O mais incrível é que a ciência já tentou, mas ainda não
conseguiu chegar a alguma conclusão de como o sangue, depositado num vidro em
estado sólido, de repente se torna líquido, mudando a cor, consistência, e até
mesmo duplicando seu peso. Assim, segue, através dos séculos, a liquefação do
sangue de são Januário como um mistério que só mesmo a fé consegue entender e
explicar.
Por isso o povo de Nápoles e todos os católicos devotam
enorme veneração por são Januário. Até a história dessa linda cidade italiana,
cravada ao pé da montanha do Vesúvio, confunde-se com a devoção dedicada a ele,
que os protege das pestes e das erupções do referido vulcão. Na verdade, ela se
torna a própria história deste santo que, segundo os atos do Vaticano, era
napolitano de origem e viveu no fim do século III. Considerado um homem bom,
caridoso e zeloso com as coisas da fé, foi eleito bispo de Benevento, uma
cidade situada a setenta quilômetros da sua cidade natal. Era uma época em que
os inimigos do cristianismo submetiam os cristãos a testemunharem sua fé por
meio dos terríveis martírios seguidos de morte.
No ano 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou a
última e também a mais violenta perseguição contra a Igreja. O bispo Januário
foi preso com mais alguns membros do clero, sendo todos julgados e sentenciados
à morte num espetáculo público no Circo. Sua execução era para ser, mesmo, um
verdadeiro evento macabro, pois seriam jogados aos leões para que fossem
devorados aos olhos do povo chamado para assistir. Porém, a exemplo do que
aconteceu com o profeta Daniel, as feras tornaram-se mansas e não lhes fizeram
mal. O imperador determinou, então, que fossem todos degolados ali mesmo. Era o
dia 19 de setembro de 305.
Alguns cristãos, piedosamente, recolheram em duas ampolas o
sangue do bispo Januário e o guardaram como a preciosa relíquia que viria a ser
um dos mais misteriosos e incríveis milagres da Igreja Católica. São Januário é
venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio
do papa Sixto V em 1586.
Fonte: Paulinas
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