São Romão entrou para a vida religiosa com 35 anos, na
França, onde nasceram os dois santos de hoje. Ele foi discernindo sua vocação,
que o deixava inquieto, apesar de já estar na vida religiosa. Ao tomar as
constituições de Cassiano e também o testemunho dos Padres do deserto, deixou o
convento e foi peregrinar, procurando o lugar onde Deus o queria vivendo.
Indo para o Leste, encontrou uma natureza distante de todos
e percebeu que Deus o queria ali.
Vivia os trabalhos manuais, a oração e a leitura, até o seu
irmão Lupicino, então viúvo, se unir a ele. Fundaram então um novo Mosteiro,
que se baseava nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano.
Romão tinha um temperamento e caminhada espiritual onde com
facilidade era dado à misericórdia, à compreensão e tolerância. Lupicino era
justiça e intolerância. Nas diferenças, os irmãos se completavam, e ajudavam
aos irmãos da comunidade, que a santidade se dá nessa conjugação: amor,
justiça, misericórdia, verdade, inspiração, transpiração, severidade,
compreensão. Eles eram iguais na busca da santidade.
O Bispo Santo Hilário ordenou Romão, que faleceu em 463. E
em 480 vai para a glória São Lupicino.
Nascido a 1838 em Assis, na Itália, dentro de uma família
nobre e religiosa, recebeu o nome de batismo Francisco, em homenagem a São
Francisco.
Na juventude andou desviado por muitos caminhos, e era dado
a leitura de romances, festas e danças. Por outro lado, o jovem se sentiu
chamado a consagrar-se totalmente a Deus, no sacerdócio ministerial. Mas vivia
'um pé lá, outro cá'. Ou seja, nas noitadas e na oração e penitência.
Aos 18 anos, desiludido, desanimado e arrependido, entrou
numa procissão onde tinha a imagem de Nossa Senhora. Em meio a tantos toques de
Deus, ouviu uma voz serena, a voz da virgem Maria, que dizia que aquele mundo
não era para ele, e que Deus o queria na religião.
Obediente a Santíssima Virgem, na fé, entrou para a
Congregação dos Padres Passionistas. Ali, na radicalidade ao Evangelho, mudou o
nome para Gabriel, e de acordo também com a sua devoção a Nossa Senhora,
chamou-se então: Gabriel da Dores.
Antes de entrar para a Congregação, já tinha a saúde fraca,
e com apenas 23 anos partiu para a glória, deixando o rastro da radicalidade em
Deus.
Em meios as dores, São Gabriel viveu o santo Evangelho.
Nascido do ano de 353 em Tessalônica da Macedônia, Porfírio
foi muito bem formado pelos seus pais, numa busca de piedade e vontade de Deus.
Com 25 anos foi para o Egito, onde viveu a austeridade. Depois, seguiu para a
Palestina, vivendo como eremita por 5 anos. Devido a uma enfermidade seguiu
para Jerusalém, onde se tratou.
São Porfírio percebia que faltava algo. Ele tinha herdado
uma grande fortuna, e já tendo discípulos - que vendo a ele seguir a Cristo,
também quiseram seguir nosso Senhor nos passos dele - ele ordenou que esses
discípulos fossem para Tessalônica e vendessem todos os bens. Ele então, pôde
dar tudo aos pobres.
Ele estava muito doente, mas através de uma visão, o Senhor
o curou. Mais tarde, passou a trabalhar para ganhar o 'pão de cada dia', sempre
confiando na Divina Providência.
O Patriarca de Jerusalém o ordenou sacerdote, e depois Bispo
em Gaza, tendo grande influência politica e na religiosidade de todo o povo.
Por meio do Espírito Santo e das autoridades, conseguiu que os templos pagãos
fossem fechados, e os ídolos destruídos. Não para acabar com a religiosidade,
mas para apontar a verdadeira religião: Nosso Senhor Jesus Cristo, único Senhor
e Salvador.
Faleceu no século V, deixando-nos esse testemunho: nossa fé,
nossa caridade, precisam ter uma ressonância dentro e fora da Igreja, para a
glória de Deus e Salvação de todas as pessoas.
Santa Valburga nasceu no ano de 710. Era filha de São
Ricardo, rei dos Saxões do Oeste. Santa Valburga tinha dois irmãos: o bispo
Vilibaldo e o monge Vunibaldo. Durante uma peregrinação com seu pai, mãe e
irmãos aos Lugares Santos, Santa Valburga retirou-se numa abadia. E foi ali que
descobriu a beleza do chamado de Deus, consagrando-se inteiramente ao Senhor.
Seu pai veio a falecer durante a viagem de volta dessa peregrinação.
Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com
outras religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações
recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces
de Valburga, por ela Deus já operava milagres. Naquele país, foi recebida e
apoiada pelo bispo Bonifácio, seu tio, que consolidava um grande trabalho de
evangelização, auxiliado pelos sobrinhos missionários.
Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde
Vunibaldo havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um
feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e Valburga
eleita a abadessa. Após a morte do irmão, ela passou a dirigir os dois
mosteiros, função que exerceu durante dezessete anos. Nessa época transpareceu
a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem como no seu amor ao
silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras assistenciais executadas pelos
seus religiosos fizeram destes mosteiros os mais famosos e procurados de toda a
região.
Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios
aconteciam com frequência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que
envolveu sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e
o da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu lado.
Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi
enterrado no mosteiro de Heidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao
ser trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em 893, o
seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras do sepulcro
brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato que se repetiu sob o
altar da igreja onde o corpo foi colocado.
Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram
enviadas para a França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia
construído no seu palácio de Atinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga. O
seu culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou
brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em garrafinhas
distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que opera milagres.
Celebramos neste dia a santidade de vida do monge Sérgio que
chegou ao martírio devido seu grande amor a pessoa de Nosso Senhor Jesus
Cristo. São Sérgio vivia no deserto enquanto os cristãos estavam sendo
perseguidos e entregando a vida em sacrifício de louvor.
