sábado, 6 de novembro de 2021

São Vilibrordo - 07.11.2021


Santo do dia



O santo de hoje nasceu em Nortúmbria, Alemanha, em 658. Pertencente a uma família cristã, foi enviado pelo pai como oblato, aos cinco anos, para o mosteiro de York, Inglaterra. Crescido, decidiu dedicar-se ao estado monástico. Ingressou para a Irlanda para aperfeiçoar sua cultura teológica sob guia do abade Egberto. Após nove anos de estudos, foi ordenado sacerdote.

No ano de 690, foi enviado como missionário acompanhado de onze companheiros para a Frísia, para a evangelização de bárbaros que viviam na Holanda. Escolhido pelo rei Franco Pepino, foi-lhe confiado como campo de apostolado a região ao leste, onde viviam povos hostis ao Evangelho e estavam em frequentes revoltas.

Realizou uma viagem para Roma após sua experiência de apostolado, com o intuito de receber o apoio do Papa Sérgio I, que muito o animou e o presenteou com as relíquias de santos mártires para serem colocadas nas futuras igrejas. Voltou para Roma alguns anos mais tarde, a fim de relatar ao Papa seus sucessos, suas dificuldades e seus planos. Contente com seu empenho, o Papa decidiu torná-lo bispo, acrescentando ao seu nome um nome latino: Clemente.

Em seu árduo apostolado, Vilibrordo fundou sua primeira sede episcopal em Utrecht, conquistou a catedral, dedicando-a ao Santíssimo Redentor. Fez progressos na conversão da Frísia e, em seguida, na Dinamarca e na região da Turíngia.

Com a morte do rei Pepino, seu protetor, duque Ratbodo reconquistou parte do território que havia perdido na Frísia, obrigando Vilibrordo a se afastar da região, ficando retirado perto de Treves, onde anteriormente havia fundado um mosteiro.

Retornou para a Frísia um tempo depois após a morte de Ratbodo, ajudou São Bonifácio alguns anos no apostolado da Alemanha, conseguindo consolidar a evangelização entre os povos do norte da Europa.

Descrito por muitos biógrafos com pequena estatura, Vilibrordo foi um homem grandioso em suas ações, sobretudo um grande organizador, com destacado senso de comando que lhe permitiu graças também à formação de muitos bispos.

Cansado pelas fadigas apostólicas, afastou-se no mosteiro de Echternach, onde faleceu no dia 7 de novembro de 739.

São Vilibrordo, rogai por nós!

Referências:
Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C
Livro ‘Um santo para cada dia’ – Mario Sgarbossa, Luigi Giovannini

Fonte https://santo.cancaonova.com/

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

São Nuno de Santa Maria - 06.11.2021


Santo do dia



Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal a 24 de Junho de 1360, e recebeu a educação cavalheiresca típica dos filhos das famílias nobres do seu tempo.

Aos treze anos, torna-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser, pouco depois, cavaleiro. Aos dezesseis anos, casa-se, por vontade de seu pai, com uma jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim.

Da sua união nascem três filhos, dois do sexo masculino, que morrem em tenra idade; e uma do sexo feminino, Beatriz, a qual mais tarde viria a desposar o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.

Quando o rei D. Fernando I morreu a 22 de Outubro de 1383, sem ter deixado filhos varões, o seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter desposado a filha do falecido rei.

Nuno tomou o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, comandante supremo do exército. Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até se ter consagrado na batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385), a qual acaba por determinar à resolução do conflito.

Os dotes militares de Nuno eram no entanto acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela Eucaristia e pela Virgem Maria são os alicerces da sua vida interior.

O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros S. Tiago e S. Jorge. Fez ainda construir às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de S. Maria da Vitória, na Batalha.

Com a morte da esposa, em 1387, Nuno recusa contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente alcançou a paz, distribui grande parte dos seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acaba por se desfazer totalmente daqueles em 1423, quando decide entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.

