sábado, 10 de janeiro de 2015

12 de Janeiro - São Bento Biscop


Bento pela graça e pelo nome" era este o jogo de palavras que são Gregório Magno usava para definir o amigo e irmão na fé, são Bento de Nórcia. E pela grande força do sentido que expressam, não puderam deixar de ser usadas, também, para louvar são Bento Biscop, no livro escrito por são Beda, Doutor da Igreja , sobre seu mestre e tutor. Ele que foi discípulo de Biscop, desde os sete anos, idade em que foi entregue pelos pais.

Biscop nasceu em 628, na Nortúmbria, Irlanda. Era um nobre e se tornou um soldado de alta patente do exército do rei Oswiu, porém o chamado de Deus falou mais alto. Aos vinte e cinco anos decidiu renunciar aos favores da corte e abandonar a família, para se colocar a serviço do verdadeiro Rei, Jesus Cristo e do Evangelho, para alcançar a vida eterna. No ano de 653, após ter feito esta escolha, fez a primeira das seis viagens a Roma. Era um devoto incondicional dos santos apóstolos Pedro e Paulo e dos papas. Suas viagens tinham a finalidade da peregrinação e também o aprendizado de exemplos e instituições monásticas.

A Santa Sé o designou para ir à Inglaterra, acompanhando o novo bispo de Cantuária, Teodósio. Assim, Biscop acabou sendo o responsável, em grande parte, pela evangelização da Inglaterra. De suas viagens a Roma, trazia consigo diversos livros sobre artes, ciências, e muitos outros de assuntos variados.

Em Lerins, no percurso da segunda viagem a Roma, em 665, permaneceu cerca de dois anos. Era um perfeccionista, não procurava só encontrar modelos de vida como também numerosos livros, documentos iconográficos, relíquias dos santos, parâmetros e outros objetos que favorecessem um culto em perfeita sintonia com a Igreja de Roma.

Na embocadura do rio Vire, fundou um mosteiro, dedicado a são Pedro, em 674, e outro, em honra a são Paulo, alguns anos mais tarde. Para isso, trouxe da França diversos pedreiros, artesãos, artífices, etc., para a construção de igrejas e, desta maneira, introduzir nos mosteiros ingleses os usos e costumes dos mosteiros romanos.

Uma vez chegou a suplicar ao papa Agatão que enviasse o cantor da basílica de são Pedro, o abade João, para que a liturgia e o canto romano fossem assimilados por seus monges reunidos nos dois mosteiros de são Pedro e de são Paulo. Quando voltou da sexta viagem a Roma ficou surpreso com uma epidemia que destruíra grande parte de sua obra.

Sobre o leito de morte pôde dizer com razão: "Meus filhos, não considerem invenção minha a constituição que lhes dei. Depois que visitei dezessete mosteiros, cujas regras e usos, me esforcei por conhecer e selecionar as que me pareceram melhores, dou-lhes o resultado desse trabalho. Este é o meu testamento."

Morreu no dia 12 de janeiro de 690, aos sessenta e dois anos de idade. A sua celebração foi determinada para esta data, durante a cerimônia de sua canonização, pela Igreja, em Roma.
Fonte CNBB

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

11 de Janeiro - São Teodósio


Teodósio, cujo nome significa "um presente de Deus", nasceu na Capadócia, atual Turquia, em 423, de pais ricos, nobres cristãos. Recebeu uma boa e sólida formação desde a infância sendo educado dentro dos preceitos da fé católica. Quando ainda muito jovem, era ele quem fazia as leituras nas assembléias litúrgicas de sua cidade. Um dia, lendo a história de Abraão, identificou-se com ele e descobriu que seu caminho era o mesmo do patriarca, que deixara sua terra para se encaminhar aonde Deus lhe apontava. Teodósio decidiu fazer o mesmo, seguindo inicialmente em peregrinação à Terra Santa, para conhecer os caminhos trilhados por Jesus.