Certa vez o santo monge e intercessor foi movido pelo
Espírito Santo para ir à Cesareia, onde lá ele encontrou no centro da praça a
imagem de Júpiter, que era considerado como o maior dos deuses entre os pagãos.
Diante da imagem os sacerdotes pagãos acusavam os cristãos e os condenavam, com
o motivo de serem eles os culpados da omissão dos deuses diante das
necessidades do povo.
Encorajado por Deus, São Sérgio levantou-se para denunciar
as mentiras e anunciar no poder do Espírito Santo o Evangelho. Depois de fazer
um lindo trabalho de evangelização, São Sérgio foi preso e no século IV partiu
para a Glória.
O
santo deste dia é um dos grandes Padres Apostólicos, ou seja, pertencia ao
número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo
entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano.
São
Policarpo foi ordenado Bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista.
De caráter reto, de elevado saber, amor à Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era
respeitado por todos no Oriente.
Com
a perseguição aos cristãos, o santo Bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso
e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo.
Policarpo, porém, proferiu estas palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a
Cristo e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Àquele a quem
prestei culto e reconheço como meu Salvador".
Condenado
à morte no estádio da cidade, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para
o povo: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso Nome adorável
seja glorificado por todos os séculos". São Policarpo viveu o seu nome –
poli=muitos, carpo=fruto – muitos frutos”, que foram regados com suor, lágrimas
e, no seu martírio no ano de 155, regado também com sangue.
Festa da Cátedra de São
Pedro. É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do
significado da cátedra, do assento, da cadeira de São Pedro que se encontra na
Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na
Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com
toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.
Fundamenta-se na Sagrada
Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no
capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada
um de nós: "E vós, quem dizei que eu sou?" São Pedro,0 em nome dos
apóstolos, pode assim afirmar: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo". Jesus então lhe disse: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas,
porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que
está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a
minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a
chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que
desligares na terra, serás desligado nos céus".
Logo, o fundador e o
fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade
encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e
o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse
carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma
vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.
Enfim, em matéria de fé e de
moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade
ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a
serviço como Pastor e Mestre.
De fato, o Papa está a
serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra
de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é
autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o
relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.
Nós olhamos para Cristo, para
a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da
Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a
Salvação e espalharmos a Salvação.
Essa vocação é do Papa, dos
Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.
São Pedro Damião, Bispo e
Doutor da Igreja. Nasceu em Ravena, Itália no ano de 1907. Marcado desde cedo
pelo sofrimento porque perdeu os seus pais, foi morar e viver com seu irmão. No
amor e no acolhimento, São Pedro Damião pode discernir a sua vocação.
Oração e penitência, algo que
sempre acompanhou a vida de Pedro Damião; e algo que também precisa nos
acompanhar constantemente.
São Pedro Damião discerniu
sua vocação à vida religiosa e entrou para a Ordem dos Camaldulenses, no
mosteiro de Fonte Avellana, na Úmbria, onde religiosos austeros levavam vida de
eremitas.
Diante das regras e do que
ele via e percebia, era preciso uma renovação a começar por ele. Ao se abrir a
ação do Espírito Santo, ao ser obediente às regras, outros também foram se
ajuntando a Pedro Damião, fundaram outros mosteiros e deram essa contribuição.
A renovação de qualquer
instituição passa pela renovação pessoal, e também é válido para os tempos de
hoje. As reclamações, as acusações, as rebeliões nada renovam, mas a decisão
pessoal, a abertura a Deus, isso sim, pode provocar, como provocou na vida e na
história de São Pedro Damião, uma renovação.
Deus pediu mais, e ele foi
servir de maneira mais próxima a hierarquia da Igreja, sendo conselheiro de um
Papa. Foi Bispo de Óstia, lugar perto de Roma, e também foi escolhido como
Cardeal. Algo que marcou a sua história.
São Pedro Damião, sua própria
vida nos aconselha a oração, a penitência e ao amor que se compromete com a
renovação dos outros, pois a partir da renovação pessoal, nós também ajudamos
na renovação do outro e das instituições.
A Igreja precisa ser renovada
constantemente, para isso somos chamados a nossa renovação pessoal, a conversão
diária. Peçamos a intercessão do santo de hoje que foi Bispo, Cardeal e Doutor
da Igreja.
No ano de 1908, nasceu
Francisco Marto. Em 1910, Jacinta Marto. Filhos de Olímpia de Jesus e Manuel
Marto. Eles pertenciam a uma grande família; e eram os mais novos de nove
irmãos. A partir da primavera de 1916, a vida dos jovens santos portugueses
sofreria uma grande transformação: as diversas aparições do Anjo de Portugal (o
Anjo da Paz) na "Loca do Cabeço" e, depois, na "Cova da
Iria". A partir de 13 de maio de 1917, Nossa Senhora apareceria por 6
vezes a eles.
O mistério da Santíssima
Trindade, a Adoração ao Santíssimo Sacramento, a intercessão, o coração de
Jesus e de Maria, a conversão, a penitência... Tudo isso e muito mais foi
revelado a eles pelo Anjo e também por Nossa Senhora, a Virgem do Rosário. Na
segunda aparição, no mês de junho, Lúcia (prima de Jacinta e Francisco) fez um
pedido a Virgem do Rosário: que ela levasse os três para o Céu. Nossa Senhora
respondeu-lhe: "Sim, mas Jacinta e Francisco levarei em breve". Os
bem-aventurados vivenciaram e comunicaram a mensagem de Fátima. Esse fato não
demorou muito. Em 4 de abril de 1919, Francisco, atingido pela grave gripe
espanhola, foi uma das primeiras vítimas em Aljustrel. Suas últimas palavras
foram: "Sofro para consolar Nosso Senhor. Daqui, vou para o céu".
