. O convento foi fechado, mas frei Galvão manteve-se firme na decisão, mesmo desafiando a autoridade do marquês. Finalmente, devido à pressão popular, o convento foi reaberto e o frei ficou livre para continuar sua obra. Os seguintes quatorze anos foram dedicados à construção e ampliação do convento e também de sua igreja, inaugurada em 1802. Quase um século depois, essa obra tornar-se-ia um "patrimônio cultural da humanidade", por decisão da UNESCO.

Em 1811, a pedido do bispo de São Paulo, fundou o Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba. Lá, permaneceu onze meses para organizar a comunidade e dirigir os trabalhos da construção da Casa. Nesse meio tempo, ele recebeu diversas nomeações, até a de guardião do Convento de São Francisco, em São Paulo.

Com a saúde enfraquecida, recebeu autorização especial para residir no Recolhimento da Luz. Durante sua última enfermidade, frei Galvão foi morar num pequeno quarto, ajudado pelas religiosas que lhe prestavam algum alívio e conforto. Ele faleceu com fama de santidade em 23 de dezembro de 1822. Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construíra.

Depois, o Recolhimento do frei Galvão tornou-se o conhecido Mosteiro da Luz, local de constantes peregrinações dos fiéis, que pedem e agradecem graças por sua intercessão. Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI, em São Paulo, Brasil.

Fonte: Paulinas

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

24 de Outubro - Santo Antônio Maria Claret


O catalão Antônio M. Claret, pioneiro dos meios de comunicação social, quinto dos dez filhos de um tecelão de Sallent, sentia-se atraído pela vida contemplativa e se teria tornado cartuxo se não tivesse sido aconselhado por um sacerdote que nele intuiu grandes dotes de homem de ação.

Depois da ordenação sacerdotal, estabeleceu contato com a Propaganda Fide e com os jesuítas, mas teve de interromper o noviciado por motivo de doença. Então, decidiu ser missionário na própria pátria e, para dar uma forma mais estável e incisiva à própria obra, fundou uma congregação que se dedicasse particularmente à imprensa católica e à alfabetização — primeiro e fundamental passo para a elevação material do povo.

Os missionários filhos do Imaculado Coração de Maria (conhecidos com o nome de claretianos) têm atualmente 300 casas espalhadas por todo o mundo. O fundador teve de aceitar a nomeação como arcebispo de Cuba, então sob o domínio espanhol.

Foi um bispo-missionário. Viajou por toda a parte, administrou crismas e regularizou três mil casamentos. Finalizou, em apenas seis anos, numerosas obras no campo social, com escolas agrícolas; escreveu ele próprio os livros para ensinar os insulares a cultivar os campos. Tanto zelo lhe atraiu também inimizades, e depois de ter sofrido um grave atentado, foi chamado de volta à pátria porque os soberanos da Espanha o quiseram como conselheiro e confessor.

Em 1867, seguiu a família real, ao fim de uma revolução, exilada na França. Aqui o bispo fundou a Academia de São Miguel para os artistas. Morreu no mosteiro cisterciense de Fontfroide e foi canonizado em 1950.

Fonte: Paulinas

terça-feira, 22 de outubro de 2013

23 de Outubro - São João de Capistrano


Filho de barão alemão e de mãe italiana dos Abruzos, João resumia em si a tenacidade da gente germânica e a desenvoltura dos mediterrâneos. Foi infatigável organizador de obras de caridade, mensageiro de paz, mas também animador das tropas cristãs que combatiam às portas de Belgrado contra os invasores turcos.

“Seja avançando, seja retrocedendo, seja golpeando ou sendo golpeados”, gritava, com sua voz estentórica e sua longa cabeleira loira, que “fazia uma bela dança”, “invocai o nome de Jesus. Só nele há salvação!”

Em razão de sua origem e de seu aspecto nórdico, chamavam-no Giantudesco. * Doutorou-se in utroque iure em Perúgia e foi logo nomeado juiz e governador da capital da Úmbria. Havia-se casado, mas com a conquista de Perúgia pelos Malatesta, perdeu a mulher, o alto cargo e a própria liberdade.

De fato, foi parar na prisão, onde teve todo o tempo para meditar sobre a vaidade e a fugacidade das honras mundanas. Saiu transformado interiormente, mas não enfraquecido nas forças nem no desejo de trabalhar pelo bem da Igreja.

Visto seu casamento ter sido declarado nulo, foi acolhido no convento franciscano dos observantes — frades que haviam acolhido a reforma propugnada por são Bernardino de Sena, do qual João se tornaria amigo e fiel discípulo.

Passou o resto da vida como legado papal em vários Estados, da Palestina à Silésia e à Boêmia, onde entrou em choque com o movimento hussita. Os papas, que o tiveram como conselheiro, confiaram-lhe repetidas missões diplomáticas em toda a Europa. Sua ordem o enviou à Terra Santa e aos Países Baixos, como visitador.

O imperador Fernando III chamou-o à Áustria para organizar a cruzada contra os turcos e o enviou à Hungria e aos Bálcãs. Surpreende a rapidez com que comparecia aos pontos mais remotos do velho continente, levando-se em conta que o único meio de locomoção era o lombo de mula.

Principal inspirador da heróica resistência dos húngaros contra a ameaça turca, morreu no cumprimento de sua tarefa, em Ilok. Foi canonizado em 1724.

Fonte: Paulinas

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

22 de Outubro - Santo Abércio de Hierápolis

A história deste santo bispo esta ligada a uma inscrição tumular ditada por ele mesmo e descoberta em 1883 pelo arqueólogo Ramsey, nas vizinhanças de Hierápolis, na Frígia. Antes dessa data, a vida deste santo, escrita no século IV, era considerada pura e simplesmente lendária.

Nesse lugar se encontrou o importante documento, conservado agora no Museu de Latrão (Roma), que é precioso em virtude das informações sobre a prática litúrgica da Igreja primitiva.