Dotado de dons especiais como da profecia, prodígio, cura e conselho, sentiu a confirmação do seu chamado por Deus, ao se encontrar com Simeão, o estilista, outro Santo que havia optado por viver acorrentado e numa torre alta construída por ele mesmo. Simeão que nunca o tinha visto ou conhecido, o chamou pelo próprio nome e o avisou de que Deus o havia escolhido para converter e salvar muita gente. Teodósio entrou então para um convento próximo à Torre de Davi, onde rapidamente foi escolhido para a provedoria de uma igreja consagrada a Nossa Senhora. Mas sentia que aquela não era a sua obra, preferia a vida solitária da comunidade monástica do deserto, como era usual naquela época.

Depois, seguindo a orientação de São Longuinho, que o aconselhava em sonhos, foi habitar numa caverna, que segundo dizem fora ocupada pelos Reis Magos ao regressarem de Belém. Alí se entregou às duras penitencias e orações, passando a pregar com um senso de humildade que contagiava a todos que por lá passavam. Logo começou a receber discípulos e outros monges formando uma nova comunidade religiosa cenobítica, isto é,
viviam uma vida retirada mas em comunicação servindo a comunidade movidos pelos mesmos interesses, princípios e prerrogativas cristãs.

Numerosos discípulos, de diversas nacionalidades, foram atraídos e reunidos por ele. Edificou três conventos, um para os que falavam grego, outro para os eslavos e o terceiro para os de idiomas orientais como hebreu, árabe e persa. Todos nos arredores de Belém. Construiu também três hospitais, um para anciãos, outro para atender todos os tipos de doenças e o terceiro para os que tinham enfermidades mentais. Aliás uma idéia muito nova para essa época e pouco freqüente no mundo inteiro. Além disso ergueu quatro igrejas.

Sua fama o levou ao posto de arquimandrita da Palestina, isto é, superior geral de todos os monges. Mas sua atuação contra os hereges acabou por condená-lo ao exílio, por confrontar-se com o Imperador Anastácio. Só quando o imperador morreu é que ele pôde voltar à Palestina reconquistando seu posto de liderança entre os monges.

Quando Teodósio morreu, com cento e cinco anos, em 529, seu corpo foi depositado na cova feita por ele mesmo, há muitos anos, naquela gruta onde os Reis Magos dormiram, entre Jerusalém e Belém. Seu enterro foi acompanhado pelo Arcebispo de Jerusalém e muitos cristãos da Cidade Santa assistiram ao seu funeral onde aconteceram
inúmeras graças e prodígios, que ainda sucedem no local de sua sepultura, embora tenha sido profanada e saqueada pelos árabes sarracenos. Seu culto se difundiu rapidamente pelo mundo cristão e se mantém ainda hoje muito forte.

Outros santos e beatos:
Santo Alexandre — bispo de Fermo, martirizado durante o império de Décio.
Santo Anastácio (†570) — abade beneditino em Supertoria, nas proximidades do monte Soratte.
São Boadin — monge beneditino, eremita do século VI.
São Brandão (século V) — abade num mosteiro da Gália, constituído por monges originários da Irlanda.
Santas Etenias e Fidelmia (†433) — virgens irlandesas; foram as primeiras convertidas por obra de São Patrício. Pretende a tradição que tenham morrido nesse mesmo dia, após haverem recebido a comunhão.
Santa Honorata (†500) — irmã de santo Epifânio, bispo de Pavia. Depois que se tornou monja, foi encarcerada por ordem de Odoacro.
São Lêucio (†180) — primeiro bispo de Bríndisi, proveniente de Alexandria do Egito.
São Palâmio (†325) — situa-se entre os primeiros anacoretas egípcios, mestre do célebre são Pacômio.
Santos Paldone, Tason e Taton (século VIII) — três irmãos de Benevento, sucessivamente abades em Farfa, da Sabina, a seguir na abadia de São Vicente de Volturno, por eles fundada.
Santos Pedro, Severo e Lêucio — martirizados em Alexandria, no século III.
São Sálvio — martirizado na África, no século III.
Fonte Paulinas

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

10 de Janeiro - Santo Aldo

Muito interessante a trajetória deste singelo e tradicional santo de nome Aldo. Dele não se encontrou nada escrito no Calendário universal da Igreja, e em nenhum Martirológio local. Apenas os jesuítas belgas, que catalogaram a vida dos santos da Europa do Norte na obra publicada em 1.600, citaram neste dia o nome de santo Aldo, sozinho e solitário.

