sábado, 25 de janeiro de 2014

26 de Janeiro - São Timóteo

O calendário da Igreja volta a homenagear Timóteo, agora juntamente com Tito, por terem ambos vivenciado toda a experiência de São Paulo, escolhendo por este motivo, o dia após a celebração da conversão do apóstolo. Os dois têm suas páginas individuais, destacando suas vidas.

Um santo muito antigo, venerado há muitos e muitos séculos, morreu no ano de 97. Timóteo era o "braço direito" do apóstolo Paulo, seu grande amigo e companheiro, sendo considerado, ao lado do mestre, como o primeiro e corajoso pregador do cristianismo. Quase sempre evangelizaram juntos, mas por várias vezes, Paulo o mandou como representante, em quase todos os lugares importantes daquela época, enquanto ele próprio abria novos caminhos.

Timóteo nasceu em Listra, Ásia. Seu pai era grego e pagão, a mãe se chamava Eunice e era judia. Foi educado dentro do judaísmo. Assim, quando o apóstolo Paulo esteve naquela cidade, tanto sua avó, mãe e ele próprio, então com vinte anos, se converteram. A partir daí, Timóteo decidiu que o seguiria e nunca mais se afastou do santo apóstolo.

Fiel colaborador de Paulo, o acompanhou em suas viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e Roma. Exceto quando ele o enviava para algumas missões nas igrejas que tinham fundado, com o objetivo de corrigir erros e manter a paz. Como fez em Tessalônica, com o seu aspecto de rapaz frágil. Porém "que ninguém despreze a tua jovem idade", lhe escreveu Paulo na primeira das duas cartas pessoais. E aos cristãos de Corinto o apresenta assim: "Estou lhes mandando Timóteo, meu filho dileto e fiel no Senhor: manterá em suas memórias os caminhos que lhes ensinei".

Na Palestina, o apóstolo ficou preso durante dois anos e tudo indica que Timóteo foi seu companheiro nessa situação também. Mas ao final deste período, ele foi colocado em liberdade, enquanto Paulo era levado para Roma.

Quando Paulo retornou, por volta do ano 66, Timóteo era o bispo de Éfeso e, com este cargo, foi nomeado pelo apóstolo para liderar a Igreja da Ásia Menor. As epístolas de Paulo, à ele endereçadas, viraram pura literatura cristã e se tornaram documentos preciosos de todos os tempos, como leme e bússola para a Igreja.
Mas, a sua morte nos ilustra muito bem o que era ser cristão e apóstolo naquela época. Durante uma grande festa onde era adorada a deusa Diana, Timóteo se colocou no centro dos pagãos e, tentando convertê-los, iniciou um severo discurso criticando e repreendendo o culto herege. Como resposta, os pagãos o mataram a pedradas e pauladas.

O apóstolo Paulo, escreveu a segunda carta a Timóteo estando de novo na prisão, a espera de sua morte: "Procure vir para junto de mim". Muitos, de fato, o haviam abandonado; o fiel Tito estava na Dalmácia; o frio o fazia sofrer e ele recomenda a Timóteo; "Traga-me o manto que deixei em Troadi".

Fonte: Paulinas

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

25 de Janeiro - Conversão de São Paulo

O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.

Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.

Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.

Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.

Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.

Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.

Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.

Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.

O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.

Fonte: Paulinas

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

24 de Janeiro - São Francisco de Sales

Francisco de Sales, primogênito dos treze filhos dos Barões de Boisy, nasceu no castelo de Sales, na Sabóia, em 21 de agosto de 1567. A família devota de São Francisco de Assis, escolheu esse para ele, que posteriormente o assumiu como exemplo de vida. A mãe se ocupava pessoalmente da educação de seus filhos. Para cada um escolheu um preceptor. O de Francisco era o padre Deage, que o acompanhou até sua morte, inclusive em Paris, onde o jovem barão fez os estudos universitários no Colégio dos jesuítas.

Francisco estudou retórica, filosofia e teologia que lhe permitiu ser depois o grande teólogo, pregador, polemista e diretor espiritual que caracterizaram seu trabalho apostólico. Por ser o herdeiro direto do nome e da tradição de sua família, recebeu também lições de esgrima, dança e equitação, para complementar sua já apurada formação. Mas se sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria.

