O nome de Santa Escolástica, irmã de São Bento, nos leva
para o século V, para o primeiro mosteiro feminino ocidental, fundamentado na
vida em comum, conceito introduzido na vida dos monges por ele. Foi o primeiro
a orientar para servir a Deus não "fugindo do mundo" através da
solidão ou da penitência itinerante, como os monges orientais, mas vivendo em
comunidade duradoura e organizada, e dividindo rigorosamente o próprio tempo
entre a oração, trabalho ou estudo e repouso.
Escolástica e Bento, irmãos gêmeos, nasceram em Nórcia,
região central da Itália, em 480. Eram filhos de nobres, o pai Eupróprio ficou
viúvo quando eles nasceram, pois a esposa morreu durante o parto. Ainda jovem
Escolástica se consagrou a Deus com o voto de castidade, antes mesmo do irmão,
que estudava retórica em Roma. Mais tarde, Bento fundou o mosteiro de Monte
Cassino criando a Ordem dos monges beneditinos. Escolástica, inspirada por ele,
fundou um mosteiro, de irmãs, com um pequeno grupo de jovens consagradas.
Estava criada a Ordem das beneditinas, que recebeu este nome em homenagem ao
irmão, seu grande incentivador e que elaborou as Regras da comunidade.
São muito poucos os dados da vida de Escolástica, e foram
escritos quarenta anos depois de sua morte, pelo o santo papa Gregório Magno,
que era um beneditino. Ele recolheu alguns depoimentos de testemunhas vivas
para o seu livro "Diálogos" e escreveu sobre ela apenas como uma
referência na vida de Bento, mais como uma sombra do grande irmão, pai dos
monges ocidentais.
Nesta página expressiva contou que, mesmo vivendo em
mosteiros próximos, os dois irmãos só se encontravam uma vez por ano, para
manterem o espírito de mortificação e elevação da experiência espiritual. Isto
ocorria na Páscoa e numa propriedade do mosteiro do irmão. Certa vez,
Escolástica foi ao seu encontro acompanhada por um pequeno grupo de irmãs,
quando Bento chegou também acompanhado por alguns discípulos. Passaram todo o
dia conversando sobre assuntos espirituais e sobre as atividades da Igreja.
Quando anoiteceu, Bento, muito rigoroso às Regras disse à
irmã que era hora de se despedirem. Mas Escolástica pediu que ficasse para
passarem a noite, todos juntos, conversando e rezando. Bento se manteve
intransigente dizendo que deveria ir para suas obrigações. Neste momento ela se
pôs a rezar com tal fervor que uma grande tempestade se formou com raios e uma
chuva forte caiu a noite toda, e ele teve de ficar. Os dois irmãos puderam
conversar a noite inteira. No dia seguinte o sol apareceu, eles se despediram e
cada grupo voltou para o seu mosteiro. Essa seria a última vez que os dois se
veriam.
Três dias depois, em seu mosteiro Bento recebeu a notícia da
morte de Escolástica, enquanto rezava olhando para o céu, viu a alma de sua
irmã, penetrar no paraíso em forma de pomba. Bento mandou buscar o seu corpo e
o colocou na sepultura que havia preparado para si. Ela morreu em 10 de
fevereiro de 547, quarenta dias antes que seu venerado irmão Bento. Escolástica
foi considerada a primeira monja beneditina e Santa, pela Igreja que escolheu o
dia de sua morte para as homenagens litúrgicas.
Outros santos e beatos:
Santos André e Apônio — martirizados no século I, em Belém;
durante essa perseguição, o próprio apóstolo são Tiago Maior encontrou a morte.
Santa Austreberta — religiosa beneditina (630-704),
superiora do convento de Abbeville, na França.
Santa Baldegunda (†580) — superiora de Saint-Croix de
Poitiers.
Beata Clara Angolanti de Rímini (1282-1346) — depois de uma
vida pouco edificante, converteu-se. Viúva do segundo matrimônio, tornou-se
terciária franciscana, fundou um convento, mas não se considerou digna de
vestir o hábito religioso. Impôs-se tão duras penitências, que os próprios
contemporâneos julgaram ter havido excessos.
São Desiderato ou Desiré — bispo de Clermont, no Auvergne,
no século VI.
Santo Erlulfo — missionário escocês na Alemanha; bispo
martirizado em 830.
Beato Eusébio (†1501) — embaixador espanhol junto à
Sereníssima; abandonou tudo, tornando-se camaldulense em Murano.
Beato Hugo de Fosses (†1164) — discípulo de são Norberto,
fundador dos premonstratenses, ao qual sucedeu como abade e superior geral da
ordem.
Beato Pagano (1423) — monge da abadia siciliana de São
Nicolau da Arena, depois de um longo período como eremita.
São Protádio (†624) — bispo de Besançon.
Beato Sálvio (†962) — superior do mosteiro beneditino de
Albelda, na Espanha.
São Silvano — bispo de Terracina (época incerta).
Santa Sótera — jovem romana martirizada em 304.
São Trunvino (†704) — nomeado bispo dos pictos por são
Teodoro.
Santos Zótico, Irineu, Jacinto, Amâncio e companheiros — dez
soldados martirizados em Roma, em 120, sepultados na via Labicana.
Fonte: Paulinas
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