Alberto — que a posteridade chamará “Magno”, isto é, grande —, nascido em Lauingen, na Baviera, em 1200, está entre os primeiros pensadores medievais a afirmar a autonomia da ciência e da filosofia em relação à teologia.
Verdadeiro gênio enciclopédico, capaz de mover-se com grande
segurança nos mais diferentes campos do conhecimento humano, conviveu em
perfeita harmonia entre as razões da ciência e da fé. “Senhor Jesus”, rezava,
“invocamos a tua ajuda para não nos deixarmos seduzir pelas vãs palavras
tentadoras sobre a nobreza da família, sobre o prestígio da instituição, sobre
o que a ciência tem de atraente.”
Era com efeito de origem nobre, mas ao contrário do
discípulo são Tomás de Aquino, a família não se opôs a que ele vestisse o
humilde hábito dos frades mendicantes; e com ainda menor dificuldade obteve em
Paris o título de mestre e uma vasta fama em toda a Europa, nos campos
científico e teológico.
Completou seus estudos universitários em Pádua, onde
encontrou o mestre-geral dos dominicanos, o beato Jordão da Saxônia, que o
encaminhou à vida religiosa.
Ensinou filosofia em Hildesheim, Eriburgo, Ratisbona,
Estrasburgo, depois em Paris e Colônia, onde teve entre seus alunos Tomás de
Aquino, do qual reconheceu logo os grandes dotes. “Vós o chamais o boi mudo”,
disse aos outros alunos, que com tal expressão haviam definido o taciturno
companheiro de estudo, “mas ele, com sua doutrina, emitirá ruídos que serão
ouvidos em todo o mundo”.
Eleito superior provincial da Alemanha, percorreu a pé as
várias regiões, para estar próximo das comunidades religiosas a ele confiadas,
mendigando ao longo do trajeto o pão e o teto. O filho do conde de Bollstadt,
nomeado bispo de Ratisbona, viveu em perfeito espírito de pobreza, assimilado
na vida religiosa: “Nas suas gavetas não havia uma moeda”, disse dele alguém
que o conheceu de perto, “nem uma gota de vinho na barrica ou um punhado de
grãos no celeiro.”
Permaneceu na direção da diocese somente dois anos, depois,
com o beneplácito do papa, pôde retornar a seu convento de Würzburgo e de novo
lecionar na Universidade de Colônia, onde concluiu sua laboriosa existência.
Canonizado em 1931, recebeu depois de Pio XII o título de doutor da Igreja e
padroeiro dos cultivadores das ciências naturais.
Fonte: Paulinas
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