sábado, 6 de agosto de 2022

São Domingos de Gusmão - 08.08.2022 - santo do dia




Santo do dia


São Domingos de Gusmão






Domingos (ou Dominique) nasceu no ano de 1170, em Caleruega, pequena localidade na Velha Castelha. O pai, Félix de Gusmão, pertencia a uma família de alta linhagem na Espanha; a mãe era Joana de Aza. Antes de Domingos nascer, sua mãe, em sonho misterioso, viu um cão que trazia na boca uma tocha acesa, de que irradiava luz sobre o mundo inteiro. Efetivamente, São Domingos veio a ser uma luz extraordinária de caridade e de zelo apostólico, que dissipou grande parte das trevas das heresias e restabeleceu a verdade em milhares de corações vacilantes. Domingos, foi o nome dado à criança, devido à uma devoção que a mãe do santo tinha com São Domingos de Silos, do qual um dia teve uma aparição, comunicando-lhe os planos divinos em referência ao recém-nascido. A esse aviso extraordinário, os pais corresponderam com esmerada atenção na educação do filho. Domingos, pequeno ainda, deu provas de inclinação declaradíssima às coisas de Deus.

Seis anos contava o menino quando os pais o confiaram à direção de um tio, reitor de uma igreja em Gumyel. Sete anos passou Domingos na escola daquele sacerdote, aprendendo, além das primeiras letras, como sejam, acolitar, enfeitar os altares e cantar no coro. Terminado este curso prático, transferiu-se para Valência, cidade episcopal no reino de Leon, onde existia uma universidade que mais tarde, em 1217, passou para Salamanca.

Durante o tempo dos estudos em Valência, isto é, durante seis anos, dedicou-se à arte retórica, além da filosofia e teologia. Acompanharam-lhe os trabalhos científicos às práticas da piedade, inclusive, severas penitências. Retraído por completo do mundo, visitava somente os pobres e doentes, protegia as viúvas e órfãos. Por ocasião de uma grande fome, vendeu os livros para poder socorrer os necessitados. Certa vez, ofereceu sua própria pessoa para resgatar um jovem que caíra nas mãos dos mouros.

A caridade de Domingos, não satisfeita com as obras corporais de misericórdia, estendia-se principalmente às necessidades espirituais do próximo. Para este fim, desenvolveu um zelo extraordinário, como pregador. O primeiro fruto deste labor apostólico, foi a conversão do amigo e companheiro dos estudos, Conrado, que mais tarde entrou para a ordem de Cister, elevado posteriormente à dignidade de Cardeal da Santa Igreja.

Domingos contava apenas vinte e quatro anos e era considerado um dos mais competentes mestres da vida interior. Dom Diego de Asebes, bispo de Osma, conhecendo os brilhantes dotes de Domingos, convidou-o a incorporar-se ao cabido da diocese, esperando desta aquisição uma reforma salutar do clero. O prelado não se viu iludido nas suas previsões. Domingos, em pouco tempo, foi objeto da admiração de todos, como modelo exemplaríssimo em todas as virtudes cristãs.

Como cônego de Osma, Domingos percorreu diversas províncias da Espanha, pregando por toda a parte a palavra de Deus, pela conversão dos pecadores, cristãos e maometanos. Uma das conversões mais sensacionais que Deus operou por intermédio de Domingos foi a de Reiniers, célebre heresiarca, que mais tarde tomou o hábito dos frades dominicanos.

Domingos não era ainda sacerdote. Do bispo de Osma recebeu a unção sacerdotal, continuando depois a missão apostólica de pregador. Quando, em 1224, por ordem do rei Afonso de Castelha, o bispo de Osma foi à França na qualidade de embaixador real, a fim de tratar dos negócios matrimoniais do príncipe herdeiro Fernando com a princesa de Lussignan, Domingos acompanhou-o. Na província de Languedoc, puderam de perto observar as horríveis devastações feitas pelos albingenses. Numa segunda viagem que empreenderam, cujo fim era buscar a princesa e entregá-la ao esposo, tiveram o grande desgosto de não a encontrar entre os vivos. Chegaram ainda a tempo de assistir-lhe ao enterro.

Preferiram, então, ficar na França, para dedicar-se à campanha contra os hereges. O bispo Diego, com o consentimento do Papa, ficou três anos na província de Languedoc. Passado este tempo, voltou à diocese.

A São Domingos, que foi nomeado superior da Missão, associaram-se doze abades cistercienses. Pouco tempo, porém, durou o trabalho coletivo. Dom Diego voltou à Espanha, os cistercienses retiraram-se para os seus claustros e o próprio Legado pontifício abandonou o solo francês.

Domingos não desanimou, apesar da missão se tornar dificílima e perigosa. Com mais oito companheiros que lhe foram mandados, continuou os trabalhos apostólicos. A inconstância, porém, que encontrou nos coadjutores, fez nele amadurecer a ideia de fundar uma nova Ordem, cujos membros, por um voto, se dedicassem à obra da pregação. Os primeiros que se lhe associaram foram Guilherme de Clairel e Domingos, o Espanhol. Em 1215, a nova comunidade contava já dezesseis religiosos, com seis espanhóis, oito franceses, um inglês e um português.

