sábado, 22 de fevereiro de 2014

23 de Fevereiro - São Policarpo de Esmirna

Nascido em uma família cristã da alta burguesia no ano 69, em Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida nos foram transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu, venerado como o "Apóstolo da França" e sucessor de Timóteo em Lion. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer outros apóstolos que conviveram com o Mestre. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, Policarpo foi escolhido e consagrado para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo próprio apóstolo João, o Evangelista.

Foi amigo de fé e pessoal de Inácio Antioquia, que esteve em sua casa durante seu trajeto para o martírio romano em 107. Este escreveu cartas para Policarpo e para a Igreja de Esmirna, antes de morrer, enaltecendo as qualidades do zeloso bispo. No governo do papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, representando as igrejas da Ásia para discutirem sobre a mudança da festa da Páscoa, comemorada em dias diferentes no Oriente e Ocidente. Apesar de não chegarem a um acôrdo, se despediram celebrando juntos a liturgia, demonstrando união na fé, que não se abalou pela divergência nas questões disciplinares.

Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em administração eclesiástica, mas em fortalecer a fé do seu rebanho. Ele escreveu várias cartas, porém a única que se preservou até hoje foi a endereçada aos filipenses no ano 110. Nela, Policarpo exaltou a fé em Cristo, a ser confirmada no trabalho diário e na vida dos cristãos. Também citou a Carta de Paulo aos filipenses, o Evangelho, e repetiu as muitas informações que recebera dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, a Igreja o considera "Padre Apostólico", como foram classificados os primeiros discípulos dos apóstolos.

Durante a perseguição de Marco Aurélio, Policarpo teve uma visão do martírio que o esperava, três dias antes de ser preso. Avisou aos amigos que seria morto pelo fogo. Estava em oração quando foi preso e levado ao tribunal. Diante da insistência do pro cônsul Estácio Quadrado para que renegasse a Cristo, Policarpo disse: "Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Foi condenado e ele mesmo subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos". Mas a profecia de Policarpo não se cumpriu: contam os escritos que, mesmo com a fogueira queimando sob ele e à sua volta, o fogo não o atingiu.

Os carrascos foram obrigados a matá-lo à espada, depois quando o seu corpo foi queimado exalou um odor de pão cosido. Os discípulos recolheram o restante de seus ossos que colocaram numa sepultura apropriada. O martírio de Policarpo foi descrito um ano depois de sua morte, em uma carta datada de 23 de fevereiro de 156,enviada pela igreja de Esmirna à igreja de Filomélio. Trata-se do registro mais antigo do martirológio cristão existente.

Outros santos e beatos:
São Boisilo (†661) — abade de Melrose, na Irlanda.
São Dositeu (†530) — monge de Gaza, na Palestina.
São Félix (†650) — vigésimo bispo de Bréscia e octogésimo terceiro santo que traz esse belo nome.
São Florêncio de Sevilha (†485) — muito popular na Espanha, embora pouco se conheça de sua vida.
São Jurmin — príncipe inglês do século VII.
São Lázaro (†867) — monge e pintor em Constantinopla; padeceu torturas por causa de seu empenho em restaurar as imagens sagradas, mutiladas pelos iconoclastas.
Santa Marta (†251) — adolescente espanhola decapitada em Astorga, na Espanha.
São Meraldo (†850) — abade beneditino de Vendôme, na França.
Santa Mildburga (†715) — taumaturga, abadessa beneditina de Wendlock. Era a irmã mais velha de Santa Mildreda.
Beato Milônio (†1076) — cônego de Paris; depois, arcebispo de Benevento.
Beato Nicolau da Prússia (†1456) — nascido na Alemanha, viveu em Pádua, no reformado mosteiro beneditino de Santa Justina. Morreu na abadia de São Nicolau, próximo a Gênova.
Santo Ordonho (†1066) — primeiramente, monge beneditino; depois, religioso em Astorga, na Espanha.
Santa Romana (†324) — lendária eremita romana, morta aos 18 anos.
São Sereno (†303) — martirizado em Sírmio (hoje Mitrovica), sob o governo de Diocleciano, junto com 71 companheiros, relembrados neste dia.
São Vilegiso (†1011) — chanceler do imperador Oto III, arcebispo de Mogúncia e vigário apostólico na Alemanha. Era filho de um carroceiro.
São Zebino — eremita sírio do século V.

