sábado, 1 de fevereiro de 2014

02 de Fevereiro - Maria Domenica Mantovani

Maria Domenica, primogênita de quatro irmãos, nasceu em Castelletto de Brenzone, em Verona, no dia 12 de novembro de 1862. Teve nos seus pais João Batista Mantovani e Prudência Zamperini, e no seu avô, que vivia com eles, a influência profunda de uma família honesta e cristã de trabalhadores simples, piedosos e dignos.

Freqüentou apenas a escola primária, por causa da pobreza da família. Mas a falta de cultura foi compensada pelos dotes de inteligência, vontade e grande senso prático. Desde criança mostrou sua vocação religiosa e incentivada pelo avô, dedicava-se à oração e a tudo o que se referia a Deus. Casa, escola e igreja foram os campos que forjaram o seu caráter.

Maria Domenica tinha quinze anos, quando chegou o novo pároco Padre José Nascimbeni, mais tarde também beatificado. Desde então ele se tomou o seu diretor espiritual, que intuindo seu temperamento generoso, a forte vontade de prosseguir na vida da perfeição, conduziu-a seguro e lúcido, para as mais altas conquistas espirituais. Ela foi a sua primeira colaboradora nas muitas atividades paroquiais. Dedicava-se ao ensino do catecismo às crianças, visitava e assistia os doentes e os pobres. Inscrita na Pia União das Filhas de Maria, foi sempre fiel na observância do Regulamento, tornando-se espelho e modelo para suas companheiras.

Assim, aos vinte e quatro anos no dia da Virgem Imaculada da Conceição, aos 8 de dezembro de 1886, na presença do pároco, emitiu os voto de perpétua virgindade, dedicando-se completamente à Deus e empenhando-se no auxílio ao pároco em todas as suas iniciativas pastorais.

Quando o Padre Nascimbeni, depois de se aconselhar com o Bispo, decidiu fundar uma nova família religiosa, encontrou em Maria Domenica a sua principal colaboradora e que se tornou sua co-fundadora; junto com outras três jovens. As quatro fizeram um breve noviciado junto às Terciárias Franciscanas de Verona e em 1892, emitiram a profissão, iniciando em Castelletto o novo Instituto chamado " Pequenas Irmãs da Sagrada Família", cujo nome se tornou o indicativo da orientação apostólica e espiritual da nova congregação.

Maria Domenica Mantovani mudou o nome para Maria Josefina da Imaculada e foi escolhida como primeira superiora da casa, cargo que exerceu até a morte. Ela contribuiu muito na elaboração das Constituições e na formação das Irmãs. Colaboração que foi determinante para o desenvolvimento e expansão do Instituto. Sua obra completou a do Fundador, de tal forma que se confundiam. A ação dele era intensa, forte, enérgica; a dela era delicada, escondida, embora também firme. Ambas se apoiavam em eloqüentes exemplos e pacientes esperas.

Depois da morte do Fundador, em 1922, Maria Domenica continuou a guiar o Instituto, com ânimo, prudência, grande entrega a Deus e profundo senso de responsabilidade. E teve a graça de ver a aprovação canônica definitiva das Constituições e do Instituto, antes de morrer. Soube assim que a obra teria continuidade com as mil e duzentas Irmãs espalhadas por cento e cinqüenta casas filiais na Itália, Suíça, Albânia, Angola, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, dedicadas às mais variadas atividades apostólicas e caritativas.

Aos setenta e dois anos de idade Madre Maria Josefina da Imaculada faleceu depois de breve enfermidade, no dia 02 de fevereiro de 1934. Sepultada no cemitério de Castelletto de Brenzone; desde 1987 seu corpo incorrupto foi transladado para o mausoléu, já ocupado pelo Fundador, no interior da Casa-mãe do Instituto, naquela cidade. O Papa João Paulo II beatificou Maria Domenica Mantovani em 2003, destinando sua festa para o dia de seu transito.

