A prodigiosa notícia que temos de são Nicolau de Tolentino diz que, quarenta anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos. Esse milagre a ele atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.
Apesar de ter nascido na cidade de Castelo de Santo Ângelo,
no ano de 1245, foi do povoado de Tolentino que recebeu o apelido acrescentado
ao seu nome. Naquela cidade viveu grande parte da sua vida. Desde os sete anos
de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão
pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e
dedicação aos pobres, aliados a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na
Virgem Maria. Aos quatorze anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de
Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas
obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi
ordenado sacerdote.
Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era
alegre e consoladora na Providência divina, o que tornava seus sermões
empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e
humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de
alegria em Cristo. Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a
visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa
mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus
aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.
Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de
Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos
do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de
compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua
santidade trazia para a paróquia fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu
consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens
materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado
e respeitado por seus irmãos da Ordem.
No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e
entregou seu espírito nas mãos do Senhor antes de completar sessenta anos de
idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e
celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação e os milagres
atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias. No ano de
1446, são Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado pelo papa Eugênio IV,
cuja festa foi mantida para o dia de sua morte.
Fonte: Paulinas
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