“Cidadão de uma eleita cidade, fiz quando vivo este monumento para ter aqui uma digna sepultura para meu corpo, eu, Abércio, discípulo do casto pastor que apascenta rebanhos de ovelhas por montes e planícies; ele tem grandes olhos que olham do alto para toda a parte. Ele me ensinou as Escrituras dignas de fé; ele me mandou a Roma para contemplar o palácio real e ver uma rainha de vestidos e calçados de ouro. Eu vi lá um povo que traz um fúlgido sinal. Visitei também a planura da Síria e todas as suas cidades e, além do Eufrates, Nísibis, e por toda a parte encontrei co-irmãos... tendo Paulo comigo, e a fé guiou-me por toda a parte e me deu por alimento o peixe de fonte, grandíssimo, puro, que a casta virgem costuma pegar e dar de comer todos os dias a seus fiéis amigos, e há um excelente vinho que costuma dar com o pão...”


O epitáfio, escrito por Abércio aos 72 anos de idade, esclarece os pontos essenciais da doutrina cristã, do batismo à eucaristia e ao primado do bispo de Roma.

21 de Outubro - Santo Hilarião

Os pais (pagãos) haviam-no mandado completar os estudos em Alexandria do Egito, onde Hilarião se converteu ao cristianismo, entusiasmado pela vida que levavam os monges, particularmente os eremitas, nas proximidades da cidade.

Assim, depois da morte dos pais, voltou à pátria para distribuir aos pobres todos os bens herdados, depois retirou-se a Maiuna, nas margens do deserto, e levou vida de árdua penitência, sendo alvo do demônio, que se lhe apresentava sob falsas aparências para tentá-lo.

Como sucedia naquela época, em redor de um eremita conviviam outros monges para fazer vida comum. Nasceu assim o primeiro convento palestino.

A fama de sua santidade e os dotes de taumaturgo atraíram-lhe sempre mais numerosos discípulos, e Hilarião, para subtrair-se à não obstante afetuosa presença de tantos devotos, recorreu a uma verdadeira e própria fuga, em direção à Líbia. Depois de percorrer distâncias, aportou na Sicília. Mas também aí sua presença não passou despercebida. Subiu então a península itálica e encontrou refúgio na Dalmácia. Daí retomou o caminho do sul e sua última etapa foi a ilha de Chipre, onde viveu os últimos cinco anos, visitado de tempos em tempos por seu fiel discípulo Eusíquio.


Depois da morte do mestre, Eusíquio subtraiu-lhe o corpo, levando-o a Gaza, suscitando protestos dos cipriotas, que o consideravam seu santo protetor. Os cruzados, séculos depois, encontraram em Gaza sempre viva a devoção a este santo eremita, testemunhada por uma igreja a ele dedicada, junto da qual eles construíram sua fortaleza. Parece que as relíquias do santo não tiveram estável morada na pátria, em Gaza, pois que, segundo uma tradição, teriam sido novamente furtadas e levadas para a França, para Duraval, no tempo de Carlos Magno.

sábado, 19 de outubro de 2013

20 de Outubro - Santa Maria Bertília Boscardin

Pio XII, na solene beatificação de 8 de junho de 1952, traçava o perfil de Bertília Boscardin, religiosa entre as mestras de santa Dorotéia de Vicência, com estas palavras: “É uma humilde camponesa da nossa bendita terra da Itália. Figura puríssima de perfeição cristã, modelo de recolhimento e de oração. Seu caminho, ‘a via das carroças’, a mais comum. Nada de êxtase, nem de milagres em vida, mas união com Deus sempre mais profunda no silêncio, no trabalho, na oração, na obediência. Dessa união vinha a delicada caridade que ela revelava no trato com os enfermos, médicos, superiores, com todos”. A “via das carroças”, isto é, o trabalho nos campos da planície vêneta, que Ana Francisca (este é seu nome de batismo) percorria da primavera ao outono, porque esta era a ocupação principal das meninas do campo, antes que tantas pequenas indústrias lhe mudassem a fisionomia.

Ana Francisca, nascida em Gioia di Brendola, na província de Vicência, dirigia-se ao campo ao raiar do sol e voltava para casa só ao entardecer porque, como grande parte das meninas vênetas, durante o dia trabalhava na fiação. É compreensível que a família não tenha demonstrado entu-
siasmo com sua escolha de vida e tenha retardado seu ingresso no convento de Santa Dorotéia, aos pés do monte Berico.

De qualquer forma, ingressou ainda jovem e, mal emitira os votos temporários, depois do noviciado, foi designada para o hospital de Treviso, no qual prestou seu humilde e generoso serviço até a morte. Escolhia os horários mais desgastantes, os da noite, para aliviar o fardo das co-irmãs. Trabalhar e sofrer em silêncio — anotava em um caderninho — e deixar aos outros as satisfações. Que satisfações poderia haver nas correrias de um hospital?

Era afeiçoada a seus enfermos e sofreu, sem demonstrar aos outros, quando teve de transferir-se para Brianza, por causa do avanço das tropas austríacas durante a Primeira Guerra Mundial. Então foi designada para a lavanderia: “Estou contente”, anotou, “porque faço a vontade de Deus”.


Aos 22 anos foi-lhe extraído um tumor, mas voltou logo ao trabalho habitual. Morreu depois de uma segunda intervenção cirúrgica, com apenas 34 anos. João XXIII a incluiu no livro dos santos em 11 de maio de 1961.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

19 de Outubro - São Paulo da Cruz


Aos 19 anos, Francisco Danei, nascido em Ovada, no Piemonte, depois de escutar um sermão sobre a Paixão de Cristo, afervorado como os antigos cruzados, quis arrolar-se como voluntário no exército veneziano que se apressava para mover guerra contra os turcos a fim de libertar o Santo Sepulcro.
Bem depressa, porém, compreendeu que aquela cruzada tinha objetivos mais materiais e concretos; então escolheu a via da mortificação e das duras penitências para imitar a Cristo sofredor.

Passava longas horas em oração e meditação. Depois, o bispo de Alexandria do Egito concedeu-lhe vestir o hábito de penitente com os sinais da Paixão de Cristo: um coração encimado pela cruz e três cravos com o monograma de Cristo. Junto com o irmão foi viver como eremita no monte Argentário. Nos domingos ambos desciam e se dirigiam aos lugares vizinhos para pregar sobre a Paixão de Jesus.

Para tornar mais eficazes suas palavras, não hesitavam em flagelar-se em público, induzindo também os corações mais endurecidos à reflexão e com frequência à conversão.

