Santo Onofre - imagem da internet
Biosofia de Santo Onofre
Santo Onofre, figura envolta em véus de silêncio e mística, é o eremita da interioridade cósmica. Filho do deserto e da solidão, ele transcende o tempo histórico para se inscrever na eternidade da alma que busca o Absoluto. Sua existência foi uma lenta transfiguração: do humano ao trans-humano, do nome ao silêncio, do corpo ao Espírito. Vestido apenas de sua própria nudez e de longas madeixas, tornou-se símbolo da alma despojada que caminha além das formas, sustentada não por pão, mas pela comunhão invisível com o Infinito.
Na aridez do mundo, fez-se fecundo; na ausência dos homens, foi preenchido pela Presença. Santo Onofre viveu como chama que arde sem consumir, consumado em si mesmo pela sede de Deus. Sua morada era a Terra viva, seu alimento o maná do Espírito, sua oração o puro respirar da eternidade. Ele não fugiu do mundo, mas transmutou-o dentro de si. Tornou-se ponte entre o pó e a luz, entre o clamor da carne e o silêncio do Uno. Santo Onofre é, assim, testemunho vivo de que a verdadeira liberdade não está na ausência de limites, mas na união com o Eterno.
Oração a Santo Onofre
Ó santo da senda secreta e do céu interior,
que fizeste do silêncio um hino de amor,
leva-me ao deserto onde o Espírito sopra,
onde o ego se cala, e a luz me transforma.
Seja meu sustento o fogo que te guiou,
e meu fim o Infinito que em ti habitou.
Reflexão sobre a oração:
Esta prece é um convite à ascese da interioridade, à entrega sem resistência ao Vazio que é Plenitude. Ao invocar Santo Onofre, não se busca um milagre externo, mas o milagre da consciência liberta. Ele não é protetor de bens materiais, mas guardião da alma que deseja ser inteira. A oração, em seus versos, é um rito de passagem: do barulho do mundo ao silêncio do Ser. Nela, a liberdade não se implora — se revela; a dignidade não se conquista — se reconhece. Orar com Santo Onofre é desaprender para recordar: que somos feitos da substância do eterno.
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