sábado, 10 de dezembro de 2022

santo do dia - São João da Cruz - 14.12.2022


   





São João da Cruz

Juan de Yepes nasceu em Ávila, Espanha, em 1542. Com a morte do pai, a mãe mudou para Medina, onde Juan trabalhava num hospital de dia e estudava gramática a noite. Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita, adotando o nome de João da Cruz, e logo demonstrou vocação para vida austera e penitencial. Foi estudar teologia na Universidade de Salamanca, e nos tempos livres visitava doentes nos hospitais, servindo-os como enfermeiro. Sacerdote aos 25 anos, e insatisfeito com a (in)disciplina nos mosteiros carmelitas, cogitou fazer-se trapista.

Conheceu então Santa Teresa de Ávila, que o convenceu a, com ela, reformar o Carmelo. Esta reforma implicava na oposição dos muitos que se sentiam desconfortáveis com uma vida mais fiel ao espírito original da Ordem, e por isso ele sofreu perseguições e calúnias, chegando a ficar encarcerado nove meses na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma. Conseguiu fugir e continuar a sua obra.

Pedia insistentemente a Deus três coisas: primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito; segundo, não deixá-lo sair deste mundo como superior de uma Ordem ou comunidade; e terceiro, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos homens, e em tudo foi atendido.

Através das penitências e sofrimentos, João chegou a um altíssimo grau de santidade, que incluiu êxtases e visões. Profundamente contemplativo, deixou obras essenciais de temas ascéticos e místicos, de valor perene e que lhe conferiram o título de Doutor da Igreja. Mas sua poesia lírica é também uma das mais expressivas da literatura espanhola.



Faleceu após penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas 49 anos de idade, na Espanha, após novas incompreensões e calúnias – foi exonerado de todos os cargos na comunidade, passando os seus últimos meses no abandono e na solidão.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

São João da Cruz é uma daquelas raras vocações que, pela via voluntária de enormes sofrimentos, procura identificar-se com Cristo na Sua dolorosa Paixão, e por consequência atinge igualmente raros níveis de santidade. Para a maior parte dos fiéis, Deus pede apenas a boa vontade de aceitar os sofrimentos mais correntes desta vida, que sim incluem também doenças, injustiças, dificuldades, mas em graus muito mais brandos. E, na verdade, mesmo isso já nos é muito difícil. Sejamos humildes na compreensão da nossa pequenez, para não ofendermos a Deus pretendendo ser mais do que somos, e ao mesmo tempo agradeçamos pela Sua proteção e Providência, que nunca permitem sejamos expostos ao que não podemos suportar; e esta humildade, se pura e sincera, nos alcançará santidade tão grande como a dos maiores canonizados, pois não é propriamente no peso específico da nossa cruz que está o valor para Deus, mas sim no amor com que o carregamos.

Oração:

Ó Pai de misericórdia, que conheceis as nossas limitações e desejais o nosso bem, concedei-nos, por intercessão de São João da Cruz, a coragem e perseverança de alegremente aceitar as dificuldades que nos permitis viver, como caminho certo de salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Santa Maria, Vossa e nossa Mãe. Amém.

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

santo do dia - Santa Luzia - 13.12.2022


   





Santa Luzia

Os poucos dados históricos indicam que Luzia nasceu em Siracusa, ilha da Sicília, Itália. Sua família, nobre e rica, a educou na Fé, e cedo fez ela o voto de virgindade perpétua a Deus. Tendo ficado órfã de pai, sua mãe desejou que se casasse com um jovem de distinta família, mas pagão; Luzia pediu-lhe tempo para amadurecer sua resolução de castidade.

Neste período, a mãe ficou doente, sem esperança de recuperação, e Luzia propôs que peregrinassem à cidade de Catânia, ao túmulo de Santa Águeda, já então famosa pelos milagres concedidos. Ali foi a mãe curada, e depois disso Luzia se recusou definitivamente a casar. O noivo, revoltado, a denunciou ao governador Pascácio, por não ter cumprido a palavra e por ser cristã.