Aos 24 anos, Francisco, doutor em leis, voltou para junto da família, que já lhe havia escolhido uma jovem nobre e rica herdeira para noiva e conseguido um cargo de membro do Senado saboiano. Ao vê-lo recusar tudo, seu pai soube do seu desejo de ser sacerdote, através do tio, cônego da catedral de Genebra, com quem Francisco havia conversado antes. Nessa mesma ocasião faleceu o capelão da catedral de Chamberi, e, o cônego seu tio, imediatamente obteve do Papa a nomeação de seu sobrinho para esse posto.
Só então seu pai, o Barão de Boisy, consentiu que seu primogênito se dedicasse inteiramente ao serviço de Deus. Sem poder prever que ele estava destinado a ser elevado à honra dos altares; e, muito mais, como Doutor da Igreja!

Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco, se ocupou com a evangelização do Chablais, cidade situada às margens do lago de Genebra, convertendo, com o risco da própria vida, os calvinistas. Para isso, divulgava folhetos nos quais refutava suas heresias, mediante as verdades católicas. Conseguindo reconduzir ao seio da verdadeira Igreja milhares de almas que seguiam o herege Calvino. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual.

Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra; e, três anos depois, assumiu a titularidade da diocese. Seu campo de ação aumentou muito. Assim, Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza, que desempenharam papel preponderante na reforma religiosa empreendida na época com madre Joana de Chantal, depois Santa, que se tornou sua co-fundadora da Ordem da Visitação, em 1610.

Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte. Até a família real da Sabóia não resistia ao Bispo-Príncipe de Genebra, que era sempre convidado para pregar também na Corte.

Publicou o livro que se tornaria imortal: "Introdução à vida devota". Francisco de Sales também escreveu para suas filhas da Visitação, o célebre "Tratado do Amor de Deus", onde desenvolveu o lema : "a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida". Os contemporâneos do Bispo-Príncipe de Genebra não tinham dúvidas a respeito de sua santidade, dentre eles Santa Joana de Chantal e São Vicente de Paulo, dos quais foi diretor espiritual.

Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. O culto ao Santo começou no próprio momento de sua morte. Ele é celebrado no dia 24 de janeiro porque neste dia, do ano de 1623, as suas relíquias mortais foram trasladadas para a sepultura definitiva em Anneci. Sua beatificação, em 1661, foi a primeira a ocorrer na basílica de São Pedro em Roma. Foi canonizado quatro anos depois. Pio IX declarou-o Doutor da Igreja e Pio XI proclamou-o o Padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos. Dom Bosco admirava tanto São Francisco de Sales que deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

Fonte: Paulinas

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

23 de Janeiro - Santo Ildefonso

Segundo os escritos foi por intercessão de Nossa Senhora, a pedido de seus pais, que Ildefonso nasceu. Assim, o culto mariano tomou grande parte de sua vida religiosa, ponteada por aparições e outras experiências de religiosidade.

Ildefonso veio ao mundo no dia 08 de dezembro de 607, em Toledo, na Espanha. De família real, que resistiu aos romanos, mas, que se renderam politicamente aos visigodos, foi preparado muito bem para o futuro. Estudou com Santo Isidoro em Sevilha. Depois de fugir para o mosteiro de São Damião nos arredores de Toledo, Ildefonso conseguiu dos pais aprovação para se tornar monge, o que aconteceu no mosteiro próximo de sua cidade natal.

Pouco depois de tornar-se diácono, herdou enorme fortuna devido à morte dos pais.
Empregou todas as posses em favor dos pobres e fundou um mosteiro para religiosas. Seu trabalho era tão reconhecido que após a morte do abade de seu mosteiro, foi eleito por unanimidade para sucedê-lo. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo, sendo o responsável pela unificação da liturgia espanhola.

Mais tarde, quando da morte de seu tio e bispo de Toledo, Eugênio II, contra sua vontade foi eleito para o cargo. Chegou a se esconder para não ter que aceitá-lo, sendo convencido pelo rei dos visigodos que o procurou pessoalmente. Depois disso, Ildefonso desempenhou a função com reconhecida e admirada disciplina nos preceitos do cristianismo, a mesma que exigia e obtinha de seus comandados.

Nessa época Ildefonso escreveu uma obra famosa contra os hereges que negavam a virgindade de Maria Santíssima, sustentando que a Mãe de Deus foi Virgem antes, durante e depois do Parto. Exerceu importante influência na Idade Média com seus livros exegéticos, dogmáticos, monásticos e litúrgicos.