Para assegurar-se da aprovação pontifícia, Domingos em companhia do bispo de Toulouse foi à Roma e apresentou-se ao Papa Inocêncio III. Coincidiu de ele chegar à capital da Cristandade na abertura do Concílio de Latrão. Opinaram os padres que em vez de aprovar as regras de novas ordens, devia o Concílio dirigir a atenção para as Ordens já existentes e aperfeiçoar-lhes as constituições. Inocêncio III, baseando-se nestas decisões, negou-se, por diversas vezes, em dar aprovação à regra da Ordem fundada por Domingos. Aconteceu, porém, que o Papa teve uma visão, quase idêntica à que lhe fez aprovar a Ordem de São Francisco de Assis, em 1209. Não querendo contrariar a obra do santo homem, deu consentimento à fundação da Ordem, prometendo a Domingos expedir a bula, logo que este tivesse adotado uma regra de ordem já aprovada pela Igreja. Domingos decidiu-se em favor da regra de Santo Agostinho, à qual acrescentou mais algumas constituições, como por exemplo, o silêncio, o jejum e a pobreza.

Quando Domingos, pela segunda vez chegou à Roma, já não encontrou o Papa Inocêncio III, mas o sucessor deste, Honório III. Contrariamente ao que receava, obteve a aprovação da Ordem, que veio a ser chamada Ordem dos Pregadores. Nomeado o primeiro superior, fez a profissão nas mãos do Papa.

Graças à generosidade do bispo de Toulouse e do conde Simão de Montfort, Domingos pode construir o primeiro convento em Toulouse. O número dos religiosos crescera consideravelmente, de modo que Domingos pode introduzir em a novel comunidade e regra recém-aprovada.

Pouco tempo depois, Domingos voltou à Roma e fundou diversos conventos na Itália. Em Roma, conheceu São Francisco de Assis, a quem se tornou um grande amigo. Em 1218 foi a Bolonha fundar um convento, perto da Igreja de Nossa Senhora de Mascarella. Um ano depois, teve Domingos a satisfação de fundar outro na mesma cidade, sendo que este, tempos depois, veio a ser um dos mais importantes da Ordem na Itália.

O exemplo de São Francisco de Assis e o admirável desenvolvimento da Ordem por ele fundada influiu grandemente no espírito de são Domingos. Como o Patriarca de Assis, introduziu S. Domingos na sua ordem o voto de pobreza em todo o rigor.

São Domingos convocou três capítulos gerais e teve o prazer de ver a Ordem se estabelecer na Espanha, em Toulouse, na Provença e na França toda. Conventos surgiram na Itália, Alemanha e Inglaterra. O próprio fundador mandou emissários à Irlanda, Noruega, Ásia e Palestina.

São Domingos morreu no dia 06 de agosto de 1221, na idade de 51 anos. Numerosos milagres por seu intermédio Deus se dignou de fazer. O Papa Gregório IX inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santo, em 23 de julho de 1234. Muito concorreu para o culto de São Domingos na Igreja Católica, a devoção do Santíssimo Rosário, de quem era grande Apóstolo.

A Ordem dos pregadores deu à Igreja, muitos Santos, entre estes o grande São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Siena, São Vicente Ferrer, o Papa Pio V.

Referências bibliográficas: 1. Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959. 2. Oração das Horas – Editora Vozes, Paulinas, Paulus e Ave-Maria, 1996.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Emiliano e Miro

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Reflexão
Domingos distinguia-se por sua retidão, zelo, pontualidade das funções e espírito de sacrifício. Preocupado com o povo cristão, Domingos uniu os estudos da Palavra de Deus com a pregação explícita da mensagem evangélica. Fundou a Ordem do Pregadores e gastou sua vida para que o povo cristão recebesse uma fé esclarecida e verdadeira.
Oração
Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Domingos de Gusmão anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

São Caetano de Thiene




Santo do dia


São Caetano de Thiene


Contemporâneo de Lutero, Caetano de Thiene (nascido em 1480, três anos antes do reformador alemão) era um dos que imploravam reforma de vida e de costumes dentro da Igreja. “Cristo espera e ninguém se mexe”.

Filho do conde Gaspar de Thiene e de Maria do Porto, desde muito jovem mostrava grande preocupação e zelo pelos pobres, abrindo asilos para os idosos e muitos hospitais para os doentes, especialmente para os incuráveis.

Estudou em Pádua, onde se diplomou nas matérias jurídicas, aos vinte e quatro anos de idade. Dedicava-se ao estado eclesiástico, mas sem ordenar-se, por considerar-se indigno. Nesse meio tempo, fundou, na propriedade da família, em Rampazzo, uma igreja dedicada a Santa Maria Madalena, que ainda hoje é a paróquia desta localidade.