Jacinta Marto, modelo de amor
que acolhe, acolheu a dor na grave enfermidade, tendo até mesmo que fazer uma
cirurgia sem anestesia. Tudo aceitou e ofereceu, como Nossa Senhora havia lhe
ensinado, por amor a Jesus, pela conversão dos pecadores e em reparação aos
ultrajes cometidos contra o coração imaculado da Virgem Maria. Por conta da
mesma enfermidade que atingira Francisco, em 20 de fevereiro de 1920, ela
partiu para a Glória. No dia 13 de maio do ano 2000, o Papa João Paulo II
esteve em Fátima, e do 'Altar do Mundo' beatificou Francisco e Jacinta, os mais
jovens beatos cristãos não-mártires. Beatos Francisco e Jacinta, rogai por nós!
O santo de hoje viveu em
Placência, na Itália, lugar onde casou-se também. Um homem de muitos bens, dado
aos divertimentos e à caça. Numa ocasião de caçada, acidentalmente provocou um
incêndio, prejudicando a muitas pessoas.
Ele então fugiu, e a polícia prendeu
um inocente, que não sabendo se defender, estava prestes a ser condenado e
executado.
Quando Conrado soube disso,
se apresentou como responsável pelo incêndio e se propôs a vender todos os bens
para reconstruir tudo o que o incêndio destruiu.
A partir daí, ele e sua
esposa começaram a fazer uma caminhada séria e profunda no Cristianismo,
buscando a vontade de Deus.
No discernimento dessa
vontade, o casal fez o 'voto josefino'. Ambos se consagraram a Deus para
viverem o celibato. Ela foi para um convento e ele retirou-se para um alto
monte vivendo por quarenta anos como um eremita. Na oração e na intimidade com
Deus, se ofertou a muitos. A muitos que hoje causam prejuízos para si e para os
outros.
Nascido em Ganfei, Portugal,
no ano de 1082, São Teotônio recebeu uma ótima formação. Primeiramente, junto a
um convento beneditino de Coimbra; depois, ao ser assumido por seu tio
Crescêncio, Bispo de Coimbra, ele foi correspondendo à graça de Deus em sua
vida. Com a morte do tio, dirigiu-se para Viseu, onde terminou seus estudos
básicos e recebeu o dom da ordenação sacerdotal.
Homem de oração e penitência,
centrado no mistério da Eucaristia, e peregrino, fez duas viagens à Terra
Santa, que muito marcaram a sua história, até que os cônegos de Santo Agostinho
pediram que ele ficasse ali como um dirigente, mas, em nome da obediência, ele
não poderia fazê-lo, uma vez que já ocupava o cargo de prior da Sé de Viseu. No
retorno, abriu mão deste serviço e se dedicou ainda mais à evangelização.
Ele já era conhecido e
respeitado por muitas autoridades. Inclusive, o rei Afonso Henriques e a
rainha, dona Mafalda, por motivos de guerra, acabaram retendo muitos cristãos e
ele foi interceder em prol desses cristãos. Muitos foram liberados, mas o santo
foi além. Como já tinha fundado, a pedido de amigos, a Nova Ordem dos Cônegos
Regulares sob a luz da Santa Cruz, aos pés do Mosteiro, ele não só acolheu
aqueles filhos de Deus, mas também pôde mantê-los como um verdadeiro pai. No
mosteiro, ele era um pai, um prior não só por serviço e autoridade, mas um
exemplo refletindo a misericórdia do mistério da cruz do Senhor, refletindo o
seu amor apaixonado pelo mistério da Eucaristia.
Mariano e devoto dos Santos
Anjos, ele despojou-se e se retirou em contemplação e intercessão. Foi assim
que, em 18 de fevereiro, esse grande santo português, em 1162, partiu para a
glória.
Peçamos a intercessão de São
Teotônio para que possamos glorificar a Deus pela obediência, sempre
voltando-nos para os mais pequeninos.
Interessante percebermos o
contexto do surgimento desta ordem. No século XII e XIII, predominava uma
burguesia anticristã na vivência, porque dizer que é cristão, que é católico,
não é difícil, mas vivenciar e testemunhar o amor a Cristo, à Igreja e aos pobres,
só com muito esforço e muita graça do Senhor.
Providencialmente, Deus, em
sua misericórdia, foi suscitando vários santos como verdadeiros caminhos da fé
e da felicidade, como os sete santos de hoje que fundaram a Ordem dos Servos de
Maria. Eles pertenciam ao grupo de burgueses, até que foram se aproximando de
um grupo de oração que se reunia com uma imagem de Nossa Senhora e ali oravam.
Aqueles jovens foram se aproximando e a graça de Deus foi conquistando o
coração deles.
Foram sete a dar um passo de
radicalidade. Abandonaram o luxo, os cavalos, as festas, e foram viver uma vida
monástica como sinal de santidade naquela sociedade em decadência. Com exceção
de Alessio, que ficou como irmão religioso, os demais tornaram-se sacerdotes.
Mas todos eles, como um só sinal de que ser servo de Cristo e da Virgem Maria,
é preciso ter muito amor.
Oração, penitência e renúncia
são percebidos na vida dos santos. Essas coisas são comuns, porque brotam da
vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e estão presentes no Evangelho que a Igreja
de Cristo prega.
Sete santos fundadores da
Ordem dos Servitas, rogai por nós!
Bispo e mártir, Santo Onésimo teve em sua história São Paulo
e também os amigos dele. O que se sabe concretamente sobre Onésimo está
testemunhado na carta de São Paulo a Filémon que começa assim: “Paulo,
prisioneiro de Jesus Cristo, e seu irmão Timóteo, a Filémon, nosso muito amado
colaborador” (Filémon 1,1). Foi nessa missão de São Paulo que ele encontrou-se
com um fugitivo escravo chamado Onésimo, cujo nome significa, em grego, útil.