Fonte Paulinas

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

22 de Fevereiro - Santa Margarida de Cortona

A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália. Foi por causa de sua juventude, período em que experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.

Margarida ficou órfã de mãe, quando ainda era muito criança. O pai se casou de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas.

Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo, alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento, a moça teve o lampejo do arrependimento. Percebeu a inutilidade da vida que levava e voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência.

Para mostrar publicamente sua mudança de vida, compareceu à missa com uma corda amarrada ao pescoço e pediu desculpas a todos pelos excessos da sua vida passada. Só que essa atitude encheu sua madrasta de inveja, que fez com que ela fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.

Para ser definitivamente incorporada à Ordem teria que passar por três anos de provação. Foi nesta época que ela se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio. Seus superiores passaram a orienta-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.

Aos vinte e três anos Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi premiada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com freqüência durante suas orações contemplativas.

Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.

Outros santos e beatos:
Santo Abílio (†98) — terceiro bispo de Alexandria do Egito.
Beato Ângelo Portasole (1296-1386) — dominicano de Perúgia; bispo de Iglesias, na Sardenha, morto em Ischia.
Santo Aristião — missionário na ilha de Chipre, martirizado no século I, em Salamina.
Santo Atanásio (†818) — abade de Paulopetrion, próximo a Nicomédia.
São Baradato (†640) — eremita sírio, que Teodoreto denomina “o admirável”.
Santo Elwin ou Élvis — monge irlandês, missionário na Cornualha, no século VI.
São Maximiano (†556) — bispo de Ravena, onde fez construir a célebre basílica de São Vital, inaugurada na presença do imperador Justiniano e da esposa Teodora.
São Pápias (†130) — bispo de Hierápolis, companheiro de são Policarpo. Subsistem poucos fragmentos dentre seus numerosos escritos.
São Pascásio (†312) — décimo primeiro bispo de Vienne, na França.
Santos Sincrota, Antígono, Rutílio, Líbio, Senerota e Rogaciano — martirizados no século IV, em Sírmio, na Panônia (atual Sérvia).
Santos Talássio e Lineu — eremitas sírios do século V.

Fonte Paulinas

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

21 de Fevereiro - São Pedro Damião

Pedro nasceu em Ravena, em 1007. Teve uma infância muito sofrida, ficou órfão muito cedo e foi criado de forma improvisada pelos irmãos que eram em grande número. Mesmo assim, o irmão mais velho, Damião, acabou por se responsabilizar sozinho por seus estudos. Estudou em Ravena, Faenza e Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas atividades reformadoras. Pedro, em retribuição à seu irmão Damião, assumiu também o seu nome ao se ordenar sacerdote.

Pedro Damião, aos vinte e um anos, então na Ordem Camaldulense, por seus méritos logo tornou o superior diretor. As regras da Ordem já eram duras, mas ele as tornou mais rígidas ainda. Passou a criticar severamente conventos onde não havia pobreza e sua influência se estendeu por mosteiros da Itália e da França, entre eles Montecassino e Cluny, que passaram a seguir seus conceitos. Com seu reformismo, trabalhou incansavelmente para devolver à vida religiosa seu sentido de consagração total a Deus, na austeridade da solidão e da penitência.

Pedro Damião era um sacerdote contemplativo, de vida simples, adepto à vida monástica e desse modo singular atacava o luxo dos cardeais. Citava os apóstolos Pedro e Paulo como exemplos, pois percorreram o mundo para evangelizar, sendo magros e andando descalços, ou seja, para levar a Palavra de Deus, era necessário sobretudo se despojar dos apegos materiais. Foi desse modo que solidificou a austeridade religiosa e como viveu toda sua existência terrena.