Outros santos e beatos:
Santo Adalbaldo (†652) — de família nobre pela estirpe e santidade, autêntico viveiro de santos. Com efeito, foram santos a mãe, Gertrudes de Hamage, a esposa Rictrudes, bem como seus quatro filhos, Maurontes, Clotsinda, Eusébia e Adalsinda. Ele, assassinado pelos parentes de sua esposa, é venerado também como mártir.
Santa Adeloga (†745) — abadessa beneditina na abadia por ela fundada em Kitzingen, da Francônia.
Santo Aproniano — martirizado em 304. Converteu-se quando arrastava ao tribunal são Sisínio; ambos receberam a mesma condenação.
São Bruno e companheiros — martirizados em 880, em Ebsdorf, na Saxônia, onde tiveram de enfrentar o exército dos invasores normandos.
Santa Catarina de Ricci (1522-1590) — religiosa dominicana de Florença; teve o privilégio de presenciar as cenas da Paixão de Cristo, em meio a seus freqüentes êxtases.
São Columbano (†959) — eremita irlandês.
São Cornélio — centurião da coorte itálica, batizado por são Pedro em Cesaréia. Segundo a tradição, teria sido o primeiro bispo desta cidade.
São Flósculo (†480) — bispo de Orléans.
Santa Joana de Lestonnac (1556-1640) — fundadora de uma congregação para educar moças. Ao enviuvar aos 47 anos, depois de uma breve experiência entre as religiosas cistercienses, consagrou-se à própria instituição religiosa, que rapidamente se difundiu por toda a França. Foi canonizada em 1949.
São Lourenço de Cantuária (†619) — bispo beneditino enviado por são Gregório Magno para evangelizar a Inglaterra. Foi submetido a maus-tratos pelo rei Edibaldo, vindo este por fim a converter-se.
São Marcardo (†880) — bispo beneditino; um dos mártires de Ebsdorf.
São Teodorico (†880) — bispo martirizado em Ebsdorf.

São Teófano Vénard — sacerdote missionário no Vietnã e no Tonquim, onde foi martirizado; canonizado em 1988.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

01 de Fevereiro - Santa Brígida

Santa Brígida de Kildare virgem (450-525)
Em meio ao grande florescimento de santos irlandeses, entre os séculos IV e VIII, destaca-se essa mulher, venerada como a segunda padroeira da Irlanda, depois de são Patrício. Ela fundou o primeiro convento feminino na “ilha dos santos”, a partir do qual se originaram centenas de lendas e diversas comunidades femininas, todas inspiradas na regra ditada por essa santa, as quais enriqueceram o calendário de outros inúmeros santos.
No centro da espiritualidade de Kildare se encontra o constante apelo à misericórdia divina e à caridade para com os pobres. Com efeito, a santa aparece habitualmente representada em companhia de uma vaca, visto ser venerada como padroeira dos leiteiros e (por que não?) dos pacíficos ruminantes, fonte de precioso alimento, pois o senso prático da excelente mulher encontrara meio de saciar a fome de muitos pobres que batiam às portas do convento.

Outros santos e beatos:
Beato Antônio Manzoni (1237-1267) — peregrino de Pádua; distribuiu todos os seus haveres aos pobres e viveu de esmolas, peregrinando de santuário em santuário.
Santa Brígida de Fiésole — religiosa do século IX, irmã de santo André, abade de São Donato de Fiésole.
Santa Cínia — princesa irlandesa convertida por são Patrício.
São Claro (†1048) — eremita beneditino da diocese de Mogúncia.
Santa Crewenna — outra santa irlandesa do século V.
Santa Dardulacha (†524) — sucedeu a santa Brígida na direção do convento de Kildare.
Santo Henrique Morse (1549-1645) — jesuíta; um dos 40 mártires da Inglaterra, canonizado em 1970. Convertido ao catolicismo, em 1626 ingressou na Companhia de Jesus e se empenhou na prática das obras de caridade. Encarcerado duas vezes, foi decapitado em Tyburn.
Santo Iarlath (†480) — bispo irlandês de Armagh, discípulo de são Patrício.
São João (1098-1161) — conhecido como “da Gradinha”, em virtude da grade que cercava seu túmulo; biSão Paulo (†405) — bispo de Trois-Château, no Delfinado.
santos Piônio e companheiros — 16 pessoas martirizadas em 250. Foram queimadas na fogueira ao serem descobertas enquanto celebravam a festa de aniversário do martírio de são Policarpo.
São Seiriol Wyn — monge galês do século VI.
São Severo — dois são os santos com esse nome, cuja memória é celebrada neste dia: um, bispo de Ravena, falecido em 348; o segundo, bispo de Avranches, na França, falecido em 690.
São Sigisberto — rei da Austrásia (leste da França ou França oriental) — falecido aos 25 anos, em 656; fundou hospitais e igrejas — bom cristão, mas medíocre monarca.

Santo Urso de Aosta — arcediago do século VI, de origem irlandesa.

31 de Janeiro - São João Bosco

João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d'Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo.

Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: "Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás". Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela diocese.

Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este "produto da era da industrialização", se tornou a matéria prima de sua Obra e vida.

Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano.

Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples.

Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de "Sistema Preventivo de Formação". Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: "Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez".

Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado "modelo por excelência" para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas" e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.