Sozinho, porque é o único santo com este nome, e solitário, como foi e continua sendo difundido, porque era um devoto ermitão. Ele se tornou monge, do mosteiro fundado pelo irlandês são Columbano, na cidade de Bobbio, vizinha de Pavia, cidade que guarda as suas relíquias. Aldo foi sepultado primeiro na capela de são Columbano e depois transferido para a basílica de são Miguel, daquela cidade, na Itália

Não sabemos a data e o lugar do seu nascimento. Parece que viveu no século VIII, mas foi num destes que a História definiu como "obscuros". Conceito que, no caso de Aldo, se tornou verdadeiro, pois não deixou transparecer nada sobre a sua vida e sua pessoa, deixou apenas uma atmosfera de santidade.

A tradição nos apresenta Aldo como um simples carvoeiro de Carbonária e um ermitão. Um monge de mãos calejadas e rosto enegrecido pela fuligem das carvoarias. Isto parece correto, porque os monges de sua comunidade construíam uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retiravam nas horas dedicadas à oração e à contemplação, e onde moravam. Depois saíam para o trabalho diário, onde ganhavam o pão com o suor do rosto.

Não é por acaso que suas relíquias estão em Pávia, cidade que durante um período foi a capital do Reino da Europa do Norte, conhecido como Lombardo. Provavelmente corria nas veias deste santo ermitão o sangue deste povo, senão, pelo menos assim nos faz pensar a origem do seu nome. "Ald" é uma palavra da Europa do Norte que significa "velho", e parente do nosso Aldo "ancião", ou melhor "homem maduro".

Velhice e maturidade são, em geral, garantia de sabedoria, portanto podemos dizer que Aldo mereceu o próprio nome, quando escolheu a sabedoria mais sábia, a da santidade, alcançada através do caminho mais invisível, o da solidão e do silêncio, da quietude interior e exterior, da contemplação e da oração. Ele se afastava temporariamente das pessoas para dar mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de Deus. Não se evadia da comunidade mas contribuía para sua edificação com o exemplo de uma vida santa e uma caridade ativa.

Santo Aldo é considerado um feliz exemplo do espírito beneditino. Um santo silencioso, mas que fala diretamente às almas sem precisar de palavras, com o exemplo de sua vida retirada do mundo e inserida em Deus. Foi canonizado e seu culto é muito vigoroso nos países da Europa do Norte, especialmente na Irlanda. A Igreja o declarou "Padroeiro dos Trabalhadores", e o celebra neste dia, indicado como o da sua morte.