Seu trabalho não parou aí. Havia, na época, a venda de títulos, funções e cargos da Igreja, como se fazia com os títulos feudais. A essa troca de favores se deu o nome de simonia clerical. O ato de comprar ou vender benesses espirituais, era antigo e esse nome deriva de Simão, o Mago, que procurou comprar dos Apóstolos graças espirituais. Dessa forma, cargos da Igreja acabavam ocupados por pessoas despreparadas e indignas que se rebelavam contra a disciplina exigida deles, principalmente com relação ao celibato.

A Igreja, assim dilacerada, vitimada pelas discórdias e cismas, tinha necessidade de homens cultos e austeros como padre Pedro Damião. Por isso, ele foi chamado à Santa Se para auxiliar nesses combates. Esteve ao lado de seis papas, como viajante da paz, e em particular colaborou com o cardeal Hildebrando, o grande reformador que se tornou o Papa Gregório VII.

Pedro Damião após várias peregrinações à cidade de Milão, à França e à Alemanha, se tornou cardeal e foi designado para a diocese de Óstia. Seus escritos, após a sua morte, prosseguiram doutrinando religiosos importantes. Aos poucos, a situação da Igreja foi se normalizando. Já velho, foi enviado à Ravena para recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, na cidade italiana de Faenza, quando voltava de uma missão de paz.

A fama de sua santidade em vida se cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo. Em 1828 o papa Leão XII declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja Católica de Roma.

Outros santos e beatos:
Santos Alexandre, Vérulo, Secundino, Sorício, Félix, Sérvulo, Saturnino, Fortunato e companheiros — martirizados em 434, no norte da África, durante a perseguição dos vândalos.
Santo Avito II (†689) — um dos grandes bispos de Clermont, na França, promoveu a formação do clero neste país.
Santos Daniel e Vanda — persas martirizados em 344.
São Félix de Metz — terceiro bispo da cidade francesa (época pós-apostólica).
Santos Germano e Randoaldo — beneditinos assassinados pelo duque de Val Moutier.
São Gumberto (†676) — bispo franco de Sens; ao retirar-se, fundou a abadia beneditina de Senones.
São Jorge de Amastri (†825) — eremita do monte Sirik, próximo ao mar Negro; mais tarde, bispo de Amastri, cidade que defendeu corajosamente contra os sarracenos.
Beato Noel Pinot — martirizado durante a Revolução Francesa, em 1794.
São Patério (†606) — monge romano, escritor, bispo de Bréscia.
São Pedro, o Escriba — martirizado em Damasco, em 743.
São Roberto Southwell (1561-1595) — poeta e literato, um dos 40 mártires da Inglaterra, em Tyburn. Foi canonizado em 1970.
São Severiano — bispo de Citópolis, na Galiléia; martirizado em 452, foi assassinado pelos hereges enquanto regressava do Concílio de Calcedônia.
Santos Severo e 62 companheiros — martirizados ao fim do século III, em Sírmio, na Panônia.
São Valério (†695) — monge espanhol, abade de São Pedro dos Montes, autor de livros ascéticos.

Fonte Paulinas

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

20 de Fevereiro - Santo Euquério

O bispo francês Euquério foi um grande defensor da Igreja em seu tempo. Defensor não só de seus conceitos e dogmas, mas também dos seus bens, que tanto atraíam os poderosos.

Euquério nasceu em Órleans, na França, e recebeu disciplina e educação cristã desde o berço. Assim que a idade o permitiu, entrou para o mosteiro de Lumièges, às margens do rio Sena. Seus sete anos de atuação ali foram marcados pela autopenitência que, de tão severa, chegava a lembrar os monges eremitas do Oriente. Esse período fez dele o candidato natural à sucessão do bispo de sua cidade natal. Humilde, Euquério tentou recusar, mas foram tantos os pedidos de seus irmãos de hábito e do povo em geral, que acabou aceitando.

