São Josafá é o primeiro representante das Igrejas uniatas a
ser elevado às honras dos altares da Igreja de Roma. Um santo ecumênico,
venerado como apóstolo da unidade dos cristãos do Oriente.
A Rússia havia sido evangelizada por cristãos de
Constantinopla em torno do século X e seguiu a Igreja oriental, aceitando ser
dela dependente e, em conseqüência, a separação da Igreja de Roma. Em 1589, com
a elevação do metropolita de Moscou à dignidade de patriarca, a Igreja russa
tornou-se autônoma.
Quando a Rutênia passou do domínio russo ao polonês, os
sacerdotes ortodoxos, entrando em comunhão com Roma, mantiveram os antigos
ritos e as tradições da Igreja eslava, denominando-a Igreja uniata.
Neste período histórico se insere a obra pastoral de João
Kuncewycz, que na profissão religiosa assumiu o nome de Josafá, o bíblico nome
do vale do Cedron. Nascido em Vladimir, na Polônia, foi o primeiro noviço do
primeiro mosteiro basiliano uniata de Vilna.
Ordenado sacerdote e eleito arquimandrita e coadjutor do
arcebispo de Polozk, empreendeu um ativo trabalho missionário aprendido na
escola dos jesuítas. Em razão da extraordinária capacidade de atrair e de
converter foi chamado “raptor de almas”. Empenhou-se particularmente em reunir
à Santa Sé os cristãos apartados, partindo dos grandes dons comuns deles: o
batismo, a palavra escrita, a vida da graça, a fé, a caridade e uma terna
devoção à Virgem.
A Igreja russa havia de fato conservado intacto o “depósito”
da fé, com todos os sacramentos, a rica liturgia, a tradição apostólica e
patrística, a espiritualidade monástica, o culto dos santos e em particular o
da Virgem. Foi essa intensa espiritualidade o fio condutor que uniu a Igreja
eslava a Roma.
Josafá sucedeu ao arcebispo de Polozk e foi barbaramente
assassinado por um grupo de sectários em Vitebsk, na Bielo-Rússia, em virtude
de sua benemérita atuação em favor da unidade com Roma. Foi canonizado por Pio
IX em 1867, e o novo calendário litúrgico tornou obrigatória a sua comemoração.
Fonte: Paulinas
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