sexta-feira, 19 de maio de 2023

São João Batista de Rossi - santo do dia - 23.05.2023


    




São João Batista de Rossi


João Batista de Rossi nasceu no dia 22 de fevereiro de 1698, em Voltagio, na província de Gênova, Itália. Aos dez anos, foi trabalhar para uma família muito rica em Gênova como pajem, para poder estudar e manter-se. Três anos depois, transferiu-se, definitivamente, para Roma, morando na casa de um primo que já era sacerdote e estudando no Colégio Romano dos jesuítas. Lá se doutorou em filosofia, convivendo com os melhores e mais preparados de sua geração de clérigos. Depois, os cursos de teologia ele concluiu com os dominicanos de Minerva.

A todo esse esforço intelectual João Batista acrescentava uma excessiva carga de atividade evangelizadora, mesmo antes de ser ordenado sacerdote, junto aos jovens e às pessoas abandonadas e pobres. Com isso, teve um esgotamento físico e psicológico tão intenso que desencadearam os ataques epiléticos e uma grave doença nos olhos. Nunca mais se recuperou e teve de conviver com essa situação o resto da vida. Contudo ele nunca deixou de praticar a penitência, concentrada na pouca alimentação, minando ainda mais seu frágil organismo.

Recebeu a unção sacerdotal em 1721. Nessa ocasião, devido à experiência adquirida na direção dos grupos de estudantes, decidiu fundar a Pia União de Sacerdotes Seculares, que dirigiu durante alguns anos. Por lá, até o final de 1935, passaram ilustres personalidades do clero romano, alguns mais tarde a Igreja canonizou e outros foram eleitos para dirigi-la.

Entretanto João Batista queria uma obra mais completa, por isso fundou e também dirigiu a Casa de Santa Gala, para rapazes carentes, e a Casa de São Luiz Gonzaga, para moças carentes. Aliás, esse era seu santo preferido e exemplo que seguia no seu apostolado.

O seu rebanho eram os mais pobres, doentes, encarcerados e pecadores. Tinha o dom do conselho, era atencioso e paciente com todos os fiéis, que formavam filas para se confessarem com ele. O tom de consolação, exortação e orientação com que tratava seus penitentes atraía cristãos de toda a cidade e de outras vizinhanças. João Batista era incansável, dirigia tudo com doçura e firmeza, e onde houvesse necessidade de algum socorro ali estava ele levando seu fervor e força espiritual.

Quando seu primo cônego morreu, ele foi eleito para sucedê-lo em Santa Maria, em Cosmedin, Roma. Mas acabou sendo dispensado da obrigação do coro para poder dedicar-se com maior autonomia aos seus compromissos apostólicos.

Aos sessenta e seis anos de idade, a doença finalmente o venceu e ele morreu no dia 23 de maio de 1764, tão pobre que seu enterro foi custeado pela caridade dos devotos. João Batista de Rossi foi canonizado pelo papa Leão XIII em 1881, que marcou sua celebração para o dia de sua morte.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Epitácio e Miguel, bispo.

https://franciscanos.org.br/

Santa Rita de Cássia - santo do dia - 22.05.2023


    




Santa Rita de Cássia


Rita nasceu no ano de 1381, na província de Úmbria, Itália, exatamente na cidade de Cássia. Rita, ainda na infância, manifestou sua vocação religiosa. Diferenciando-se das outras crianças, ao invés de brincar e aprontar as peraltices da idade, preferia ficar isolada em seu quarto, rezando.

Para atender aos desejos de seus pais já idosos, Rita casou-se com um homem de nome Paulo Ferdinando, que, a princípio, parecia ser bom e responsável. Mas, com o passar do tempo, mostrou um caráter rude, tornando-se violento e agressivo. A tudo ela suportava com paciência e oração. Tinha certeza de que a penitência e a abnegação conseguiriam convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo. Um dia, Paulo, finalmente, se converteu sinceramente, tornando-se bom marido e pai. Entretanto suas atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que culminaram com seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de Rita.