Seu bispado foi marcado pelo respeito às tradições e à disciplina. Euquério chegou a enfrentar o rei francês Carlos Martel, que pretendia se apossar de bens da Igreja, dirigindo-lhe censuras graves, como faria a qualquer outra ovelha de seu rebanho, se fosse necessário. O rei, apesar de precisar dos bens para aumentar as finanças e continuar a guerra contra os sarracenos muçulmanos, deixou de lado sua intenção. Entretanto, tramou a transferência do bispo, para afastá-lo de sua querida cidade de Órleans.

Euquério foi transferido para Colônia, na Alemanha, aonde também conquistou o respeito e o carinho do povo e do clero. Então o vingativo rei conseguiu que fosse mandado para mais longe, Liège. Ele viveu seis anos no exílio e passou seus últimos dias no convento de São Trondom. O bispo Euquério morreu no dia 20 de fevereiro de 738 e suas relíquias permaneceram guardadas na igreja desse convento, na diocese de Mastrichiti. O seu culto se perpetua pela devoção dos fiéis tanto na França, quanto na Alemanha e em todo o mundo cristão. Sua festa litúrgica se dá no dia de sua morte.

Outros santos e beatos:
Santa Amada de Corano (†1250) — clarissa, sobrinha de santa Clara de Assis.
São Colgan (†796) — abade denominado o Sábio, amanuense famoso.
Beata Elisabete Bartoloméia Picenardi (1428-1468) — natural de Mântua, pertencia ao ramo feminino da Ordem dos Servos de Santa Maria. Foi beatificada em 1804.
São Falcão (†512) — bispo de Mäastricht.
São Leão de Catânia (703-787) — de presbítero em Ravena foi elevado à sede episcopal da (antiga) cidade do Etna. É cognominado “o Maravilhoso” por causa dos milagres que lhe são atribuídos.
Santo Olcan (†840) — batizado por são Patrício, que o sagrou bispo de Derkan, na Irlanda.
Beato Pedro de Treja (†1304) — franciscano; foi pregador em diversas regiões da Itália. Morreu nas Marcas, em Sirolo.
Santos Potâmios e Nemésio — martirizados em Chipre, em época incerta.
São Sahdost e companheiros (†343) — metropolita de Selêucia, martirizado juntamente com outros 128 cristãos, durante a perseguição movida pelo persa Xapur.
Santos Tirânio, Silvano, Peleu, Nilo e Zenóbio — martirizados em 304, em Tiro.
são Valério — primeiro bispo de Couserans, na França.

Fonte Paulinas

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

19 de Fevereiro - São Gabino

Gabino nasceu na Dalmácia, atual Bósnia , numa família da nobreza romana cristã, radicada naquele território. Na idade adulta, ele foi viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se casou. Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre. Transformou sua casa numa igreja, consagrou a jovem filha Suzana, à Cristo, e a educou com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e executando a santa missa, enfim fortificando a Igreja neste período de trégua das perseguições.

Segundo os registros encontrados, Gabino e os familiares, eram aparentados do imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou ter a filha de Gabino como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um emissário para convencer a jovem, que não cedeu, decidida a se manter fiel à Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio Caio, que fora eleito papa, em 283. O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido as tensões que circundavam o Império Romano em crescente decadência. Decretou a perseguição mais severa registrada na História do Cristianismo, apontado como causador de todos os males. O parentesco com o soberano de nada serviu, pois o final foi trágico para todos.

Quando começou esta perseguição, verificamos pelos registros encontrados que o padre Gabino, não mediu esforços para consolar e amparar os cristãos escondidos. Enfrentou com serenidade o perigo, andando quilômetros e quilômetros a pé, indo de casa em casa, de templo em templo, animando e preparando, os fiéis para o terrível sacrifício que os aguardava. Montanhas, vales, rios, florestas, nada o impedia nesta caminhada para animar os aflitos. Foram várias as missas rezadas por ele em catacumbas ou cavernas secretas, onde ministrava a comunhão aos que seriam martirizados. Finalmente foi preso, junto com a filha, que também foi sacrificada.

