08 de Julho - Eugênio III
O papa Eugênio III nasceu em Montemagno, numa família
cristã, rica e da nobreza italiana. Foi batizado com o nome de Píer Bernardo
Paganelli, estudou e recebeu a ordenação sacerdotal na diocese de Pisa, centro
cultural próximo da sua cidade natal.
Possuía um temperamento reservado, era inteligente, muito
ponderado e calmo. Segundo os registros da época, em 1130 ele teve um encontro
com o religioso Bernardo de Claraval, fundador da Ordem dos Monges
Cistercienses e hoje um santo da Igreja. A afinidade entre ambos foi tão grande
que, cinco anos depois, Píer Bernardo ingressou no mosteiro dirigido pelo amigo
e vestiu o hábito cisterciense.
Através da convivência com Bernardo de Claraval, ele se
tornou conhecido, pois foi escolhido para abrir um outro mosteiro da Ordem em
Farfa, diocese de Viterbo, sendo consagrado o abade pelo papa Inocêncio II.
Quando esse papa morreu, o abade Píer Bernardo foi eleito sucessor.
Isto ocorreu não por acaso, ele era o homem adequado para
enfrentar a difícil e delicada situação que persistia na época. Roma estava
agitada e às voltas com graves transtornos provocados, especialmente, pelo
líder político Arnaldo de Bréscia e outros republicanos que exigiam que fosse
eleito um papa que forçasse a entrega do poder político ao seu partido. Muitas
casas de bispos e cardeais já tinham sido saqueadas. Por isso os cardeais
resolveram escolher o abade Píer Bernardo, justamente porque ele estava fora do
colégio cardinalício, portanto isento das pressões dos republicanos.
Ele assumiu o pontificado com o nome de papa Eugênio III.
Mas teve de fugir de Roma à noite, horas após sua eleição, para ser coroado no
mosteiro de Farfa, em Viterbo. Era o dia 18 de fevereiro de 1145. Como a
situação da cidade não era segura, o novo papa e seus cardeais decidiram mudar
para Viterbo. Quando a população romana foi informada, correu para pedir sua
volta. Foi assim, apoiado pelo povo, que o papa Eugênio III retornou para Roma
e assumiu o controle da cidade, impondo a paz. Infelizmente, durou pouco.
Em 1146, Arnaldo passou a exigir a destruição total de
Trívoli. Novamente o papa Eugênio III teve de fugir. Como se recusou a comandar
o massacre, ele corria risco de morte. Teve de atravessar os Alpes para
ingressar na França, onde permaneceu exilado por três anos.
Os conflitos não paravam, o povo estava sempre nas ruas,
liderado por Arnaldo, e o papa teve de ser duro com os insubordinados da Igreja
que se aproveitavam da situação. Nesse período, convocou quatro concílios para
impor disciplina. Também depôs os arcebispos de York e Mainz; promoveu uma
séria reforma na Igreja e na Cúria Romana em defesa da ortodoxia nos estudos
eclesiásticos. Enviou o cardeal Breakspear, o futuro papa Adriano IV, para
divulgá-la na Escandinávia, enquanto ele próprio ainda o fazia percorrendo o
norte da Itália.
Só retornou a Roma depois de receber ajuda do imperador
alemão Frederico Barba-Roxa, contra os republicanos de Arnaldo. Ainda pôde
defender a Igreja contra os invasores turcos e iniciar a construção do palácio
pontifício. Morreu no dia 8 de julho de 1153, depois de governar a Igreja por
oito anos e cinco meses, num período tão complicado e violento da história. O
papa Eugênio III foi beatificado em 1872.
Fonte Paulinas