Simão, o mais desconhecido dos 12 apóstolos — a respeito do qual o Evangelho se limita a indicar o nome e a alcunha de “Zelota” —, teve o mérito de ter trabalhado pela propagação da mensagem evangélica, não em vista de um lugar de honra, mas para o triunfo do Reino de Deus sobre a terra.
Antigas tradições suprem a falta de notícias. Os bizantinos
identificam-no com Natanael, de Caná, e com o “mestre-sala” durante as bem
conhecidas bodas, quando Jesus transformou a água em vinho. Simão é ainda
identificado com o primo do Senhor, irmão de são Tiago Menor, ao qual sucedeu
como bispo de Jerusalém, nos anos da destruição da Cidade Santa pelos romanos.
Os armênios sustentam que ele difundiu o Evangelho em sua
região, onde teria sofrido o martírio. Seja como for, seu campo missionário é
deduzido dos lendários Atos de Simão e Judas, segundo os quais os dois
apóstolos percorreram juntos as 12 províncias do Império Persa.
Também no Ocidente os dois apóstolos aparecem sempre juntos.
Em Veneza é dedicada a ambos a igreja de São Simão Pequeno.
O apóstolo Judas (“não o Iscariotes”, apressa-se em precisar
o evangelista são João) é considerado pelos galileus “irmão” (isto é, primo) de
Jesus. Eles se perguntam, espantados com o grande barulho que se fazia em torno
da figura do Nazareno: “Não é este o carpinteiro... irmão de Tiago [...],
Judas?”.
É provável, segundo alguns exegetas, que Judas seja o esposo
das bodas de Caná. O primeiro a fazer tal suposição foi o historiador Eusébio,
para explicar sua presença como missionário na Arábia, na Síria, na Mesopotâmia
e na Pérsia. Sempre segundo a tradição, teria sofrido o martírio em Arado ou em
Beirute. Ele é ainda identificado com o autor da carta canônica que leva seu
nome, um breve escrito de 25 versículos, no qual lança uma severa advertência
contra os falsos doutores e convida à perseverança na fé genuína.
Fonte: Paulinas
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