Outros santos e beatos:
Santo Agatão papa (678-681).
Originário de Palermo, monge basiliano ou beneditino. Durante seu pontificado transcorreu o sexto concílio ecumênico (o terceiro de Constantinopla, em 680), o qual pôs fim à heresia monoteísta — última dentre as heresias cristológicas, que só admitia em Cristo uma vontade, a de natureza divina.
O concílio, após haver aclamado a encíclica do papa Agatão, definiu ser a vontade atributo da natureza e haver em Cristo duas naturezas; duas são também as vontades, sempre concordes, pois movidas por um único agente: a Pessoa do Verbo.
“Nós confessamos que há uma vontade (humana) em nosso Senhor”, declara a encíclica papal, lida durante o concílio, “já que não nossa culpa, mas nossa natureza foi assumida pela divindade, ou melhor, nossa natureza tal qual era antes do pecado...”
São Pedro Urséolo doge de Veneza, depois eremita (928-987).
Almirante da frota veneziana, então doge da Sereníssima, governou a cidade como zeloso administrador, numa época cheia de dificuldades. Em seguida, às escondidas, refugiou-se nos Pirineus espanhóis e tomou o hábito monacal, passando a exercer as funções de sacristão, recolhendo-se por fim às montanhas, a fim de viver como eremita.
são Diarmaid (século VI) — abade fundador de um mosteiro na ilha de Innis-Clotran.
santa Ferbuta — martirizada no ano 300, sob o império de Diocleciano.
são Guilherme de Bourges (†1207) — bispo dessa cidade francesa; antes disso, viveu entre os monges de Grandimont e, a seguir, entre os cistercienses de Pontigny.
são João Camilo, o Bom (†660) — bispo de Milão, intrépido defensor da ortodoxia contra a heresia ariana.
São Marciano (†471) — sacerdote de Constantinopla, empreendeu a construção de várias igrejas. Foi injustamente acusado de heresia.
São Nicanor (†76) — um dos sete diáconos escolhidos pelos apóstolos. Supõe-se que tenha sofrido o martírio em Chipre, sob o império de Vespasiano.
Santa Setrida (†660) — abadessa beneditina. Enteada de um rei, preferiu a pobreza do convento às comodidades do palácio real.
São Toiman ou Tommene (†660) — bispo de Armagh.
Fonte Paulinas

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

09 de Janeiro - Santo Adriano


Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes. Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.

Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II que em 663 o fez seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois, este papa o nomeou como um dos seus conselheiros.

Quando morreu o bispo da Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém mais competente, pois ele mesmo não conhecia.

Nesta ocasião Adriano havia se encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado, Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu assistente e conselheiro, em 668.

Ele chegou na Inglaterra um ano depois, pois foi detido durante a viagem, na França sob suspeita que tinha uma missão secreta do imperador Constantino II, para os reis ingleses, mas foi solto ao atestarem a sua integridade de sacerdote.

Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de clérigos para a Igreja dos povos anglicanos.

Adriano viveu neste país durante trinta e nove anos, totalmente dedicados ao serviço da Igreja. Nele os ingleses encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida profundamente evangélica.

Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.

Outros santos e beatos:
Beato Gregório X papa (1210-1276).
Teobaldo Visconti, de Piacenza, arcebispo de Liège, recebeu o encargo de pregar a última cruzada e de prestar assistência espiritual aos cavaleiros cristãos, acompanhando-os à Terra Santa.
Nesse ínterim, em 1271, recebeu um emissário de Roma, que lhe deu a notícia de que fora eleito papa. Contudo, não era padre e deveria, como se costuma dizer, queimar as etapas em poucos dias, tanto para chegar à sagração episcopal quanto para ascender ao sólio pontifício.
O prosseguimento da cruzada, obviamente, passou a fazer parte de suas metas (como pontífice), contudo o que então mais urgia era obter a unidade dos cristãos.
Durante sua estada na Palestina, persuadira-se de que havia necessidade e viabilidade de se promover a união entre as Igrejas latina e grega. Com esse objetivo, anunciou a convocação de um concílio ecumênico, que foi inaugurado em Lião, no dia 1o de maio de 1274.
Entre os quinhentos bispos presentes (além de sessenta abades e mil padres) destacava-se a esbelta silhueta do novo cardeal franciscano Boaventura de Bagnoregio, filósofo e teólogo de grande renome. Também fora convocado para o concílio outro grande filósofo e teólogo, o dominicano Tomás de Aquino, prematuramente colhido pela morte, em Fossanova, a caminho de Lião.
No dia 7 de maio, Gregório X pronunciou o discurso de abertura das várias sessões, começando por evocar as palavras evangélicas: Desiderio desideravi hoc Pascha manducare vobiscum.
De fato, o maior desejo do papa — a união dos cristãos — parecia prestes a tornar-se realidade com a chegada dos representantes da Igreja ortodoxa, encarregados de subscrever a profissão de fé de comum acordo com os anfitriões. Isso envolveria até a espinhosa questão ­concernente à secular divergência sobre a dupla “processão” do Espírito Santo (do Pai e do Filho). A reconciliação parecia selada, e o papa entoou em alta voz o Te Deum.