Dedicou-se, então, aos dois filhos ainda pequenos, que na adolescência descobriram a verdadeira causa da morte do pai e resolveram vingá-lo, quando adultos. Rita tentou, em vão, impedir essa vingança. Desse modo, pediu a interferência de Deus para tirar tal ideia da cabeça dos filhos e que, se isso não fosse possível, os levasse para junto dele. Assim foi. Em menos de um ano, os dois filhos de Rita morreram, sem concretizar a vingança.

Rita ficou sozinha no mundo e decidiu dar um novo rumo à sua vida. Determinada, resolveu seguir a vocação revelada ainda na infância: tornar-se monja agostiniana. As duas primeiras investidas para ingressar na Ordem foram malsucedidas. Segundo a tradição, ela pediu de forma tão fervorosa a intervenção da graça divina que os seus santos de devoção, Agostinho, João Batista e Nicolau, apareceram e a conduziram para dentro dos portões do convento das monjas agostinianas. A partir desse milagre ela foi aceita.

Ela se entregou, completamente, a uma vida de orações e penitências, com humildade e obediência total às regras agostinianas. Sua fé era tão intensa que na sua testa apareceu um espinho da coroa de Cristo, estigma que a acompanhou durante quatorze anos, mantido até o fim da vida em silencioso sofrimento dedicado à salvação da humanidade.

Rita morreu em 1457, aos setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de santidade atravessou os muros do convento e muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão. Sua canonização foi assinada pelo papa Leão XIII em 1900.

A vida de santa Rita de Cássia foi uma das mais sofridas na história da Igreja católica, por esse motivo os fiéis a consideram a “santa das causas impossíveis”. O seu culto é celebrado em todo o mundo cristão, sendo festejada no dia 22 de maio, tanto na Igreja do Ocidente como na do Oriente.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Quitéria e Casto.

Fonte https://franciscanos.org.br/

Santa Catarina de Gênova - santo do dia - 21.05.2023


    




Santa Catarina de Gênova


Catarina nasceu em Gênova, em 1447; última de cinco filhos, perdeu o pai, Giacomo Fieschi, em sua infância. A mãe, Francesca di Negro, educou seus filhos como cristãos, tanto é assim que a filha mais velha se tornou freira aos dezesseis anos. Catarina foi casada com Giuliano Adorno, um homem que, depois de anos de experiência na área do comércio e no mundo militar do Oriente Médio, voltou a Gênova para se casar. A vida conjugal não foi fácil, especialmente pelo temperamento do marido, que gostava de jogos de azar. A própria Catarina foi induzida, no começo, a levar um tipo de vida mundana, na qual não conseguiu encontrar a serenidade. Depois de dez anos, em seu coração havia um profundo sentimento de vazio e amargura.

Sua conversão começou em 20 de marco de 1473, graças a uma insólita experiência. Catarina foi à igreja de São Bento e ao Mosteiro de Nossa Senhora das Graças para confessar-se e, ajoelhando-se diante do sacerdote, “recebi – escreve ela – uma ferida no coração, do imenso amor de Deus”; e foi tão clara a visão de suas misérias e defeitos, e ainda, da bondade de Deus, que ela quase desmaiou. Foi ferida no coração com o conhecimento de si mesma, da vida que levava e da bondade de Deus. A partir dessa experiência, nasceu a decisão que orientou toda a sua vida e que, expressa em palavras, foi: “Não mais mundo, não mais pecado” (cf. Vita mirabile, 3rv). Catarina, então, interrompeu a confissão foi embora. Quando ela voltou para casa, foi ao quarto mais distante e refletiu por um longo tempo. Nesse momento, ela foi instruída interiormente sobre a oração e teve consciência do amor de Deus por ela, de que ela era pecadora, uma experiência espiritual que não conseguia expressar em palavras (cf. Vita mirabile, 4r). Foi nesse momento que Jesus lhe apareceu como sofredor, carregando a cruz, como muitas vezes foi representado na iconografia da santa. Poucos dias depois, ela voltou a buscar o sacerdote para realizar, finalmente, uma boa confissão. Começou aí a “vida de purificação” que, durante muito tempo, fez com que ela sofresse uma dor constante pelos pecados cometidos e a levou a impor-lhe sacrifícios e penitências para mostrar seu amor a Deus.

