Frei Boaventura era italiano, nasceu no ano de 1218, na cidade de Bagnoregio, em Viterbo, e foi batizado com o nome de João de Fidanza. O pai era um médico conceituado, mas, como narrava o próprio Boaventura, foi curado de uma grave enfermidade ainda na infância por intercessão de são Francisco.
Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano,
onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura dois anos depois. Estudou
filosofia e teologia na Universidade de Paris, na qual, em 1253, foi designado
para ser o catedrático da matéria. Também foi contemporâneo de Tomás de Aquino,
outro santo e doutor da Igreja, de quem era amigo e companheiro.
Boaventura buscou a Ordem Franciscana porque, com seu
intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. Ambas
nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Somente
depois é que se agregaram a elas os homens de ciências e os de origem nobre.
Quando frei Boaventura entrou para a Irmandade de São Francisco de Assis, ela
já estava estabelecida em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e muitas outras
famosas universidades européias.
Essa nova situação vivenciada pela Ordem fez com que
Boaventura interviesse nas controvérsias que surgiam com as ordens seculares.
Opôs-se a todos os que atacavam as ordens mendicantes, especialmente a dos
franciscanos. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama
projetada em todo o meio eclesiástico.
Em 1257, pela cultura, ciência e sabedoria que possuía,
aliadas às virtudes cristãs, foi eleito superior-geral da Ordem pelo papa
Alexandre IV. Nesse cargo, permaneceu por dezoito anos. Sua direção foi tão
exemplar que acabou sendo chamado de segundo fundador e pai dos franciscanos.
Ele conseguiu manter em equilíbrio a nova geração dos frades, convivendo com os
de visão mais antiga, renovando as Regras, sem alterar o espírito cunhado pelo
fundador. Para tanto dosou tudo com a palavra: para uns, a tranqüilizadora; para
outros, a motivadora.
Alicerçado nas teses de santo Agostinho e na filosofia de
Platão, escreveu onze volumes teológicos, procurando dar o fundamento racional
às verdades regidas pela fé. Além disso, ele teve outros cargos e incumbências
de grande dignidade. Boaventura foi nomeado cardeal pelo papa Gregório X, que,
para tê-lo por perto em Roma, o fez também bispo-cardeal de Albano Laziale.
Como tarefa, foi encarregado de organizar o Concílio de Lyon, em 1273.
Nesse evento, aberto em maio de 1274, seu papel foi
fundamental para a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes.
Mas, em seguida, frei Boaventura morreu, em 15 de julho de 1274, ali mesmo em
Lyon, na França, assistido, pessoalmente, pelo papa que o queria muito bem.
Foi canonizado em 1482 e recebeu o honroso título de doutor
da Igreja. A sua festa litúrgica ocorre no dia se sua passagem para a vida
eterna.
Fonte: Paulinas
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