Margarida era uma princesa, filha do rei Bela IV, da Hungria
e da rainha Maria, de origem bizantina. Ela nasceu no castelo de Turoc, em
1242, logo foi batizada, pois os reis eram fervorosos cristãos. Aos dez anos, o
casal real a entregou para viver e ser preparada para os votos religiosos, no
mosteiro dominicano de Vespem, em agradecimento pela libertação da pátria dos
Tártaros.
Dois anos depois, fez a profissão de fé de religiosa num
novo mosteiro, fundado para ela por seu pai, na Ilha das Lebres, localizada no
rio Danúbio, perto de Budapeste. Em 1261, tomou o véu definitivo, entregando
seu coração e sua vida a serviço do Senhor, tendo uma particular devoção pela
Eucaristia e Paixão de Cristo. Ela realmente, era especial, foi um exemplo de
humildade e virtude para as outras religiosas. Rezava sempre, e fazia
penitencias, se oferecendo como vítima proposital, para a salvação do seu povo.
Margarida, não desejou ter uma cultura elevada. Sua
instrução se limitou ao conhecimento primário da escrita e da leitura, talvez
apenas um pouco mais que isto. Ela pedia que lhe lessem as Sagradas Escrituras
e confiava sua direção espiritual ao seu confessor, o dominicano Marcelo, que
era o superior da Ordem.
Possuía um ilimitado desapego às coisas materiais, amando
plenamente a pobreza, o qual unido à sua vida contemplativa espiritual, a
elevou a uma tal proximidade de Deus, que recebeu o dom das visões. Ela se
tornou uma das grandes místicas medievais da Europa, respeitada e amada pelas
comunidades religiosas, pela corte e população. Morreu em 18 de janeiro de
1270, no seu mosteiro.
A sua sepultura se tornou meta de peregrinação, pelas
sucessivas graças e milagres atribuídos à sua intercessão. Um ano depois da sua
morte, seu irmão, Estevão V, rei da Hungria, encaminhou um pedido de santidade,
à Roma. Mas este processo desapareceu, bem como um outro, que foi enviado em
1276. Porém na sua pátria e em outros paises, Margarida já era venerada como
Santa.
Depois de muitos desencontros, em 1729 um processo chegou em
Roma, completo e contendo dados de autenticidade inquestionável. Neste meio
tempo as relíquias de Margarida tinham sido transferidas, por causa da invasão
turca, do convento da Ilha das Lebres para o de Presburgo em 1618.
Em 1804, mesmo sem o reconhecimento oficial, seu culto se
estendia na Ordem Dominicana e na diocese da Transilvânia. No século XIX, sua
festa se expandiu por todas as dioceses húngaras. A canonização de Santa
Margarida da Hungria foi concedida pelo papa Pio XII em 1943, em meio ao júbilo
dos devotos e fiéis, de todo o mundo, especialmente pelos da comunidade cristã
do Leste Europeu, onde sua veneração é muito intensa.
Fonte: Paulinas
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