No julgamento a quiseram forçar a sacrificar aos deuses, e a ameaçaram, entre outras coisas, de colocá-la num prostíbulo. Como ela não cedesse, foi cruelmente torturada e por fim decapitada, a 13 de dezembro de 303.



Santa Luzia é considerada protetora das doenças dos olhos, o que parece ser devido ao fato de que a palavra Luzia, em Latim, está associada à luz, que é percebida pelos olhos.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

Chama a atenção o fato de quatro virgens, Santas Inês, Cecília, Águeda e Luzia, tivessem o privilégio de um ofício litúrgico próprio, e serem mencionadas, até hoje, no cânon da santa Missa. Todas elas foram muito veneradas na antiguidade. A pureza, de corpo e espírito, é de sumo agrado de Deus, e nos inícios do Cristianismo, em meio ao mundo pagão que desprezava a virgindade, quis a Trindade exaltar particularmente aqueles que se Lhe dedicaram de corpo e alma. São um exemplo que sempre será atual, não por acaso também nestes nossos dias, onde a sensualidade é exacerbada e leva tantos ao pecado. Não é possível querer agradar a Deus e ao mundo: ou seguimos os Mandamentos de Deus, que de fato levam à felicidade verdadeira, ou ficaremos corrompidos pelos prazeres ilegítimos, que por fim só trazem infelicidades e, pior, podem efetivamente levar as almas para o inferno.

Oração:

Deus de amor e bondade, concedei-nos, por intercessão de Vossa queridíssima filha Santa Luzia, a graça de nunca perder de vista os Vossos ensinamentos, para que, levando uma vida conforme a luz da Vossa sabedoria e vontade, cheguemos a Vos ver face a face no Paraíso que não tem fim. Por intercessão da sempre Virgem Maria, Vossa Mãe, e do castíssimo São José, Seu esposo. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

santo do dia - São Hermógenes - 12.12.2022

    








As poucas informações que puderam ser recolhidas sobres este São Hermógenes – há mais quatro com este nome – estão diretamente relacionadas a dois outros santos, Menas e Eugrafos, sendo que para este último os dados são ainda mais escassos. O contexto da época era o da perseguição religiosa aos cristãos, sob a tetrarquia do império romano: inicialmente Dioclesiano, Maximiano, Galério e Constâncio Cloro, que impuseram vários éditos (anúncio de uma lei; decreto), revogando os direitos legais dos cristãos e exigindo que adotassem as práticas religiosas pagãs. Diocleciano e Maximiano resignaram em 305; Constâncio e Galério tornaram-se Augustos, e os dois novos imperadores, Valério Severo e Maximino Daia (este entre 305–313), tornaram-se Césares, isto é, todos assumiram títulos imperiais. Com a morte de Galério em 311, Daia dividiu o império do Oriente com Licínio, sucessor de Constâncio Cloro. O grau das perseguições divergiu segundo cada tetrarca na sua própria região administrativa, e Daia as retomou, tenaz e cruelmente, no Egito, Palestina e Ásia Menor, após o Édito de Tolerância de Galério em 311.

São Menas era ateniense, convertido ao Cristianismo sem que Daia o soubesse, e por isso o nomeou governador em Alexandria. As ordens de perseguição que Menas recebeu do imperador obviamente não foram executadas, mas, ao contrário, o santo começou a dedicar-se à organização da Igreja local.

Daia enviou então Hermógenes para Alexandria, como novo governador e encarregado das perseguições, as quais ele iniciou com a prisão de Menas. Este foi torturado com crueldade, e deixado para morrer por consequência dos ferimentos, graves. Porém, para grande surpresa do governador, depois de algum tempo Hermógenes soube da cura completa do prisioneiro, e foi interrogá-lo sobre como isto havia sido possível.

“Quando me encontrava ferido e jogado ao chão, comecei a rezar, pois como diz o salmista: ‘ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam’ [Sl 23,4]”, foi a resposta. Diante deste testemunho, Hermógenes convenceu-se da Verdade, e também ele se converteu.



A notícia desta nova conversão levou Daia a ordenar a execução de ambos, por decapitação, no ano 313, em Alexandria; aparentemente, estava com estes dois ainda um terceiro mártir, São Eugrafos. Uma outra data citada para a festa destes santos é 10 de dezembro.



