São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no
ano de 1911. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua
formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom
João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São
João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários
cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e
servir ao Senhor por amor aos irmãos.
O Espírito Santo pôde contar com ele também para o
episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em
cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na
Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal.
São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da
liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.
Nasceu na Itália, no ano de 1248, em Foligno, próximo a
Roma, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior
riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à
Igreja, amenina foi crescendo. Ela foi para o sacramento do matrimônio, teve
vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram.
Imagine como estava o coração dessa mulher! Mas, deixando-se levar por uma vida
distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de
Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Ela tocou
o seu vazio existencial. Foi quando recorreu à Virgem Maria e buscou o
sacramento da reconciliação.
Ela tinha 40 anos quando se abriu para esse processo
maravilhoso que se chama conversão. Numa peregrinação a Assis, ela fez uma
profunda experiência com o amor de Deus. Doou todos os seus bens aos pobres,
entrou para a família franciscana na ordem terceira, viveu uma vida reclusa e
saía para peregrinações em Assis.
Santa Ângela foi instrumento de conversão a partir do
momento em que se abriu e levou muito a sério sua vida de conversão.
Santa Genoveva nasceu em Nanterre, próximo de Paris, na
França, no ano de 422, dentro de uma família muito simples. Desde cedo, ela foi
discernindo o chamado de Deus a seu respeito. Quando tinha apenas 8 anos, um
bispo chamdo Dom Jermano estava indo da França para a Inglaterra em missão.
Passou por Nanterre para uma celebração e, ao dar a bênção para o povo, teve um
discernimento no Espírito Santo e chamou aquela menina de oito anos para a vida
consagrada. A resposta dela foi de que não pensava em outra coisa desde
pequenina.
Santa Genoveva queria ser totalmente do Senhor. Não demorou
muito tempo, ela fez um voto a Deus para viver a virgindade consagrada. Com o
falecimento dos pais, dirigiu-se a Paris para morar na casa de uma madrinha.
Ali, vida de oração, penitência de oferta a Deus para a salvação das almas.
Então, ela foi ficando conhecida pelo seu ardor, pelo seu amor e pelo desejo de
testemunhar Jesus Cristo a todos os corações.
Incompreendida pelas pessoas, ela chegou ao ponto de de ser
defendida pelo mesmo Bispo que a chamou para a vida de consagração. Em Paris,
ela ficou gravemente enferma; na doença, na dificuldade, chegou a ficar 3 dias
em coma. Mas, em tudo, entregava-se à vontade de Deus. E o seu coração ia se
dilatando e acolhendo a realidade de tantos. Uma mulher de verdade.
Por causa da invasão do Hunos em várias regiões, chegou, em
Paris, uma história que estava amedrontando toda gente: os Hunos estava
chegando para invadir e destruir a capital. Não era verdade e ela o soube.
Então, fez questão de falar a verdade para o povo. Eles a perseguiram e
quiseram queimá-la como feiticeira. Mas a sua fidelidade a Deus sempre foi a
melhor resposta.
Numa outra ocasião, de fato, os Hunos estavam para invadir e
destruir Paris. Santa Genoveva chamou o povo para a oração e penitência; e não
aconteceu aquela invasão. A sua fama de santidade e sua humildade para
comunicar Cristo Jesus iam cada vez mais longe. Santa Genoveva ia ao encontro
de povos, e a influência que tinha era para socorrer os doentes, os famintos,
uma mulher de caridade, uma santa. Quantas jovens puderam ser despertadas para
uma vocação de virgindade consagrada a partir do testemunho de santa Genoveva!
Ela faleceu com quase 90 anos.
Hoje, recordamos três nomes e três amigos em Cristo Jesus. Reconhecidos
como luminários da Capadócia, região da Turquia, são eles: Gregório, seu irmão
de sangue, São Basílio Magno e o amigo São Gregório Nazianzeno. Dois irmãos de
sangue, três grandes amigos em Cristo Jesus.