Gabino foi torturado, julgado e como não renegou a fé, foi condenado à morte por decapitação. Antes da execução, o mantiveram preso numa minúscula cela sem luz, onde passou fome, sede e frio, durante seis meses, quando foi degolado em 19 de fevereiro de 296, em Roma.

Ele não foi um simples padre, mas sim, um marco da fé e um símbolo do cristianismo. No século V, sua antiga casa, que havia sido uma igreja secreta, tornou-se uma grande basílica. Em 738, o seu culto foi confirmado durante a cerimônia de traslado das relíquias de São Gabino, para a cripta do altar principal desta basílica, onde repousam ao lado das de sua santa filha.

No século XV, a basílica foi inteiramente reformada pelo grande artista e arquiteto Bernini, sendo considerada atualmente uma das mais belas existentes na cidade do Vaticano. A sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

Outros santos e beatos:
Santo Ausíbio — provável primeiro bispo de Solos, em Chipre, sagrado por são Paulo.
São Barbato (612-682) — bispo de Benevento, tomou parte no sexto concílio ecumênico de Constantinopla.
São Beato de Liebana (†789) — monge espanhol de Valcavado, onde escreveu um comentário ao Apocalipse.
Santa Belina de Andreville (†1135) — camponesa francesa morta ao defender a própria virgindade contra a investida de um senhor feudal.
São Bonifácio de Lausanne (†1265) — belga, mestre de teologia em Paris, bispo de Lausanne, renunciou à cátedra episcopal e se retirou ao convento cisterciense de La Cambre.
São Jorge de Lodève (†884) — bispo beneditino.
Beata Lúcia — virgem chinesa martirizada em 1862, decapitada em Kuy-tszheu, aos 49 anos.
São Mansueto (†690) — romano, bispo de Milão, enérgico e sábio pastor; escreveu um tratado contra os hereges.
Santo Odran (†452) — com o sacrifício da própria vida, teria conseguido salvar a de são Patrício.
Santos Públio, Julião, Marcelo e companheiros — martirizados na África, em época incerta.
são Quodvultdeus (†450) — bispo de Cartago; morreu exilado em Nápoles.

São Valério (†450) — bispo de Antibes.
Fonte: Paulinas

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

18 de Fevereiro - São Flaviano

Flaviano pertencia à alta aristocracia romana e era convertido ao cristianismo. Na época do Imperador Constantino, foi eleito governador de Roma, dadas a sua grande inteligência e boa moral. Quando, porém, o imperador morreu e em seu lugar assumiu seu filho Constâncio, este deu início à perseguição dos cristãos e, logo, Flaviano foi destituído de seu cargo.

Ele, porém, não se intimidou e passou a dedicar seus dias a confortar e estimular os cristãos. Morto Constâncio, assumiu Julião, que deu continuidade à perseguição, empreendendo-a ainda com mais ênfase. Flaviano que já era um sacerdote cristão se destacava muito pela prática radical do Evangelho e por sua defesa contra os hereges.

Assim, em 446 foi eleito patriarca de Constantinopla, que na época era capital do Império Romano, já que o mundo católico se via estremecido por agitações político-religiosas e sua atuação poderia reverter este processo. Flaviano assumiu com mão de ferro o posto, mas em seu primeiro ato oficial já pode ter uma idéia dos conflitos que viriam.

Era costume o patriarca, assim que assumia, mandar um presente simbólico ao imperador. Ele enviou então um pão bento durante a missa solene, como símbolo de paz e concórdia. O primeiro-ministro mandou o pão abençoado de volta, dizendo que só aceitaria presentes em ouro e prata. Flaviano respondeu que o ouro e a prata da Igreja não pertenciam a ele, mas a Deus e aos pobres, seus legítimos representantes na Terra. Tanto o imperador quanto o ministro juraram vingança, e as pressões começaram.

