Em Carmanhola, cidade agrícola de intensa atividade
pastoral, próxima de Turim, nasceu Ana Maria Rubatto, em 14 de fevereiro de
1844, numa família simples e cristã. Desde a infância, fez voto de virgindade,
recusando, mais tarde, um casamento vantajoso. Aos dezenove anos, após algumas
tragédias familiares, como a morte de alguns irmãos pequenos e a perda dos
pais, deixou a cidade. Foi para Turim, onde residia sua irmã mais velha.
Durante cinco anos, dedicou-se às obras de caridade, fazendo
parte da equipe de auxiliares do futuro são João Bosco, no seu Oratório. Lá, a
rica e nobre senhora Scoffone, também pia e caridosa, fez dela sua filha
adotiva. Levou-a para viver em sua casa e tornou-a sua conselheira na
administração do seu patrimônio. Ao morrer, doou tudo, em testamento, para as
obras dos padres do Cotolengo de Turim. Os anos vividos ao lado da senhora
Scoffone foram de intenso empenho espiritual e caritativo.
Após o falecimento da protetora, voltou para junto de sua
irmã. No verão de 1883, costumava ir para o balneário de Loano, na Riviera da
Ligúria, onde ajudava as famílias e cuidava dos pescadores doentes em suas
casas, dando, também, assistência às crianças abandonadas. Nesse local, uniu-se
a um grupo de senhoras pias que se dedicavam às obras de caridade. Esse pequeno
núcleo iniciava-se numa vida comunitária religiosa, inspirando-se no ideal de
são Francisco de Assis, sob a direção do capuchinho padre Angélico.
Logo o padre percebeu que Ana Maria tinha uma fantástica
capacidade organizadora de obras de caridade e que sua vocação missionária era
emocionante, só voltada para a salvação das almas. Por isso o próprio padre
Angélico incentivou-a a criar um novo Instituto. Em janeiro de 1885, vestiu o
hábito religioso franciscano, junto com algumas das senhoras. Nascia a família
religiosa das Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano, depois chamadas Irmãs
Capuchinhas de Madre Rubatto, com a finalidade de dar assistência aos enfermos,
especialmente em domicílio, e proporcionar a educação cristã da juventude.
Ana Maria emitiu os segundos votos em 1886, tomando o nome
de Maria Francisca de Jesus. Foi eleita a primeira madre superiora do
Instituto, cargo que manteve até a morte.
A sua obra difundiu-se rapidamente na Itália e também na
América Latina. A partir de 1892, madre Maria Francisca começou a viajar para o
Uruguai, a Argentina e o Brasil. Em 1895, fundou a primeira casa do seu
Instituto fora do seu país, no Uruguai. Depois, acompanhou um grupo de
religiosas à Missão de Alto Alegre, no Maranhão, Brasil, onde, em 1901, sete
delas morreram mártires sob um dos ataques dos índios. A Argentina também
recebeu a semente da sua Obra.
Ao todo, foram vinte casas abertas nos vinte anos do seu
governo, todas organizadas e fundadas por madre Maria Francisca. Estava no
Uruguai, em Montevidéu, quando adoeceu. Foi um exemplo cristão até no
sofrimento. Morreu em 6 de agosto de 1904, nessa cidade, onde foi enterrada na
capela da primeira casa fundada em terras estrangeiras.
A congregação, desde 1964, está presente na Etiópia, África.
O papa João Paulo II proclamou-a, solenemente, a "primeira bem-aventurada
do Uruguai" em 1993. A celebração da bem-aventurada Maria Francisca
Rubatto deve acontecer no dia de sua morte.
Fonte: Paulinas
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