Outros santos e beatos:
Santo Adamnano de Coldingham (†680) — monge beneditino irlandês.
Santo Aidano — primeiro bispo de Ferns, na Irlanda, onde fundou um mosteiro.
Santo Atanásio (†885) — natural de Catânia, tornou-se monge da Ordem de São Basílio, na Grécia, e foi nomeado bispo de Metone.
São Bobino (†776) — bispo beneditino de Troyes.
Santos Ciro e João — dois médicos de Alexandria, martirizados em 303, junto com seus pacientes, por serem cristãos.
Santo Eusébio (†884) — peregrino irlandês, depois monge beneditino no mosteiro de São Galo, na Suíça.
São Geminiano (†348) — bispo de Módena, combateu corajosamente a heresia joviniana.
São Júlio de Novara (†390) — padre; empenhou-se em transformar os templos pagãos em igrejas cristãs.
Santa Marcela de Roma (325-410) — nobre romana; ao enviuvar, transformou a própria casa em convento. Durante três anos, hospedou em sua casa são Jerônimo, que se tornou o diretor espiritual dessa comunidade, consagrada ao estudo da Bíblia. Do grupo faziam parte a patrícia romana Paula e suas filhas Eustóquia e Blesila, ambas santas. Durante o saque de Roma, Marcela foi torturada e morta pelos godos.
Beata Maria Cristina de Savóia (1812-1836) — filha de Vítor Emanuel I; em 1832 desposou Ferdinando II, rei das Duas Sicílias. Morreu depois de ter dado à luz o herdeiro do trono. Exemplo raro de como viver integralmente a fé cristã em meio às pompas régias do palácio. Maria Cristina foi beatificada em 1872.
São Martim Manuel de Soure (†1156) — pároco português, torturado pelos sarracenos, morreu no cárcere. É venerado como mártir.
São Metras — egípcio martirizado em 250.

Santa Monacela ou Melangell (†590) — virgem galesa; viveu reclusa em Powys.

30 de Janeiro - Santa Martinha

O pai de Martinha era um homem público, eleito três vezes cônsul de Roma. Ele pertencia a nobreza, era muito rico e cristão. Quando a menina nasceu, no começo do século III, o acontecimento foi amplamente divulgado na corte, entre o povo e pelos cristãos, pois a pequena logo foi batizada.

Martinha cresceu em meio à essa popularidade, muito caridosa, alegre e uma devota fiel ao amor de Jesus Cristo. Com a morte de seu pai a jovem recebeu de herança duas fortunas: uma material, composta de bens valiosos e a outra espiritual, pois foi educada dentro dos preceitos do cristianismo. A primeira, ela dividiu com os necessitados assim que tomou posse da herança. A segunda, foi empregada com humildade e disciplina, na sua rotina diária de diácona da Igreja, na sua cidade natal.

Desde o ano 222, o imperador romano era Alexandre Severo, que expediu um decreto mandando prender os cristãos para serem julgados e no caso de condenação seriam executados. Chamado para julgar o primeiro grupo de presos acusados de praticar o cristianismo, o imperador se surpreendeu ao ver que Martinha estava entre eles e tentou afastá-la dos seus irmãos em Cristo. Mas ela reafirmou sua posição de católica e exigiu ter o mesmo fim dos companheiros. A partir deste momento começaram os sucessivos fatos prodigiosos que culminaram com um grande tremor de terra.

Primeiro, Alexandre mandou que fosse açoitada. Mas a pureza e a força com que rezou, ao se entregar à execução, comoveram seus carrascos e muitos foram tocados pela fé. Tanto que, ninguém teve coragem de flagelar a jovem. O imperador mandou então que ela fosse jogada às feras, mas os leões não a atacaram. Condenada à fogueira, as chamas não a queimaram. Martinha foi então decapitada. No exato instante de sua a execução a tradição narra que um forte terremoto sacudiu toda cidade de Roma.

O relato do seu testemunho correu rápido por todas as regiões do Império, que logo atribuiu à santidade de Martinha, todos os prodígios ocorridos durante a sua tortura assim como o terremoto, ocasionando um cem número de converções.

No século IV, o papa Honório mandou erguer a conhecida igreja do Foro, em Roma, para ser dedicada à ela, dando novo impulso ao seu culto por mais quatrocentos anos. Depois, as relíquias de Santa Martinha ficaram soterradas e sua celebração um pouco abandonada, durante um certo período obscuro vivido pelo Cristianismo.