Flaviano enfrentou várias dissidências que depois seriam consideradas heresias em concílios realizados para julgá-las. Entre elas, a mais significativa foi a que queria tirar de Jesus seu caráter humano. Isso significaria aceitar que a divindade de Jesus teria assimilado e absorvido sua humanidade. Flaviano conseguiu o apoio do Papa Leão Magno, em Roma, mas foi traído pela parte do clero que defendia a tese.

Nenhuma das decisões conciliares foi aprovada pelo papa, a não ser o chamado Tomo a Flaviano, carta enviada pelo papa São Leão Magno ao presidente do concílio, condenando as heresias de Nestório e de Eutiques.

Flaviano foi praticamente assassinado durante a assembléia ecumênica que, por isso é chamada o conciliábulo de Éfeso Isto mesmo, maus religiosos se uniram aos políticos e os inimigos conseguiram sua deposição do cargo. O bispo Flaviano foi preso e ali mesmo torturado tão cruelmente que ele não agüentou e, logo depois, veio a falecer vítima delas, no dia 18 de fevereiro de 449.

Dois anos depois o Papa Leão Magno, que também é venerado pela Igreja, convocou um concílio, onde a verdade foi restabelecida. Aceitavam-se as duas naturezas de Jesus, a divina e a humana e os contrários foram declarados hereges. No mesmo concílio a figura do bispo Flaviano foi reabilitada e ele declarado mártir pela ortodoxia da fé cristã. O culto à São Flaviano se mantém vivo e vigoroso ainda hoje e sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

Outros santos e beatos:
Santo Angilberto (740-814) — abade beneditino em Saint-Riquier. Anteriormente exercera várias funções públicas na corte de Carlos Magno, onde gozava de prestígio também como poeta.
São Caralampo e companheiros — martirizados em 203, na Ásia Menor, sob o governo de Septímio Severo.
São Colman de Lindisfarne (†676) — bispo inglês, retirou-se à Irlanda, onde fundou um mosteiro, após ter sido abade em Lindisfarne.
Santo Engelberto (1186-1225) — príncipe-prelado. Como aceitou essa nomeação do imperador, foi excomungado. Uma vez readmitido à vida civil, foi nomeado bispo de Colônia, onde se distinguiu pelo zelo pastoral. Assassinado por ter sido um destemido propugnador dos direitos da Igreja, é venerado como mártir.
Santos Leão e Paregório — martirizados em Patara, na Lícia, em 260.
beato Martinho — catequista chinês martirizado em 1862, juntamente com o beato João Pedro Néel (comemorado neste dia), a quem acolheu em sua casa.
São Teotônio (1086-1166) — espanhol formado em Coimbra, em Portugal, onde ingressou na ordem dos cônegos regulares agostinianos. Nela se distinguiu pelo fervor e zelo pastoral.

Fonte: Paulinas

domingo, 16 de fevereiro de 2014

17 de Fevereiro - Santo Aleixo Falconieri

Aleixo nasceu em 1200 na cidade de Florença, Itália. Era filho de Bernardo Falconieri, um príncipe mercante florentino, e um dos líderes daquela república. A cidade vivia em luta. Brigavam pelo poder duas famílias poderosas: os Guelfi e os Ghibelini. A família Falconieri pertencia ao partido dominante dos Guelfi.

Nesta época, Aleixo era um jovem comerciante influente, nobre, rico, inteligente e alegre, que resolveu crescer acima deste mundo material. Ele tinha uma conduta cristã exemplar, era muito piedoso e devoto da Virgem Maria. Junto com seis amigos, ligados por uma estreita amizade fraterna, formaram um grupo que se encontrava para rezar e cantar "laudas" para Maria. No dia 15 de agosto de 1233, os sete: Bonfiglio, Bonaiuto, Amadio, Ugocio, Sostenio, Manejo e Aleixo, estavam reunidos rezando diante da imagem da Virgem quando ela se mexeu. Depois, na volta para casa Nossa Senhora apareceu vestida de luto chorando e, disse que a causa de sua tristeza era a longa guerra civil daquela cidade.