São Basílio Magno nasceu no ano 4 d.C, em Cesaréia, dentro
de uma família santa que buscava testemunhar, na própria vida e na formação dos
filhos, o grande amor por Cristo e pela Igreja. Foi assim que, ajudado pelo
pai, São Basílio Magno recebeu a primeira formação. Depois, passou por Constantinopla,
chegando a estudar em Atenas e formar-se em retórica. A essa altura, mesmo
tendo um coração bem semeado pelo Evangelho, ele começou a buscar glórias
humanas. É importante percebermos isso na história dos santos. Eles não
nasceram santos e não foram obrigados a ser santos; aceitaram este desafio,
mesmo que houvesse, em algum período, um desvio. Mas a misericórdia do Senhor
sempre nos dará uma nova change. Foi o que aconteceu com São Basílico.
Ao conhecer o amigo São Gregório Nazianzeno, São Basílio conheceu
Cristo mais profundamente e retomou a amizade com Jesus. Ele, que já era muito
culto, direcionou todo o seu potencial para Aquele que é a verdade, o Logus, o
Verbo que se fez carne, Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador. Retirou-se por
um tempo dali e pôde viver uma vida de muita oração e penitência. Depois, foi
inspirado a se aprofundar na vida eremítica e também na vida monástica. Visitou
o Egito, Síria, Palestina e estudou ao ponto de, com seu amigo Nazianzeno,
começar uma comunidade monástica.
Aconteceu que, diante da realidade na qual o Arianismo –
heresia que afirmava que Jesus Cristo não é Deus – confundia muito as pessoas e
ainda era apoida pelo imperador do Oriente chamado Valente. Enfim, que confusão
doutrinal! Nesta altura, em Cesaréia, São Basílio, em 370 d.C. foi eleito
bispo, sucessor de um dos apóstolos. Homem de caridade e de testemunho, ele
pôde combater e ver a verdade vencendo o Arianismo. O imperador não colocava
medo nesse homem cheio do Espírito Santo. São Basílio também tinha muitas
obras, não era apenas um homem de palavras; cidades de caridade surgiram por
meio dele.
Ainda padre, ele já era um testemunho reconhecido, uma
autoridade não só pela Igreja, mas pela vida. São Basílio Magno deixou uma
riqueza de escritos e, principalmente, a certeza de que amigo de Jesus, felizes
nós seremos. Em 379 d.C., ele partiu para o céu e intercede por nós.
Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça
para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da
encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!
Este título traz em si um dogma que dependeu de dois
Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes
dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da
consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e
verdadeiro homem.
No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo
Atanásio: "A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza
humana. Segundo a divina escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro,
porque era um corpo idêntico ao nosso". Maria é, portanto, nossa irmã,
pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da
encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a
realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um
corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem
diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a
Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem
é a Mãe de Deus.
No terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa
Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de igreja como
Nestório, patriarca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no
mistério de Cristo existiam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é
isso que testemunha a Sagrada Escritura. porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus
em duas naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a
Santíssima Virgem é Mãe de Deus.
Este Papa dos inícios da nossa Igreja era um homem piedoso e
santo, mas de personalidade pouco marcada. São Silvestre I apagou-se ao lado de
um Imperador culto e ousado como Constantino, o qual, mais que servi-lo se terá
antes servido dele, da sua simplicidade e humanidade, agindo por vezes como
verdadeiro Bispo da Igreja, sobretudo no Oriente, onde recebe o nome de
Isapóstolo, isto é, igual aos apóstolos.
E na realidade, nos assuntos externos da Igreja, o Imperador
considerava-se acima dos próprios Bispos, o Bispo dos Bispos, com inevitáveis
intromissões nos próprios assuntos internos, uma vez que, com a sua mentalidade
ainda pagã, não estava capacitado para entender e aceitar um poder espiritual
diferente e acima do civil ou político.
