Bento pela graça e pelo nome" era este o jogo de
palavras que são Gregório Magno usava para definir o amigo e irmão na fé, são
Bento de Nórcia. E pela grande força do sentido que expressam, não puderam
deixar de ser usadas, também, para louvar são Bento Biscop, no livro escrito
por são Beda, Doutor da Igreja , sobre seu mestre e tutor. Ele que foi
discípulo de Biscop, desde os sete anos, idade em que foi entregue pelos pais.
Biscop nasceu em 628, na Nortúmbria, Irlanda. Era um nobre e
se tornou um soldado de alta patente do exército do rei Oswiu, porém o chamado
de Deus falou mais alto. Aos vinte e cinco anos decidiu renunciar aos favores
da corte e abandonar a família, para se colocar a serviço do verdadeiro Rei,
Jesus Cristo e do Evangelho, para alcançar a vida eterna. No ano de 653, após
ter feito esta escolha, fez a primeira das seis viagens a Roma. Era um devoto
incondicional dos santos apóstolos Pedro e Paulo e dos papas. Suas viagens
tinham a finalidade da peregrinação e também o aprendizado de exemplos e
instituições monásticas.
A Santa Sé o designou para ir à Inglaterra, acompanhando o
novo bispo de Cantuária, Teodósio. Assim, Biscop acabou sendo o responsável, em
grande parte, pela evangelização da Inglaterra. De suas viagens a Roma, trazia
consigo diversos livros sobre artes, ciências, e muitos outros de assuntos
variados.
Em Lerins, no percurso da segunda viagem a Roma, em 665,
permaneceu cerca de dois anos. Era um perfeccionista, não procurava só
encontrar modelos de vida como também numerosos livros, documentos
iconográficos, relíquias dos santos, parâmetros e outros objetos que
favorecessem um culto em perfeita sintonia com a Igreja de Roma.
Na embocadura do rio Vire, fundou um mosteiro, dedicado a
são Pedro, em 674, e outro, em honra a são Paulo, alguns anos mais tarde. Para
isso, trouxe da França diversos pedreiros, artesãos, artífices, etc., para a
construção de igrejas e, desta maneira, introduzir nos mosteiros ingleses os
usos e costumes dos mosteiros romanos.
Uma vez chegou a suplicar ao papa Agatão que enviasse o
cantor da basílica de são Pedro, o abade João, para que a liturgia e o canto
romano fossem assimilados por seus monges reunidos nos dois mosteiros de são
Pedro e de são Paulo. Quando voltou da sexta viagem a Roma ficou surpreso com
uma epidemia que destruíra grande parte de sua obra.
Sobre o leito de morte pôde dizer com razão: "Meus
filhos, não considerem invenção minha a constituição que lhes dei. Depois que
visitei dezessete mosteiros, cujas regras e usos, me esforcei por conhecer e
selecionar as que me pareceram melhores, dou-lhes o resultado desse trabalho.
Este é o meu testamento."
Morreu no dia 12 de janeiro de 690, aos sessenta e dois anos
de idade. A sua celebração foi determinada para esta data, durante a cerimônia
de sua canonização, pela Igreja, em Roma.
Fonte: Paulinas
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