Nesse caminho, Catarina ia ficando cada vez mais perto do Senhor, até entrar no que é conhecido como “a via unitiva”, ou seja, uma relação de profunda união com Deus. Na Vita, está escrito que sua alma era guiada e amestrada somente pelo doce amor de Deus, que lhe dava tudo de que ela precisava. Catarina se abandonou de tal forma nas mãos de Deus, que viveu, durante quase 25 anos, como ela escreveu, “sem qualquer criatura, instruída e governada apenas por Deus” (Vita, 117r-118r), nutrida principalmente pela oração constante e pela Santa Comunhão recebida todos os dias, algo incomum naquela época. Foi somente anos mais tarde que o Senhor deu-lhe um sacerdote para cuidar de sua alma.

Catarina sempre relutou em confiar e expressar a sua experiência de comunhão mística com Deus, sobretudo pela profunda humildade que sentia frente às graças do Senhor. Foi somente a partir da perspectiva de dar-lhe glória e poder ajudar os outros em seu caminho espiritual, que ela aceitou contar o que lhe tinha acontecido na época de sua conversão, que é sua experiência original e fundamental.

O lugar da sua ascensão mística aos cumes foi o hospital de Pammatone, o maior complexo hospitalar de Gênova, do qual foi diretora e promotora. Portanto, Catarina viveu uma existência totalmente ativa, apesar da profundidade de sua vida interior. Em Pammatone, formou-se ao seu redor um grupo de seguidores, discípulos e colaboradores, fascinados pela sua vida de fé e por sua caridade. Ela conseguiu que seu próprio marido, Giuliano Adorno, deixasse a vida dissipada, se tornasse terciário franciscano e se transferisse para o hospital para ajudar sua esposa. A participação de Catarina no cuidado dos doentes continuou até os últimos dias de sua jornada terrena, em 15 de setembro de 1510. De sua conversão até sua morte, não houve acontecimentos extraordinários, somente dois elementos caracterizaram sua vida inteira: por um lado, a experiência mística, ou seja, a união profunda com Deus, vivida como uma união esponsal; e, por outro, a assistência aos doentes, a organização do hospital, o serviço ao próximo, especialmente aos mais abandonados e necessitados. Esses dois polos – Deus e o próximo – preencheram toda sua vida, transcorrida praticamente dentro dos muros do hospital.

Queridos amigos, não devemos esquecer que, quanto mais amamos a Deus e somos constantes na oração, mais amaremos verdadeiramente quem está ao nosso redor, quem está perto de nós, porque seremos capazes de ver em cada pessoa o rosto do Senhor, que ama sem limites nem distinções. A mística não cria distâncias com relação ao outro, não cria uma vida abstrata, mas sim aproxima dos outros, porque se começa a ver e agir com os olhos, com o coração de Deus.

O pensamento de Catarina sobre o purgatório, pelo qual é particularmente conhecida, está condensado nas duas últimas partes do livro citado no início: o Tratado sobre o purgatório e o Diálogo entre a alma e o corpo. É importante notar que a Catarina, em sua experiência mística, nunca teve revelações específicas sobre o purgatório ou sobre as almas que estão sendo purificadas nele. No entanto, nos escritos inspirados por nossa santa, é um elemento central, e a maneira de descrever isso tem características originais com relação à sua época. O primeiro traço original diz respeito ao “lugar” da purificação das almas. Em sua época, representava-se o purgatório principalmente com o uso de imagens ligadas ao espaço: pensava-se em uma determinada área, onde se encontraria o purgatório. Em Catarina, no entanto, o purgatório não é apresentado como um elemento da paisagem das entranhas da terra: é um fogo interior, não exterior. Isso é o purgatório, um fogo interior. A santa fala do caminho de purificação da alma até a comunhão com Deus, partindo de sua própria experiência de profunda dor pelos pecados cometidos, em contraste com o amor infinito de Deus (cf. Vita mirabile, 171v).