Passados mais quinhentos anos, ou melhor catorze séculos após seu martírio, quando era papa, o dinâmico Urbano VIII, muito empenhado na grande contra-reforma católica e disposto a conduzir o projeto de reconstrução das igrejas. Começou pela igreja do Foro, onde as relíquias de Santa Martinha foram reencontradas. Nesta ocasião, proclamou Santa Martinha padroeira dos romanos e ainda compôs hinos em louvor à ela, inspirado na vida imaculada, da caridade exemplar e do seu corajoso testemunho a Cristo.

Outros santos e beatos:

Santo Adadelmo (†1100) — abade beneditino. Viveu na abadia por ele fundada em Burgos, na Espanha. Soldado francês, tornou-se monge após se encontrar com são Roberto, durante uma peregrinação a Roma.
Santo Agripino (†180) — nono bispo de Alexandria.
Santo Alexandre — martirizado no século III.
Santo Armentário (†451) — bispo de Pavia.
São Barsamya — bispo de Edessa, no século II, martirizado sob o império de Trajano.
São Barses (†379) — bispo de Edessa, morto no exílio.
Santa Batilde (†680) — rainha. Passou de escrava a esposa do rei Clóvis II. Após a morte do marido, foi regente da França; mais tarde, ingressou no convento beneditino por ela fundado em Chelles.
Santos Feliciano, Filapiano e companheiros — 126 mártires africanos.
São Matias (†120) — bispo de Jerusalém.
santa Orgone ou Aldegundes (630-684) — abadessa beneditina, irmã de santa Valdetrudes; fundou o convento de Maubeuge.
Santa Savina (†311) — matrona de Milão. Prestou assistência aos mártires cristãos durante a perseguição de Diocleciano.
Beato Sebastião Valfré (1629-1710) — nascido em Verduno, diocese de Alba, ingressou no convento dos oratorianos de Turim. Aí viveu até a morte, praticando exemplarmente a regra religiosa no espírito de são Filipe Néri, dedicando-se à direção espiritual da comunidade.
Santa Tybie ou Tudy — virgem; viveu no século V.

Fonte: Paulinas

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

29 de Janeiro - São Valério de Treviri

Nesta data as homenagens da Igreja estão voltadas para dois santos com o mesmo nome, Valério e ambos bispos, mas viveram em séculos bem distantes. O primeiro a ser canonizado, foi o da diocese de Treviri. O segundo foi o de Ravena, que pode ser encontrado na outra página.

Uma tradição muito antiga nos conta que o bispo de Treviri, chamado Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes.

Entretanto, Valério realmente foi o bispo de Treviri e prestou um relevante trabalho de evangelização para a Igreja de Roma. Primeiro auxiliando Eucario, que foi o primeiro bispo desta diocese e depois colaborando com Materno, seu contemporâneo; os quais foram incluídos no Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha.

Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre Valério: "converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e expressivos". Talvez o mais significativo, tenha sido quando Valério, trouxe de volta a vida do companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal. Depois, o outro companheiro de missão, que já havia falecido, Eucario, o teria avisado em sonho que no dia 29 de janeiro ele seria recebido no Reino de Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do século IV.

A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos procuravam a sua sepultura para agradecer ou pedir a sua intercessão. O culto se intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério, principalmente entre os povos de língua germânica. Muitas cidades o elegeram como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, se encontram na basílica de São Matias, na cidade de Treviri, atualmente chamada de Tries, na Alemanha. A festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

Outros santos e beatos:
Santo Aquilino de Milão — martirizado em 650, pelos arianos de Milão. Era pregador dessa cidade e recusou a sede episcopal de Colônia.
São Cesário — diácono do século I, em Angoulême.
São Constâncio e companheiros — martirizados em 170. Constâncio, primeiro bispo de Perúgia, foi condenado à morte junto com muitos fiéis de sua diocese.
São Dallan Mac Forgail (†598) — assassinado pelos piratas em Inis-coel, na Irlanda. Escreveu um poema em louvor de são Columbano.
Santa Flora ou Blath (†523) — religiosa secular no convento de Santa Brígida, em Kildare, onde desempenhou o humilde ofício de cozinheira.
São Gelásio II (1058-1119) — papa durante um único ano, muito conturbado. Perseguido pelo poderoso Frangipani, teve de fugir em face da aproximação de Henrique V, que fizera de Maurício Burdino um antipapa. Refugiado em Gaeta, a seguir na França, excomungou o imperador e o antipapa. Morreu antes de se reunir o concílio, no mosteiro de Cluny.
São Gildas, o Sábio (†570) — bispo inglês, viveu o último ano de sua vida como eremita, na Bretanha. Escreveu uma obra em latim, De excidiis Britanniae, na qual descreve o infortúnio de sua pátria.
Santos Pápias e Mauro ou Marinho — soldados romanos martirizados em 303.
São Sabiniano — martirizado em 275. Nasceu em Samo. Teria fugido para a Gália junto com sua irmã, Santa Sabina.
Santos Sarbélio e Barbéia — irmãos martirizados em 101, em Edessa.
São Sulpício (†591) — bispo de Bourges.
São Voloc (†724) — bispo irlandês, missionário na Escócia.