Suas missões eram assinaladas por uma cruz de madeira erigida no lugar onde os dois irmãos tinham pregado, habitualmente em uma praça desse local.

Depois de o papa Bento XIII haver ordenado sacerdotes os dois irmãos na basílica de São Pedro, concedeu-lhes permissão para constituir sua congregação. Esta tinha um nome bastante extenso: Congregação dos Clérigos Descalços da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, logo simplificado pelo povo com o nome de passionistas, como ainda hoje são chamados.


A rígida regra primitiva teve de ser mitigada para obter a definitiva aprovação pontifícia. O primeiro capítulo geral reuniu-se em 1747. A nova congregação teve uma rápida difusão em todas as regiões da Itália. Paulo morreu no convento romano anexo à igreja dos santos João e Paulo, sobre o monte Célio; foi canonizado em 1867.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

18 de Outubro - São Lucas

Um escrito do século II, que estudos recentes consideram historicamente verídico, sintetiza do seguinte modo o perfil deste santo evangelista: “Lucas, um sírio de Antioquia, médico de profissão, discípulo dos apóstolos, mais tarde seguiu são Paulo até a confissão (martírio) deste. Serviu irrepreensivelmente ao Senhor, jamais tomou mulher, nem teve filhos. Morreu aos 84 anos, na Boécia, cheio do Espírito Santo”.

Das notas de viagem, isto é, dos Atos dos Apóstolos, no qual Lucas fala na primeira pessoa, apreendemos todas as notícias que a ele dizem respeito, além de breves acenos nas cartas de são Paulo — o apóstolo ao qual, mais do que a qualquer outro, estava ligado por fraterna amizade.

“Saúda-vos Lucas, médico amado”, lê-se na Carta aos Colossenses. A profissão de médico pressupõe uma boa cultura. Realmente, em seus escritos se revela um homem culto, com inclinações artísticas e bons dotes literários. Com são Paulo realizou a segunda viagem missionária de Trôade a Filipos, por volta do ano 50. Em Filipos deteve-se um par de anos para consolidar o trabalho do Apóstolo, após o qual voltou a Jerusalém.

Foi de novo companheiro de viagem de são Paulo e compartilhou com ele a prisão em Roma.
Os cristãos orientais atribuem ao “médico pintor”, Lucas, numerosos quadros representando a Virgem. Em seu evangelho, escrito em um grego fluente e límpido, Lucas traça a biografia da Virgem e fala da infância de Jesus. Revela-nos os íntimos segredos da Anunciação, da Visitação e do Natal, fazendo-nos entender que conheceu pessoalmente a Virgem, a ponto de alguns exegetas considerarem que tenha sido Maria quem lhe transcreveu o Magnificat. É Lucas mesmo quem afirma ter feito pesquisas e pedido informações sobre fatos relativos à vida de Jesus junto àqueles que deles foram testemunhas. Só Maria podia ser testemunha da Anunciação e dos fatos que se seguiram.

Lucas conhecia os evangelhos de Mateus e Marcos quando começou a escrever o seu, antes do ano 70. Julgava que ao primeiro faltava uma certa ordem no desenvolvimento dos fatos e considerava o segundo por demais conciso.

Como diligente estudioso, Lucas, depois de ter documentado escrupulosamente as notícias da vida de Jesus “desde o início”, quis narrá-la novamente de forma ordenada, de modo que os fatos e ensinamentos progredissem pari passu como a realidade.

Deu prova da mesma agradável fluência narrativa também na redação dos Atos dos Apóstolos.

Três cidades se ufanam de conservar suas relíquias: Constantinopla, Pádua e Veneza.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

17 de Outubro - Santo Inácio de Antioquia


Inácio, “o teóforo” (aquele que conduz a Deus, como ele mesmo gostava de ser chamado), bispo do coração ardente (Inácio — Ignatius — quer dizer precisamente “fogo”) —, ficou na memória dos cristãos de todos os tempos por causa das inusitadas expressões de amor dirigidas a Cristo e à Igreja, as quais se lêem nas cartas escritas durante a viagem que, de Antioquia, devia levá-lo a Roma, para ser dado como pasto às feras — vítima ilustre da perseguição de Trajano.

Inácio ocupava desde o ano 79 a sede episcopal de Antioquia — a metrópole síria, terceira em ordem de grandeza no vasto Império Romano —, e o historiador Eusébio de Cesaréia o tem na conta de sucessor imediato de são Pedro.

Informa-nos de que “Inácio foi mandado da Síria a Roma para ser lançado como alimento às feras, por causa do testemunho dado por ele de Cristo. Realizando sua viagem pela Ásia, sob a custódia rígida de uma guarda numerosa, nas cidades onde parava, ia consolidando as igrejas com pregações e admoestações...”

De Esmirna, onde era bispo seu jovem amigo Policarpo, escreveu às igrejas de Éfeso, Magnésia e Tralli, confiando as cartas aos respectivos bispos — Onésimo, Dama e Políbio —, que haviam acorrido a fim de o encontrar para uma última saudação.

Chegado a Trôade, Inácio escreveu outras cartas, entre as quais uma a Policarpo, para confiar-lhe seus fiéis de Antioquia, a fim de que a grei não ficasse muito tempo sem pastor: “Onde está o bispo, aí esteja a comunidade, assim como onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica”.
Esta última expressão, destinada a passar para a história, parece ter sido cunhada por ele, juntamente com a palavra “cristianismo”.

A viagem, depois da travessia de Durazo a Bríndisi, prosseguiu pela via Ápia até Roma, onde terminou seus dias no anfiteatro, devorado pelas feras, apesar de a comunidade cristã ter-se empenhado em poupar-lhe a pena capital. Mas ele desejava ardentemente o martírio: “Deixai-me ser alimento das feras, pelas quais me será dado desfrutar Deus. Eu sou o trigo de Deus: é preciso que ele seja triturado pelos dentes das feras a fim de ser considerado puro pão de Cristo”.