Ouvimos sobre o momento da conversão, em que Catarina sente de repente a bondade de Deus, a distância infinita de sua própria vida dessa bondade e um fogo abrasador dentro dela. E este é o fogo que purifica, é o fogo interior do purgatório. Também aqui há uma característica original com relação ao pensamento da época. Não se parte, de fato, do Além para narrar os tormentos do purgatório – como era costume na época e talvez ainda hoje – e, em seguida, apontar o caminho para a purificação ou a conversão, mas a nossa santa parte da experiência interior e pessoal de sua vida no caminho rumo à eternidade. A alma – diz Catarina – é apresentada a Deus ainda vinculada aos desejos e dores decorrentes do pecado, e isso lhe torna impossível gozar da visão beatífica de Deus. Catarina afirma que Deus é tão puro e santo, que a alma, com as manchas do pecado, não pode se encontrar na presença da divina majestade (cf. Vita mirabile, 177r). E também nós percebemos quão afastados nos encontramos, como estamos cheios de muitas coisas, de modo que não podemos ver Deus. A alma é consciente do imenso amor e da perfeita justiça de Deus e, portanto, sofre por não ter respondido correta e perfeitamente a esse amor e, por isso, o próprio amor a Deus torna-se uma chama, o próprio amor a purifica das suas escórias de pecado.

Em Catarina se percebe a presença de fontes teológicas e místicas às quais era normal recorrer em sua época. Em particular, há uma imagem de Dionísio, o Areopagita, a do fio de ouro que une o coração humano com o próprio Deus. Quando Deus purifica o homem, Ele o ata com um fio finíssimo de ouro, que é o seu amor, e o atrai a si com um carinho tão forte, que o homem permanece como “superado, vencido e todo fora de si mesmo”. Assim, o coração humano é invadido pelo amor de Deus, que se torna o único guia, o único motor da sua existência (cf. Vita mirabile, 246rv). Essa situação de elevação até Deus e de abandono à sua vontade, expressa na imagem do fio, é utilizada por Catarina para exprimir a ação da luz divina sobre as almas do purgatório, luz que as purifica e as eleva aos esplendores dos raios resplandecentes de Deus (cf.Vita mirabile, 179r).

Caros amigos, os santos, em sua experiência de união com Deus, chegaram a um “saber” tão profundo dos mistérios divinos, no qual o amor e o conhecimento se compenetram, que são de ajuda para os próprios teólogos na sua tarefa de estudo, de intelligentia fidei, de intelligentia dos mistérios da fé, do aprofundamento real nos mistérios, por exemplo, sobre o que é o purgatório.

Com sua vida, Catarina nos ensina que, quanto mais amamos a Deus e entramos em intimidade com Ele na oração, mais Ele se deixa conhecer e acende nosso coração com seu amor. Escrevendo sobre o purgatório, a santa nos recorda uma verdade fundamental da fé que se torna para nós um convite a rezar pelos defuntos, para que possam chegar à visão beatífica de Deus, na comunhão dos santos (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1032). O serviço humilde, fiel e generoso, que a santa prestou durante toda a sua vida no hospital de Pammatone, também é um brilhante exemplo de caridade para com todos e um incentivo especial para as mulheres que dão um contributo essencial para a sociedade e para Igreja com sua belíssima obra, enriquecida por sua sensibilidade e pela atenção aos mais pobres e necessitados.

