A comemoração conjunta dos dois apóstolos tem origem numa
tradição: as relíquias dos dois mártires teriam sido levadas de Hierápolis e de
Jerusalém a Roma, para repousar na igreja dos Santos Apóstolos.
Filipe, nascido em Betsaida, aparece sempre em quinto lugar
no elenco dos apóstolos. O evangelho de João, no qual é citado três vezes,
oferece-nos um interessante perfil desse apóstolo, deduzido de duas respostas
que ele dá a pergunta formulada por Jesus.
Primeiramente, quando da miraculosa multiplicação dos pães,
em face da bem conhecida pergunta: "Onde compraremos pão?...". Após
ter passado os olhos pela multidão, Filipe refletiu de modo prático: "nem
duzentas moedas seriam suficientes...".
Durante a última ceia, quando Jesus menciona o mistério da
Santíssima Trindade,Filipe intervém bruscamente: “Senhor, mostra-nos o Pai e
isso nos basta!...”. Diante do mistério, ele - como Tomé - deseja tocar com a
mão ou, melhor dizendo, ver com os próprios olhos, "aquilo que o olho
humano não é capaz de ver" sem o lumen gloriae, de que nos falam os
teólogos.
Foi quando, pela última vez, o apóstolo se fez presente.
Segundo a Tradição - que, em traços sumários, relata seu perfil -, depois de
Pentecostes, Filipe se consagrara a pregar o Evangelho na Ásia Menor até que,
chegando aos 87 anos (época do imperador Domiciano), foi crucificado como
Cristo.
São Tiago - denominado o "Menor", para
distingui-lo do homônimo, irmão de João - é primo de Jesus e autor de uma
epistola dirigida a todas as comunidades cristãs. Emerge daí a figura de um
homem austero e de poucas palavras.
Com efeito, é ele quem nos admoesta sobre o comedimento no
falar, pois devemos dar contas a Deus de cada palavra supérflua! Com o recuo
dos séculos, suas palavras constituem um sinal: “... Ó ricos, clama contra vós
os bens de que privastes os trabalhadores...".
Sobre o martírio desse apóstolo, que foi bispo de Jerusalém
(após o martírio do outro Tiago), temos notícias de primeira mão transmitidas
pelo historiador judeu Flávio Josefo. Segundo este, Tiago Menor, foi apedrejado
em 62, após uma tentativa de precipitá-lo do pináculo do templo. A condenação
foi decretada pelo sumo sacerdote Ananias II,que se aproveitou do vácuo de
poder que se seguiu à morte do procurador romano Festo.
Fonte Paulinas
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