Impelido pelo amor, abandona as armas e o poder para revestir-se da armadura do Espírito recomendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida em que sela o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.

O Condestável do rei de Portugal, o comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao entrar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria — a sua terna Padroeira que sempre venerou—, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Significativo foi o dia da morte de frei Nuno de Santa Maria, aos 71 anos de idade. Era o Domingo de Páscoa, dia 1 de Abril de 1431. Após sua morte, passou imediatamente a ser reputado de “santo” pelo povo que, desde então, o começa a chamar “Santo Condestável”.

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto “Clementíssimus Deus” e foi consagrado o dia 6 de Novembro ao, então, beato.

O Santo Padre, Papa Bento XVI, durante o Consistório de 21 de Fevereiro de 2009, determina que o Beato Nuno seja inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de Abril de 2009.

São Nuno de Santa Maria, rogai por nós!

Fonte https://santo.cancaonova.com/

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

São Zacarias e Santa Isabel - 05.11.2021


Santo do dia




Zacarias e Isabel aparecem no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, que relata:

“Havia, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava Isabel. Ambos eram justos diante de Deus e caminhavam irrepreensíveis em todos os mandamentos e ordens do Senhor. Mas não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e ambos eram de idade avançada” (Lucas 1,5-7).

Pelo próprio relato bíblico, descobrimos que viviam na aldeia de Ain-Karim (situada a poucos quilômetros de Jerusalém), e que tinham laços de parentesco com a Sagrada Família de Nazaré. Zacarias é descrito como um sacerdote, ou seja, aquele responsável por unir o povo a Deus. Isabel era descendente de Aarão, o maior sacerdote que já existiu. O Evangelho de Lucas os descreve como justos, irrepreensíveis e fiéis aos mandamentos do Senhor.

O matrimônio de Zacarias e Isabel não foi agraciado com o nascimento de um filho, pois Isabel era estéril, e ambos eram de idade avançada. Naquele tempo, não gerar um filho era tido como uma das piores desgraças, sendo vergonhoso e quase que um castigo divino para a sociedade. Entretanto, a união do casal era sólida, e ambos amavam e viviam a retidão, recorrendo sempre à força da oração.

Certo dia, enquanto Zacarias rezava no Templo, foi visitado pelo anjo de Deus, que o convidou a colocar-se dentro do projeto de salvação e ser pai do precursor, aquele que prepararia a chegada do Messias para a salvação do mundo. “Não tenhas medo, Zacarias, porque foi ouvida tua oração; Isabel, tua mulher, vai te dar um filho a quem darás o nome de João. Ficarás alegre e contente e todos se alegrarão com seu nascimento” (Lucas 1,13-14).

Embora piedoso, Zacarias pediu ao anjo de Deus uma prova. Por este motivo, ficou mudo até o nascimento do filho. Isabel ficou grávida e retirou-se ao silêncio e à oração, aguardando o nascimento do filho. Maria, sua prima, ao receber do mesmo anjo, o anúncio de sua divina maternidade, ficou ciente da gravidez de Isabel. Partiu então às pressas para prestar assistência nos preparativos do parto.

No oitavo dia do nascimento, o menino foi circuncidado, como havia revelado o Anjo. A língua de Zacarias se soltou e ele voltou a falar, confirmando que o nome de seu filho seria João, um menino com papel singular na história da Salvação da humanidade: “Pois ele será grande perante o Senhor…e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe (Santa Isabel). Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus” (Lucas 1,15s).

Quando Zacarias voltou a falar, pronunciou muitas palavras de louvores a Deus, “o Benedictus”, também conhecido como “Cântico de Zacarias”. Após o Salmo profético de São Zacarias pelo nascimento do filho, perdemos o contato com a vida do casal, que, sem dúvida, permaneceram fiéis ao Senhor até o fim de suas vidas. Assim, a Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, reconhecem o exemplo deste casal para todos os casais, já que “ambos eram justos diante de Deus e cumpriram todos os mandamentos e observâncias do Senhor” (Lucas 1,6).