Papa Bento XVI

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Cristóforo Magalhães, Sinésio, Benvenuto e Valente

Fonte https://franciscanos.org.br/

São Bernardino de Sena - santo do dia - 20.05.2023


    




São Bernardino de Sena


Na Itália, Bernardino nasceu na nobre família senense dos Albizzeschi, em 8 de setembro de 1380, na pequena Massa Marítima, em Carrara. Ficou órfão da mãe quando tinha três anos e do pai aos sete, sendo criado na cidade de Sena por duas tias extremamente religiosas, que o levaram a descobrir a devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo.

Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco, cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento chamado “observância”, que se firmava entre os franciscanos, no rigor da prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo eleito vigário geral de todos os conventos dos franciscanos da observância.

Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação, exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas frequentes sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras duríssimas para os que “renegam a Deus por uma cabeça de alho” e pelas “feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres”.

Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS – Jesus Salvador dos Homens -, entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.

As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de pregar.

Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Columbano de Rieti e Austregésilo.


Fonte https://franciscanos.org.br/

quinta-feira, 18 de maio de 2023

São Celestino V - santo do dia - 19.05.2023


    




São Celestino V


Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Segundo os escritos, decidiu que seria religioso aos seis anos de idade, quando revelou esse desejo à mãe. Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.

Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.

Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada “dos Celestinos”, conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.

Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.

Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.

Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exatamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.

A Ordem dos Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a atingir, além da Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois da Revolução Francesa, sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Prudenciana e Ivo.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

São Leonardo Murialdo - santo do dia - 18.05.2023

    





São Leonardo Murialdo

Fundou a Congregação de São José (1828-1900).

Leonardo Murialdo nasceu na Itália, em 26 de outubro de 1828, e, aos cinco anos, já era órfão de pai. A família era abastada, numerosa, profundamente cristã e muito tradicional em Turim, sua cidade natal. Isso lhe garantiu uma boa formação acadêmica e religiosa. A mãe, sua primeira educadora, o enviou para Savona, para estudar no colégio dos padres Scolapi.

Na adolescência, atravessou uma séria crise de identidade, ficando indeciso entre ser um oficial do rei Carlos Alberto ou engenheiro. Mas a vida dos jovens pobres e órfãos, sem oportunidades e perspectivas, lhe trazia grandes angústias e desejava fazer algo por eles. Por isso Leonardo escolheu o caminho do sacerdócio e da caridade para aplacar essa grande inquietação de sua alma. Com muito estudo, tornou-se doutor em teologia, em 1850, e depois foi ordenado sacerdote, em 1851.

Seus primeiros anos de ministério se distinguiram pela dedicação à catequese das crianças e à criação de vários orfanatos dedicados aos jovens pobres da periferia, aos órfãos e abandonados. A sua mentalidade aberta e o trabalho voltado à juventude lhe trouxeram o convite para ser reitor do Colégio de Jovens Artesãos, o qual aceitou com amor.

Na direção do colégio, Leonardo instaurou um clima de moralidade, harmonia, formação religiosa e disciplina familiar, apoiado por competentes colaboradores, leigos e religiosos. Com essa política, assegurou a muitos jovens o acesso a uma adequada formação cristã, cultural e profissional. Ali, os jovens, assistidos de perto por Leonardo, ingressavam com a idade de oito anos e recebiam formação até os vinte e quatro anos, quando conseguiam um trabalho qualificado.

O êxito da sua pedagogia do amor fez com que o pequeno colégio crescesse em tamanho e em expressão. Surgiram, de várias partes da Itália, solicitações para a criação desses colégios de apoio à juventude. Nesse momento, Leonardo criou a Pia Sociedade Turinense de São José, mais conhecida como Congregação de São José, que se espalhou pela Europa, África e Américas.