Em 1506, estava em Roma, exercendo a função de secretário particular do papa Júlio II. Na qualidade de escritor das cartas apostólicas, fez contato e conviveu com cardeais famosos, aprendendo muito com todos eles. Mas a principal virtude que Caetano cultivava era a humildade para observar muito bem antes de reprovar o mal alheio. Para melhor compreender, basta lembrar que ele viveu no período do esplendor renascentista, no qual o próprio Vaticano não primava pelo exemplo de moralidade e nem brilhava pela santidade dos costumes.

Assim sendo, como homem inteligente e preparado, não se retirou para um ermo; ao contrário, encorajou-se para uma ação reformadora, começando por si mesmo. Costumava dizer que “Cristo espera e ninguém se mexe”. Participou do movimento laical Oratório do Divino Amor, que procurava estudar e praticar as Sagradas Escrituras. Só então, depois de muita reflexão, decidiu-se pela ordenação sacerdotal, em 1516.

Tinha trinta e seis anos de idade quando celebrou sua primeira missa na basílica de Santa Maria Maior. Nesta ocasião, ele mesmo relatou depois, Nossa Senhora apareceu-lhe e colocou-lhe nos braços o Menino Jesus. Foi para Veneza em 1520, onde colaborou na fundação do hospital dos incuráveis. Três anos depois, incansável, voltou para Roma, onde, na companhia dos companheiros do Oratório – Bonifácio Colli, Paulo Consiglieri e João Pedro Carafa, bispo de Chiete-, fundou a Ordem dos Teatinos Regulares, que tinha como objetivo a renovação do clero.

Quando o papa Clemente VII aprovou a congregação, Caetano renunciou a todos os seus bens para dedicar-se única e exclusivamente à vida comum. O mesmo ocorreu com o bispo Carafa, que abdicou também da sua vida episcopal. Anos mais tarde, ele veio a tornar-se o papa Paulo IV, um dos grandes reformadores da Igreja.

A nova congregação começou somente com os quatro, depois passaram para doze e esse número aumentou bastante em pouco tempo. São os primeiros clérigos regulares. Não são monges, pois são de vida ativa, porém vivendo em obediência: sob uma regra de vida comum, como religiosos, cujos membros renunciam a todos os seus bens terrenos, devendo viver de seu trabalho apostólico e de ofertas espontâneas dadas pelos fiéis, contando, apenas, com a Providência divina. Carafa foi o primeiro superior geral, embora a ideia da fundação fosse de Caetano de Thiene, que, na sua humildade, sempre se manteve de lado.

Caetano morreu de fadiga, após uma vida de muito trabalho e sofrimento, aos sessenta e seis anos de idade, em Nápoles, no dia 7 de agosto de 1547. Foi canonizado em 1671. O seu corpo é venerado no dia de sua morte, na belíssima basílica de São Paulo Maior, mas que é chamada por todos os fieis e peregrinos de basílica de São Caetano, localizada na praça principal da cidade.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Sisto II e Vitrício.

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Reflexão
Caetano de Thiene implorava a reforma de vida e de costumes dentro da Igreja: “Cristo espera e ninguém se mexe”, repetia. Andava sempre em auxílio dos doentes, dos pobres e mendigos da região. Realizou na sua vida tudo aquilo que pregou. Nunca teve pressa de viver, mas aproveitou cada minuto de sua vida para socorrer os necessitados.
Oração
Deus Pai de bondade, ajudai-nos a confiar mais na vossa providência e concedei-nos, pela intercessão de São Caetano, buscar o que é santo e promover a paz e a caridade entre as pessoas. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

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Santo Agapito - 06.08.2022 - santo do dia




Santo do dia


Santo Agapito


Santo Agapito, romano de origem, como sucessor de João II, ocupou a cadeira de São Pedro em 535. Teve o grande merecimento de ter removido o cisma que originou-se entre Dióscoro e o Papa Bonifácio II (530 a 532). O Imperador Justiniano enviou-lhe a profissão de fé católica e Agapito, atendendo ao pedido do mesmo monarca, anatematizou os monges nestorianos de Constantinopla, que passaram a ser chamados Acametas.

Para as costas setentrionais da África, Justiniano enviou o general Belisário, que as reconquistou dos vândalos. Nessa mesma ocasião voltaram para Jerusalém os vasos sagrados do velho templo, que por Tito tinham sido levados para Roma e por Genserico para Cartago.

O território cristão norte-africano foi dividido em Províncias, e num escrito assinado por ele e pelos Bispos africanos, o Imperador pedia ao Papa que permitisse a permanência em suas respectivas igrejas aos bispos arianos que tinham renunciado à heresia. Agapito apelou para as regras e instituições eclesiásticas antigas, que deviam ser respeitadas. Sendo agraciados os bispos hereges, por muito felizes se deviam ter, sem aspirar ainda à honra indevida de serem conservados nos cargos episcopais.

Os senhores da Itália eram os Godos, cujo rei, Teodato, sabendo que Justiniano tinha intenções de guerreá-lo, ao Papa se dirigiu com o pedido de intervir junto ao monarca de Constantinopla para que tal plano não se realizasse. Soube ainda Teodato, por intermédio de sacerdotes católicos na metrópole oriental, que havia grande descontentamento entre os Akefalas (eutiquianos); que acusavam de falsidade ao novo Patriarca Antimo.