Reflexão:

O testemunho dos santos é sempre muito forte e convincente. São Menas, que havia buscado na Filosofia o que lhe faltava na religiosidade pagã da própria família, chegou por fim aos escritos cristãos, que lhe indicaram o caminho certo na espiritualidade; São Hermógenes nos dá um exemplo talvez ainda mais vivo, pois não parecia buscar até a sua conversão nada mais elevado que o politeísmo romano oficial. Talvez que a crueldade do trato aos cristãos o impressionasse, e o exemplo de são Menas fosse o ponto culminante de dúvidas que sempre existirão nas almas, pois naturalmente aspiramos ao que é maior e verdadeiro na existência. Já de São Eugrafos ficamos com o mistério de quais caminhos uma alma pode percorrer para chegar ao Pai: mas a certeza de que O podemos encontrar é já um passo na Fé, na confiança e na paz que almejamos. Seja pelo estudo, pela vivência ou por algum meio misterioso, fundamental é a honestidade da nossa busca, pois independentemente dos meios – e para cada filho de Deus há um caminho específico – o que importa é chegarmos ao nosso fim, natural e sobrenatural, da total Comunhão com Deus, iniciada nesta vida pelo Batismo e pela Eucaristia e plenificada na participação da própria vida Trinitária de Deus, no nosso Paraíso definitivo.

Oração:

Senhor Deus de Bondade, que nos oferece sempre inúmeros e renovados caminhos de aproximação a Vós, concedei-nos pela intercessão de São Hermógenes a graça da Fé que acredita e adere sem reservas ao perceber a Verdade, mesmo diante das perseguições, e a cura das nossas doenças de alma, pois só estas podem nos aprisionar e torturar na morte infinita. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

santo do dia - São Dâmaso - 11.12.2022


   






São Dâmaso I


Há alguma controvérsia sobre a nacionalidade de Dâmaso, romano, espanhol, ou “espanhol da Lusitânia”. Sua eleição ao papado, em 366, foi perturbada pela tentativa do antipapa herege dos arianos (que negavam a consubstancialidade de Jesus com o Pai), Ursino, de chegar à Cátedra de Pedro. Além do arianismo, seu pontificado teve que se colocar firmemente também contra outras seitas heréticas, como os marcionistas, os donatistas, os novacianos, os sabelianos, os apolinaristas, os macedonianos…

Com tudo isso, definiu inequivocamente o primado do Romano Pontífice (a Igreja de Roma exerce jurisdição sobre todas as demais), constituiu o II Concílio Ecumênico em Constantinopla, organizou o canto dos Salmos, obrigatórios para o clero nas igrejas e mosteiros. Conviveu e contou com o auxílio de Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Agostinho e São Jerônimo, a quem encomendou a tradução, para o Latim, dos textos originais gregos e hebreus da Bíblia, conhecida como “Vulgata”, e que serviu durante séculos como referência para a Igreja.


Além disso, publicou uma decisão relativa ao catálogo dos livros bíblicos, de importância fundamental na definição do cânon da Sagrada Escritura.

Seu interesse pelas catacumbas o levou a visitá-las pessoalmente e a determinar sua digna restauração, bem como a levantar notícias dos seus mártires, em textos de grande importância histórica. Morreu em 11 de dezembro de 384, após mais de 18 anos de pontificado.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho


Reflexão:

São Dâmaso I foi talvez o Papa mais notável do século IV, época de grandes mudanças para a Igreja, tanto em relação a aspectos externos, de relação com o mundo civil, quanto a questões internas, que exigiam definições pastorais e combate a heresias. Sua firmeza e precisão doutrinária permitiram à Igreja navegar seguramente por estas águas difíceis, e, como no Corpo de Cristo há vários membros, que cooperam entre si, seu trabalho foi apoiado pela ação de outros grandes santos. Nossa maturidade na Fé conta também com o auxílio dos irmãos, através das suas orações e obras; tudo o que fazemos tem importância para o bem do próximo.