Onésimo abandonou a casa de seu senhor, provavelmente
levando os bens próprios deste. A partir do versículo 8, São Paulo, pede para
seu amigo uma intercessão. “Por esse motivo, se bem que eu tenha plena
autoridade em Cristo para prescrever-te o que é da tua obrigação, prefiro fazer
apenas um apelo para a sua caridade. Eu, Paulo, idoso como estou e, agora,
preso por Jesus Cristo, venho suplicar-te em favor deste meu filho que gerei na
prisão: Onésimo”(Filémon 1,8-10). Esta expressão de São Paulo, de gerar,
significa evangelizar, cuidar; não apenas dar a conhecer a Cristo, mas acompanhar
o crescimento do cristão.
Era assim o relacionamento de amor entre Paulo e Onésimo.
Mas São Paulo sabia que Onésimo precisava ir ao encontro de Filémon. Então,
prossegue: “Ele poderá ter sido de pouca serventia para ti, mas agora poderá
ser útil tanto para ti quanto para mim. Torno a enviá-lo para junto de ti e é
como se fosse o meu próprio coração, que é amor do apóstolo, um amor que se
compadece e que toma a causa”. Por isso, não só Onésimo foi ao encontro de
Filémon, como este o dispensou e o perdoou.
O santo de hoje ajudou São Paulo em sua missão e chegou a
ser escolhido como Bispo que, por amor a Cristo, deixou-se apedrejar, perdoando
a todos e sendo testemunho para os cristãos.
Nasceu na França, em 1641. Sua mãe, muito cedo, havia
profetizado que seu filho seria um santo religioso. Não que isso o forçou, mas
ajudou no seu discernimento. Passado um tempo, ele, pertencente e uma família religiosa,
pôde fazer este caminho de seguimento a Cristo e entrou para a Companhia de
Jesus.
Dado aos estudos, aprofundou-se, lecionou e chegou a
superior de um colégio jesuíta. Mas Deus tinha muitos planos para ele. Ele
dizia: “Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes
sacrifícios” e pôde experimentar essa realidade. Ao ser o confessor do convento
de Nossa Senhora da Visitação, conheceu a humilde e serva do Senhor, Margarida
Maria Alacoque, que ia recebendo as promessas do Sagrado Coração de Jesus. Ele
a orientou muito e pôde se aprofundar também nesta devoção; amor ao coração de
Jesus. Amando o Senhor, pôde estar em comunhão também com o sacrifício e com a
dor.
Ele mergulhou o seu coração nessa devoção e pôde ajudar a
santa, mas, por obediência, teve de ir para Londres onde sofreu incompreensões
por parte de cristãos não católicos, ao ponto de calúnias o levarem ao
julgamento e à prisão. Só não foi morto por causa da intervenção do rei da
França, Luís XIV.
São Cláudio de La Colombiere voltou para o berço da devoção
ao Sagrado Coração de Jesus. Com 41 anos, partiu para a glória, como havia
profetizado Margarida Maria Alacoque.
O seu testemunho nos mostra que é do coração de Jesus que
vem a santidade para o nosso coração.
Nasceu na Grécia, no ano de 826. Vocacionado em busca da
verdade, ele estudou, por amor, filosofia e chegou a lecionar. Um homem dado à
comunhão ao ponto de ser embaixador, diplomata junto aos povos árabes. Mas tudo
isso que tocava a vida de São Cirilo não preenchia completamente o seu coração,
porque ele tinha uma vocação à verdade absoluta e queria se consagrar
totalmente a ela, a verdade encarnada, Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Cirilo abandonou tudo para viver uma grande aventura
santa com seu irmão que já era monge: São Metódio. Juntos, movidos pelo
Espírito, foram ao encontro dos povos eslavos, conheceram a cultura e se
inculturaram. A língua, os costumes, o amor àquele povo, tudo isso foi
fundamental para que São Cirilo, juntamente com seu irmão, para que pudessem
apresentar o Evangelho vivo, Jesus Cristo.
Devido inovações inspiradas, eles traduziram as liturgias
para a língua dos eslavos. Tiveram de ir muitas vezes para Roma e o Papa,
percebendo os frutos daquela evangelização, daquela mudança litúrgica, ele pôde
discernir o fruto principal que movia aqueles irmãos missionários era o amor
àquele povo eslavo e, acima de tudo, o amor a Deus.
Numa dessas viagens para Roma, São Cirilo tinha um pouco
mais de 40 anos e ficou enfermo. O Papa quis ordená-lo Bispo, mas Cirilo
faleceu. Mas está na glória intercedendo por nós.
Nasceu no século IV, em Cesareia, na Palestina. Muito jovem,
discerniu sua vocação à vida de eremita; retirou-se a um lugar distante para se
entregar à vida de sacrifício e de oração pela salvação das pessoas e também
pela própria conversão. Ele vivia um grande combate contra o homem velho,
aquele que tem fome de pecado, que é desequilibrado pela consequência do pecado
original que atingiu a humanidade que todos nós herdamos. Mas foi pela
Misericórdia, pela força do Espírito Santo que ele se tornou santo.
Sua fama foi se espalhando e muitos procuravam Martiniano.
Embora jovem, ele era cheio do Espírito Santo para o aconselhamento, a direção
espiritual, até apresentando situações de enfermidades, na qual ele clamava ao
Senhor Jesus pela cura e muitos milagres aconteciam. Através dele, Jesus curava
os enfermos.
Homem humilde, buscava a vontade de Deus dentro deste drama
de querer ser santo e ter a carnalidade sempre presente. Aconteceu que Zoé, uma
mulher muito rica, mas dada aos prazeres carnais e também às aventuras com um
grupo de amigos, fez uma aposta de que levaria o santo para o pecado. Vestiu-se
com vestes simples, pobres, pediu para que ele a abrigasse por um dia. Eles
dormiram em lugares distantes, mas ela, depois, vestiu-se com uma roupa bem
sedutora e foi ser instrumento de sedução para Martiniano. Conta-nos a história
que ele caiu na tentação.