Decidiram abandoar tudo e fundaram a "Ordem dos Servidores de Nossa Senhora", ou Servitas, em monte Senário, perto da cidade. Vestiram-se de preto em reverência à Virgem de luto e adotaram a Regra de Santo Agostinho. A ordem foi aceita pelo Vaticano e os fundadores foram consagrados sacerdotes, menos Aleixo que se recusou a vestir o hábito.

Aleixo possuía uma humildade infinita. Na gruta em que vivia no monte Senário, tinha momentos de profunda comunhão espiritual com a Virgem Maria e seu Filho Redentor. Saia do seu retiro apenas para pedir e mendigar a caridade para os necessitados e para rezar na pequena capela de Nossa Senhora situada na beira da estrada. Sua vida foi austera e
sincera de eremita penitente. As roupas eram as mais pobres, o leito era de tábuas ásperas e sem cobertores. Comia pouquíssimo, permanecendo em constante oração. Assim era o sincero e humilde irmão Aleixo, que mesmo vivendo mais de cem anos, nunca se sentiu digno o suficiente para representar o Pai Eterno através da ordenação sacerdotal.

Aleixo era responsável pelo setor financeiro e administrativo das várias casas da ordem que surgiram na Itália, tendo vivido em todas elas. Em 1252, a igreja nova em Cafagio, nos arredores de Florença, foi terminada sob seu cuidado, e totalmente financiada pelas famílias dos Guelfi e os Ghibelini. Ele transformou aquela pequena igreja em que ia rezar à beira da estrada, numa grande igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores, dando origem ao seu culto que se propagou entre os cristãos do mundo inteiro. Foi diretor espiritual de muitos vultos do clero, que se tornaram santos, como sua sobrinha: Santa Juliana Falconieri.

Em 1304, quando a Santa Sé aprovou oficialmente a "Ordem dos Servidores de Maria" apenas Aleixo ainda estava vivo. A tradição diz que antes de morrer ele ficou rodeado de anjos e recebeu a visita de Cristo, na figura de menino, que lhe oferecia uma coroa de ouro.

Com cento e dez anos, ele morreu sereno no dia 17 de fevereiro de 1310 em monte Senário. Ele foi beatificado oito anos antes que os outros seis fundadores. Em 1888, todos foram canonizados juntos, para assim serem cultuados no dia da morte de Santo Aleixo Falconieri.

Outros santos e beatos:
São Bento de Cagliari (†1112) — bispo beneditino na província da Sardenha, após ter sido monge em São Saturnino, para onde retornou no fim da vida, quando renunciou a suas funções episcopais.
São Constábile (1060-1124) — abade beneditino, fundou a cidade de Castellabate, na Campânia, de onde é padroeiro.
Santos Donato, Secundino, Rômulo e companheiros — martirizados em Portogruaro, em 304.
Santo Evermundo (†1178) — missionário na Alemanha, bispo de Ratzenburgo.
São Finano de Lindisfarne (†661) — monge irlandês, bispo e missionário na Inglaterra.
São Fintan (†603) — irlandês, discípulo de são Columbano, eremita e a seguir abade de Clonenagh.
São Fortchern — bispo de Trim, no século VI, depois eremita.
São Guevroc — abade de Loc-Kirec, na Bretanha, no século VI.
Beato Guilherme Richardson (†1603) — martirizado em Tyburn.
São Juliano de Cesaréia — martirizado em 308, na Palestina; originário da Capadócia.
Santo Habet-Deus — bispo de Luna, na Toscana, martirizado no ano 500, venerado em Sarzana.
São Lomman (†450) — bispo de Trim; ao que parece, sobrinho de são Patrício.
Beato Lucas Belludi (1200-1285) — discípulo de são Francisco, colaborador de santo Antônio de Pádua.
São Policrônio — bispo martirizado na Babilônia, no século IV.
são Silvino (†720) — bispo beneditino, convertido depois de uma vida pouco edificante; mais tarde, infatigável missionário na França.
São Teódulo — martirizado em 309, na Palestina; crucificado por ordem do governador local.

Fonte: Paulinas