Oração:

Deus Pai, que guiais com mão segura a Vossa Igreja através dos tempos, concedei-nos pela intercessão de São Dâmaso I, Vosso Vigário nesta Terra, a segurança na Doutrina e a firmeza na Fé, para que como ele possamos alcançar a salvação ajudando o próximo, no serviço de perseverar no único Caminho que leva ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina, e por Vossa Mãe Santíssima. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

santo do dia - São Melquíades - 10.12.2022


   



São Melquíades

Nascido no norte da África, então pertencente ao Império Romano, Melquíades (ou Melcíades) fez parte do clero romano e foi eleito Papa em 310, época de perseguição aos cristãos por parte do imperador Maxêncio (Máximo).


Este foi derrotado por Constantino em 312, que teve uma visão antes da batalha decisiva e, reconhecendo o auxílio de Deus, promulgou em 313 o Edito de Milão, conferindo liberdade religiosa aos cristãos. Já então Melquíades havia sido torturado durante a perseguição, e por isso a Igreja o reconhece como mártir. Graças à paz com o governo civil, este Papa pôde reorganizar as paróquias romanas, reaver bens confiscados à Igreja, criar decretos disciplinares e litúrgicos, bem como iniciar a construção da primeira igreja em Roma, a Basílica Lateranense.

Seu curto pontificado de quatro anos teve que lidar, porém, com um inimigo interno, sempre mais prejudicial à Igreja do que as oposições externas. Em Cartago, na África, o prelado Donato pretendeu contestar as nomeações dos ministros de Deus, de modo fanático se substituindo à legítima autoridade da Igreja. A heresia donatista foi afastada com o auxílio de Constantino, mas continuou causando problemas durante todo aquele século.

São Melquíades faleceu em 11 de janeiro de 314, mas sua festa foi colocada neste dia.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho




Reflexão:

Os maiores inimigos do Corpo Místico de Cristo, e das almas, são os que atuam no seu interior. De fato, as perseguições são inevitavelmente seguidas de abundantes conversões, e o sangue dos mártires, como já se disse, é semente de novos fiéis. Ao contrário, cismas e heresias afastam inúmeras almas de Deus, com o perigo muito objetivo de que estas se condenem ao inferno. Os pecados que cometemos, e que ofendem a Deus e Dele nos separam, só acontecem porque, interiormente, acabamos por ceder às tentações: se heroicamente resistirmos (sempre e apenas ) com o auxílio de Deus, não pecaremos, como por exemplo São Bento que, diante da tentação sensual, atirou-se nu em meio às urtigas.

Oração:

Ó Deus clemente, que conheceis as nossas fraquezas e a necessidade que temos da Vossa graça para perseverar nas virtudes, concedei-nos por intercessão de São Melquíades a fortaleza no combate aos nossos inimigos internos, que insidiosamente nos querem afastar do Bem e Vos levar a de novo sofrer os martírios da Paixão. Por intercessão de Nossa Senhora, Vossa Mãe e nossa protetora. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

santo do dia - São Juan Diego Cuauhtlatoatzin - 09.12.2022


   





São Juan Diego Cuauhtlatoatzin

Juan Diego nasceu em 1474 em Cuauhtitlan, atual cidade do México, pertencendo à mais baixa casta do Império Asteca; antes de ser batizado, seu nome era Cuauhtlatoatzin. Era pobre e dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Convertido com sua esposa pelos franciscanos chegados ao México em 1524, caminhava 20 quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco.

Era muito piedoso. Em 9 de dezembro de 1531, Nossa Senhora lhe apareceu pela primeira vez, chamando-o de “Joaõzinho”, “meu filho caçula”, em sua língua nativa (nahuatl). Queria Ela a construção de uma igreja naquele local, na região de Guadalupe, o que dependia da licença do Bispo, Dom João de Zumárraga. Este pediu a Juan provas da aparição; então no dia 12 a Virgem disse a Juan Diego para colher flores no alto da colina de Tepeyac, embora não fosse época delas, e as apresentasse ao bispo.