Para não ser incômodo a ninguém, almejava encontrar sepultura no ventre de alguma fera esfaimada. É provável que os fiéis tenham conseguido subtrair os restos de seu corpo martirizado até o extremo ultraje, pois desde a Antiguidade os cristãos de Antioquia veneram seu sepulcro, situado às portas da cidade, e celebram sua memória em 17 de outubro (dia adotado no novo calendário em lugar de 1º de fevereiro).

Fonte: Paulinas

terça-feira, 15 de outubro de 2013

16 de Outubro - Santa Margarida Maria Alacoque


Quinta de um total de sete filhas de um tabelião da Borgonha, Margarida, ao ficar órfã de pai aos 12 anos, para poder seguir a vocação à vida religiosa, teve de vencer a oposição da mãe, que a queria casada com um honrado rapaz.

Foi acolhida no mosteiro da Visitação de Paray-le-Monial, aos 24 anos. Na festividade de são João Evangelista de 1673, a noviça Margarida Maria, recolhida em adoração diante do Santíssimo Sacramento, teve a primeira das visões particulares de Jesus, que se iriam repetir depois na primeira sexta-feira de cada mês.

Dois anos depois, Jesus manifestou-se a ela com o peito dilacerado, e, apontando com a mão o coração rodeado de luz, disse-lhe: “Eis o Coração que tanto amou os homens, não poupando nada, até exaurir-se para demonstrar seu amor. E em reconhecimento não recebo da maior parte deles senão ingratidão”.

As extraordinárias visões trouxeram à irmã Margarida Maria sofrimentos e incompreensões. Jesus mesmo lhe indicou então o diretor espiritual na pessoa do santo sacerdote jesuíta Cláudio de la Colombière, que acolheu o pedido de Jesus para se empenhar pela instituição da Festa do Sagrado Coração.

Este culto, a despeito da feroz oposição dos círculos jansenistas, difundiu-se logo por toda a Igreja. Irmã Margarida Maria extinguiu-se docemente aos 43 anos apenas. Foi canonizada em 1920.

Fonte: Paulinas

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

15 de Outubro - Santa Teresa de Ávila


Teresa de Cepeda y Ahumada, nascida em Ávila, na Castela Velha, de nobre família, começou cedo a dar prova de temperamento vivaz, fugindo de casa aos sete anos para buscar o martírio entre os mouros da África, por amor de Cristo. Mas aos 16 anos começou a se embelezar por amor de um simples mortal. E o pai, por um compreensível ciúme, para protegê-la, confiou-a a um convento de freiras.

Aos 20 anos, contrariando os programas paternos, decidiu ser freira. Houve poucos anos de vida regular, pois ela também cedeu a certa moda. As vozes interiores não lhe deram tréguas e ela sentiu um desejo sempre mais insistente de retornar ao primitivo rigor dos carmelitas, sendo objeto de extraordinárias experiências místicas, traduzidas depois, por obediência, em vários tratados de oração mental, citados entre os clássicos da literatura espanhola.

Aos 40 anos ocorre a primeira grande virada na vida desta imprevisível santa de idéias generosas. Depois das aflições interiores, dos escrúpulos e daquilo que na mística é chamado de “noite dos sentidos” — quer dizer, trevas interiores, a prova mais dura de uma alma superar —, dá-se o encontro iluminador com dois santos, Francisco de Borja e Pedro de Alcântara. Estes a repõem no bom caminho, na via da total confiança em Deus.

Em 1562, ela funda em Ávila o convento reformado sob o patrocínio de são José. Cinco anos depois, um outro decisivo encontro: João da Cruz, o príncipe da teologia mística. Os dois foram feitos para se entenderem. Inicia assim aquele singular conúbio, em meio a ardentíssimos arrebatamentos místicos e ocupações práticas do dia-a-dia, que dela fazem a santa do bom senso, uma contemplativa imersa na realidade.

Ela possui a chave para entrar no Castelo interior da alma, “cuja porta de ingresso é a oração”, mas ao mesmo tempo sabe tratar egregiamente de matérias econômicas. “Teresa”, diz ela argutamente, “sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma força; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência”. Viaja pela Espanha de alto a baixo (era chamada a “freira viajante”) para erigir novos conventos reformados e revela-se uma hábil organizadora.

Escreve a história da própria vida, um livro de confissões extraordinariamente sinceras: “Como me mandaram escrever o meu modo de fazer oração e as graças que o Senhor me fez, eu queria que me tivessem concedido o poder de contar minuciosamente e com clareza os meus grandes pecados”. Morre pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Em 1970, Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja.

Fonte: Paulinas

domingo, 13 de outubro de 2013

14 de Outubro - São Calisto I


Romano de Trastevere (está sepultado com efeito na igreja de Santa Maria, em Trastevere, e não nas catacumbas que levam seu nome), filho de escravos, Calisto não teve vida fácil.

O cristão Carpóforo, da família do imperador Cômodo, havia-lhe confiado a administração dos bens da comunidade cristã. Não foi um hábil administrador e, descoberto um grande desfalque, Calisto fugiu.
Capturado em Óstia, a ponto de zarpar, foi condenado a girar a roda de um moinho. Carpóforo mostrou-se generoso, condenando-o a pagar o débito; mas a justiça seguiu seu curso. Foi condenado à flagelação, depois deportado para as minas da Sardenha.

Libertado, o papa Vítor ocupou-se pessoalmente dele — sinal de que Calisto desfrutava certa fama, furto à parte. Para desviá-lo da tentação, fixou-lhe um ordenado. O sucessor Zeferino foi igualmente generoso: ordenou-o diácono e confiou-lhe a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga (as célebres catacumbas conhecidas em todo o mundo com seu nome).

Numa área de 400 por 300 metros, em quatro pavimentos sobrepostos, com 20 quilômetros de corredores, estão guardados os corpos de numerosos cristãos, de santa Cecília a são Fabiano.
Quando em 217 o diácono Calisto foi eleito papa, explodiu a primeira rebelião aberta de um grupo de cristãos “rigoristas”, por causa não só das precedentes e bem notórias desventuras de Calisto, mas sobretudo em virtude de sua atitude conciliadora para com os pecadores arrependidos — ou melhor, para com aqueles cristãos pouco dispostos ao martírio, que se tinham munido do libellum de fidelidade aos deuses de Roma, e que, uma vez passada a tempestade, pediam para voltar ao redil.
Entre os rigoristas, hostis ao novo papa, destacavam-se Tertuliano, Novaciano e o sanguíneo Hipólito que, com seus Philosophumena, atacou violentamente Calisto, depois conseguiu fazer-se consagrar bispo; posteriormente um grupo de padres romanos dissidentes elegeram-no papa.