Os santos não foram homens e mulheres de aço, pelo
contrário, ao tomar consciência daquele pecado, ele se prostrou, arrependeu-se,
penitenciou-se, mergulhou o seu coração e a sua natureza na misericórdia de
Deus. Claro que o Senhor o perdoou.
Só há um pecado que Deus não perdoa: aquele do qual não
somos capazes de nos arrepender.
São Martiniano arrependeu-se e retomou o seu propósito. Ele
foi um instrumento de evangelização para aquela mulher que, de tal forma,
também acolheu a graça do arrependimento, entrou para a vida religiosa e
consagrou-se, fazendo parte do mosteiro das religiosas de Santa Paula e ali se
santificou.
O santo, depois, foi para uma ilha; em seguida para Atenas,
na Grécia, e, no ano 400, partiu para a glória tendo recebido os sacramentos.
Santo não é aquele que "nunca pecou". A oração, a
vigilância e o mergulho da própria miséria na Misericórdia Divina é o que nos
santifica.
Virgem e mártir, viveu no
século III em Barcelona. Educada e muito bem formada pela sua família cristã,
desde pequena ela buscou o relacionamento com Deus e a fuga do pecado. Era uma
pessoa muito sociável, gostava de brincar com as amigas da mesma idade, mas
sempre fugia da vaidade.
Santa Eulália amava Jesus
Cristo acima de tudo e O amou em todos os momentos, inclusive na dor. Aconteceu
que, por parte do terrível Deocleciano, a perseguição aos cristãos chegou na
Espanha. Os pais da santa decidiram viajar para fugir dessa perseguição, mas
Eulália foi até o governador a fim de denunciar, com a sua pouca idade, a
injustiça que estava sendo cometida contra os cristãos. O governador, diante
daquela ousadia, quis que ela apostatasse da fé, ou seja, que adorasse outros
deuses para que ficasse livre do sofrimento. No entanto, ela deixou claro que o
seu Senhor, o Rei dos reis, o Senhor de todos os dominadores, é Jesus Cristo.
O ódio daquele governador e a
maldade contra uma menina, fez com que ela fosse queimada com ferro e fogo,
mas, durante tanto sofrimento, o seu testemunho era este: “Agora, vejo em mim
as marcas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Foi no ano de 1858 que a Virgem Santíssima apareceu, nas
cercanias de Lourdes, França, na gruta Massabielle, a uma jovem chamada Santa
Marie-Bernard Soubirous ou Santa Bernadete. Essa santa deixou por escrito um
testemunho que entrou para o ofício das leituras do dia de hoje.
“Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave
buscar lenha. Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas
árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora vestida
de branco; tinha um vestido alvo com uma faixa azul celeste na cintura e uma
rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com ela. Somente na
terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu queria voltar ali durante
quinze dias. Durante quinze dias lá voltei e a Senhora apareceu-me todos os
dias, com exceção de uma segunda e uma sexta-feira. Repetiu-me, vária vezes,
que dissesse aos sacerdotes para construir, ali, uma capela. Ela mandava que
fosse à fonte para lavar-me e que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas
e muitas vezes perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade.
Finalmente, com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a
Imaculada Conceição”.
Maria, a intercessora, modelo da Igreja, imaculada,
concebida sem pecado, e, em virtude dos méritos de Cristo Jesus, Nossa Senhora,
nessa aparição, pediu o essencial para a nossa felicidade: a conversão para os
pecadores. Ela pediu que rezássemos pela conversão deles com oração, conversão,
penitência.
Isso aconteceu após 4 anos da proclamação do Dogma da
Imaculada Conceição. Deus quis e Sua Providência Santíssima também demonstrou,
dessa forma, a infalibilidade da Igreja. Que chancela do céu essa aparição da
Virgem Maria em Lourdes. E os sinais, os milagres que aconteceram e continuam a
acontecer naquele local.
Lá, onde as multidões afluem, o clero e vários Papas lá
estiveram. Agora, temos a graça de ter o Papa Bento XVI para nos alertar sobre
este chamado.
Hoje, recordamos o testemunho daquela que foi irmã gêmea de
São Bento, pai do monaquismo cristão. Ambos nasceram em 480, em Núrsia, região
de Umbria, Itália.
Santa Escolástica começou a seguir Jesus muito cedo. Mulher
de oração, ela sempre foi acompanhando o irmão por meio de intercessão. Depois,
ao falecer seus pais, ela deu tudo aos pobres. Junto com uma criada, que era
amiga de confiança e seguidora também de Cristo, foi ter com São Bento, que
saiu da clausura para acolhê-la. Com alguns monges eles dialogaram e ela
expressou o desejo de seguir Cristo através das regras beneditinas.
São Bento discerniu pela vocação ao ponto de passar a regra
para sua irmã e ela tornou-se a fundadora do ramo feminino: as Beneditinas. Não
demorou muito, muitas jovens começaram a seguir Cristo nos passos de São Bento
e de Santa Escolástica.
Uma vez por ano, eles se encontravam dentro da propriedade
do mosteiro. Certa vez, num último encontro, a santa, com sua intimidade com
Deus, teve a revelação de que a sua partida estava próxima. Então, depois do
diálogo e da partilha com seu irmão, ela pediu mais tempo para conversar sobre
as realidades do céu e a vida dos bem-aventurados. Mas São Bento, que não sabia
do que se tratava, por causa da regra disse não. Ela, então, inclinou a cabeça,
fez uma oração silenciosa e o tempo, que estava tão bom, tornou-se uma
tempestade. Eles ficaram presos no local e tiveram mais tempo.
A reação de São Bento foi de perguntar o que ela havia feito
e desejar que Deus a perdoasse por aquilo. Santa Escolástica, na simplicidade e
na alegria, disse-lhe: “Eu pedi para conversar, você não aceitou. Então, pedi
para o Senhor e Ele me atendeu”.
Passados três dias, São Bento teve a visão de uma pomba que
subia aos céus. Era o símbolo da partida de sua irmã. Não demorou muito, ele
também faleceu.