Ao abrir a sua túnica, feita de fibras de cacto, um tecido chamado tilma ou ayate, não apenas o bispo reconheceu o milagre das flores, como sobre o manto de Juan ficou a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que, à luz de estudos modernos, apresenta várias e impressionantes condições milagrosas – incluindo o fato da imagem não estar tingida ou impressa no manto, mas “flutuando” sobre ele.



Depois disso, e já estando viúvo, Juan passou a morar numa sala ao lado da capela onde ficou o manto. Dedicou o resto da vida à divulgação das aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos astecas, conseguindo inúmeras conversões. Faleceu em 3 de junho de 1548, com 74 anos.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

Nossa Senhora de Guadalupe é padroeira da América Latina. A importância deste fato é tanto maior quanto gravíssima é a crise de fé no mundo católico atual, que na América Latina se apresenta nos governos anticatólicos em quase todos os seus países, e nas campanhas políticas de fundo ateu e materialista que procuram confundir os povos com promessas de utópicos “paraísos terrestres” igualitários e dirigidos por regimes ditatoriais. “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), preveniu o Cristo (o que não quer dizer que devam ser ignorados, mas sim que este mundo jamais será perfeito), “mas a Mim não tereis sempre”: Jesus Se referia à Sua morte na Cruz, mas também ao fato de que, se nos preocuparmos mais com as coisas deste mundo, acabaremos por perdê-Lo na vida infinita que vem após a morte. A caridade e a preocupação legítima com os mais necessitados são parte da ação normal da Igreja, e de qualquer homem de boa vontade; mas mesmo isto não é mais importante que amar primeiro a Cristo – antes que à política, antes que ao mundo, antes que a si mesmo, antes que ao próximo. Tentativas de “justiça social” que oferecem métodos que afastam de Deus não são obra Dele: os fins não justificam os meios.

Oração:

Deus de infinito amor, que quereis a plenitude da felicidade humana, e não apenas bens passageiros para os Vossos filhos, concedei-nos por intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe a mesma riqueza que destes a São Juan Diego, o de nos preocuparmos mais em Vos levar ao próximo e buscar a conversão dos pecadores, motivo pelo qual ele mereceu o Céu, do que desejarmos a impossível perfeição material deste mundo que passa. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

santo do dia - São Sofrônio - 08.2022

  



São Sofrônio

Sofrônio tinha ascendência árabe; nasceu em Damasco, na Síria, no fim do século VI (560?). Piedoso e com amor pelo conhecimento desde a juventude, foi chamado de “O Sábio” pela facilidade com a Filosofia. Foi professor de Retórica e mais tarde destacou-se como teólogo, frente à heresia monotelista.

Em 580 tornou-se asceta, no Egito, e entrou para o Mosteiro de São Teodósio, situado entre Belém e Jerusalém. Ali tornou-se filho espiritual do monge e sacerdote João Mosco, famoso cronista. Passaram a viajar juntos na Síria, Ásia Menor e Egito, registrando e escrevendo sobre a vida de diferentes ascetas (na sua obra “Prado Espiritual”, dedicada a Sofrônio e obra importante no II Concílio de Nicéia em 787, ou VII Concílio Ecumênico do Cristianismo, o último a ser aceito tanto pela Igreja Católica quanto pela Igreja Ortodoxa, João Mosco refere, por exemplo, a história de São Gerásimo, falecido em 475, o qual curou um leão que passou a servi-lo como um animal doméstico). Permaneceram dois anos em Alexandria, auxiliando São João o Esmoleiro (Esmoler; ou também São João Misericordioso) no combate ao monofisismo. Em 619, tendo ido a Roma em peregrinação, falece João Mosco, e Sofrônio acompanha o traslado do seu corpo para o sepultamento no Mosteiro de São Teodósio.

