Batizada como Costanza Cerioli, nasceu na família dos nobres
e ricos Francisco Cerioli e Francisca Corniani, no dia 28 de janeiro de 1816,
em Soncino, Cremona, Itália.
Delicada, inteligente e sensível, dona de um físico frágil,
aprendeu cedo a lidar com o sofrimento, alertada pela sabedoria cristã da mãe,
que lhe mostrava a miséria presente nas famílias dos camponeses. Aos onze anos,
foi entregue às Irmãs da Visitação da cidade de Alzano, para completar sua
formação religiosa e cultural, com as quais ficou até os dezesseis anos,
destacando-se pela bondade e caridade.
Aos dezenove anos, obedecendo à vontade dos pais, casou-se
com o nobre e rico Caetano Busecchi, de quase sessenta anos, herdeiro dos
condes Tassis. Vivendo no palácio do marido, em Comente, Bergamo, dedicava-se à
família e às obras de caridade da igreja. Teve um casamento feliz e harmônico,
porém marcado pela morte dos quatro filhos; três logo após o nascimento e o
outro, Carlos, com dezesseis anos.
Abatida, continuou cuidando do marido, já bem idoso e
doente, até 1854, quando ele faleceu. Assim, com trinta e oito anos, viúva,
sozinha e dona de grande fortuna, isolou-se do mundo. Ficou retirada em sua
casa, dedicando-se às obras de caridade, nas quais aplicou todo o patrimônio.
Criou colégios para crianças órfãs carentes e abandonadas;
instituiu escolas, cursos de catecismo, exercícios espirituais, recreações
festivas e assistência às enfermas. Vencendo todos os tipos de dificuldades,
desejou fundar uma Congregação religiosa feminina e outra masculina que
seguisse o modelo evangélico do mistério de Nazaré, constituído por Maria e
José, que acolhem Jesus para doá-lo ao mundo.
Orientada, espiritualmente, pelos dois bispos de Bergamo, em
1857, junto com seis companheiras, fundou o Instituto das Irmãs da Sagrada
Família. Nesse dia, Costanza vestiu o hábito e tomou o nome de madre Paula
Isabel. Em 1863, realizou seu grande sonho: fundou o Instituto dos Irmãos da
Sagrada Família, para o socorro material e a educação moral e religiosa da
classe camponesa, na época a mais excluída e pobre.
O carisma da Sagrada Família era o objetivo a ser alcançado,
como modelo de ajuda e conforto, aprendendo dela como ser famílias cristãs
acolhedoras, unidas no amor, na fraternidade, na fé forte, simples e confiante.
Com muita inspiração, ela própria escreveu as Regras para os seus institutos,
que foram aprovadas pelo bispo de Bergamo.
Consumida na intensa atividade assistencial e religiosa, com
apenas quarenta e nove anos de idade, morreu na véspera do Natal de 1865, em
Comonte, Bergamo. Deixou entregue aos cuidados da Providencia Divina o já
estabelecido Instituto feminino e a semente plantada do outro, masculino.
Madre Paula Isabel Cerioli foi beatificada pelo papa Pio XII
em 1950, durante o Ano Santo. Foi declarada santa pelo papa João Paulo II em
2004.
Fonte: Paulinas
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