Foi o primeiro anti papa da história e é, caso único, também santo, graças a seu arrependimento e ao martírio sofrido em 235 na Sardenha. Também Calisto parece ter sofrido o martírio, não pela mão do imperador romano, mas durante uma convulsão em Todi. Os cristãos, não conseguindo chegar até as catacumbas da Ápia Antiga, sepultaram-no na via Aurélia; desta, Gregório III o transferiu para a basílica de Santa Maria, em Trastevere.

Fonte: Paulinas

sábado, 12 de outubro de 2013

13 de Outubro - São Daniel e companheiros

Os esclarecimentos que se tem sobre o ocorrido com estes missionários franciscanos são devidos a duas cartas encontradas nas suas residências. Os estudiosos consideraram também autêntica a carta de um certo Mariano de Gênova, que escrevera ao irmão Elias de Cortona comunicando o destino glorioso dos missionários. Esse documento teria sido escrito poucos dias após os acontecimentos, e faz parte dos arquivos da Igreja.

O irmão Elias de Cortona era o superior da Ordem, em 1227, quando os sete franciscanos viajaram da Itália para a Espanha, desejosos de transferirem-se para o Marrocos, na África, onde pretendiam converter os muçulmanos. Era um período de grande entusiasmo missionário nas jovens ordens franciscanas, fortalecidas pela memória de são Francisco, que morrera no ano anterior.

O chefe do grupo era Daniel, nascido em Belvedere, na Calábria, que também ocupava o cargo de ministro provincial da Ordem naquela região; os outros se chamavam Samuel, Ângelo, Donulo, Leão, Nicolas e Hugolino. Após uma breve permanência na Espanha, transferiram-se para a cidade de Ceuta, no Marrocos.

Era um ato verdadeiramente corajoso, porque as autoridades marroquinas haviam proibido qualquer forma de propaganda da fé cristã. No início, e por pouco tempo, trabalharam nos inúmeros mercados de Pisa, Gênova e Marsiglia, enquanto residiam em Ceuta. Depois, nos primeiros dias de outubro de 1227, decidiram iniciar as pregações entre os infiéis.

Nas estradas de Ceuta, falando em latim e em italiano, pois não conheciam o idioma local, anunciaram Cristo, contestando com palavras rudes a religião de Maomé. As autoridades mandaram que fossem capturados. Levados à presença do sultão, foram classificados como loucos, devendo permanecer na prisão.

Depois de sete dias, todos eles voltaram à presença do sultão, que se esforçou de todas as maneiras para que negassem a religião cristã. Mas não conseguiu. Então, condenou à morte os sete franciscanos, que se mantiveram firmes no cristianismo. No dia 10 de outubro, foram decapitados em praça pública e seus corpos, destroçados.

Todavia os comerciantes cristãos ocidentais recuperaram os pobres restos, que sepultaram nos cemitérios dos subúrbios de Ceuta. Em seguida, os ossos foram transferidos para a Espanha. Hoje, as relíquias são conservadas em diversas igrejas de várias cidades da Espanha, de Portugal e da Itália.

O papa Leão X, em 1516, canonizou como santos Daniel e cada um dos seis companheiros, autorizando o culto para o dia 13 de outubro, três dias após suas mortes.

Fonte:: Paulinas

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

12 de Outubro - Nossa Senhora Aparecida


Não bastasse ser um dos maiores países católicos do planeta, o Brasil tem também um dos maiores centros de peregrinação mariana da cristandade do mundo. Trata-se, é claro, do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, São Paulo. A cidade foi batizada com o nome da Senhora, "aparecida" das águas, mas o Brasil inteiro também recebeu sua bênção desde o nascimento, graças aos descobridores e colonizadores que a tinham como advogada junto a Deus nas desventuras das expedições. A fé na Virgem Maria cresceu com os séculos e a confiança não esmoreceu, só se fortaleceu.

Em 1717, quando da visita do governador a Guaratinguetá, foi ordenado aos pescadores que recolhessem do rio Paraíba a maior quantidade possível de peixes, para que toda a comitiva pudesse ser alimentada e festejada com uma grande recepção. Todos se lançaram às águas com suas redes. Três deles, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, partiram juntos com suas canoas e juntos também lançaram as redes por horas e horas, sem pegar um único peixe. De repente, na rede de João Alves apareceu o corpo da imagem de uma santa. Outra vez lançada a rede, e a cabeça da imagem vem também para bordo. A partir daí, os três pescaram tanto que quase afundaram por causa da quantidade de peixes.

A pesca, milagrosa, eles atribuíram à imagem da santa. Ao regressarem foram para a casa de Filipe Pedroso e, ao limparem a imagem com cuidado, viram que se tratava de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de cor escura. Então, cobriram-na com um manto e a colocaram num pequeno altar dentro de casa, onde passaram a fazer suas orações diárias. A novidade se espalhou e todos da vizinhança acorriam para rezar diante dela. Invocada pelos devotos como "Aparecida" das águas, durante quinze anos seguidos, a imagem ficou na casa da família daquele pescador.

A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por todos aqueles que rezavam diante da imagem. Eram tantos os devotos que acorriam ao local que, em 1732, a família de Filipe construiu o primeiro oratório. Mas a fama dos prodigiosos poderes de Nossa Senhora Aparecida foi se espalhando até atingir todos os recantos do Brasil. Assim, foi necessário, então, construir uma pequena capela, em seguida uma sucessão de outras capelas cada vez maiores. Até que o local se tornou a cidade de hoje. Em 1888, houve a bênção do primeiro templo, que existe até hoje, conhecido como "Basílica Velha".

A primeira grande peregrinação de católicos "de fora", oficial e historicamente registrada, aconteceu em 1900. Eram mil e duzentos peregrinos viajando de trem desde São Paulo, liderados por seu bispo. Atualmente, são milhões de peregrinos vindos, diariamente, de todos os estados do país e de várias outras nações católicas, especialmente das Américas. A atual Catedral-Basílica de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como "Basílica Nova", foi consagrada pessoalmente pelo papa João Paulo II, em 1980, quando de sua primeira visita ao Brasil.