Enquanto isso, o imperador romano do Oriente, Heráclio, após concluir a paz com os persas invasores entre 628-630, procurava unir seus súditos, divididos entre cristãos e monofisitas (heresia surgida dois séculos antes proclamando haver apenas uma natureza em Cristo, a divina, que teria absorvido a humana). Propôs assim, juntamente como patriarca Sérgio I de Constantinopla, o chamado monoenergismo, que admitia corretamente as duas naturezas de Cristo, mas afirmava ter Ele apenas uma “energia” (energeia), ou “atividade” (um termo cuja definição foi deixada deliberadamente vaga), divina – deste modo, pretendiam agradar a ambos os lados. Em 632 foi aceita esta “fusão” pelos patriarcas de Constantinopla, Alexandria e Antioquia (mas não pelos fiéis); o Papa Honório, a princípio, parece não ter percebido a gravidade do problema, e não se manifestou claramente contra o monoenergismo. Contudo Sofrônio, do seu mosteiro, opôs-se energicamente. Em 633 viajou parra Alexandria e Constantinopla na tentativa de demover seus patriarcas da heresia, mas sem sucesso. Infelizmente, as suas muitas obras sobre o tema foram perdidas – uma como que antologia de cerca de 600 textos dos Padres Gregos, isto é os apologistas que escreveram em Grego, como por exemplo Santo Ireneu, São João Crisóstomo, etc., defendendo as duas vontades em Jesus.

Retornando à Palestina em 634, Sofrônio foi eleito patriarca de Jerusalém pela sua sabedoria, piedade e ortodoxia na Fé. Logo convocou um sínodo em Chipre para tratar da heresia, escrevendo uma carta na qual expunha e defendia a correta doutrina cristã (ratificada no III Concílio de Constantinopla, ou VI Concílio Ecumênico de 680-681, onde ficaram definitivamente condenadas as heresias monoenergita e monotelita). Os bispos porém não o apoiaram. Como a situação não ficasse bem resolvida, em 638 Heráclio e Sérgio I propuseram outra alternativa, o monotelismo, onde, além de uma única “energia”, Cristo teria igualmente apenas uma vontade (Sua vontade humana “absorvida” pela vontade divina). Esta nova versão herética foi tão combatida quanto a anterior, tanto por São Sofrônio quanto por São Máximo, estendendo-se o confronto ainda após a morte de Heráclio, em 641. Por fim, o concílio de 680-681 definiu dogmaticamente a respeito das vontades e operações, divina e humana, de Jesus, que não se misturam nem se contradizem, assim como o Concílio de Calcedônia (em 451) esclareceu a respeito das Suas duas naturezas, divina e humana.

A união dos cristãos era fundamental para o imperador Heráclio, que depois dos persas teve que enfrentar o avanço do Islamismo na Palestina no ano do patriarcado de Sofrônio (634), por isso a tentativa monotelita. Mas Damasco foi tomada pelos maometanos em 636, após a batalha de Jarmuque, acabando com a resistência imperial na região; o controle muçulmano foi entendido por São Sofrônio como “o inevitável castigo aos cristãos fracos e vacilantes pelos involuntários representantes de Deus", uma referência clara à insistência nas heresias.

Com o cerco a Jerusalém, em 637, São Sofrônio teve que pregar o sermão da Natividade nesta cidade, pois Belém já era inacessível. A ameaça da fome obrigou a rendição ao califa Omar em 638, e Sofrônio ainda negociou com ele certas liberdades civis e religiosas para os cristãos, pelo Acordo de Omar, que contudo não foi plenamente cumprido. Pouco tempo depois, depauperado pelas lutas contra as heresias e aos 78 anos, Sofrônio faleceu a 11 de março. Ele é venerado na Igreja Católica e na Ortodoxa (nesta e em algumas fontes católicas, o dia da sua festa é também 11 de março).



Além dos textos contra as heresias, Sofrônio escreveu muitas outras obras, como: os elogios funerários (encômios) de São Ciro e São João, mártires de Alexandria; um agradecimento pela recuperação da sua própria vista; 23 poemas sobre temas como o cerco muçulmano a Jerusalém e sobre diversas celebrações litúrgicas; a “Vida de Santa Maria do Egito” (ou Maria egipcíaca); comentários sobre a Liturgia; quase mil tropários (poemas de forma típica do rito das Igrejas do Oriente), sermões e homilias, incluindo vários sobre Nossa Senhora.