Nascido no Equador, em 1854, São Miguel Febres recebeu como
nome de batismo Francisco. Nasceu com uma grave deformação física nos pés, mas
seus pais amaram, acima de tudo, aquele filho do Senhor. Sua deficiência não o
impediu de dar passos concretos para a vontade de Deus.
O santo entrou para a Congregação dos Lassalistas depois de
conhecer a vida religiosa e, ali, foi dando frutos para o Reino de Deus. Dotado
de muitos dons para lecionar e escrever, pertenceu à Academia de Letras do
Equador. Prestou um grande serviço em Quito, no colégio de La Salle coordenando
1200 crianças. Em tudo buscou a vontade de Deus.
Numa pobreza interior muito grande, a infância espiritual
foi o seu segredo; colocou-se no lugar do ser humano, que é o coração de Deus.
Totalmente dependente d'Ele e amando o próximo, seu nome de batismo era
Francisco, mas seu nome religioso era Miguel. Mais do que uma mudança de nome,
uma mudança constante de vida.
Como todos os santos, conseguiu corresponder ao belo chamado
do Senhor. São Miguel Febres deu o seu testemunho até o último instante.
Quando, no Equador, rompeu-se a perseguição aos cristãos e um grande levante
anticlerical, por obediência este santo foi para a Europa. Lá, ele pôde
lecionar línguas.
Em 1910, ele partiu para a glória. Suas últimas palavras
foram: “Jesus, José e Maria, eu vos dou o meu coração e a minha alma”. Palavras
essas que bem representam toda uma vida entregue nas mãos de Deus.
Rezemos, pedindo a intercessão desse santo para que a nossa
vida seja assim também.
Santa irmã morena, como era conhecida, nasceu no Sudão, em
1869. Santa Josefina, como muitos naquele tempo, viveu a dureza da escravidão.
Bakhita, que significa "afortunada", não foi o nome dado a ela pelos
pais, mas por uma das pessoas que, certa vez, a comprou.
Por intermédio de um cônsul italiano que a comprou, ela foi
entregue a uma família amiga deste de Veneza. Ali, ela tornou-se amiga e também
babá da filha mais nova deles que estava nascendo.
Em meio aos sofrimentos e a uma memória toda marcada pela
dor e pelos medos, ela foi visitada pelo amor de Deus. Porque essa família de
Veneza teve de voltar para a África, em vista de negócios, tanto a filha
pequena quanto a babá foram entregues aos cuidados de irmãs religiosas de Santa
Madalena de Canossa. Ali, Santa Bakhita conheceu o Evangelho; conhecendo a
pessoa de Jesus, foi se apaixonando cada vez mais por Ele.
Com 21 anos, recebeu a graça do sacramento do batismo.
Livremente, ela O acolheu e foi crescendo na vida de oração, experimentando o
amor de Deus e se abrindo à ação do Espírito Santo.
Quando aqueles amigos voltaram para pegar Bakhita e a
criança, foi o momento em que ela expressou o seu desejo de permanecer no
local, porque queria ser religiosa. Passado o tempo de formação, recebeu a
graça de ser acolhida como religiosa. Isso foi sinal de Deus para as irmãs e
para o povo que rodeava aquela região.
Santa Josefina Bakhita, sempre com o sorriso nos lábios, foi
uma mulher de trabalho. Exerceu várias atividades na congregação. Como porteira
e bordadeira, ela serviu a Deus por intermédio dos irmãos. Carinhosamente, ela
chamava a Deus como seu patrão, “o meu Patrão”, ela dizia.
Conhecida por muitos pela alegria e pela paz que comunicava,
ela, com o passar dos anos, foi acometida por uma grave enfermidade. Sofreu por
muito tempo, mas na sua devoção a Santíssima Virgem, na sua vida de oração,
sacramental, de entrega total ao Senhor, ela pôde se deixar trabalhar por Deus,
seu verdadeiro libertador. Ela partiu para a glória e foi canonizada pelo Papa
João Paulo II no ano 2000.
Nasceu na Inglaterra, no século VII e teve três filhos que
também foram reconhecidos pela Igreja como santos. Ao descobrir a sua vocação
para a vida matrimonial, quis ser santo, mas também quis que seus filhos o
fossem, formando uma família santa para Deus. Ele fez, diariamente, a sua
opção, porque a santidade passa pela adesão da nossa liberdade. Somos livres,
somos todos chamados a canalizar a nossa liberdade para Deus, o autor da
verdadeira liberdade.
O santo inglês quis fazer uma peregrinação juntamente com os
seus filhos chamados Winebaldo, Wilibaldo e Walberga. Mas, ao saírem da
Inglaterra rumo à Terra Santa, passaram por Luca, norte da África, onde São
Ricardo adoeceu gravemente e faleceu no ano de 722. Para os filhos, ficou o
testemunho, a alegria do pai, a doação, o homem que em tudo buscou a santidade;
não apenas para si, mas para os outros e para seus filhos.
São Bonifácio, parente muito próximo, convocou os filhos de
São Ricardo para a evangelização na Germânia. Que linda contribuição! Walberga
tornou-se abadessa; Wilibaldo, Bispo e Winebaldo fundou um mosteiro. Todos
eles, como o pai, viveram a santidade.
São Ricardo foi santo no seu tempo. De família nobre, viveu
uma nobreza interior, que precisa ser a de todos os cristãos; aquela que muitos
podem nem perceber, mas que Deus está vendo.
Os frutos mais próximos que podemos perceber na vida desse
santo são seus filhos que, assim como o pai, também foram santos. Ele quis ser
santo e batalhou para sê-lo como Nosso Senhor Jesus Cristo foi, é e continuará
sendo.
São Paulo Míki nasceu em Kyoto, no Japão, no século XVI
dentro de uma família cristã, nobre, que foi canal para que ele recebesse,
ainda pequeno, a graça do batismo. A partir de então, buscou também viver a
riqueza do “ser batizado”. Discerniu a sua vocação, entrou para a Companhia de
Jesus, tornou-se um Jesuíta e correspondeu ao chamado do sacerdócio.