Santos Juliano ou Julião, Basilissa, Antônio, Anastácio, Celso, Marcianila e companheiros — martirizados em 302. Um exemplo raro de como o espírito humano é capaz de jugular nossa fraqueza. Juliano e Basilissa (que se casaram para satisfazer os respectivos pais) mantiveram durante o matrimônio o voto de virgindade; após a morte dos genitores, e de comum acordo, separaram-se para fundar dois mosteiros, um masculino e outro feminino. Mas a perseguição movida por Diocleciano pôs tragicamente fim a ambas as comunidades. Lê-se no Martirológio romano que, juntamente com Juliano, “sofreram o martírio padre Antônio; Anastácio, que o próprio Juliano ressuscitara dentre os mortos e fizera partícipe da graça de Cristo; o pequenino Celso, junto com sua mãe Marcianila, sete irmãos e muitíssimos outros”, que se tinham refugiado no mosteiro. Certamente era esse o local menos seguro para resguardar-se da perseguição contra os cristãos...
São Britvaldo (†731) — bispo beneditino de Cantuária.
Santos Epítetos, Jovial, Segundo, Vital, Félix e companheiros — martirizados na África, em 250.
São Filano — missionário irlandês na Escócia, no século VIII; filho de santa Chentigerna.
Santo Honorato de Buzançais (†1250) — comerciante rico e benevolente, venerado como mártir no Poitou, na França; foi morto por seus criados.
São Marcelino de Ancona (†566) — bispo de Ancona, em 555.
Santa Marciana de Cesaréia — virgem martirizada em 303; condenada às feras do circo, sob a acusação de haver danificado uma estátua de Diana.
São Mautontes (†700) — abade beneditino francês.
Santa Pascásia — virgem martirizada em 178, venerada em Dijon.
São Pedro Il de Sebaste (†391) — bispo. Irmão caçula de são Basílio e de são Gregório de Nissa; abade, depois bispo de Sebaste, na Armênia.
São Vaningo ou Vanengo (†686) — abade beneditino, fundador da abadia de Fécamp, na França.
Fonte Paulinas

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

08 de Janeiro - São Severino


Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era acometido por uma seqüência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.

Outros santos e beatos:
Santo Alberto de Cashel — bispo de Cashel, na Irlanda, no século VII.
Santo Apolinário Cláudio (†180) — bispo de Hierápolis, na Frígia. Escreveu uma apologia da fé cristã, que dedicou a Marco Aurélio.
Santo Atelmo (†923) — bispo beneditino, primeiramente de Wells, e, a partir de 914, de Cantuária.
Santo Ático — martirizado na Frígia, em data imprecisa.
São Cartério (†304) — martirizado em Cesaréia da Capadócia.
Santo Erardo (†686) — bispo de origem irlandesa, evangelizador da Baviera, venerado em Ratisbona.
Santa Ergnad (século V) — virgem irlandesa.
Santo Eugeniano de Autun (século IV) — bispo martirizado na França, defensor da ortodoxia contra a heresia ariana.
São Frodoberto (†673) — abade, fundador de Moutier-la-Celle (França), nas proximidades de Troyes, onde ainda é venerado.
São Garibaldo (†726) — bispo beneditino de Ratisbona.
Santa Gúdila (†712) — filha de santa Amalberga, levou uma vida monacal em domicílio. É a padroeira de Bruxelas.
Santos Luciano, Maximiano e Juliano — martirizados no ano de 290, em Beauvais.
São Máximo (†511) — bispo de Pavia.
São Paciente (século II) — bispo, padroeiro de Metz.
Santa Pega (†719) — irmã de são Gutlach, cujas virtudes e santidade imitou. Venerada em Northamptonshire, na Inglaterra.
Santos Teófilo e Heládio — martirizados na Líbia, em data imprecisa.
São Vulsino (†1002) — bispo beneditino de Westminster e abade no mosteiro do mesmo nome.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

