segunda-feira, 7 de outubro de 2013

08 de Outubro - Santa Pelágia Penitente

São duas as santas com este nome — ou quatro, segundo o Martirológio romano. Mas se trata de um desdobramento.

A primeira é uma jovem mártir de Antioquia, que se jogou da janela para evitar a perda da virgindade. E são João Crisóstomo louva sua coragem, dando origem a intermináveis discussões.
O mesmo santo bispo narra as vicissitudes de uma célebre atriz, belíssima tanto quanto dissoluta, que depois da conversão levou vida austera de penitência. Mas não diz seu nome.
Assim, um autor desconhecido, que se nomeia Tiago, julgou bom dar-lhe o nome de Pelágia e escrever um longo relato sobre sua história.

Ao chegar a Antioquia junto com uma companhia de comediantes, a mulher provocou logo escândalo em razão de “costumes vulgares”, virando a cabeça de vários homens, até do irmão do imperador. Mas há mais. Conseguiu distrair o próprio bispo Nono: o bom velho se pôs a olhá-la enquanto se dirigia em procissão para o sínodo.

Desta leviandade o bispo extraiu um útil assunto para seu sermão: se uma mulher se embeleza desse modo para agradar a um simples mortal, como deveremos nós adornar nossa alma destinada às místicas núpcias com Deus? E com a oração e a boa palavra conseguiu realmente recolocar no redil aquela bela criatura.

Pelágia mudou de vida, recebeu o batismo e se retirou para viver como eremita em uma cela escavada junto ao monte das Oliveiras.

O pseudo-Tiago acrescenta que a mulher, para não ser objeto de desejos, travestiu-se de homem e viveu longamente em penitência, purificando-se assim dos passados desregramentos.

Fonte: Paulinas

domingo, 6 de outubro de 2013

07 de Outubro - Nossa Senhora do Rosário


Era chamada Festa do Santíssimo Rosário antes da reforma do calendário, em 1969. A celebração fora instituída por são Pio V para recordar a vitória obtida pela frota cristã em 1571, nas águas de Lepanto, num desigual encontro com a poderosa armada turca. O piedoso pontífice, dominicano, foi advertido miraculosamente do feliz resultado enquanto estava absorto na recitação do santo rosário.

Como bom filho de são Domingos, que havia inculcado tal devoção em seus frades pregadores, o papa recitava cotidianamente o assim chamado Saltério da Virgem, oração simples, mas não monótona — assim como não aborrece uma simples palavra de amor repetida seguida e imutavelmente à pessoa amada. Nos conventos medievais, os irmãos leigos, que tinham pouca familiaridade com o latim, eram dispensados da recitação do Ofício, substituído pelo rosário, de 150 ave-marias e 15 Pai-Nossos, para cuja contagem são Beda, o Venerável, havia sugerido a adoção de um colar de grãos enfiados em um cordão.

Depois da célebre aparição da Virgem a são Domingos, que lhe mostrou a coroa do rosário como arma para derrotar as heresias, surgiram várias confrarias do rosário, em várias nações da Europa. Também as missões dos frades pregadores no Extremo Oriente foram promovidas sob o signo do rosário, porque esta oração, disse-lhes são Domingos, “é uma pedra preciosa no tesouro da Igreja”.

A recitação do rosário, já apoiada pelo santo pontífice Pio V, foi estendida à Igreja universal em 1716, porque ela compreendia, em certo sentido, todas as festas da Virgem e a vida do Redentor, ao qual Maria foi associada como Co-Redentora. Nos 15 mistérios são propostos aos cristãos outros tantos temas de meditação sobre a vida de Jesus e de Maria. O rosário foi chamado também “o breviário do povo de Deus”, que deve ser recitado preferivelmente à noite por toda a família reunida, animada de um único espírito de oração.

Fonte: Paulinas

06 de Outubro - São Bruno


Educado na Alemanha (nasceu em Colônia, da nobre família dos Hartefaust), atuou na França e na Itália. Nomeado chanceler da diocese de Reims, denunciou o próprio bispo Manassés por simonia. Teve de refugiar-se em Colônia até o bispo ser deposto pelo Concílio de Lião.

Bruno voltou para a França e permaneceu sob a direção de são Roberto no ermo de Solesmes. Depois, com outros companheiros, procurou um lugar mais solitário para erigir seu mosteiro. Recebeu-o como doação do santo bispo de Grenoble, Hugo: um inteiro vale solitário, chamado Cartuxa, nos Alpes do Delfinado.