Entre suas experiências de religiosidade constam várias aparições. Além de ter visto Nossa Senhora rodeada de virgens, entoando hinos religiosos, recebeu também a "visita" de Santa Leocádia, no dia de sua festa, 09 de dezembro. Ildefonso tentava localizar as relíquias da Santa e esta lhe indicou exatamente o lugar onde seu corpo fora sepultado.

O sábio bispo morreu em 23 de janeiro de 667, sendo enterrado na igreja de Santa Leocádia. Mas, anos depois, com receio da influência que a presença de seus restos mortais representava, os mouros pagãos os transferiram para Zamora, onde ficaram até 888. Somente em 1400 seus despojos foram encontrados sob as ruínas do local e expostos à veneração novamente.

Santo Ildefonso recebeu o título de doutor da Igreja e é tido pela Igreja como o último Padre do Ocidente. Dessa maneira são chamados os grandes homens da Igreja que entre os séculos dois e sete eram considerados como "Pais" tanto no Oriente como no Ocidente, porque foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentando as heresias com o seu saber, carisma e iluminação. São aos responsáveis pela fixação das Tradições e Ritos da Igreja.

Fonte: Paulinas

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

22 de Janeiro - São Vicente Pallotti

Vicente Pallotti nasceu em Roma , dia 21 de abril de 1795, numa família de classe média. Com sua mãe aprendeu a amar os irmãos mais pobres, crescendo generoso e bondoso. Enquanto nos estudos mostrava grande esforço e dedicação, nas orações mostrava devoção extremada ao Espírito Santo. Passava as férias no campo, na casa do tio, onde distribuía aos empregados os doces que recebia, gesto que o pai lhe ensinara: nenhum pobre saía de sua mercearia de mãos vazias.

Às vezes sua generosidade preocupava, pois geralmente no inverno, voltava para casa sem os sapatos e o casaco. Pallotti admirava Francisco de Assis, pensou em ser capuchinho, mas não foi possível devido sua frágil saúde. Em 1818, se consagrou sacerdote pela diocese de Roma,onde ocupou cargos importantes na hierarquia da Igreja. Muito culto obteve o doutorado em Filosofia e Teologia.

Mas foi a sua atuação em obras sociais e religiosas que lhe trouxe a santidade. Teve uma vida de profunda espiritualidade, jamais se afastando das atividades apostólicas. É fruto do seu trabalho, a importância que o Concílio Vaticano II, cento e trinta anos após sua morte, decretou para o apostolado dos leigos, dando espaço para o trabalho deles junto às comunidades cristãs. Necessidade primeira deste novo milênio, onde a proliferação dos pobres e da miséria, infelizmente se faz cada vez mais presente.

Vicente defendia que todo cristão leigo, através do sacramento do batismo, tem o legítimo direito assim como a obrigação de trabalhar pela pregação da fé católica, da mesma forma que os sacerdotes. Esta ação de apostolado que os novos tempos exigiria de todos os católicos, foi sem dúvida seu carisma de inspiração visionária . Fundou, em 1835, a Obra do Apostolado Católico, que envolvia e preparava os leigos para promoverem as suas associações evangelizadoras e de caridade, orientados pelos religiosos das duas Congregações criadas por ele para esta finalidade, a dos Padres Palotinos e das Irmãs Palotinas.

Vicente Pallotti morreu em Roma, no dia 22 de janeiro 1850, aos cinqüenta e cinco anos de idade. De saúde frágil, doou naquele inverno seu casaco a um pobre, adquirindo a doença que o vitimou. Assim sendo não pôde ver as duas famílias religiosas serem aprovadas pelo Vaticano, que devolvia as Regras indicando sempre algum erro. Com certeza um engano abençoado, pois a continuidade e a persistência destas Obras trouxeram o novo ânimo que a Igreja necessitava. Em 1904, foram reconhecidas pela Santa Sé, motivando o pedido de sua canonização.

O papa Pio XI o beatificou reconhecendo sua atuação de inspirado e "verdadeiro operário das missões". Em 1963, as suas idéias e carisma espiritual foi plenamente reconhecido pelo papa João XXIII que proclamou Vicente Pallotti, Santo.