Quanto ao amor do nosso povo por Maria, em 1904 a imagem foi coroada, simbolizando a elevação da Senhora como eterna "Rainha do Brasil", com todo o apoio popular. A coroa foi oferecida pela princesa Isabel. Foi também por aclamação popular e a pedido dos bispos brasileiros que, em 1930, o papa Pio XI proclamou solenemente Nossa Senhora Aparecida a "padroeira oficial do Brasil". O dia de sua festa, 12 de outubro, desde 1988 é feriado nacional.

Fonte: Paulinas

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

11 de Outubro - Santo Alexandre Sauli


Para dar prova da própria vocação religiosa, aos 17 anos Alexandre, nascido em Milão, de nobre família genovesa, improvisou-se em pregador, subindo a um palanque de caixas de hortaliças na praça pública do mercado milanês. E, diante de um público atônito e curioso, falou de Deus e da fugacidade existente neste mundo.

Mal deixara para trás uma brilhante carreira no séquito do imperador Carlos V e se juntara aos clérigos regulares de São Paulo, conhecidos com o nome de barnabitas.

Entre outros dotes, possuía uma memória formidável. Memorizava tratados inteiros da Suma teológica, de são Tomás, e as obras dos padres da Igreja. Tinha sobretudo uma grande devoção à Virgem, à qual se havia consagrado ainda jovem com um voto particular de castidade.

Ordenado sacerdote em 1556, durante a celebração da missa foi assistido por um confrade que tinha o encargo de recordar-lhe em que ponto estava da celebração da Eucaristia — não porque tivesse facilidade de se distrair, mas sim, para trazê-lo de volta à terra, depois de frequentes arroubos e êxtases. Com apenas 33 anos foi eleito superior geral da ordem. Depois o papa são Pio V o nomeou bispo e foi consagrado por um outro santo, são Carlos Borromeu, bispo de Milão, seu discípulo e amigo, e destinado à diocese de Aleria, na Córsega.

A pobreza do lugar e a total desorganização da igreja local não o espantaram. “Aqui ao menos Deus não nos faltará”, foi seu comentário. E por 20 anos trabalhou sem poupar esforços, reformando, corrigindo, socorrendo. Muitas vezes se interpôs como pacificador nas frequentes vinganças entre famílias e entre regiões. Foi um pai solícito pelo bem material e espiritual e autêntico mestre da vida cristã.

Por sua heroica dedicação mereceu o título de “anjo tutelar, pai dos pobres, apóstolo da Córsega”. Depois Gregório XIV o destinou à sede de Pávia. Morreu pouco depois em Caloso d’Asti. Foi canonizado em 1904.

Fonte: Paulinas

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

10 de Outubro - São Francisco Borja (ou Bórgia)

Típico exemplo da nobreza espanhola, gentil e refinado, generoso e empreendedor, Francisco de Borja, bisneto do papa Alexandre VI e de Fernando II de Aragão, resume em seus 62 anos de vida o contraditório mundo quinhentista — luzes e sombras de onde emergem figuras de grandes santos, numa época de violentas contestações também no campo religioso.

Primogênito de João de Borja, duque de Gandia (Valência), Francisco formou-se na corte de Carlos V, que o adornou do título de marquês aos 20 anos. No ano anterior havia-se casado: um casamento feliz, alegrado por oito filhos em dez anos.

Da prematura morte da mulher e imperatriz, Francisco deduziu o sentido da caducidade de tudo e decidiu dedicar-se ao serviço de um Senhor “que nunca pudesse morrer”. Exerceu por quatro anos o cargo de governador da Catalunha, embora secretamente votado à vida religiosa. A alta posição que ocupava permitiu-lhe nesse tempo estabelecer os filhos.

O encontro com o jesuíta Pedro Fabro foi determinante. Em 1546 fechou definitivamente a porta às honras mundanas e, demitindo-se dos altos cargos, depois de haver feito os exercícios espirituais, emitiu voto de castidade, empenhando-se com outro voto a ingressar na Companhia de Jesus. E o fez, de modo efetivo, em 1548 e, oficialmente, dois anos depois.

Nesse meio-tempo renunciara ao ducado de Gandia. Em Roma foi acolhido pelo próprio santo Inácio de Loyola, e a 26 de maio de 1551 celebrou a primeira missa.

As honrarias — que o haviam perseguido desde a juventude na corte da Espanha — continuaram a persegui-lo também na vida religiosa, a tal ponto que Francisco se apressou em emitir todos os votos da Companhia de Jesus, dos quais um veta a aceitação de dignidades eclesiásticas.

Apenas soube que o imperador Carlos V propusera seu nome ao papa para a púrpura cardinalícia. Mas não pôde subtrair-se, em 1555, à eleição ao mais alto cargo no seio da companhia, cujo capítulo o elegeu geral. Francisco exerceu esse cargo até a morte, que o colheu em Ferrara. Foi canonizado em 1671.

Fonte: Paulinas

terça-feira, 8 de outubro de 2013

09 de Outubro - São João Leonardo


O fundador do Instituto dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus e da Congregação De Propaganda Fide foi inexplicavelmente recusado pela ordem franciscana. Ou melhor, foi uma providencial recusa, pois que este luquês, filho de Tiago e Joana Lippi — aprendiz de farmácia e estudante por conta própria, refugiado em Roma durante alguns anos, depois da ordenação sacerdotal —, teve ocasião de travar amizade com dois grandes santos: Filipe Néri e José Calasanz, e de fazer-se apreciar pelo papa, que lhe confiou delicadas missões. No desempenho destas, suas qualidades de homem prudente e caritativo eram as mais indicadas para que ele servisse de mediador e restabelecesse a disciplina em antigos conventos onde se infiltrara o espírito alegre e gozador da vida do Renascimento.

Na juventude, João Leonardo, embora longe de casa e dos olhos vigilantes dos pais, estudante de medicina em Lucca, não se perdeu atrás de alegres companhias estudantis, mas, sob a guia do frade dominicano Bernardini, recolheu em torno de si alguns companheiros. Com estes, dedicou-se ao voluntariado para a assistência aos idosos abandonados e aos peregrinos.