A entrega total a essa missão e as extenuantes horas de trabalho lhe custaram graves danos à saúde. Em 30 de março de 1900, depois de várias crises de pneumonia, Leonardo morreu. Em 1970, foi canonizado pelo papa São Paulo VI. A festa de São Leonardo Murialdo foi designada para o dia 18 de maio.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: João I, Félix de Cantalício e Cláudia.

fonte https://franciscanos.org.br/

terça-feira, 16 de maio de 2023

São Pascoal Bailão - santo do dia - 17.05.2023


    




São Pascoal Bailão


Nasceu em Torre Hermosa, no reino de Aragão, na Espanha, filho de Martinho Bailão e Isabel Jubera, a 16 de maio de 1540, festa de Pentecostes, chamada de Páscoa cor de rosa, daí chamar-se Pascoal. Provinha de uma família numerosa, pobre e humilde, na qual se vivia, no entanto, profundo espírito religioso, devido, sobretudo, à mãe que era devotíssima da Eucaristia.

Biógrafos dizem também que era muito generosa em dar esmolas aos pobres. Pascoal não pôde frequentar a escola porque seu pai precisava que ele cuidasse do rebanho, serviço que executou com grande dedicação até mesmo quando este encargo lhe era ocasionalmente conferido por um ou outro pastor.

Executando seu trabalho distante do povoado e da igreja, passava horas inteiras em oração, privando-se de alimentos para dominar ou adestrar seu corpo. Era desses que tinha o hábito da flagelação. Longe do ruído, nas montanhas, cuidando das ovelhas tinha tempo para rezar, meditar, louvar a Deus e venerar Maria.

De trato amável nos relacionamentos, com sua doçura e serenidade, conquistou a amizade de muitos pastores que encontrava nas alturas dos montes e nos vales da Andaluzia e entre os quais começou seu primeiro apostolado com simplicidade e ardor sincero. Procurava pastagens das quais pudesse ver uma igreja em que se conservava a Eucaristia para adorá-la enquanto seus rebanhos pastavam, como confidenciou ao companheiro de trabalho que haveria de dar este testemunho 18 anos depois de sua santa morte.

Quando completou dezoito anos, em Monteforte del Cid, veio a conhecer os franciscanos do convento de Santa Maria de Loreto. Pensava em poder realizar seu sonho de se tornar religioso. Como isso ainda não lhe era possível aceitou de realizar o trabalho de pastor junto a um rico proprietário de ovelhas, Martino Garcia, que lhe dava a permissão de frequentar o Santuário Mariano e residir junto ao convento franciscano.

Enquanto pastoreava não muito distante do convento caía em êxtase ao som do sino que anunciava a elevação no momento da consagração . Por fim, a 2 de fevereiro de 1564, já com fama de santidade, pode vestir o hábito franciscano e, no ano seguinte, fazer sua profissão religiosa no convento dos frades alcantarinos de Orito, onde permaneceu até 1573, dedicando-se a tarefas muito humildes, de modo particular ao mister de porteiro. Muito estimado pela vida de austeridade que levava e favorecido por dons do Espírito Santo, entre os quais do dom da sabedoria infusa, o iletrado Pascoal – que tinha aprendido a ler enquanto pastoreava o rebanho e depois conseguiu apenas escrever alguma coisa, era procurado por pessoas eruditas que vinham se aconselhar com ele. De 1573 até 1589, sua vida transcorreu em diferentes conventos da província de Alicante, passando depois para a Província de Castellon, no convento de Vila Real.

A obediência o obrigou a fazer uma longa e perigosa viagem até Paris. O Ministro Provincial da Espanha, em 1576, necessitava comunicar-se com urgência com o Ministro Geral da Ordem Cristóvão de Cheffontaines. O dito Ministro sabia bem que era difícil uma tal viagem no tempo das perseguições calvinistas. Na verdade, Pascoal foi muito hostilizado e insultado. Em Orleans quase veio a morrer depois de uma discussão a respeito da Eucaristia. Esta não foi a única investida contra o frade menor antes que ele chegasse ao seu destino e entregasse a correspondência que levava para o Ministro Geral. Voltando desta viagem escreveu um livro com sentenças (pensamentos), um pequeno tratado ou compêndio sobre a Eucaristia. Falava, é claro, da presença real de Jesus neste sacramento e também dos poderes transmitidos ao Papa.