Agapito acalmou os espíritos agitados, com a promessa de em breve ir pessoalmente à cidade de Constantinopla. Na viagem ao Oriente aconteceu que curasse um surdo-mudo pela celebração da Santa Missa.

Em 2 de fevereiro de 536 chegou a Constantinopla, onde teve recepção soleníssima. Embora fosse tratado pelo Imperador com o máximo respeito, não lhe foi possível evitar a guerra contra os Godos.

Nas questões religiosas, procurou com grande prudência harmonizar os partidos. Com grande energia se opôs à elevação de Antimo à dignidade patriarcal, e exigiu que esse se sujeitasse às decisões do Concílio de Chalcedon.

A Imperatriz Teodora, que patrocinava a causa de Antimo, tudo fez para conquistar as boas graças do papa em favor do protegido. Justiniano igualmente se fez advogado do Patriarca e, para conseguir o intento, não regateava elogios, promessas e ameaças. Agapito, porém, conservou-se inflexível. Às intimações do Imperador respondeu: “Enganei-me. Julguei estar na presença de um Imperador cristão e vejo-me diante de um Diocleciano”.

Antimo, em vista da inflexibilidade do Papa, declarou preferir a transferência para a antiga Diocese de Trapezunto a sujeitar-se à sentença do Concílio.

Diante dessa atitude do patriarca, Agapito exigiu dele uma declaração formal de catolicidade e de submissão incondicional ao Concílio. Esta firmeza enérgica do Papa revoltou sobremaneira os eutiquianos e a Imperatriz, mas a vitória sobre as cabalas e intrigas foi completa. Em substituição a Antimo foi eleito e sagrado Menas, Prelado de grandes virtudes e de profundo saber.

Uma grave enfermidade interrompeu os trabalhos apostólicos do zeloso Papa. Agapito morreu em Constantinopla, em 22 de abril de 536, sendo os restos mortais transportados para Roma e depositados no Vaticano, em 20 de setembro do ano seguinte.

Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

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Oração
Querido Deus, rico em misericóridia, que concedeste a Santo Agapito grande amor a Jesus Sacramentado e aos homens e mulheres mais sofredores, concedei-nos, pela sua intercessão, alcançar as graças de que necessitamos. Isso vos pedimos por Jesus Cristo, vosso filho e senhor Nosso. Amém.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Santo Osvaldo de Nortúmbria - 05.08.2022 - santo do dia




Santo do dia


Santo Osvaldo de Nortúmbria


Osvaldo nasceu em 604. Era filho do rei pagão Etelfrit, da Nortúmbria, futura Inglaterra, e da princesa Acha. O reino foi invadido em 616, quando seu pai morreu na batalha contra o rei Edin, que assumiu o trono e depois fundou a cidade de Edimburgo.

Acha e seus onze filhos fugiram para a Corte do rei da Escócia, onde todos se converteram. As crianças foram entregues aos cuidados dos beneditinos do Mosteiro de Iona, fundado em 563 por São Columbano, famoso centro de formação e estudos. Lá receberam sólida formação acadêmica e religiosa, adequada aos fidalgos e no seguimento de Cristo.

Osvaldo destacava-se pelo belo porte físico, pela inteligência e pela caridade cristã. Tinha um sorriso franco, era bom e generoso, não distinguindo ricos e pobres. Era um hábil e capacitado estrategista militar, treinado pelo pequeno, mas potente exército do rei da Escócia, que muito o apreciava. Curioso mesmo era o seu animal de estimação: um falcão que lhe obedecia e pousava na sua mão.

Quando o rei Edin morreu, em 633, Osvaldo formou seu exército, pequeno e eficaz, e venceu a famosa batalha de Havenfield, em 634, com o usurpador tombando morto. Osvaldo assumiu o trono como legítimo rei da Nortúmbria. Contam os registros históricos que antes desse combate ele teve uma visão de São Columbano, que o orientou a rezar junto com seus soldados antes de partir para o combate. Ele obedeceu. Mandou erguer uma grande cruz no centro do campo onde estavam, ajoelhou-se diante dela, pedindo aos soldados, quase todos pagãos, que fizessem o mesmo. Assim postado, com fé e humildade, o futuro rei pediu a Deus proteção e liberdade para seu povo oprimido pelos inimigos.

O rei Osvaldo sempre atribuiu essa vitória à intercessão de São Columbano e à proteção de Cristo. Depois de coroado, todo o exército converteu-se. Mandou chamar os monges escoceses do Mosteiro de Iona para pregarem o Evangelho no seu reino. Ele mesmo traduzia para o povo os sermões, conseguindo muitas conversões. Construiu igrejas, mosteiros, cemitérios, hospitais, asilos e creches, distribuiu riquezas e promoveu prosperidade e caridade ao povo.