Reflexão:

O apreço à santidade e à sabedoria levou São Sofrônio a buscar incansavelmente, ao longo de toda a sua vida, a Verdade, única fonte de felicidade e realização – e salvação. Na vida ascética monacal e nas peregrinações e viagens para conhecer e registrar a vida e o exemplo dos santos, pode-se dizer, na vida contemplativa e na vida ativa, deu-nos ele o exemplo de tudo direcionar para Cristo e Nele fundamentar as ideias e ações. E não por mera coincidência defrontou-se este santo com os inimigos internos e externos da Igreja, no seu caso as últimas heresias cristológicas e o avanço muçulmano: para nós, hoje, há o combate contra a ideologização política e socializante da Igreja, vinda de dentro, e os perigos concretos de perseguição política, cultural e em alguns casos mesmo territorial em nações onde o Catolicismo é a base histórica. Seu diagnóstico sobre a queda de Constantinopla é um alerta atualíssimo para os que se afastam da Verdade de Deus: “o inevitável castigo aos cristãos fracos e vacilantes pelos involuntários representantes de Deus". “Involuntários” parece indicar o sentido dos que de fato “não têm vontade” de seguir a sã Doutrina... De certo modo cabe também para a atualidade prestar atenção se, como nos princípios dos monotelitas e monoenergitas, não estão os católicos mais afeitos a uma única vontade – mas, neste caso, só a “humana”, e não à divina – e se não se dá mais importância a “energias” mal definidas do que à realidade da atividade Toda Poderosa de Deus, e da nossa concomitante livre-escolha e portanto responsabilidade, como imagem e semelhança que Dele somos por natureza. Vale a pena considerar estes pontos; pois tudo o que fazemos e o que por fim teremos depende disto.

Oração:

Senhor Deus, Amor Todo Poderoso e o único em Quem se pode confiar, concedei-nos por intercessão de São Sofrônio a graça, a coragem e a determinação de, por amor à Verdade, isto é, a Vós como Pai, Filho e Espírito Santo, jamais deixarmos de lutar pelo que nos ensinastes por Jesus, na Vossa única e Santa Igreja Católica, para a Vossa glória, o bem das nossas almas e as dos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

santo do dia - Santo Ambrósio - 07.12.2022


  





Santo Ambrósio


Ambrósio, filho de nobres romanos, nasceu em Tréveris, Alemanha, em 340, quando seu pai era governador das Gálias. Recebeu tradicional educação romana, rica em valores morais e cívicos, pelo amor à justiça, retidão, probidade, doação às causas públicas. Aos 35 anos, catecúmeno (na época, o batismo era adiado até a idade adulta) e governador romano com sede em Milão, foi à igreja onde se deveria eleger um novo bispo, para manter a ordem pública: havia uma divergência entre os fiéis católicos e os hereges arianos.

Foi surpreendido com a sua aclamação a bispo, pelo clero e pelos fiéis, por conta das suas elevadas qualidades. Foi então batizado, ordenado sacerdote e sagrado bispo, apesar de seus protestos, mas reconhecendo naquela aclamação a vontade de Deus.

Grande organizador e administrador como alto funcionário do Império, fez o mesmo no episcopado, destacando-se no campo pastoral, doutrinal, litúrgico, político; extirpou definitivamente os restos de paganismo no Senado romano, que ainda cultuava a “deusa vitória”; impôs ao imperador Teodósio, como a qualquer outro fiel, penitência pública por tolerar abusos dos seus legionários que devastaram a cidade de Tessalônica.



Seus escritos, em latim clássico e elegante, atraíam pela forma e pelo conteúdo, e assim um jovem professor de retórica, Agostinho, chegou à conversão… escreveu textos ascéticos, tratados sobre os deveres do clero e dos fiéis, e quatro obras sobre a virgindade, virtude ignorada pela moral romana. Também poemas, alguns ainda constantes do breviário litúrgico. Por tudo isso, é considerado Doutor da Igreja. Porém, mais do que pregar, vivia a sua fé: jejuava todos os dias, exceto aos domingos, e distribuiu seu grande patrimônio aos pobres e obras de caridade. Faleceu em 4 de abril de 394, aos 60 anos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho


Reflexão:

Sempre fundamental é a coerência de vida para os que seguem a Cristo, que nos deixou o exemplo de ensinar, e viver concretamente, a Fé. Intelectual e grande administrador, civil e religioso, foi a prática da caridade – seja na correção a um imperador, seja nas obras de misericórdia aos pobres – que deu testemunho da verdade de vida de Santo Ambrósio. A grandeza da partilha dos seus bens, espirituais e materiais, com todos, é modelo claro de ação para os fiéis de todos os tempos.

