sábado, 1 de novembro de 2014

03 de Novembro - São Martinho de Porres


Este humilde “filho de pai desconhecido”, recusado pelo pai porque de pele escura (sua mãe era uma negra do Panamá, de origem africana), representa a desforra da santidade sobre os preconceitos humanos. Mesmo sendo filho de um fidalgo espanhol, Martinho foi criado em pobreza extrema pela mãe até os 8 anos, quando o pai, arrependido de o ter abandonado, levou-o consigo, ainda que por pouco tempo, para viver no Equador.

Abandonado de novo a si mesmo, recebeu todavia do pai uma magra pensão para poder pagar a mensalidade da escola. Aos 15 anos foi aceito no convento dominicano do Rosário, em Lima, mas apenas na qualidade de oblato, isto é, como terciário, ou melhor, como doméstico, visto que só teve a missão de manter limpo o convento. Martinho é de fato representado com uma vassoura. Teve ainda o encargo de cortar os cabelos dos frades e por este seu serviço prestado à comunidade Paulo VI o proclamou, em 1966, padroeiro dos barbeiros e cabeleireiros.

Finalmente, seus superiores deram-se conta de que Martinho tinha outros dotes e o admitiram ao noviciado e depois à profissão solene, como irmão cooperador. Não mudaram, entretanto, suas funções, e Martinho continuou a ser a gata-borralheira do convento, até que o eco de sua santidade se difundiu por todo o país.

Entre os outros extraordinários carismas, como os êxtases e as profecias, teve o dom da bilocação. Foi visto na China, no Japão, na África, confortando missionários extenuados ou perseguidos, sem nunca, entretanto, se ter afastado de Lima. Operou autênticos milagres durante a epidemia de peste, curando todos os que acorriam a ele pedindo ajuda. Curou os 60 confrades atingidos pelo morbo. Voltava sua atenção a todas as criaturas, incluindo os animais.

Continuou, com inalterada simplicidade, a desempenhar os serviços reservados aos irmãos leigos, mesmo quando a ele recorriam teólogos e autoridades civis, para pedir conselho. Morreu em 3 de novembro de 1639. Foi canonizado por João XXIII em 6 de maio de 1962.
Fonte Paulinas

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

02 de Novembro - Finados


A Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas relações com os irmãos que sobrevivem: vivos e mortos, santificados pelo mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.

Igreja triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação.

São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade, usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que, pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha desaparecerá, mas “se a obra contruída [...] subsistir, o operário receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo”.

A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica neste dia uma recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo. Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio — concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em sufrágio dos mortos.

Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”: vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade consoladora: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente...”

“Nós cremos que o Verbo de Deus Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante, com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar dele, espiritual e corporalmente (por meio da eucaristia), eleve-nos acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).
Fonte Paulinas

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

01 de Novembro - Todos os santos


“Alegrando-se todos no Senhor nesta solenidade...”: assim reza a antífona de entrada. É a Igreja militante que honra a Igreja triunfante e presta à incomensurável multidão de santos que povoam o Reino dos Céus a homenagem que ela não pode prestar individualmente a cada um deles — como sucede no calendário cristão.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, promete Jesus no sermão da montanha. Quem são os pobres, segundo Jesus? São as “testemunhas de Deus”, para usar uma expressão de Isaías. Com os pobres, apoderaram-se do Reino dos Céus os mansos, os puros de coração, os misericordiosos, os pacíficos, aqueles que sofrem e que têm fome e sede de justiça, em um mundo no qual vige sempre a lei do mais forte, os perseguidos por causa da justiça e todos quantos são vítimas inocentes da calúnia, da maledicência, da pública ofensa ou do vilipêndio dos manipuladores da opinião pública.

Folheando as páginas deste livro, o leitor pôde encontrar esses sinais em todos os santos que tiveram fé na promessa do Reino dos Céus: a vergonha das violências, dos ultrajes, das torturas e humilhações de que foram alvo, e sobretudo da prova extrema do martírio, da dor física e moral, da aparente derrota do bem e do triunfo dos maus. Os fiéis são convidados a alegrar-se e a exultar com todos esses santos que “passaram à melhor vida”.

A fé nos assegura, diz são Paulo, que somos realmente filhos de Deus e herdeiros do reino, mas esta realidade não é plenamente completa em nosso corpo de carne. Vivemos na esperança, e esta se torna certeza em razão do que cremos.

A origem dessa festa remonta ao século IV. Em Antioquia, celebrava-se no primeiro domingo depois de Pentecostes. No século VII, a data foi fixada em 13 de maio, Dia da Consagração do Panteão a santa Maria dos Mártires. Naquele dia, fazia-se descer da clarabóia da grande cúpula uma chuva de rosas vermelhas. Gregório IV removeu a celebração para o dia 1º de novembro, depois da colheita de outono, quando era mais fácil encontrar alimento para os numerosos peregrinos que, depois dos trabalhos do verão, dirigiam-se em peregrinação à Cidade dos Mártires.
Fonte Paulinas

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

31 de Outubro - São Quintino

São Quintino mártir (século III)

As notícias sobre o apóstolo da Picardia são duvidosas. Certa é, de qualquer maneira, sua existência e o martírio sofrido em Vermand, cidade que hoje leva seu nome, Saint-Quintin, às margens do rio Somme.

Segundo a tradição — reconstruída várias vezes e enriquecida de episódios lendários —, Quintino era romano, quinto filho de uma família numerosa (fato insólito no baixo império) e cristã.

Partiu de Roma com alguns companheiros para evangelizar a Gália. Com ele estava Luciano, também mártir e santo. Os dois dividiram entre si o território da Picardia para evangelizar. Luciano escolheu Beauvais; Quintino estabeleceu-se em Amiens e a partir daí difundiu a mensagem evangélica nas regiões circunvizinhas.

Fê-lo com muito sucesso, até o momento em que o prefeito romano julgou oportuno detê-lo e encerrá-lo na prisão, numa tentativa de fazê-lo mudar de opinião, talvez, devolvendo-o a Roma. Mas Quintino não era do gênero dos que se furtam a compromissos e o prefeito condenou-o à morte.
Como romano, o obstinado missionário merecia o privilégio — se tal cabe dizer — da decapitação. Mas como cristão (e os cristãos eram acusados de ateísmo por causa de sua recusa de adorar os deuses de Roma), teve uma morte dolorosa, precedida de várias torturas. Tudo isso durante o império de Diocleciano ou de Maximiano (a tradição não é clara).

A lenda se desdobra a seguir em outras particularidades. O corpo de Quintino foi lançado a um rio em cujo fundo teria permanecido cerca de 50 anos, até que as orações de uma mulher piedosa o fizeram vir à tona, ainda intacto. Ou, mais provavelmente — retifica outra tradição —, o corpo de são Quintino teria sido reencontrado por um santo monge que lhe deu digna sepultura, erigindo sobre sua tumba um mosteiro a ele dedicado, perto de Vermand, lugar de peregrinações populares desde a alta Idade Média.
Fonte Paulinas

terça-feira, 28 de outubro de 2014

30 de Outubro - Santo Afonso Rodrigues


Mercador espanhol, nascido em Segóvia, antes de ser acolhido como coadjutor entre os jesuítas, foi um bom pai de família. Aos 44 anos perdeu a mulher, precedida no túmulo pelos filhos.

Rodrigues escolheu então a via do convento e foi mandado a Palma de Maiorca, onde desempenhou a função de porteiro do colégio de Monte Sion. Humilde e devoto, se bem que à sua porta batessem eminentes personagens para ouvir seus conselhos e ensinamentos. Foi canonizado em 1888.