Casou-se com a princesa Cineburga, filha do rei pagão de Wessex, hoje também Inglaterra. Em seguida, convenceu o sogro a permitir uma missão evangelizadora de monges escoceses no seu reino, que acabaram convertendo esse rei também. A Igreja deve à fé do rei Osvaldo o grande impulso para a evangelização do povo inglês e o estabelecimento da vida monástica na ilha britânica. O rei da Nortúmbria morreu em combate em 642, defendendo o seu povo de invasores pagãos.

Amado e venerado como santo em vida, a fama de sua santidade ganhou destaque junto aos povos de língua inglesa graças à divulgação dos monges beneditinos. Depois, o venerável Beda, monge famoso pela santidade e sabedoria na doutrina, reivindicou o título de mártir a santo Osvaldo da Nortúmbria, por ter morrido em combate contra os pagãos. Sua festa é uma tradição antiga, e a Igreja manteve a celebração no dia 5 de agosto.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Cassiano, Emídio e Osvaldo.

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Reflexão
A fé em Cristo nos ajuda a enfrentar as dificuldades do caminho. Ele é o guia seguro nos momentos de decisão e a pessoa que pode nos auxiliar na hora das dores. O verdadeiro cristão sabe entregar a sua vida nas mãos de Deus e fazer a sua parte na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Oração
Ó Deus, que aos vossos pastores associastes Santo Osvaldo, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

São João Maria Vianney - 04.08.2022 - santo do dia




Santo do dia


São João Maria Vianney


O Papa Bento 16 escreveu sobre Cura D’Ars. “Nascido a 8 de Maio de 1786 de uma família pobre de bens materiais, mas rica de fé, chegou à ordenação presbiteral após muitas vicissitudes e incompreensões, graças à ajuda de sacerdotes sapientes que não se detiveram a considerar apenas os seus limites humanos, mas souberam olhar mais longe, intuindo o horizonte de santidade que se perfilava naquele jovem verdadeiramente singular, que sempre manifestou uma elevadíssima consideração pelo dom recebido.

No serviço pastoral, tão simples como também extraordinariamente fecundo, este anônimo pároco de uma longínqua aldeia do sul da França conseguiu de tal modo identificar-se com o seu ministério que se tornou, mesmo de uma maneira visivelmente reconhecível, imagem do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas.

A sua existência foi uma catequese viva que adquiria uma eficácia particularíssima quando as pessoas o viam celebrar a Missa, deter-se em adoração diante do Tabernáculo ou passar muitas horas no confessionário. Ele reconhecia na dedicação ao sacramento da Penitência o cumprimento natural do apostolado sacerdotal – sublinhou o Papa, que prosseguiu observando que os métodos pastorais de S. João Maria Vianney poderiam parecer pouco adaptados às atuais condições sociais e culturais.

Como as poderia de fato imitar um padre hoje em dia, num mundo tão mudado? Se é verdade que mudam os tempos e muitos carismas são típicos da pessoa, que não se repetem, há contudo um estilo de vida e uma aspiração de fundo que todos somos chamados a cultivar. Bem vistas as coisas, o que fez do Cura de Ars um santo, foi o ser enamorado de Cristo – observou Bento XVI .

“O verdadeiro segredo do seu sucesso pastoral foi o amor que nutria pelo mistério eucarístico – anunciado, celebrado e vivido – que se tornou em amor pelas ovelhas de Cristo, dos cristãos e das pessoas que procuram a Deus”.

Há que não reduzir a figura de São João Maria Vianney a um exemplo, ainda que admirável, da espiritualidade devocionista do século XIX – advertiu o Papa:

“É preciso, pelo contrário, captar a força profética que caracterizava a sua personalidade humana e sacerdotal e que é de altíssima atualidade. A 150 anos da morte, o testemunho do Santo Cura de Ars continua a ser um válido ensinamento para os padres e para todos nós”.

Bento XVI finaliza: Imitando-o, os padres devem cultivar e fazer crescer, dia após dia, uma íntima união pessoal com Cristo e devem ensinar a todos esta união, esta amizade íntima com Cristo. “Só os enamorados de Cristo podem tocar o coração das pessoas e abri-las ao amor misericordioso do Senhor”.

Vencendo obstáculos

João Maria Batista Vianney, sem dúvida alguma, se tornou o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: “Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes”. Ele nasceu em 8 de maio de 1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França. Seus pais, Mateus e Maria, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de frequentar a igreja e desde a infância dizia que desejava ser um sacerdote.

Vianney só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia, escola que frequentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.

Para seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai. Mas com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário de Écully, onde os obstáculos existiam por causa de sua falta de instrução.

Foram poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Entretanto era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.

Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. Porém para Deus ele era um homem extraordinário e foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja já teve.

Durante o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. Foi então designado vigário geral na cidade de Ars-sur-Formans. Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos não-praticantes e afamados pela violência. Por isso a igreja ficava vazia e as tabernas lotadas.

Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na estrada ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: “Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu”. Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.

Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.

Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com eles.

A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos acorriam para paróquia de Ars com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele. Mesmo que para isto tivessem que esperar horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações.

O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.

A Igreja também celebra hoje a memória do santo: Lugaido.