Fonte: Paulinas

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

21 de Janeiro - Santa Inês

O nome "Agnes", para nós Inês, em grego significa pura e casta, enquanto em latim significa cordeiro. Para a Igreja, Santa Inês é o próprio símbolo da inocência e da castidade, que ela defendeu com a própria vida. A idéia da virgindade casta foi estabelecida na Igreja justamente para se contrapor à devassidão e aos costumes imorais dos pagãos. Inês levou às últimas conseqüências a escolha que fez à esses valores. É uma das Santas mais antigas do cristianismo. Sua existência transcorreu entre os séculos três e quatro, sendo martirizada durante a décima perseguição ordenada contra os cristãos, desta vez imposta pelo terrível imperador Diocleciano, em 304.

Inês pertencia à uma rica, nobre e cristã família romana. Isso lhe possibilitou receber uma educação dentro dos mais exatos preceitos religiosos, o que a fez tomar a decisão precoce de se tornar "esposa de Cristo". Tinha apenas 13 anos quando foi denunciada como cristã.

Dotada de uma beleza incomum, recebeu inúmeros pedidos de casamento, inclusive do filho do prefeito de Roma. Aliás, essa foi a causa que desencadeou seu suplício e uma violenta perseguição contra os cristãos. A narração que nos chegou conta que o rapaz, apesar das negativas da jovem, tentava corteja-la. Seu pai indignado com as constantes recusas que deixavam seu filho inconsolável, tentou forçar que Inês aceitasse seu filho como esposo, mas tudo em vão. Numa certa tarde de tempestade, o rapaz tentou toma-la nos braços, mas foi atingido por um raio e caiu morto aos seus pés. Quando o prefeito soube, procurou Inês com humildade e lhe implorou que pedisse a seu Deus pela vida de seu filho. Ela erguendo as mãos e voltando os olhos para o céu orou para que Nosso Senhor trouxesse o rapaz de volta à vida terrena, mostrando toda Sua misericórdia. O rapaz voltou e percebendo a santidade de Inês se converteu cristão. Porém, seu pai, o prefeito, viu aquela situação como um sinal de poder dos cristãos e resolveu aplicar a perseguição, decretada por Diocleciano, de modo implacável.

Inês, segundo ele, fora denunciada e por isso teria de ser enviada para a prisão. Mesmo assim, ela nunca tentou se livrar da pena em troca do casamento que fora proposto em nome do filho do prefeito e muito menos negou sua fé em Cristo. Preferiu sofrer as terríveis humilhações de seus carrascos, que estavam decididos a fazê-la mudar de idéia através da força. Arrastada violentamente até a presença de um ídolo pagão, para que o adorasse, Inês se manteve firme em suas orações à Cristo. Depois foi levada à uma casa de prostituição, para que fosse possuída à força, mas ninguém ousou tocar sequer num fio de seu cabelo, saindo de lá na mesma condição de castidade que chegou.

Cada vez mais a situação ficava fora do controle das autoridades romanas e o povo estava se convertendo em massa. Para aplacar os ânimos Inês foi levada ao Circo e condenada à fogueira, mas o fogo prodigiosamente se abriu e não a queimou. Assim, o prefeito decretou que fosse morta por decapitação a fio de espada, naquele exato momento. Foi dessa maneira que a jovem Inês testemunhou sua fé em Cristo.

Seu enterro foi um verdadeiro triunfo da fé; seus pais, levaram o corpo de Inês, e o enterraram num prédio que possuíam na estrada que de Roma conduz a Nomento. Nesse local, por volta do ano de 354, uma Basílica foi erguida a pedido da filha do imperador Constantino, em honra à Santa. Trata-se de uma das mais antigas de Roma, na qual encontram-se suas relíquias e sepultura. Na arte, Santa Inês é comumente representada com uma ovelha, e uma palma, sendo que a ovelha sugere sua castidade e inocência.

Sua pureza martirizada faz parte, até hoje, dos rituais da Igreja. Todo ano, no dia de sua veneração, em 21 de janeiro, é realizada na Basílica de Santa Inês, fora dos muros do Vaticano, uma Missa solene onde dois cordeirinhos brancos, ornados de flores e fitas são levados para o celebrante os benzer. Depois os mesmos são apresentados ao Papa, que os entrega a religiosas encarregadas de os guardar até a época da tosquia. Com sua lã são tecidos os pálios que, na vigília de São Pedro e São Paulo, são colocados sobre o altar da Basílica de São Pedro. Posteriormente esses pálios são enviados à todos os arcebispos do mundo católico ocidental e eles os recebem em sinal da obediência que devem à Santa Sé, como centro da autoridade religiosa.