Oração:

Deus de bondade e misericórdia, que tantas graças e dons concedestes a Santo Ambrósio, dai-nos, pela sua intercessão, utilizar com perseverança e coerência tudo o que de Vós recebemos, para o bem do próximo e para a Vossa maior glória, na generosidade caridosa da entrega e do serviço. Pelas doces mãos de Nossa Senhora, Vossa e nossa Mãe. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

domingo, 4 de dezembro de 2022

santo do dia - São Nicolau - 06.12.2022

  





São Nicolau


Nicolau nasceu de pais ricos e piedosos, por volta do ano 275, na Lícia, atual Turquia. Sacerdote da diocese de Mitra, dedicou-se à evangelização e conversão dos pagãos, num período de perseguição religiosa.

Extremamente caridoso, distribuiu sua herança aos pobres. Eleito bispo de Mira, foi preso na perseguição de Dioclesiano, por volta de 310; antes de ser condenado à morte, publicou-se o Edito de Milão (313), que concedia a liberdade religiosa, o que lhe salvou a vida. Participou do Concílio de Nicéia, em 235, ocasião onde Constantino Magno, imperador de Roma, ajoelhou-se para beijar as cicatrizes de Nicolau e outros varões torturados na última perseguição. Nicolau recebeu de Deus o poder dos milagres, especialmente em favor dos doentes.

Sua extraordinária caridade, porém, é que o tornou um dos santos mais conhecidos e amados, no Oriente e no Ocidente. Um caso particular ilustra mais a sua fama: sabendo que um pai pobre tencionava entregar suas três filhas à prostituição, por não ter como pagar o dote dos seus casamentos, Nicolau jogou pela janela da casa três bolsas com o dinheiro necessário. Este fato, e a tradição que menciona suas doações, sempre anônimas, de moedas de ouro, comida e roupas para os pobres e viúvas, e presentes para as crianças, deu origem à lenda natalina de “Papai Noel”.

Nicolau é padroeiro da Rússia e outros lugares, bem como dos marinheiros e moças solteiras. Antes da revolução comunista, muitos czares adotaram o seu nome, e em Bári, Itália, onde estão seus restos mortais (para lá transladados pela ameaça muçulmana de profanação do seu túmulo), havia hospedaria exclusiva para os peregrinos russos que iam venerar suas relíquias.



Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

É motivo de alegria que a caridade de tão grande Santo seja a base de uma figura simpática como Papai Noel, mas nem por isso devemos deixar que a fantasia moderna, cada vez mais desvirtuada pelo interesse material, relegue a segundo plano o verdadeiro valor do amor desinteressado ao próximo. Devemos associar ao Natal a maior das caridades, a Encarnação de Jesus, para a nossa salvação; e comemorá-la com o presente do amor ao próximo, que não se manifesta principalmente em presentes materiais (embora estes não sejam, claro, condenáveis), mas na doação de nós mesmos. A demasiada preocupação, que pode chegar à ideia de “obrigação”, de presentes materiais no Natal afastam nosso coração da contemplação do nascimento de Cristo, este sim o presente máximo que Deus nos dá e que devemos repassar aos irmãos.

Oração:

Ó Jesus, que quisestes assumir a nossa natureza humana como meio de Redenção, concedei-nos, por intercessão de São Nicolau, a caridade operosa aos necessitados, e a defesa da pureza e virgindade. Que não seja em vão para as almas a grandeza do Vosso amor, que nos enriquece com o Vosso rebaixamento à condição de criatura, para elevar o servo à condição de Filho. Pelas mãos amorosas de Nossa Senhora e São José. Amém.

Fonte https://www.a12.com/