São Zacarias e Santa Isabel, rogai por nós!

Referências:
vaticannews.va
Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

São Carlos Borromeu - 04.11.2021


Santo do dia



Carlos, o segundo filho de Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538. Menino ainda, revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado dessas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e o temor a Deus. Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram sinais mais positivos da vocação sacerdotal.

O ano de 1562 veio a Carlos com a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, lançou Carlos planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Esses todos se concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa. Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para essa necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que, por essa obediência, tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior.

Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isso, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando para si só o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isso não aguenta comparação com as obras de caridade que o Arcebispo praticou. Quando em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão, não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio que teriam ficado fechadas.

Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste e o povo abandonado pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos. Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo e esse se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.

Gregório XIII não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, como também recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a esse gesto do Papa, o governador de Milão, organizou no primeiro domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte, reconheceu o erro e teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo gozou desse período só dois anos.

Quando em outubro de 1584, como era de costume, se retirara para fazer os exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia: “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.

O Papa Paulo V canonizou-o em 1610 e fixou-lhe a festa para o dia 04 de novembro.

São Carlos Borromeu, rogai por nós!

terça-feira, 2 de novembro de 2021

São Martinho de Lima - 03.11.2021


Santo do dia



Martinho nasceu em Lima, no dia 9 de dezembro de 1579, filho de um nobre cavaleiro espanhol, João Porres, e de uma negra do Panamá, de origem africana, Ana Velásquez. Por causa da pele escura, o pai não o quis reconhecer, e no livro de batizado foi registrado como filho de pai ignorado. O valor representativo de São Martinho na história da santidade deriva do fato de ser ele uma dessas “misturas” da América, como um cronista do século XVI definia ironicamente os mulatos. São Martinho viveu pobremente até os oitos anos de idade e na companhia da mãe e de uma irmãzinha, nascida dois anos depois dele. Educado por sua mãe no santo temor de Deus, começou ainda criança a trabalhar como aprendiz de barbeiro. Era uma profissão manual, e era desprezada pelos que tinham aspirações à nobreza, porém, naquela época, essa profissão não era como de hoje em dia, pois, naquele tempo, o barbeiro era também dentista e cirurgião. Martinho, alma extremamente sensível e de profundidade mística, fez de sua profissão um exercício de caridade para com os pobres, principalmente depois que se tornou ajudante de um médico.

Com a idade de 15 anos, abandonou tudo e foi bater na porta do convento dos dominicanos em Lima. Aqui o espera uma nova humilhação. Foi admitido apenas como terciário e incumbido dos trabalhos mais humildes da comunidade. As suas funções eram as mais humildes, mas a sua vida espiritual, a mais profunda. Por fim, os superiores perceberam o que representava aquela alma para a Ordem, e, acolhendo-o como membro efetivo no dia 2 de junho de 1603, admitiram-no então a profissão solene.

A sua solicitude pelos irmãos doentes era viva. Encontravam-no junto deles para os aliviar, mesmo, segundo se diz, que a porta estivesse fechada à chave. Considerava-se escravo de todos e de cada um, e se a doença de algum irmão que ele cuidava piorava, o zelo crescia.

Quis assim permanecer a escória do convento, mas a sua santidade começou a refulgir para além dos limites do convento, pelos extraordinários carismas com as quais era dotado, como profecias, os êxtases, as bilocações. Embora nunca tenha se distanciado de Lima, foi visto na África, na China e no Japão para confortar missionários em dificuldade. A este humilde irmão leigo recorriam para conselho; teólogos, bispos e autoridades civis, mais de uma vez o próprio vice-rei teve de aguardar diante da sua cela, porque frei Martinho estava em êxtase.

