Não faltam informações sobre este longevo bispo de Jerusalém: Eusébio dedica um inteiro capítulo de sua História eclesiástica aos milagres realizados pelo santo — dentre os quais o mais conhecido foi o de transformar a água em azeite para alimentar as lamparinas da igreja.
Por Eusébio ficamos sabendo que Narciso foi o 15o bispo de
Jerusalém e presidiu o sínodo no qual se decidiu, entre outras resoluções, uniformizar
com base na Igreja de Roma a data da celebração da Páscoa. As inovações não
agradaram a todos; talvez por causa dessa sua iniciativa, alguém tenha cogitado
em dele se desembaraçar, tramando para tal uma acusação infamante.
Narciso não julgou oportuno defender-se e, para não dividir
a própria comunidade em inocentistas e culpabilistas, preferiu desaparecer da
sociedade. Foi viver como eremita perto do deserto, até que uma das testemunhas
que havia jurado em falso decidiu dizer a verdade. Mas tinham-se passado já
muitos anos desde o desaparecimento de Narciso, e os cristãos de Jerusalém,
considerando-o morto, elegeram um novo bispo.
Com estupor, mas também com grande alegria, viram-no
reaparecer e rogaram-lhe que retomasse seu posto. Narciso aceitou, mas quis ter
a seu lado um coadjutor escolhido por ele. Assim pôde confiar a cura pastoral
ao amigo Alexandre, então bispo na Capadócia, que ficou junto dele nos seus
últimos dez anos de vida.
Por meio de uma carta do bispo Alexandre aos fiéis de Antínoe,
no Egito, ficamos sabendo da longevidade de Narciso. Nela se lê: “Saúda-vos
Narciso, que antes de mim ocupou esta sede episcopal e agora está colocado na
mesma categoria que eu nas orações. Ele agora completou 116 anos e vos exorta,
como eu, à concórdia”.
Assim como a Igreja grega comemora são Narciso, a Igreja
latina recorda neste dia santa Ana, a Jovem (†820), cuja história ofereceu o
mote para contos fantasiosos.
Nascida de boa família de Constantinopla, foi casada contra
a própria vontade. Ao ficar viúva, vestiu roupas masculinas e com o nome de
Eufemiano foi acolhida entre os monges do monte Olimpo. Sua verdadeira
identidade só foi descoberta depois da morte.
Fonte: Paulinas
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