Fonte: Intenet Youtube
Os Santos Inocentes
28 de Dezembro
A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a
viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu
fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados
por uma estrela misteriosa, "encontraram o Menino com Maria e,
prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe
presentes - ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não
tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido,
eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: 'Levanta-te,
toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise,
porque Herodes vai procurar o Menino para o matar'. E ele, levantando-se de
noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à
morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por
meio do profeta, que disse: 'Do Egito chamarei o meu filho'. Então Herodes,
vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar
todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo,
segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava
predito pelo profeta Jeremias: 'Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e
lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já
não existem'" (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o
jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o
martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido
cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir
relíquias deles.
Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos
de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de
27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um
"bispo", estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e
cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios,
entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia
reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao
entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das
segundas vésperas. Depois, o "derrubado" oferecia um banquete aos
colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta
extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas
comunidades religiosas.
A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação
atual desses milhões de "pequenos inocentes": crianças vítimas do
descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas
nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às
nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos,
sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.
Santos Inocentes, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova
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