Assim foi que, na juventude, Elói ingressou na escola de
ourives de Limoges, a mais conceituada da Europa da época e respeitada ainda
hoje. Ao se formar mestre da profissão, já era afamado pela competência,
integridade e honestidade. Tinha alma de monge e de artista, fugia dos gastos
com jogos e diversões. tudo dispendia com os pobres. Levava uma vida austera e
de oração meditativa, ganhando o apelido de "o Monge". Conta-se que
sua fama chegou à Corte e aos ouvidos do rei Clotário II, em Paris. Ele decidiu
contratar Elói para fazer um trono de ouro e lhe deu a quantidade do metal que
julgava ser suficiente. Mas, com aquela quantidade, Elói fez dois tronos e
entregou ambos ao rei. Admirado com a honestidade do artista, ele o convidou
para ser guardião e administrador do tesouro real. Assim, foi residir na Corte,
em Paris.
Elói assumiu o cargo e também o de mestre dos ourives do
rei. E assim se manteve mesmo depois da morte do soberano. Quando o herdeiro
real assumiu o trono, como Dagoberto II, quis manter Elói na corte como seu
colaborador, pois lhe tinha grande estima. Logo o nomeou um de seus
conselheiros e embaixador, devido à confiança em suas virtudes.
Elói também realizou obras de arte importantes, como o
túmulo de são Martinho de Tours, o mausoléu de são Dionísio em Paris, o cálice
de Cheles e outros trabalhos artísticos de cunho religioso. Além disso, e acima
de tudo, Elói era um homem religioso, não lhe faltou inspiração para grandes
obras beneméritas e na arte de dedicar-se ao próximo, em especial aos pobres e
abandonados. O dinheiro que recebia pelos trabalhos na Corte, usava-o todo para
resgatar prisioneiros de guerra, fundar e reconstruir mosteiros masculinos e
femininos, igrejas e para contribuir com outras tantas obras para o bem estar espiritual
e material dos mais necessitados. Em 639, o rei Dagoberto II morreu. Elói,
então, ingressou para a vida religiosa.
Dois anos depois, era consagrado bispo de Noyon, na região
de Flandres. Foi uma existência totalmente empenhada na campanha da evangelização
e reevangelização, no norte da França, Holanda e Alemanha, onde se tornou um
dos principais protagonistas e se revelou um grande e zeloso pastor a serviço
da Igreja de Cristo.
Durante os últimos dezenove anos de sua vida, Elói evitou o
luxo e viveu na pobreza e na piedade. Foi um incansável exemplo de humildade,
caridade e mortificação. A região de sua diocese estava entregue ao paganismo e
à idolatria. Com as pregações de Elói e suas visitas a todas as paróquias, o
povo foi se convertendo até que, um dia, todos estavam batizados.
Morreu no dia 1o de dezembro de 660, na Holanda, durante uma
missão evangelizadora. A história da sua vida e santidade se espalhou
rapidamente por toda a França, Itália, Holanda e Alemanha, graças ao seu amigo
bispo Aldoeno que escreveu sua biografia.
A Igreja o canonizou e autorizou o seu culto, um dos mais
antigos da cristandade. A festa de santo Elói ou Elígio, padroeiro dos
joalheiros e ourives, ocorre na data de sua morte. Entretanto ele é celebrado
também como padroeiro dos cuteleiros, ferreiros, ferramenteiros, celeiros,
comerciantes de cavalos, carreteiros, cocheiros, garagistas e metalúrgicos.
Fonte: Paulinas