07 de Janeiro - São Luciano da Antioquia


Luciano chamado da Antioquia nasceu em 235 e deve seu grande renome ao fato de ter sido o iniciador da doutrina herética conhecida como arianismo, que tão profundamente abalou toda a cristandade dos primeiros séculos. Aliás, diga-se que os arianos se chamaram inicialmente de "lucianistas". Doutrina a qual Luciano se retratou lavando com o sangue do seu próprio martírio o inicial equívoco, levado às últimas conseqüências pelo herege Ário, que lhe doou o nome definitivo. Assim temos em Santo Luciano um sacerdote sírio que foi martirizado no século IV, mais precisamente no ano 312, na Nicomedia, Turquia.

Nascido em Samósata, cidade do norte da Síria que serve de passagem para Jerusalém, de pais cristãos, ficou órfão aos doze anos de idade. Para conservar e reforçar a fé recebida da família na infância se retirou para a cidade de Edessa, também na Síria, aonde vivia em grande austeridade, dedicando-se aos estudos teológicos das Sagradas Escrituras, tendo o famoso mestre Macário como diretor. Uma vez formado, ordenou-se sacerdote exercendo todo o seu apostolado na Antioquia, Turquia.

Luciano era muito apegado aos estudos e tinha grande formação literária ocupando o posto de um dos homens mais versados da Igreja. Ele fundou uma escola de catequese que, na época, só encontrava equivalente na respeitadíssima escola egípcia de Alexandria, que já comemorava meio século de implantação.

Essa escola formou dezenas de personagens famosos na História da Igreja, entre eles vários bispos, teólogos e escritores católicos. Foi nesta época que suas obras teóricas começaram a despertar a ira do bispo Paulo de Samosata, dando início à intensa polêmica que mexeu com a Igreja. O tal bispo ainda sustentava a heresia ariana a qual afirmava ser Cristo "inferior a Deus" e não consubstancial a Ele. Era a doutrina que Luciano iniciara, mas, ao se perceber errado, a combatia com intensidade, veemência e vigor. Conseguiu vencer o bispo Paulo que foi destituído e afastado do Cristianismo, passando-se para o lado do herege Ário.

Luciano continuou cada vez com mais vigor sua obra evangelizadora, tendo também que enfrentar as perseguições impostas contra os cristãos, pelo imperador Maximiano. O tirano decidira liquidar primeiro com Luciano, por entende-lo como uma fonte de liderança poderosa de manutenção da fé cristã, daquela época. Ele acabou preso permanecendo algemado durante sete anos. Mesmo nessa condição, para confortar os companheiros de prisão, celebrava a Santa Missa deitado no chão usando o próprio peito como altar.

Depois, o então imperador, Maximino Daia, percebeu que não conseguiria fazê-lo renegar sua fé, por isso mandou que fosse submetido a uma série de bárbaros suplícios. Chegou a ficar quinze dias sem alimento algum e, mesmo assim, se recusou a ingerir carne de animais imolados em nome dos deuses pagãos. Finalmente, foi executado a fio de espada, tendo sido seu corpo lançado ao mar. A tradição diz que ele foi recuperado graças a um golfinho que o transportou do local do martírio para Helenópolis, na Ásia Menor.

Mas a verdade é que Santa Helena, mãe do rei Constantino era muito devota de Santo Luciano, o qual citava com freqüência ao filho, que ainda não havia se convertido. Constantino que a amava muito, durante o seu reinado, mandou que as relíquias do Santo fossem transladadas para Helenópolis, cidade natal de sua querida mãe. Depois ele mesmo, em 337, escolheu a sepultura do Santo para ser o local do seu batizado, oficializando sua conversão e de todo o seu reino. Esse ato propagou ainda mais o culto de Santo Luciano, tanto no Oriente como no Ocidente.