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Reflexão
Os caminhos de Deus são mesmo surpreendentes. Considerado um fracasso pelos homens, João Maria tornou-se um dos maiores exemplos de caridade e presença de Deus. Foi um excelente conselheiro espiritual e guia de consciências. Hoje aprendemos que não devemos julgar as pessaos pela aparência. A graça de Deus age onde menos imaginamos.
Oração
Ó Pai, pela vossa misericórdia, São João Maria Vianney anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Santa Lídia - 03.08.2022 - santo do dia




Santo do dia


Santa Lídia


Os apóstolos Silas, Timóteo e Lucas acompanhavam Paulo em sua segunda missão na Europa, quando chegaram em Filipos, uma das principais cidades da Macedônia, que desfrutava de direitos de colônia romana. Lá encontraram uma mulher que lhes foi de grande valor.

Eles já haviam passado alguns dias na cidade. Mas Paulo e seus companheiros pensavam em ficar até o sábado, pelo menos, pois era o dia em que os correligionários judeus se reuniriam para as orações. Como Filipos não tinha sinagoga, o local mais provável para o encontro seria às margens do pequeno rio Gangas, que passava fora da porta da cidade.

Assim entendendo, ao procurarem o lugar ideal para suas preces, como nos narra são Lucas nos Atos dos Apóstolos, eles foram para lá e começaram a falar com as mulheres que já estavam reunidas. Entre elas estava Lídia, uma comerciante de púrpura, nascida em Tiatira, na Ásia.

Ela escutava com muita atenção, pois não era pagã idólatra, acreditava em Deus, o que quer dizer que tinha se convertido à fé dos judeus. E o Senhor abrira o seu coração para que aderisse às palavras de Paulo.

Lídia era uma proprietária de sucesso, rica, influente e popular, exercendo sua liderança entre os filipenses e, principalmente, dentro da própria família. Isso porque a púrpura era um corante usado em tecidos finos, como a seda e a lã de qualidade. Na época, o tecido já tingido era chamado de púrpura, e o mais valioso existente. Usado como símbolo de alta posição social, era consumido apenas pela elite das cortes.

Quando terminou a pregação, Lídia tornou-se cristã. Com o seu testemunho, conseguiu converter e batizar toda a sua família. Depois disto, ela os convidou: “Se vocês me consideram fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa”. E os forçou a aceitar.

Esta, com certeza, foi a primeira e maior conquista dos primeiros apóstolos de Cristo. A casa de Lídia tornou-se a primeira Igreja católica no solo europeu.

Lídia usou todo o seu prestígio social, sucesso comercial e poder de sua liderança para, junto de outras mulheres, levar para dentro dos lares a palavra de Cristo, difundindo, assim, a Boa-Nova entre os filipenses. A importância de Lídia foi tão grande na missão de levar o Evangelho para o Ocidente que cativou o apóstolo Paulo, criando um forte e comovente laço de amizade cristã entre eles.

O culto a santa Lídia é uma tradição cristã das mais antigas de que a Igreja Católica tem notícia. A sua veneração é respeitada, pois seus atos são sinais evidentes de sua santidade. Considerada a Padroeira dos Tintureiros, santa Lídia é festejada no dia 3 de agosto.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Gamaliel, Nicodemos, Germano de Auxerre.

Fonte https://franciscanos.org.br/

Reflexão
Santa Lídia é exemplo de mulher batalhadora e caridosa. Sua posição social de destaque não a impediu de amar o Cristo, oferecendo a todos as melhores possibilidades de encontrar-se plenamente com o verdadeiro Mestre. Quem dera se nós soubéssemos usar o que temos para o bem das pessoas, difundindo assim as Palavras do Evangelho.
Oração
Amada Santa Lídia, vós que fostes convertida ao cristianismo por um dos apóstolos de Jesus, abrigando-os em vossa casa e assim fizestes com que toda vossa família conhecesse a conversão, olhai por todos aqueles que não sabem aproveitar seus talentos para o bem das pessoas e dai-lhes a graça da conversão. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Fonte https://www.a12.com/

domingo, 31 de julho de 2022

São Pedro Fabro - 02.08.2022 - santo do dia




Santo do dia


São Pedro Fabro


Pedro Fabro nasceu num pequeno vilarejo em Sabóia (França) em 13 de abril de 1506. Filho de pastores de ovelhas, Fabro foi também pastor desde a infância. Criado numa família muito cristã, teve desde cedo grande interesse de aprender, como ele mesmo revelou em seus escritos autobiográficos: “por volta de dez anos, senti o desejo de estudar. Mas era pastor e para tal destinado ao mundo por meus pais. Assim, não podia sossegar e chorava pelo anseio de escola”.

Aprendeu as primeiras letras numa escola modesta próxima à sua casa. Seu mestre, um fervoroso cristão, após iniciar em Pedro o gosto pelas letras, notou a grande inteligência do menino. Passada a formação inicial, o mestre reuniu dinheiro para uma bolsa de estudos para o garoto. Assim, Pedro Fabro pôde ir a Paris continuar os estudos.