Fonte: Paulinas

domingo, 19 de janeiro de 2014

20 de Janeiro - São Fabiano

Fabiano era um fazendeiro cristão nascido em Roma. Era um laico, quer dizer, não era um sacerdote, mas mesmo assim foi escolhido pelo povo e pelo clero, à ocupar a cátedra de São Pedro. Tudo aconteceu, devido a um fato ocorrido, quando a assembléia cristã estava tentando escolher o novo pastor da Igreja de Roma. Num determinado momento uma pomba, símbolo do Espírito Santo, pousou sobre sua cabeça e eles entenderam isto como um sinal de Deus. Foi eleito e ordenado: diácono, presbítero e bispo no mesmo dia, 10 de janeiro de 236. Depois de ser consagrado o vigésimo sacerdote a ocupar a Cátedra da Igreja de Roma, o então papa Fabiano se dirigiu ao túmulo de São Pedro para rezar.

Administrador nato, realizou o censo do povo de Cristo, presente na cidade de Roma. Depois dividiu a cidade em sete distritos eclesiásticos, ou paróquias, e delegou a cada uma os seus paroquianos, seu clero e suas catacumbas, como eram chamados os cemitérios. O papa Fabiano que era um quase desconhecido antes da eleição, foi muito apreciado também por suas intervenções doutrinais, especialmente nas controvérsias da Igreja da África. Sob seu pontificado de catorze anos, houve paz e desenvolvimento interno e externo da Igreja.

Segundo são Cipriano, bispo de Cartago, capital romana da África do norte, o próprio imperador Décio, admitia a sua competência e teria dito que preferia um rival no Império a um bispo como Fabiano em Roma. O soberano estava com problemas no seu governo, os domínios romanos diminuíam devido às constantes rebeliões, por isto definiu os cristãos como culpados e desencadeou uma ferrenha perseguição contra toda a Igreja.

Ocorreu um grande êxodo de cristãos de Roma, que se deslocaram para o Oriente à procura das comunidades religiosas dos desertos, um pouco mais protegidas das perseguições. Este foi o início para a vida eremita, com os "anacoretas", mais conhecidos como os padres do deserto. Entretanto, o papa Fabiano permaneceu no seu posto e não renegou a fé, sendo decapitado no dia 20 de janeiro de 250.

Assim escreveu sobre ele são Cipriano na Carta que enviou ao clero romano: "Quando era ainda incerta entre nós a notícia da morte desse homem justo, meu companheiro no episcopado.. a carta que me enviastes... por ela fiquei... a par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei, porque a integridade do seu governo foi coroada com um fim tão nobre."

Depois do seu martírio, a Cátedra de Pedro ficou desocupada por mais de um ano, até que o clero e o povo de Roma pudessem eleger um novo bispo, devido à intensa perseguição ao catolicismo.

Outros santos e beatos:
São Fabiano papa martirizado em 250.Soube governar a Igreja numa época de grande expansão, mas também de sangrentas provações, que culminaram com a perseguição de Décio — imperador que povoou de mártires o calendário cristão.
O papa Fabiano, durante 14 anos à testa da Igreja, era “homem incomparável”, na definição de um de seus contemporâneos, são Cipriano, não só em virtude da pureza de vida e bondade de coração, mas também por causa da firmeza com que dirigiu o leme da barca de Pedro e por sua capacidade administrativa. O próprio imperador — segundo informa o mesmo são Cipriano — chegou a dizer que preferia ter um rival no império a um bispo como Fabiano em Roma.
A esse papa se deve a divisão da cidade em sete circunscrições administrativas (distintas das regiões estabelecidas pela autoridade civil), em cada uma das quais colocou um diácono como auxiliar. Entretanto, o imperador encontrou o modo de se desfazer do temido bispo de Roma, enviando-o à forca.
Foi enterrado nas catacumbas de são Calisto e, aproximadamente cinqüenta anos depois, seus despojos foram transferidos para as catacumbas vizinhas de são Sebastião.

Fonte: Paulinas