Mereceu ele receber o cognome de “teólogo da eucaristia”, não somente por ter resolvido as questões dos adversários na França, mas também pela coletânea de escritos que deixou a respeito do Sacramento da Eucaristia que foi sempre o centro de sua intensa vida espiritual e a marca mais evidente de sua vida. Estando sempre à disposição dos confrades e dos que batiam à porta do convento, Pascoal, além disso, continuava a infligir-se penitências e com isto debilitou sua saúde até o limite de capacidade de resistência.

Os últimos anos de vida de Pascoal se transcorreram no convento de Vila Real, em Valência, exercendo sempre o ofício de porteiro e de esmoler, muito estimado por toda a população, de modo especial pelos mais simples e pelas crianças. Todos queriam receber a bênção do frade ao lhe darem uma pequena oferta. Tudo ia sendo assim feito até o dia em que exercendo seu ministério de esmoler perdeu as forças. Compreendendo que estava próxima a sua morte correu ao seu encontro. De fato, veio a falecer no convento do Rosário, a 17 de maio de 1592, solenidade de Pentecostes, com a idade de 52 anos. Foram muitos os que vieram dar o último adeus ao piedoso frade. Os biógrafos contam, que durante a celebração da missa de exéquias, no momento da elevação do cálice e da patena, seu corpo já enrijecido pela morte reabriu os olhos para fixar o pão e o vinho da eucaristia dando assim seu último testemunho de apreço pelo Santíssimo Sacramento.

Sua santidade foi confirmada por muitos milagres que espalharam sua fama por todo o mundo católico. Vinte e seis anos depois, no dia 29 de outubro de 1618, era proclamado bem-aventurado (beato) por Paulo V e a 16 de outubro de 1690, canonizado por Alexandre VIII. O Papa Leão XIII, no dia 26 de novembro de 1897, proclamou-o patrono das devoções eucarísticas e, pouco depois, também dos congressos eucarísticos internacionais.

Os restos mortais de São Pascoal Bailão, venerados em Vila Real, foram profanados e espalhados durante a guerra civil espanhola (1936-39). Parcialmente recuperados foram restituídos à cidade de Vila Real em 1952.

As imagens do santo sempre o representam próximo a um ostensório Uns vinte pequenos tratados de sua autoria falam de seu profundo amor pela Eucaristia.

(Tradução livre da obra Frati Minori Santi e Beati, publicação da Postulação Geral da Ordem dos Frades Menores, 2009, p. 253-255)

A Igreja também celebra hoje a memória de Santa Basília.

Fonte https://franciscanos.org.br/

segunda-feira, 15 de maio de 2023

São João Nepomuceno - santo do dia - 16.05.2023

    





São João Nepomuceno


João nasceu em 1330, em Nepomuk, na Boêmia, atual República Checa. Apesar de os pais serem pobres e ter idade avançada, João conseguiu formar-se doutor em teologia e direito canônico na Universidade de Praga, uma das mais modernas e avançadas da época, fundada pelo rei Carlos IV. Mas desde muito cedo João sabia que sua verdadeira vocação era o sacerdócio, a pregação.

Quando, finalmente, recebeu a unção sacerdotal, pôde colocar em prática o seu talento de orador sacro, e o fez de forma tão brilhante que foi convidado a ser capelão e confessor na corte, onde teve muito trabalho, pois o rei Venceslau IV era uma pessoa difícil e de mau-caráter. Mas a rainha e imperatriz Joana da Baviera era muito pia, bondosa e caridosa, e o tomou para diretor espiritual e confessor particular.

