Filho da nobre família Justiniano, Lourenço nasceu em
Veneza, no dia 1º de julho de 1380. Desde cedo, já manifestava seu repúdio ao
orgulho, à ganância e à corrupção que havia em sua terra natal. Na
adolescência, teve uma visão da Sabedoria Eterna e decidiu dedicar-se à vida
religiosa.
Sua única ambição era amar e servir a Deus. Procurando o
aprimoramento espiritual, tornou-se um mendigo em sua cidade, chegando a
esmolar na porta da casa de seus próprios pais. A vanguardista Veneza do século
XV era um efervescente laboratório de reforma católica, destinado a produzir
frutos preciosos. Um deles foi Lourenço Justiniano.
Aos dezenove anos de idade ele era considerado um modelo de
virtude, austeridade e humildade. Em 1404, já diácono, uniu-se a outros
sacerdotes e ingressou no Mosteiro de São Jorge, em Alga, para viver em
comunidade com eles, depois reconhecidos como "Companhia dos Cônegos Seculares",
pioneiros do esforço reformador. Tornou-se sacerdote em 1407 e dois anos depois
foi eleito superior da Comunidade de São Jorge, em Alga.
Não era um bom orador, em contrapartida tornava sua pregação
eficiente com sua dedicação ao mistério do confessionário, seu exemplo de
humilde mendicante e seu trabalho de escritor incansável. Sua obra inclui
livros para doutores e leigos, incluindo tratados teológicos e simples manuais
de catequese. Os seus escritos trazem a matriz da idéia da "Sabedoria
Eterna", eixo da sua mística, tanto para a perfeição interior como para a
retidão da vida episcopal.
A contragosto, em 1433, foi consagrado bispo de Castelo, uma
pequena diocese. Em 1451, o papa Nicolau V extinguiu essa diocese e consagrou
Lourenço Justiniano primeiro patriarca de Veneza. Nessas administrações, deixou
sua marca singular impressa com suas virtudes, sendo considerado um homem
sábio, piedoso e caridoso, principalmente com os mais pecadores. Nesses cargos
ergueu mais de quinze conventos e muitas igrejas, aumentando, assim, seu já
enorme rebanho. Tornou-se um exemplo de pastor, amado por todos os fiéis, que
obedeciam à sua pregação e ao seu exemplo no seguimento de Cristo.
Rodeado por seus amigos do clero em seu leito de morte, no
dia 8 de janeiro de 1456, Lourenço Justiniano deixou, como mensagem aos
cristãos, observar os mandamentos da lei de Deus. Depois de sua morte, muitos
milagres foram atribuídos à sua intercessão, por isso foi canonizado, no ano de
1690, pelo papa Alexandre VIII. Sua festa foi indicada para ser celebrada no
dia 5 de setembro.
Fonte: Paulinas
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