Profundo conhecedor tanto da cultura quanto da língua, foi
um homem compadecido do seu povo. Como nos tempos de hoje, o Japão não tinha o
Cristianismo como religião predominante, então, São Paulo Míki buscava
responder à necessidade da evangelização pela oração e pela penitência. Com
estratégias inspiradas pelo Espírito Santo, foi um homem dócil, de comunidade.
Ousado e corajoso, quando ergueu-se à perseguição do
Cristianismo no Japão também acabou sendo preso, assim como seus companheiros;
mas não arrefeceu na sua fé. Ele, que era um grande pastor e pregador, também
no momento do confronto, indicou Nosso Senhor Jesus Cristo e a sua religião
como o único Salvador e a verdadeira religião; verdade que perdura para todos
os tempos.
São Paulo Míki, assim como os companheiros de missão e
outros cristãos fervorosos, deram testemunho com a vida e também com a mote.
Em Nagasaki, foram todos crucificados em 1595. Sementes para
novos cristãos, desde a passagem de São Francisco Xavier já se contavam 300 mil
cristãos no Japão. Depois, muito mais com testemunho desses 26 companheiros de
Jesus.
Peçamos a intercessão deste santo para que o nosso
relacionamento profundo com Deus se traduza em evangelização para a humanidade.
São Paulo Míki e companheiros mártires, rogai por nós!
Virgem e mártir, Santa Águeda nasceu no século III numa
família muito conhecida, em Catânia, na Sicília. Muito cedo, ela discerniu um
chamado a Deus consagrando a sua virgindade ao Senhor, seu amado e esposo. A
grande santa italiana foi uma jovem de muita coragem vivendo o Santo Evangelho
na radicalidade num tempo em que o imperador Décio levantou contra o
Cristianismo uma forte perseguição. Aqueles que não renunciassem ao senhorio de
Cristo e não O desprezassem eram punidos com muitos sofrimentos até a morte.
Santa Águeda era consagrada ao Senhor, amava a Deus, mas foi
pedida em casamento por um outro jovem. Claro, por coerência e por vocação, ela
disse 'não'. Esse jovem, que dizia amá-la, a denunciou às autoridades. Ela foi
presa e injustamente condenada. Que terríveis sofrimentos e humilhações!
Ela sempre se expressava com muita transparência e dizia que
pertencia a uma família nobre, rica, conhecida, mas tinha honra de servir a
Nosso Senhor, o seu Deus. De fato, para os santos, a maior honra e a maior
glória é servir ao Senhor.
Entregaram-na a uma mulher tomada pelo pecado, uma velha
prostituta para pervertê-la, mas esta não conseguiu, pois o reinado de Cristo
se dava no coração de Águeda antes de tudo. Então, novamente, como num gesto de
falsa misericórdia, perguntaram-lhe: “Então, o que você escolheu, Águeda, para
a salvação?”. “A minha salvação é Cristo”, ela respondeu.
Os santos passaram por muitas dificuldades, mas, em tudo,
demonstraram para nós que é possível glorificar a Deus na alegria, na tristeza,
na saúde, na dor.
Em 254 foi martirizada e se encontra na eternidade, com seu
esposo, Jesus Cristo, a interceder por nós.
Nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1647. Seu pai,
Salvador Pereira de Brito; sua mãe, D. Brites Pereira. No ano de 1640, seu pai
foi enviado pelo rei Dom João IV para ser governador no Brasil, lugar onde
faleceu. São João de Brito, com sua mãe e seus irmãos, ficaram na corte. Desde
cedo, São João dava testemunho da busca de viver em Deus.
Com sua saúde fragilizada, certa vez os médicos chegaram a
perder as esperanças, mas sua mãe, voltando-se para o céu em oração e
intercessão, fez também uma promessa a São Francisco Xavier e o pequeno João
recobrou a saúde milagrosamente.
São João passou um ano com uma batina, pois isso fazia parte
do cumprimento da promessa; mais do que isso, Deus foi trabalhando a vocação em
seu coração até que, com 15 anos apenas, ele entrou para a Companhia de Jesus.
Em 1673, foi ordenado sacerdote e enviado para evangelizar
na Índia. Viveu em Goa, depois no Sul da Índia, onde aprofundou-se nos estudos
e todo aquele lugar, toda aquela região conheceu o ardor deste apóstolo.
Homem que comunicava o Evangelho com a vida, ele buscava
viver a inculturação para que muitos se rendessem ao amor de Deus num diálogo
constante com as culturas, o que não quer dizer que sempre encontrou
acolhimento.
Junto aos povos de Maravá, ele evangelizou e muitos foram
batizados; mas, ao retornar desta missão, ele e outros catequistas acabaram
sendo presos por soldados pagãos e anticristãos e fizeram de tudo para que este
sacerdote santo renunciasse a fé, mas ele renunciou a própria vida e estava
aberto para o martírio se fosse preciso. O rei chegou a condená-lo, mas um
príncipe quis ouvir a doutrina que ele espalhava e muitos mudavam de vida,
abandonavam os deuses e a conclusão daquele príncipe pagão era de que aquela
doutrina era justa e santa. São João foi libertado junto com os outros.
Não demorou muito, por obediência, voltou para Portugal, mas
o seu coração queria, de novo, retornar para a Índia e até mesmo ser mártir.
Foi o que aconteceu.
Passado um tempo, após dar seu testemunho em vários colégios
dos jesuítas, ser sinal para Portugal do quanto o amor a Cristo e à Igreja não
pode ter medidas. Retornando à Índia, novamente evangelizando em Maravá, foi
preso. Desta vez, até um príncipe pagão chegou a se converter. Mas o rei se
revoltou, mandou prender aquele padre. No ano de 1693, ele foi degolado. Sofreu
muito antes disso, mas tudo ofereceu por amor a Cristo e pela salvação das
almas.