Ficou dez anos em Paris e, no ambiente universitário, conheceu seus futuros companheiros de missão: Francisco Xavier e, depois, Inácio de Loyola: “Neste ano [de 1529] veio Inácio para entrar no mesmo colégio de Santa Bárbara e em nosso mesmo cubículo (…). Bendita seja para sempre a divina Providência que ordenou tudo isso para o meu bem e minha salvação.”.

Pedro fez logo amizade com Inácio, que tocou seu coração e foi o grande responsável pela sua conversão. É o próprio Pedro quem revela os pormenores desse encontro: “No princípio eu o ensinava, ou, pelo menos tinha a intenção, mas havia sempre uma particularidade: nossas aulas de repetição terminavam com conversas espirituais, onde meu coração ardia como os dos discípulos de Emaús (Lc 23,13-35). E quando descobri que Inácio era um mestre de espírito, comecei a abrir-lhe minha consciência escrupulosa.”.

Depois de um intenso período de reflexão e oração, Inácio propôs a Fabro seus Exercícios Espirituais e Pedro tornou-se, após a experiência, o primeiro companheiro do futuro santo fundador da ordem dos jesuítas.

Em 1534, Pedro Fabro foi ordenado sacerdote, o primeiro dentre os sete companheiros iniciais da Ordem. Sua missão foi a de propagar a Fé através de um intenso serviço apostólico itinerante: Itália, Alemanha, Espanha, novamente Alemanha, Bélgica, Portugal…

Inicialmente em Parma, Pedro Fabro alojou-se no hospital, recusando hospedagem no palácio do cardeal. Dessa forma, vivia de esmolas. Pedro se colocava a disposição de todos, dia e noite, para ensinar e confessar. Dirigiu os Exercícios aos sacerdotes e promoveu uma grande mudança na vida religiosa em Parma. Diziam que “era como se todo domingo fosse domingo de Páscoa”, tamanha renovação religiosa. No entanto, foi chamado a Roma para nova destinação.

Em Roma, recebeu a missão de integrar a comissão do Dr. Pedro Ortiz, importante eclesiástico, conselheiro de Carlos V. Ortiz foi quem, em 1529, denunciou Inácio de Loyola à Inquisição por suspeita de heresia. No entanto, após fazer os Exercícios Espirituais sob a direção de Loyola em 1538, mudou completamente de opinião sobre a Companhia, tornando-se grande entusiasta e benfeitor da Ordem.

Partiram para a Alemanha em 1540. Ali, Pedro notou que as pessoas se rebelavam contra a Igreja romana não por discordarem das Escrituras, mas pela má conduta dos eclesiásticos. Diante disso, passou a dirigir os Exercícios a teólogos, prelados e a toda a corte.

Em julho de 1541, a comitiva de Ortiz partiu para a Espanha. Fabro teve uma estada curta em território espanhol, pois logo foi mandado de volta às terras germânicas, onde o avanço do protestantismo era grande. Fabro era considerado indispensável na defesa da Fé Católica diante deste cenário.

Obedecendo às ordens dos superiores, Fabro retornou à Alemanha e retomou seu apostolado, principalmente junto ao clero local. O trabalho era enorme, mas, mesmo com pouco pessoal, precisava atender aos chamados dos superiores. O então Superior Geral da Companhia de Jesus recebeu um pedido de D. João III, grande benfeitor da Ordem dos jesuítas, por pessoal qualificado em sua corte. Loyola decidiu enviar Fabro. Depois de um ano em Portugal, Fabro partiu para o trabalho apostólico na Espanha.

Durante sua atividade como jesuíta, Pedro Fabro percorreu toda a Europa ocidental à pé ou em lombo de mula. Foram anos de grande entrega e árduo trabalho. Já com a saúde debilitada, Fabro recebeu nova ordem: a de regressar a Roma para assistir, como teólogo, ao Concílio de Trento ao lado dos companheiros Lainez e Salmerón. Apesar da dificuldade da viagem, Fabro conseguiu chegar a Roma no dia 17 de julho de 1546.

As dificuldades e as expectativas com essa viagem, que viria a ser a última de Pedro Fabro, foram descritas por ele mesmo em uma carta datada de 31 de julho, destinada ao seu amigo e companheiro de missão nas terras ibéricas, António Araoz. É por meio desta carta que percebemos que, apesar de prostrado pela febre, Fabro acreditava que logo se recuperaria: “Há uns dias, Antônio, escrevi a Mestre Lainez, Mestre Salmerón e Mestre Jayo, que já estão no Concílio, que me juntaria a eles dentro de mais uns dias, quando me recupere. Pois, como em outras ocasiões, já passará… Estou certo que estas febres passarão…”.

No entanto, as febres não passaram. No mesmo dia 31, Fabro pediu um confessor. Morreu no dia seguinte, prostrado pela febre e, em seu leito, encontraram a referida carta. Tinha exatos 40 anos.