Fonte: Paulinas

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

28 de Janeiro - São Tomás D'Aquino

Doutor da Igreja, professor de teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados, sucessor na importância teórica de São Paulo e Santo Agostinho. Assim era Tomás d'Aquino, que não passou de um simples sacerdote. Muito se falou, se fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura atualíssima ao longo dos séculos. São dezenas de escritos, poesias, cânticos e hinos até hoje lidos, recitados e cantados por cristãos de todo o mundo.

Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, freqüentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir Ciência e Fé em favor da Humanidade. Este sempre foi seu objetivo maior.

Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de "boi mudo", por ser também, gordo, contemplativo e muito devoto. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.

Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica.

Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a "Summa Teológica", foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: "Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu". É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.

No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de "doutor da Igreja", e logo passou a ser chamado de "doutor angélico", pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas.

A sua festa litúrgica é celebrada no dia 28 de janeiro ou no dia 07 de março. Seus restos mortais estão em Tolouse, na França, mas a relíquia de seu braço direito, com o qual escrevia, se encontra em Roma.

Fonte: Paulinas

domingo, 26 de janeiro de 2014

27 de Janeiro - Santa Ângela de Mérici

Ângela Mérici nasceu em 1470, na cidade de Desenzano, no norte da Itália. O período histórico era o do Renascimento e da Reforma da Igreja, provocada pela doutrina luterana. Os pais eram camponeses pobres e muito religiosos. E desde pequena, ela teve seu coração inclinado pela vida religiosa, preferindo a leitura da vida dos Santos.

De fato, sua provação começou muito cedo, na infância, quando ficou órfã de pai. Logo em seguida perdeu a mãe e a irmãzinha, com quem se identificava muito. Assim, ela foi viver na casa de um tio, que a havia adotado, mas que também veio a falecer. Voltou à terra natal. Depois de passar dias e dias chorando, com apenas treze anos, pediu para ingressar num convento, entrando para a Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

Ângela tinha apenas o curso primário e chegou a ser "conselheira" de governadores, bispos, doutores e sacerdotes. Os seus sofrimentos, sua entrega à Deus e a vida meditativa de penitência lhe trouxeram, através do Espírito Santo, o dom do conselho, que consiste em saber ponderar as soluções adequadas para todas as situação da vida.

Ela também, percebeu que naquele momento histórico, as meninas não tinham quem as educassem e livrassem dos perigos morais, e que as novas teorias levavam as pessoas a querer organizar a vida como se Deus não existisse. Para lutar contra o paganismo, era preciso restaurar a célula familiar. Inspirada pela Virgem Maria, fundou a Comunidade das irmãs Ursulinas, em homenagem a santa Úrsula, a mártir do século IV, que dirigia o grupo das moças virgens, que morreram por defender sua religião e sua castidade.

Ângela acabou se tornando a portadora de uma mensagem inovadora para sua época. Organizou um grupo de vinte e oito moças, para ensinar catecismo em cada bairro e vila da região. As "Ursulinas" tinham como finalidade a formação das futuras mães, segundo os dogmas cristãos. Ângela teve uma concepção bastante revolucionária para sua época, quando se dizia que uma sólida educação cristã para as moças só seria possível dentro das grades de uma clausura.

Decidiu que era a hora de fazer a comunidade se tornar uma Congregação religiosa. Consta, pela tradição, que antes de ir à Roma para dar início a esse projeto, quis fazer uma peregrinação em Jerusalém. Assim que chegou, ficou cega. Visitou os Lugares Sagrados e os viu com o espírito, não com os olhos. Só recobrou a visão, na volta, quando parou numa pequena cidade onde existia um crucifixo milagroso, foi até ele, rezou e se curou. Anos depois, foi recebida pelo papa Clemente VII, durante o Jubileu de 1525, que deu início ao processo de fundação da Congregação, que ela desejava.

Ângela a implantou na Bréscia, dez anos depois, quando saiu a aprovação definitiva. E alí, a fundadora morreu aos setenta e cinco anos, em 27 de janeiro de 1540 e foi canonizada, em 1807. Santa Ângela de Mérici, atualmente, recebe as homenagens no dia de sua morte.

Fonte: Paulinas