Ordenado sacerdote, foi-lhe confiada a igreja de São João della Magione, onde pôs em prática um de seus audaciosos projetos, instituindo uma escola para o ensino da religião — primeiro núcleo da Congregação dos Clérigos Regulares, com sede junto à igreja de Santa Maria da Rosa.

O instituto foi aprovado em 1593, embora, como ficou dito, ele tivesse sido levado a afastar-se de Lucca por causa das manifestações de incompreensão (não raras na vida dos santos).

Em Roma, impelido pelo espírito missionário, excogitou e programou com o espanhol Vives uma congregação de sacerdotes que desenvolvessem seu apostolado entre os infiéis. Nascia assim a Congregação De Propaganda Fide, de Roma, destinada a influir profundamente na história missionária da Igreja universal.

João morreu em Roma a 8 de outubro; beatificado em 1861, foi inscrito no elenco dos santos em 17 de abril de 1938.

Fonte: Paulinas

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

08 de Outubro - Santa Pelágia Penitente

São duas as santas com este nome — ou quatro, segundo o Martirológio romano. Mas se trata de um desdobramento.

A primeira é uma jovem mártir de Antioquia, que se jogou da janela para evitar a perda da virgindade. E são João Crisóstomo louva sua coragem, dando origem a intermináveis discussões.
O mesmo santo bispo narra as vicissitudes de uma célebre atriz, belíssima tanto quanto dissoluta, que depois da conversão levou vida austera de penitência. Mas não diz seu nome.
Assim, um autor desconhecido, que se nomeia Tiago, julgou bom dar-lhe o nome de Pelágia e escrever um longo relato sobre sua história.

Ao chegar a Antioquia junto com uma companhia de comediantes, a mulher provocou logo escândalo em razão de “costumes vulgares”, virando a cabeça de vários homens, até do irmão do imperador. Mas há mais. Conseguiu distrair o próprio bispo Nono: o bom velho se pôs a olhá-la enquanto se dirigia em procissão para o sínodo.

Desta leviandade o bispo extraiu um útil assunto para seu sermão: se uma mulher se embeleza desse modo para agradar a um simples mortal, como deveremos nós adornar nossa alma destinada às místicas núpcias com Deus? E com a oração e a boa palavra conseguiu realmente recolocar no redil aquela bela criatura.

Pelágia mudou de vida, recebeu o batismo e se retirou para viver como eremita em uma cela escavada junto ao monte das Oliveiras.

O pseudo-Tiago acrescenta que a mulher, para não ser objeto de desejos, travestiu-se de homem e viveu longamente em penitência, purificando-se assim dos passados desregramentos.

Fonte: Paulinas

domingo, 6 de outubro de 2013

07 de Outubro - Nossa Senhora do Rosário


Era chamada Festa do Santíssimo Rosário antes da reforma do calendário, em 1969. A celebração fora instituída por são Pio V para recordar a vitória obtida pela frota cristã em 1571, nas águas de Lepanto, num desigual encontro com a poderosa armada turca. O piedoso pontífice, dominicano, foi advertido miraculosamente do feliz resultado enquanto estava absorto na recitação do santo rosário.

Como bom filho de são Domingos, que havia inculcado tal devoção em seus frades pregadores, o papa recitava cotidianamente o assim chamado Saltério da Virgem, oração simples, mas não monótona — assim como não aborrece uma simples palavra de amor repetida seguida e imutavelmente à pessoa amada. Nos conventos medievais, os irmãos leigos, que tinham pouca familiaridade com o latim, eram dispensados da recitação do Ofício, substituído pelo rosário, de 150 ave-marias e 15 Pai-Nossos, para cuja contagem são Beda, o Venerável, havia sugerido a adoção de um colar de grãos enfiados em um cordão.

Depois da célebre aparição da Virgem a são Domingos, que lhe mostrou a coroa do rosário como arma para derrotar as heresias, surgiram várias confrarias do rosário, em várias nações da Europa. Também as missões dos frades pregadores no Extremo Oriente foram promovidas sob o signo do rosário, porque esta oração, disse-lhes são Domingos, “é uma pedra preciosa no tesouro da Igreja”.

A recitação do rosário, já apoiada pelo santo pontífice Pio V, foi estendida à Igreja universal em 1716, porque ela compreendia, em certo sentido, todas as festas da Virgem e a vida do Redentor, ao qual Maria foi associada como Co-Redentora. Nos 15 mistérios são propostos aos cristãos outros tantos temas de meditação sobre a vida de Jesus e de Maria. O rosário foi chamado também “o breviário do povo de Deus”, que deve ser recitado preferivelmente à noite por toda a família reunida, animada de um único espírito de oração.

Fonte: Paulinas

06 de Outubro - São Bruno


Educado na Alemanha (nasceu em Colônia, da nobre família dos Hartefaust), atuou na França e na Itália. Nomeado chanceler da diocese de Reims, denunciou o próprio bispo Manassés por simonia. Teve de refugiar-se em Colônia até o bispo ser deposto pelo Concílio de Lião.

Bruno voltou para a França e permaneceu sob a direção de são Roberto no ermo de Solesmes. Depois, com outros companheiros, procurou um lugar mais solitário para erigir seu mosteiro. Recebeu-o como doação do santo bispo de Grenoble, Hugo: um inteiro vale solitário, chamado Cartuxa, nos Alpes do Delfinado.

Em 1078 nasceu a primeira cartuxa, que mais tarde será chamada a Grande Chartreuse, casa mãe dos cartuxos. Os monges alternavam a recitação do Ofício com os trabalhos manuais. Era o lugar ideal com que Bruno sempre havia sonhado. Mas nele ficou por pouco tempo.

Um de seus discípulos, tornado papa com o nome de Urbano II, chamou-o a Roma como conselheiro. Bruno levou consigo seus monges e adaptou como mosteiro as termas de Diocleciano, transformadas depois na grande basílica de Miguel Ângelo de Santa Maria dos Anjos.