Santo Luciano entretanto teve um outro precedente importante, conhecido como Luciano de Somosata, que viveu entre 125 e 192, sendo um importante filósofo e jurista grego, também fundador de uma escola, só que em Atenas, falecendo como funcionário no Egito. Por essas semelhanças ele e sua exuberante obra filosófica e literária, notadamente satírica, foram confundidos com a trajetória do Santo oriundo dessa localidade, principalmente nos primeiros séculos. Este é o motivo pelo qual Santo Luciano é chamada da Antioquia.

Outros santos e beatos:
Santo Alderico ou Audry — bispo de Le Mans, conselheiro do imperador Luís, o Piedoso. Morreu em 865.
Santo Anastácio (†977) — bispo de Sens.
São Canuto Lavard (†1133) — filho do rei da Dinamarca. Distinguiu-se não só na guerra contra os piratas viquingues, mas sobretudo pela prática dos bons costumes e pelas virtudes da moderação e prudência. Por isso, desagradou aos súditos, que o mataram. É venerado como mártir.
São Cedda (†664) — bispo beneditino, evangelizador da região central da Inglaterra. Quis morrer e ser sepultado em uma das duas abadias por ele fundadas (em Lasting).
Santa Chentigerna (†734) — mãe de são Coellan, passou do palácio principesco para uma ermida, numa ilhota inglesa.
São Clero — martirizado no ano 300, em Antioquia.
São Crispim — bispo de Pavia, no século V.
São Cronan Beg — bispo de Aendrum, na Inglaterra (século VII).
Santo Emiliano (†767) — beneditino francês.
Santos Félix e Januário — martirizados em Heracléia, no século III.
Santo Hilônio ou Tílon (†702) — escravo resgatado por santo Elígio, fez-se monge e evangelizou a região de Tournai.
São Juliano de Cagliari — mártir venerado na Sardenha. Seus restos mortais foram localizados, mas não dispomos de informações sobre sua vida.
São Nicetas de Remesiana (†414) — bispo missionário na Dácia.
São Rinaldo ou Reinold (†960) — monge beneditino da Abadia de São Pantaleão, em Colônia. Dirigiu os trabalhos
da famosa catedral, mas foi morto a marteladas pelos pedreiros.
São Teodoro do Egito — monge numa ermida do Egito, no século IV.
São Valentim (†470) — bispo missionário na Récia; morto em Mais, no Tirol.
Fonte Paulinas

domingo, 4 de janeiro de 2015

06 de Janeiro - Dia de Reis e da Epifania do Senhor


O "Dia de Reis" é uma das festas tradicionais mais singelas celebrada em todo o mundo católico. Neste dia se comemora a visita de um grupo de reis magos (Mt 2 1 -12), vindos do Oriente, para adorar a "Epifania do Senhor". Ou seja, o nascimento de Jesus, o Filho por Deus enviado, para a salvação da humanidade.

O termo "mago" vem do antigo idioma persa e serviu para indicar o país de suas origens: a Pérsia. Eram reis, porque é um dos sinônimos daquela palavra, também usada para nomear os sábios discípulos de uma seita que cultuava um só Deus. Portanto, não eram astrólogos nem bruxos, ao contrário, eram inimigos destas enganosas artes mágicas e misteriosas.

Esses soberanos corretos, esperavam pelo Salvador, expectativa já presente mesmo entre os pagãos. Deus os recompensou pela retidão com a maravilhosa estrela, reconhecida pela sabedoria de suas mentes como o sinal a ser seguido, para orientação dos seus passos até onde se achava o Menino Deus.

Foram eles que mostraram ao mundo o cumprimento da profecia de séculos, chegando no palácio do rei Herodes, de surpresa e perguntando "pelo Messias, o recém-nascido rei dos judeus". Nesta época aquele tirano reprimia a população pelo medo, com ira sanguinária. Mas os magos não o temeram, prosseguiram sua busca e encontraram o Menino Deus.