De caráter amável e suave, Fabro foi responsável por um grande número de vocações nestes anos iniciais da Companhia de Jesus. Sua palavra era persuasiva e tinha grande poder de conversão. Quando interpelado por um jovem jesuíta sobre como conseguia converter tantas pessoas, mesmo os mais céticos, ele respondeu: “Quando vós encontrares pessoas, mesmo soldados, estejais persuadido de que eles são melhores do que vós. Então, vós os conquistareis para Cristo”.

Mesmo diante do protestantismo crescente, Fabro propunha um diálogo amistoso e conciliador: “Creio que, daqui para frente, as relações com os luteranos devam fazer-se numa conversação fresca e serena e que comecemos a buscar as coisas em que coincidimos, de modo a ganhar-lhes bom ânimo de reformar suas vidas e ser seguidores de Nosso Senhor,com mais ardor apostólico e zelo das almas”.

Pedro Fabro foi beatificado pelo Papa Pio IX em 1872 e canonizado pelo Papa Francisco em 2013. Ao canonizar São Pedro Fabro, o Papa Francisco ressaltou o caráter piedoso, simples e bondoso do santo jesuíta e seu “atento discernimento interior”.


“Fabro era um «homem modesto, sensível, de profunda vida interior e dotado do dom de estabelecer relações de amizade com pessoas de todas as categorias» (Bento XVI, Discurso aos jesuítas, 22 de Abril de 2006). Contudo, era também um espírito inquieto, hesitante, nunca satisfeito. Sob a guia de Santo Inácio, aprendeu a unir a sua sensibilidade irrequieta mas também dócil, diria requintada, com a capacidade de tomar decisões. Era um homem de grandes desejos: assumiu os seus desejos, reconheceu-os. Aliás, para Fabro, é precisamente quando se apresentam situações difíceis que se manifesta o verdadeiro espírito que move a ação (cf. Memorial, 301). Uma fé autêntica exige sempre um desejo profundo de mudar o mundo. Eis a pergunta que nos devemos fazer: temos também nós grandes visões e estímulos? Somos também nós audazes? O nosso sonho voa alto? O zelo devora-nos (cf. Sl 69, 10)? Ou somos medíocres e satisfazemo-nos com as nossas programações apostólicas de laboratório? Recordemo-nos sempre disto: a força da Igreja não habita em si mesma nem na sua capacidade organizativa, mas esconde-se nas águas profundas de Deus. E estas águas agitam os nossos desejos e os desejos alargam o coração. É o que diz Santo Agostinho: rezar para desejar e desejar para alargar o coração. Precisamente nos desejos Fabro podia discernir a voz de Deus. Sem desejos nada se conclui e é por isto que se devem oferecer ao Senhor os próprios desejos. Nas Constituições diz-se que «se ajuda o próximo com os desejos apresentados a Deus nosso Senhor» (Constituições, 638).

Fabro sentia o desejo verdadeiro e profundo de «ser dilatado por Deus»: estava completamente centrado em Deus, e por isto podia ir, em espírito de obediência, muitas vezes também a pé, por todas as partes da Europa, para dialogar com todos com doçura e anunciar o Evangelho. Mas pode-se pensar na tentação, que talvez nós possamos ter e que tantos sentem, de relacionar o anúncio do Evangelho com golpes inquisitórios, de condenação. Não, o Evangelho anuncia-se com doçura, com fraternidade, com amor. A sua familiaridade com Deus levava-o a compreender que a experiência interior e a vida apostólica caminham sempre juntas. Escreve no seu Memorial que o primeiro movimento do coração deve ser o de «desejar o que é essencial e originário, ou seja, que o primeiro lugar seja deixado à solicitude perfeita de encontrar Deus nosso Senhor» (Memorial, 63). Fabro sente o desejo de «deixar que Cristo ocupe o centro do coração» (Memorial, 68). Só estando centrados em Deus é possível orientar-se rumo às periferias do mundo! E Fabro viajou ininterruptamente também nas fronteiras geográficas a ponto que dele se dizia: «parece que nasceu para não se deter em parte alguma» (MI, Epistolae I, 362). Fabro sentia-se arder pelo desejo intenso de comunicar o Senhor. Se nós não tivermos o seu mesmo desejo, então precisamos de nos deter em oração e, com fervor silencioso, pedir ao Senhor, por intercessão do nosso irmão Pedro, que nos fascine de novo: aquele fascínio do Senhor que levava Pedro a todas estas «loucuras» apostólicas.

[…] Como escrevia São Pedro Fabro, «nunca procuremos nesta vida um nome que não se reate ao de Jesus» (Memorial, 205). E peçamos a Nossa Senhora para podermos estar com o seu Filho.

Fonte https://franciscanos.org.br/

Oração
Deus, nosso Pai, dai-nos sabedoria e bom senso para que nossas vidas sirvam de bênção e de alegria àqueles que conosco convivem. Senhor, ensinai-nos a ver as coisas com realismo e serenidade, confiantes de que tudo providenciais para o nosso bem. Pela força da fé, não tenhamos receio de encarar nossas contradições internas, nossos sofrimentos, medos e decepções interiores. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Fonte https://www.a12.com/