No início do ano 304 com a morte do Papa Marcelino, a Igreja
viveu um longo e confuso período de sua história, recheado de incertezas e de
perseguições, que a desorganizou, inclusive internamente. Neste quadro,
apareceu a singela figura de Marcelo I, confundido por muitos anos com o
próprio Marcelino pois, alguns biógrafos acreditaram que eram a mesma pessoa e
outros historiadores afirmaram, que ele havia sido apenas um padre. Vejamos
como tudo se esclareceu e a relevância deste Papa e Santo, para a Igreja.
Os anos trezentos, também para o Império Romano não foram
nada agradáveis, pois já se delineava a sua queda histórica. O imperador
Diocleciano que se mostrava um tirano insensato e insano, também já não
governava por si mesmo, era comandado pelo "vice" Gelásio. Foi a
mando dele, que Diocleciano decretou a mais feroz, cruel e sangrenta
perseguição aos cristãos, estendida para todos dos domínios do Império. E
continuou, após a sua morte, sob o patrocínio do novo imperador Maxêncio.
A Cátedra de São Pedro vivia num período de
"vicatio", como é chamado o tempo de ausência entre a eleição
legítima e a entrada de um novo pontífice. Foi uma época obscura e de solavancos
para toda a Igreja, que agonizava com a confusão generalizada provocada pelas
heresias e pelos "lapsis", esta figura sombria que surgira em
conseqüência das perseguições.
Em 27 de maio de 308, foi eleito o Papa Marcelo I, um
presbítero de origem romana, humilde, generoso, de caráter firme e fé
inabalável. Ele assumiu a direção da Igreja, após quatro anos da morte do seu
predecessor e se ocupou da difícil tarefa de sua reorganização.
O seu pontificado, ao contrário do que se imaginava, ficou
muito bem atestado pelas fontes da época. Nestes relatos se constatou o
comportamento pós-perseguição que a Igreja teve com os "lapsis" ou
"renegados", como eram chamados os cristãos que, por medo, haviam
publicamente renunciado a Fé em Cristo.
A esse respeito, existe o registro de um elogio feito ao
papa Marcelo I pelo papa Damásio I em 366, com muita justiça. Enquanto muitos
bispos do Oriente pediam a excomunhão destes cristãos, especialmente para os
que faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas menos radical. Severo,
decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um período de penitência.
Também, determinou que nenhum concílio podia ser convocado sem a prévia
autorização do papa.
Mas acabou sendo preso por ordem do imperador Maxêncio, que
o exilou e obrigou a trabalhar na sua própria igreja, a qual fôra transformada
em estábulo. Morreu em conseqüência dos maus tratos recebidos, no dia 16 de
janeiro de 309.
A Igreja declarou Marcelo I santo e mártir da fé, para ser
festejado nesta data . As suas relíquias estão guardadas na Cripta dos Papas no
cemitério de Santa Priscila, em Roma.
Outros santos e beatos:
Santos Bernardo, Pedro, Otão, Acúrsio e Adauto —
franciscanos martirizados em 1220, no Marrocos, aonde são Francisco os enviara
em missão junto aos muçulmanos. Tal foi a comoção, que um jovem português
decidiu fazer-se franciscano para imitar-lhes o exemplo, mas uma tempestade o
lançou nas praias da Sicília — este será o futuro santo Antônio de Pádua.
Beato Conrado de Mondsee — abade beneditino na Áustria,
martirizado em 1145.
São Dunchadh O’Braoin (†988) — anacoreta, depois abade em
Clonmacnois.
São Ferréolo — bispo de Grenoble, martirizado em 670.
São Fulgêncio (†633) — bispo, irmão dos santos Isidoro,
Leandro e Florentina de Servilha.
São Furseu (†1648) — abade beneditino, fundou mosteiros na
Irlanda, sua pátria, e a seguir na Inglaterra e na França. É citado por são
Beda.
Santo Henrique (†1127) — monge e eremita dinamarquês.
Santo Honorato de Arles (350-429) — originário da Lorena, de
família romana. Ao converter-se, abraçou a vida monástica; mais tarde, em 426,
foi-lhe imposta a consagração episcopal.
Santo Honorato de Fondi (século VI) — abade beneditino,
fundou a abadia de Fondi.
Beata Joana de Bagno di Romagna (†1105) — irmã leiga camaldulense
em Santa Lúcia, próximo a Bagno.
Santa Liberata (século V) — irmã de santo Epifânio e de
santa Honorata de Pavia.
São Melâncio (†305) — bispo de uma pequena cidade localizada
entre o Egito e a Palestina. Foi encarcerado e depois exilado, durante as
desordens promovidas pelos arianos.
Santa Priscila (século I) — viúva de Acílio Glábrio. Teria
hospedado são Pedro em sua própria casa de campo, perto das catacumbas que
trazem seu nome.
São Tiago de Tarantasia (†429) — bispo de origem síria,
missionário na Savóia e primeiro bispo de Tarantasia.
São Ticiano (†645) — talvez bispo de Oderzo, na região
vêneta.
São Trivieiro (†550) — eremita, viveu próximo a Thérouannes;
venerado em Lião.
São Valério (†435) — bispo de Sorrento, arrebatado da
solidão da ermida.
Fonte: Paulinas
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