Em 1078 nasceu a primeira cartuxa, que mais tarde será chamada a Grande Chartreuse, casa mãe dos cartuxos. Os monges alternavam a recitação do Ofício com os trabalhos manuais. Era o lugar ideal com que Bruno sempre havia sonhado. Mas nele ficou por pouco tempo.

Um de seus discípulos, tornado papa com o nome de Urbano II, chamou-o a Roma como conselheiro. Bruno levou consigo seus monges e adaptou como mosteiro as termas de Diocleciano, transformadas depois na grande basílica de Miguel Ângelo de Santa Maria dos Anjos.

Eram tempos de grande turbulência em Roma, e o partido vitorioso do antipapa obrigou Urbano II a refugiar-se no Sul. Bruno mandou novamente seus monges a Grenoble e, no séquito do papa, procurou na Calábria um lugar adequado para fundar uma segunda cartuxa.

Encontrou-o na localidade que hoje leva seu nome, serra São Bruno, no coração da Sila, “uma planície vasta e risonha, cercada de pastagens verdejantes e bordada de flores”, escreve Bruno a seus monges. “Esta paz que o mundo ignora é propícia para a alegria do Espírito Santo.”
O duque das Apúlias e conde da Calábria, que lhe havia feito a doação do terreno, teve em troca a amizade e a preciosa guia do santo eremita.

Este, sentindo-se próximo da morte, reuniu em torno de si os monges e ditou sua profissão de fé no mistério trinitário e eucarístico. Morreu a 6 de outubro, dia em que é comemorado. Seu corpo, encontrado in-corrupto em 1513, foi sepultado na atual cartuxa de serra São Bruno, província de Catanzaro. O santo é desde sempre invocado contra as possessões diabólicas.

Fonte: Paulinas

sábado, 5 de outubro de 2013

05 de Outubro - São Benedito, o Negro

Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.

Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Todos obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.

Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.

Foi canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.

Fonte: Paulinas

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

04 de Outubro - São Francisco de Assis


Este gigante da santidade era fisicamente de modesta estatura, tinha barbicha rara e escura. E, no plano cultural, ainda mais modesto. Conhecia o provençal, ensinado pelo pai, por ter feito algumas leituras de romances de cavalaria. Era um hábil vendedor de tecidos, ao lado de um pai que lhe enchia a bolsa de moedas. Nas alegres noitadas com os amigos, Francisco não media despesas. Participou das lutas entre as cidades e conheceu a humilhação da derrota e de um ano de prisão em Perúgia.

No regresso, fez-se armar cavaleiro pelo conde Gualtério e esteve a ponto de partir para a Apúlia; mas em Espoleto, “pareceu-lhe ver”, conta são Boaventura na célebre biografia, “um palácio magnífico e belo, e dentro dele muitíssimas armas marcadas com a cruz, e uma voz que vinha do céu: São tuas e dos teus cavaleiros”.

A interpretação do sonho veio-lhe no dia seguinte: “Francisco, quem te pode fazer mais bem, o senhor ou o servo?” Francisco compreendeu, voltou sobre seus passos, abandonou definitivamente a alegre companhia e enquanto estava absorto em oração, na igreja de São Damião, ouviu claramente o apelo: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”.
O jovem não fez delongas e, diante do bispo Guido — a cuja presença o pai o conduzira à força para fazê-lo desistir —, despojou-se de todas as roupas e as restituiu ao pai.
Improvisou-se em pedreiro e restaurou do melhor modo possível três igrejinhas rurais, entre as quais Santa Maria dos Anjos, dita Porciúncula. Uma frase iluminante do Evangelho indicou-lhe o caminho a seguir: “Ide e pregai... Curai os enfermos... Não leveis alforje, nem duas túnicas, nem sapatos, nem bastão”.

Na primavera de 1208, 11 jovens tinham-se unido a ele. Escreveu a primeira regra da ordem dos frades menores, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III, depois que os 12 foram recebidos em audiência, em meio ao estupor e à indignação da cúria pontifícia diante daqueles jovens descalços e mal-vestidos.

Mas aquele pacífico contestador teve também a solene aprovação do sucessor, Honório III, com a bula Solet annuere, de 29 de novembro de 1223.

Um ano depois, na solidão do monte Alverne, Francisco recebeu o selo da Paixão de Cristo, com os estigmas impressos em seus membros. Depois, ao aproximar-se da “irmã Morte”, improvisou seu “Cântico ao irmão Sol”, como hino conclusivo da pregação de seus frades. Por fim, pediu para ser levado à sua Porciúncula e deposto sobre a terra nua, onde se extinguiu cantando o salmo "Voce mea", nas vésperas de 3 de outubro.