E talvez São Silvestre, na sua simplicidade, tivesse sido o
Papa ideal para a circunstância. Outro Papa mais exigente, mais cioso da sua
autoridade, teria irritado a megalomania de Constantino, perdendo a sua
proteção. Ainda estava muito viva a lembrança dos horrores por que passara a
Igreja no reinado de Diocleciano, e São Silvestre, testemunha dessa perseguição
que ameaçou subverter por completo a Igreja, terá preferido agradecer este dom
inesperado da proteção imperial e agir com moderação e prudência.
Constantino terá certamente exorbitado. Mas isso ter-se-á
devido ao desejo de manter a paz no Império, ameaçada por dissenções
ideológicas da Igreja, como na questão do donatismo que, apesar de já condenado
no pontificado anterior, se vê de novo discutido, em 316, por iniciativa sua.
Dois anos depois, gerou-se nova agitação doutrinária mais
perigosa, com origem na pregação de Ario, sacerdote alexandrino que negava a
divindade da segunda Pessoa e, consequentemente, o mistério da Santíssima
Trindade. Constantino, inteirado da agitação doutrinária, manda mais uma vez
convocar os Bispos do Império para dirimirem a questão. Sabemos pelo Liber
Pontificalis, por Eusébio e Santo Atanásio, que o Papa dá o seu acordo, e
envia, como representantes seus, Ósio, Bispo de Córdova, acompanhado por dois
presbíteros.
Ele, como dignidade suprema, não se imiscuiria nas disputas,
reservando-se a aprovação do veredito final. Além disso, não convinha parecer
demasiado submisso ao Imperador.
Foi o primeiro Concílio Ecumênico (universal) que reuniu em
Niceia, no ano 325, mais de 300 Bispos, com o próprio Imperador a presidir em
lugar de honra. Os Padres conciliares não tiveram dificuldade em fazer
prevalecer a doutrina recebida dos Apóstolos sobre a divindade de Cristo,
proposta energicamente pelo Bispo de Alexandria, Santo Atanásio. A heresia de
Ario foi condenada sem hesitação e a ortodoxia trinitária ficou exarada no
chamado Símbolo Niceno ou Credo, ratificado por S. Silvestre.
Constantino, satisfeito com a união estabelecida, parte no
ano seguinte para as margens do Bósforo onde, em 330, inaugura Constantinopla,
a que seria a nova capital do Império, eixo nevrálgico entre o Oriente e o
Ocidente, até à sua queda em poder dos turcos otomanos, em 1453.
Data dessa altura a chamada doação constantiniana, mediante
a qual o Imperador entrega à Igreja, na pessoa de S. Silvestre, a Domus
Faustae, Casa de Fausta, sua esposa, ou palácio imperial de Latrão (residência
papal até Leão XI), junto ao qual se ergueria uma grandiosa basílica de cinco
naves, dedicada a Cristo Salvador e mais tarde a S. João Batista e S. João
Evangelista (futura e atual catedral episcopal de Roma, S. João de Latrão).
Mais tarde, doaria igualmente a própria cidade.
Depois de um longo pontificado, cheio de acontecimentos e
transformações profundas na vida da Igreja, morre S. Silvestre I no último dia
do ano 335, dia em que a Igreja venera a sua memória. Sepultado no cemitério de
Priscila, os seus restos mortais seriam transladados por Paulo I (757-767) para
a igreja erguida em sua memória.
Se o Natal tiver sido ao domingo; não tendo sido assim, a
Sagrada Família celebrar-se-á no domingo dentro da Oitava do Natal.
Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:
O exemplo de Nazaré:
Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de
Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende
a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e
misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão
bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá
compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do
ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares,
os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu
a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta
escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se
queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto
desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de
Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a
verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao
desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do
Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase
furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse
em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito,
tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto
estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo.
Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição
para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres.
Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da
meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a
família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter
sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a
educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano
social.
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do
carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas
redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de
modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não
pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam
não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam
para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de
todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta
de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor.
João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do
Ano Internacional da Família, 1994, escreve:
A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias
santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados
(LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do
"evangelho da família", mesmo que não sejam conhecidas nem
proclamadas santas pela Igreja...
A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana,
ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a
aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de
Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e
José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.