Eram tempos de grande turbulência em Roma, e o partido vitorioso do antipapa obrigou Urbano II a refugiar-se no Sul. Bruno mandou novamente seus monges a Grenoble e, no séquito do papa, procurou na Calábria um lugar adequado para fundar uma segunda cartuxa.

Encontrou-o na localidade que hoje leva seu nome, serra São Bruno, no coração da Sila, “uma planície vasta e risonha, cercada de pastagens verdejantes e bordada de flores”, escreve Bruno a seus monges. “Esta paz que o mundo ignora é propícia para a alegria do Espírito Santo.”
O duque das Apúlias e conde da Calábria, que lhe havia feito a doação do terreno, teve em troca a amizade e a preciosa guia do santo eremita.

Este, sentindo-se próximo da morte, reuniu em torno de si os monges e ditou sua profissão de fé no mistério trinitário e eucarístico. Morreu a 6 de outubro, dia em que é comemorado. Seu corpo, encontrado in-corrupto em 1513, foi sepultado na atual cartuxa de serra São Bruno, província de Catanzaro. O santo é desde sempre invocado contra as possessões diabólicas.

Fonte: Paulinas

sábado, 5 de outubro de 2013

05 de Outubro - São Benedito, o Negro

Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.

Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Todos obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.

Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.

Foi canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.

Fonte: Paulinas

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

04 de Outubro - São Francisco de Assis


Este gigante da santidade era fisicamente de modesta estatura, tinha barbicha rara e escura. E, no plano cultural, ainda mais modesto. Conhecia o provençal, ensinado pelo pai, por ter feito algumas leituras de romances de cavalaria. Era um hábil vendedor de tecidos, ao lado de um pai que lhe enchia a bolsa de moedas. Nas alegres noitadas com os amigos, Francisco não media despesas. Participou das lutas entre as cidades e conheceu a humilhação da derrota e de um ano de prisão em Perúgia.

No regresso, fez-se armar cavaleiro pelo conde Gualtério e esteve a ponto de partir para a Apúlia; mas em Espoleto, “pareceu-lhe ver”, conta são Boaventura na célebre biografia, “um palácio magnífico e belo, e dentro dele muitíssimas armas marcadas com a cruz, e uma voz que vinha do céu: São tuas e dos teus cavaleiros”.

A interpretação do sonho veio-lhe no dia seguinte: “Francisco, quem te pode fazer mais bem, o senhor ou o servo?” Francisco compreendeu, voltou sobre seus passos, abandonou definitivamente a alegre companhia e enquanto estava absorto em oração, na igreja de São Damião, ouviu claramente o apelo: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”.
O jovem não fez delongas e, diante do bispo Guido — a cuja presença o pai o conduzira à força para fazê-lo desistir —, despojou-se de todas as roupas e as restituiu ao pai.
Improvisou-se em pedreiro e restaurou do melhor modo possível três igrejinhas rurais, entre as quais Santa Maria dos Anjos, dita Porciúncula. Uma frase iluminante do Evangelho indicou-lhe o caminho a seguir: “Ide e pregai... Curai os enfermos... Não leveis alforje, nem duas túnicas, nem sapatos, nem bastão”.

Na primavera de 1208, 11 jovens tinham-se unido a ele. Escreveu a primeira regra da ordem dos frades menores, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III, depois que os 12 foram recebidos em audiência, em meio ao estupor e à indignação da cúria pontifícia diante daqueles jovens descalços e mal-vestidos.

Mas aquele pacífico contestador teve também a solene aprovação do sucessor, Honório III, com a bula Solet annuere, de 29 de novembro de 1223.

Um ano depois, na solidão do monte Alverne, Francisco recebeu o selo da Paixão de Cristo, com os estigmas impressos em seus membros. Depois, ao aproximar-se da “irmã Morte”, improvisou seu “Cântico ao irmão Sol”, como hino conclusivo da pregação de seus frades. Por fim, pediu para ser levado à sua Porciúncula e deposto sobre a terra nua, onde se extinguiu cantando o salmo "Voce mea", nas vésperas de 3 de outubro.

Fonte: Paulinas

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

03 de Outubro - São Dionísio Areopagita

Os cristãos sempre sofreram intensas perseguições, chacinas e saques durante o transcorrer dos séculos, principalmente no início da formação da Igreja. Tanto que muitos dos escritos foram queimados ou destruídos de outra forma. Por isso a memória da Igreja, às vezes, tem dados insuficientes sobre a vida e a obra de santos e mártires do seu passado mais remoto. Para que essas poucas evidências não se perdessem, ela se valeu das fontes mais fiéis da literatura mundial, que nada mais são do que as próprias narrações das antigas tradições orais cristãs preservadas pela humanidade.

Interessante é o caso dos dois santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A data de hoje é consagrada ao Areopagita, sendo o outro santo, o primeiro bispo de Paris, festejado no dia 9 deste mês.

O Dionísio homenageado foi convertido pelo apóstolo Paulo (At 17,34) durante a sua pregação aos gregos no Areópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de Areopagita.

O Areópago era o tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e regras gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na cidade, com posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um desses areopagitas.

Nascido na Grécia, no seio de uma nobre família pagã, estudou filosofia e astronomia em Atenas. Em seguida, foi para o Egito finalizar os estudos da matemática. Ao regressar a Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou o apóstolo Paulo, quando acusado ante o tribunal em que se encontrava Dionísio.

Dionísio, ao assistir à eloqüente pregação de Paulo, foi o primeiro a converter-se. Por isso conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã que comandava a cidade. Foi então que são Paulo acolheu o areopagita entre seus primeiros discípulos.

Logo em seguida, Dionísio foi consagrado pelo próprio apóstolo como bispo de Atenas. Nessa condição, ele fez muitas viagens a terras estrangeiras, para pregar e aprender a cultura dos outros povos. Segundo se narra, nessas jornadas teria conhecido pessoalmente são Pedro, são Tiago, são Lucas e outros apóstolos. Além de os registros antigos fazerem referência sobre ele na dormição e Assunção da Virgem Maria, a mãe do Filho de Deus.

Em Atenas, seus opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas ele se salvou, viajando para encontrar-se com o papa em Roma. Depois, só temos a informação do Martirológio Romano, na qual consta que são Dionísio Areopagita morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95.

Fonte: Paulinas