São João de Brito, modelo para todos nós de que o amor a
Cristo, à Igreja e a salvação das almas não pode ter medidas.
O santo de hoje nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, no
final do século III. São Brás, primeiramente, foi médico, mas entrou numa
crise, não profissional, pois era bom médico e prestava um ótimo serviço à
sociedade. Mas nenhuma profissão, por melhor que seja, consegue ocupar aquele
lugar que é somente de Deus. Então, providencialmente, porque ele ia se abrindo
e buscando a Deus, foi evangelizado. Não se sabe se já era batizado ou pediu a
graça do Santo Batismo, mas a sua vida sofreu uma guinada. Esta mudança não foi
somente no âmbito da religião, sua busca por Nosso Senhor Jesus Cristo estava
ligada ao seu profissional e muitas pessoas começaram a ser evangelizadas
através da busca de santidade daquele médico.
Numa outra etapa de sua vida, ele discerniu que precisava se
retirar. Para ele, o retiro era permanecer no Monte Argeu, na penitência, na
oração, na intercessão para que muitos encontrassem a verdadeira felicidade
como ele a encontrou em Cristo e na Igreja. Mas, na verdade, o Senhor o estava
preparando, porque, ao falecer o bispo de Sebaste, o povo, conhecendo a fama do
santo eremita, foi buscá-lo para ser pastor. Ele, que vivia naquela constante
renúncia, aceitou ser ordenado padre e depois bispo; não por gosto dele, mas
por obediência.
Sucessor dos apóstolos e fiel à Igreja, era um homem
corajoso, de oração e pastor das almas, pois cuidava dos fiéis na sua
totalidade. Evangelizava com o seu testemunho.
São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente
perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do
Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a
perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do
Cristianismo. O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar
ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os
soldados para o Monte Argeu, lugar que esse grande santo fez sua casa
episcopal. Dali, ele governava a Igreja, embora não ficasse apenas naquele
local.
São Brás foi preso e sofreu muitas chantagens para que
renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à
própria vida. Em 316, foi degolado.
Conta a história que, ao se dirigir para o martírio, uma mãe
apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo engasgada por causa de
uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para o céu, orou e Nosso
Senhor curou aquela criança.
Peçamos a intercessão do santo de hoje para que a nossa
mente, a nossa garganta, o nosso coração, nossa vocação e a nossa profissão
possam comunicar esse Deus, que é amor.
Encontramos, nos Atos dos Apóstolos, este exemplo de
entrega. No capítulo 10, nós assim ouvimos da Palavra de Deus: “Havia em
Cesareia um homem por nome Cornélio. Centurião da corte que se chamava Itálica,
era religioso; ele e todos de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas
esmolas ao povo e orava constantemente” (At 10,1-2).
Diante dessa espiritualidade que Cornélio possuía, Deus o
visitou por meio de um anjo, que lhe indicou São Pedro. Este, que também teve
uma visão, foi à casa de Cornélio. Foi aí que aconteceu a abertura da Igreja
para a evangelização dos pagãos, dos estrangeiros. No outro dia, Pedro chegou
em Cesareia. Cornélio o estava esperando, tendo convidado seus parentes e
amigos mais íntimos.
Não somente ele queria encontrar-se com o Senhor, como
também queria o mesmo para todos os seus parentes e amigos. Cornélio ouviu da
boca do primeiro Papa da Igreja: “Deus me mostrou que nenhum homem deve ser
considerado profano ou impuro” (At 10,28). Assim, São Pedro começou a
evangelizar e, de repente, no versículo 44: “Estando Pedro, ainda a falar, o
Espírito Santo desceu sobre todos que ouviam a (santa) Palavra. Os fiéis da
circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram vendo que o
dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos; pois eles os ouviam
falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então Pedro tomou a palavra:
'Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito
Santo como nós? E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.
Rogaram-lhe então que ficasse com eles por alguns dias” (At 10,44-48).
São Cornélio tornou-se o primeiro bispo em Cesareia. Homem
religioso e de oração, Deus pôde contar com ele para a maravilhosa obra que
chega até nós nos dias de hoje. Pela docilidade de muitos, como São Cornélio, o
Santo Evangelho se faz presente em nosso meio.
Peçamos a intercessão de São Cornélio para que busquemos
cada vez mais o Senhor.
Nasceu em Florença, em 1182, numa família nobre que
respeitava as opções de Veridiana com relação a Deus. Ela trabalhou com um tio
comerciante e o ajudou a administrar seus negócios, mas percebeu que sua
vocação era muito mais do que administrar; era deixar que o próprio Deus
cuidasse dela e de sua história.
Jovem de oração, de penitência e contemplação, priorizou a
vontade do Senhor, por isso chegou a um ponto em que deixou tudo para seguir a
vontade de Deus, trabalhando e servindo-O por meio dos pobres e peregrinos.
Na época em que administrava o comércio do tio, já ajudava
os pobres. Mas, agora, ela se doava para os seus irmãos mais necessitados.
Ficou gravemente ferida, quando, ao fazer uma peregrinação pelos túmulos de São
Pedro e São Paulo, foi a pé e descalça pedindo esmolas. Santa Veridiana
ofereceu todos esses seus sacrifícios pela conversão das pessoas.
Uma mulher possuída pelo Espírito Santo, foi dócil à vontade
de Deus e viveu o restante de sua vida acamada, enferma, oferecendo-se ao
Senhor, aconselhando muitas pessoas e intercedendo por todos. Seus alimentos
eram pão e água.
Mulher penitente e feliz, viveu até os 60 anos de idade
consumindo-se de amor a Deus para o bem dos irmãos.
Santa Veridiana, neste tempo marcado pelo hedonismo e pela
busca desenfreada por prazeres, nos aponta, denuncia que não é este o caminho
da felicidade, mas apenas um: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Peça a intercessão dessa santa para que todos possam, na
oração, na penitência, na doação ao irmão, encontrarmos a verdadeira
felicidade.