Durante uma peste epidêmica, curou os que recorreram a eles, e aos seus sessenta confrades curou prodigiosamente. Dedicava sua vida literalmente aos pobres: mendigo por amor aos mendigos. Com as esmolas que conseguia, fundou um hospital para os meninos abandonados e jejuava para dar de comer aos pobres. Jejuava todo o ano, quase não comendo senão restos de pão, mas discretamente, a tal ponto que ninguém reparava. Tudo isso era regado pelas orações que fazia durante a noite, assim como Jesus orava (Lc 6,12).

Assim, sem fazer coisas extraordinárias além da prática de caridade, Martinho chegou a um alto grau de santidade. Faleceu santamente em Lima no dia 3 de novembro de 1639, com sessenta anos de idade e imediatamente foi honrado e venerado como santo. Foi beatificado, em 1837, pelo Papa Gregório XVI; foi canonizado, no dia 6 de maio de 1962, por São João XXIII; e no ano de 1966, o Papa São Paulo VI o proclamou patrono dos barbeiros.

São Martinho de Lima, rogai por nós!

Oração:

Oh! Deus, que exaltou o humilde, que fizestes São Martinho, teu confessor, entrar no Reino celestial, concedei através do seu mérito e intercessão de modo que possamos seguir o exemplo da sua humildade na terra e um dia estarmos com ele no Céu, através de Cristo, Nosso Senhor.

Referências:
Livro Santos de cada dia – Editora A.O.Braga
Livro Um santo para cada dia – Mario Sgarbossa – Luigi Giovanni
Livro O Santo do dia – Dom Servilio Conti, I.M.C

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Comemoração de todos os fiéis defuntos - 02.11.2021


Santo do dia



Em vez de propor-nos, hoje, a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos. A comemoração de todos os fiéis defuntos foi instituída neste dia a fim de socorrer, por boas obras gerais, os que não se beneficiam de preces especificamente dedicadas a eles. Deve-se a uma iniciativa tomada pelos monges beneditinos por volta do ano 1000. O abade São Odilo, superior mosteiro de Cluny na França, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Essa comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, de tal modo que, aos poucos, se tornou universal a dedicação de dois de novembro à memória dos irmãos já falecidos.

“Irmãos, nos diz São Paulo apóstolo, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem.” (ITs 4,13-14).

Essa exortação de Paulo é dirigida também a cada um de nós. O Dia dos Finados não é dia de tristeza nem lamúrias, como o é para aqueles que não tem fé, mas é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração de sufrágio. A doutrina relativa aos finados põe em admirável luz a harmonia entre a justiça e a bondade de Deus Pai, de tal modo que também os corações mais frios não resistem hoje a um saudoso pensamento de piedade religiosa em favor dos irmãos falecidos.

A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. Quanto a isso o Catecismo da Igreja Católica afirma:

“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)

Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas. Esta doutrina já era conhecida no Antigo Testamento. De fato, lemos, no Segundo livro do Macabeus, que, depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviados ao Templo de Jerusalém solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra, pois ele concluiu: É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” ( 2Mc 14,45). Também Jesus Cristo fez alusão aos pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.

Orações de sufrágio em favor das almas dos mortos sempre foram praticadas nas Igrejas desde os primeiros séculos. Nas catacumbas romanas onde se sepultavam os cristãos há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam dos irmãos na fé. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde quer que estiveres”.

As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão do meu Senhor me tocou”.

“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”

Indulgência:

No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.

“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).

Oração pelos falecidos:

Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém (Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria.)

Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.

Referências:
Livro: O Santo do dia – Dom Servilio Conti, I.M.C.
vatican.va
Catecismo da Igreja Católica

Fonte https://santo.cancaonova.com/

domingo, 31 de outubro de 2021

Solenidade de todos os Santos - 01.11.2021


Santo do dia



“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).

Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.

Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isso, hoje, vivemos essa Tradição, na qual nossa Mãe Igreja nos convida a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. Na verdade, é um convite a olharmos para o Alto, pois, neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).

Todos esses combatentes de Deus merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida desses acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isso, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef 2,19).

Neste dia, a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).

Todos os santos de Deus, rogai por nós!

Fonte https://santo.cancaonova.com/