Fonte: Paulinas

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

03 de Outubro - São Dionísio Areopagita

Os cristãos sempre sofreram intensas perseguições, chacinas e saques durante o transcorrer dos séculos, principalmente no início da formação da Igreja. Tanto que muitos dos escritos foram queimados ou destruídos de outra forma. Por isso a memória da Igreja, às vezes, tem dados insuficientes sobre a vida e a obra de santos e mártires do seu passado mais remoto. Para que essas poucas evidências não se perdessem, ela se valeu das fontes mais fiéis da literatura mundial, que nada mais são do que as próprias narrações das antigas tradições orais cristãs preservadas pela humanidade.

Interessante é o caso dos dois santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A data de hoje é consagrada ao Areopagita, sendo o outro santo, o primeiro bispo de Paris, festejado no dia 9 deste mês.

O Dionísio homenageado foi convertido pelo apóstolo Paulo (At 17,34) durante a sua pregação aos gregos no Areópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de Areopagita.

O Areópago era o tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e regras gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na cidade, com posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um desses areopagitas.

Nascido na Grécia, no seio de uma nobre família pagã, estudou filosofia e astronomia em Atenas. Em seguida, foi para o Egito finalizar os estudos da matemática. Ao regressar a Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou o apóstolo Paulo, quando acusado ante o tribunal em que se encontrava Dionísio.

Dionísio, ao assistir à eloqüente pregação de Paulo, foi o primeiro a converter-se. Por isso conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã que comandava a cidade. Foi então que são Paulo acolheu o areopagita entre seus primeiros discípulos.

Logo em seguida, Dionísio foi consagrado pelo próprio apóstolo como bispo de Atenas. Nessa condição, ele fez muitas viagens a terras estrangeiras, para pregar e aprender a cultura dos outros povos. Segundo se narra, nessas jornadas teria conhecido pessoalmente são Pedro, são Tiago, são Lucas e outros apóstolos. Além de os registros antigos fazerem referência sobre ele na dormição e Assunção da Virgem Maria, a mãe do Filho de Deus.

Em Atenas, seus opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas ele se salvou, viajando para encontrar-se com o papa em Roma. Depois, só temos a informação do Martirológio Romano, na qual consta que são Dionísio Areopagita morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95.

Fonte: Paulinas

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

02 de Outubro - Santos Anjos da Guarda


É uma consoladora verdade de fé que desde a infância até a morte nossa vida seja circundada pela proteção dos anjos e por sua intercessão, pois que lê-se no Catecismo da Igreja Católica "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus".

A existência desses seres espirituais, não corporais, chamados anjos, tem a seu favor o claro testemunho das Sagradas Escrituras e a unanimidade da Tradição. "O anjo de Iahweh acampa ao redor dos que o temem, e os liberta".(Sl 34,8). Os anjos são mensageiros da salvação: "porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?", lê-se na carta aos Hebreus (1,14).

Fundando esta verdade de fé na própria afirmação de Jesus, a Igreja nos diz que cada cristão, desde o momento do batismo, é confiado a um anjo particular, que tem a missão de guardá-lo, guiá-lo no caminho do bem, inspirar-lhe bons sentimentos, secundar suas livres escolhas quando estas o encaminham a Deus, ou fazer-lhe perceber a censura interior da consciência quando elas conduzem à transgressão da lei divina.

A estas invisíveis testemunhas de nossos pensamentos mais recônditos e inconfessáveis, de nossas ações boas ou não tão boas, públicas ou escondidas, nossa época voltou a dar particular atenção. Seu precioso "serviço" é testemunhado na vida de muitos santos de nosso tempo. "Os anjos” — escreve Bossuet, —"oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até nossos desejos, fazem valer diante de Deus também nossos pensamentos. Sejamos felizes por ter amigos assim pressurosos, intercessores fiéis, intérpretes caridosos".

A festividade deste dia foi estendida à Igreja universal por Paulo V, em 1608, mas já no século antes era celebrada à parte da de São Miguel.

Fonte: Paulinas

terça-feira, 1 de outubro de 2013

01 de Outubro - Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)


A vida da santa Teresa de Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros "Infância espiritual" e "História de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.

Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.

Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e pessoalmente pelo papa Leão XIII.

Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.

Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.

Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier". Esta "grande santa dos tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo II em 1997.
Fonte: Paulinas