A Bíblia diz que os magos chegaram à casa e viram o Menino com sua Mãe. Isto porque José já tinha providenciado uma moradia muito pobre, mas mais apropriada, do que a gruta de Belém onde Jesus nascera. Alí, os reis magos, depois de adorar o Messias, entregaram os presentes: ouro, incenso e mirra. O ouro, significa a realeza de Jesus; o incenso, sua essência divina e a mirra, sua essência humana. Prestada a homenagem, voltaram para suas nações, evitando novo contato com Herodes, como lhes indicou o anjo do Senhor.

A tradição dos primeiros séculos, seguindo a verdade da fé, evidenciou que eram três os reis magos: Melquior, Gaspar e Baltazar. Até o ano 474 seus restos estiveram sepultados em Constantinopla, a capital cristã mais importante do Oriente, depois foram trasladados para a catedral de Milão, na Itália. Em 1164 foram transferidas para a cidade de Colônia, na Alemanha, onde foi erguida a belíssima Catedral dos Reis Magos, que os guarda até hoje.

No século XII, com muita inspiração, São Beda, venerável doutor da Igreja, guiado por uma inspiração, descreveu o rosto dos três reis magos, assim: "O primeiro, diz, foi Melquior, velho, circunspecto, de barba e cabelos longos e grisalhos... O segundo tinha por nome Gaspar e era jovem, imberbe e louro... O terceiro, preto e totalmente barbado chamava-se Baltazar (cfr. "A Palavra de Cristo", IX, p. 195)".

Deus revelou seu Filho ao mundo e ordenou que o acatassem e seguissem. Os reis magos fizeram isto com toda humildade, gesto que simboliza o reconhecimento do mundo pagão desta Verdade. Isso é o mais importante a ser festejado nesta data. A revelação, isto é, a Epifania, que confirma a divindade do Santo Filho de Deus feito homem, que no futuro sacrificaria a própria vida em nome da salvação de todos nós.

Outros santos e beatos:
Santos Anastácio, Jovial, Floro, Floriano, Pedro, Ratite, Tácio e Tilo — martirizados em Sírmio, na Panônia, no século IV.
São Diman (†658) — monge, depois abade e bispo de Connon, na Irlanda.
Santo Edern (século VI) — eremita no norte da França.
Santo Eigrad (século VI) — irmão de são Sansão de York, formado na escola de santo Iltuto.
Santo Erminoldo (†1121) — abade beneditino em Hirschau. Morreu em conseqüência de uma paulada desferida por um irmão leigo, sendo por isso considerado (embora impropriamente) mártir.
São Guarino (1065-1150) — bispo cisterciense de Sião, no Valais.­
São João de Ribera (1532-1611) — espanhol, filho do vice-rei de Nápoles, professor de teologia em Salamanca, arcebispo de Valença e ao mesmo tempo vice-rei dessa região. No exercício de suas funções, demonstrou ser excelente administrador. Canonizado em 1959.
reis magos Baltazar, Gaspar e Melquior — o Evangelho fala dos sábios vindos do Oriente. Tais nomes são mencionados tão-somente a partir do século VIII; presume-se que seus restos mortais se tenham conservado na catedral de Colônia.
São Merino — eremita de Gales, no século VI.
São Mullion ou Malânio — bispo de Rennes, na França; falecido em 535.
São Pedro de Cantuária (†607) — abade beneditino, foi um dos primeiros evangelizadores da Inglaterra.
Santa Rafaela M. Porras y Aillon (1850-1925) — religiosa espanhola, considerada a “segunda fundadora” da congregação das servas do Sagrado Coração.
São Schotine — anacoreta irlandês do século VI.
Santa Viltrudes (†986) — esposa do duque da Baviera; ao ficar viúva, fundou um mosteiro em Bergen, do qual se tornaria a primeira abadessa.
Fonte Paulinas