Não se sabe exatamente como foi seu martírio e como tudo ocorreu, mas o rei Venceslau, que desejava controlar a Igreja, não estava satisfeito com a possível chegada de um novo bispo, enviado por Roma a pedido da rainha.

A tradição lembra, porém, que o rei teria exigido que João violasse o segredo da confissão da rainha, coisa a que ele se negou e, por isso, foi torturado e morto. Depois, às escondidas, seu corpo foi jogado nas águas do rio Moldávia, em 16 de maio de 1383.

No dia seguinte, a população percebeu um cadáver boiando no rio, circundado por uma luz misteriosa com cinco estrelas. Ao recolhê-lo, reconheceram que se tratava do capelão João. A cidade toda, então, ficou sabendo o que acontecera com ele e reconheceu no rei Venceslau o autor daquela crueldade. Assim, em procissão, o corpo foi levado e enterrado na igreja da Santa Cruz, onde permanece até hoje.

Em 1729, ele foi canonizado. Hoje são João Nepomuceno é celebrado como o mártir da confissão e venerado por todos os habitantes da cidade de Praga.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: São Simão Stock, Honorato e Luís Orione.

Fonte https://franciscanos.org.br/

domingo, 14 de maio de 2023

Santo Isidoro Lavrador - santo do dia - 15.05.2023


    




Santo Isidoro Lavrador


Isidoro nasceu em Madri, na Espanha, em 1070, filho de pais camponeses, simples e seguidores de Cristo. O menino cresceu sereno, bondoso e muito caridoso, trabalhando com os familiares numa propriedade arrendada. Levantava muito cedo para assistir a missa antes de seguir para o campo. Quando seus atos de fé começaram a se destacar, já era casado com Maria Toríbia e pai de um filho.

Sua notoriedade começou quando foi acusado de ficar rezando pela manhã, na igreja, em vez de trabalhar. De fato, tinha o hábito de parar o trabalho uma vez ao dia para rezar, de joelhos, o terço. Mas isso não atrapalhava a produção, porque depois trabalhava com vontade e vigor, recuperando o tempo das preces. Sua bondade era tanta que o patrão nada lhe fez.

Não era só na oração que Isidoro se destacava. Era tão solidário que dividia com os mais pobres tudo o que ganhava com seu trabalho, ficando apenas com o mínimo necessário para alimentar os seus. Quando seu filho morreu, ainda criança, Isidoro e Maria não se revoltaram, ao contrário, passaram a se dedicar ainda mais aos necessitados.

Isidoro Lavrador morreu pobre e desconhecido, no dia 15 de maio de 1130, em Madri, sendo enterrado sem nenhuma distinção. A partir de então começou a devoção popular. Muitos milagres, atribuídos à sua intercessão, são narrados pela tradição do povo espanhol. Quarenta anos depois, seu corpo foi trasladado para uma igreja.

Humilde e incansável foi esse homem do campo, e somente depois de sua morte, e com a devoção de todo o povo de sua cidade, as autoridades religiosas começaram a reconhecer o seu valor inestimável: a devoção a Deus e o cumprimento de seus mandamentos, numa vida reta e justa, no seguimento de Jesus.

Foi o rei da Espanha, Filipe II, que formalizou o pedido de canonização do santo lavrador, ao qual ele próprio atribuía a intercessão para a cura de uma grave enfermidade. Em 1622, o papa Gregório XV canonizou santo Isidoro Lavrador, no mesmo dia em que santificou Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa d’Ávila e Filipe Néri.

Hoje, ele é comemorado como protetor dos trabalhadores do campo, dos desempregados e dos índios. Enfim, de todos aqueles que acabam sendo marginalizados pela sociedade em nome do progresso. Santo Isidoro Lavrador é o padroeiro de Madri.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Cássia, Dionísia e Torquato.

Fonte https://franciscanos.org.br/