São Bernardino Realino - imagem da internet
Biografia de São Bernardino Realino
(1530–1616)
São Bernardino Realino foi, antes de tudo, um peregrino da consciência. Nascido na Itália renascentista, foi inicialmente formado nas ciências humanas e no direito, mas seu espírito inquieto buscava algo além do mundo das formas e das convenções. Em meio ao brilho exterior da carreira jurídica, um chamado mais profundo ressoou: uma Voz que não se impunha, mas atraía com doçura invencível. Ao ouvir esse chamado, Bernardino abandonou tudo o que era estático para tornar-se movimento: entrou na Companhia de Jesus, consagrando sua existência à cura das almas, à escuta dos pobres e à formação espiritual de gerações.
Sua vida foi um contínuo abandono à Presença que habita o interior do ser. Em Nápoles e, mais tarde, em Lecce, irradiava serenidade, sabedoria e compaixão. Não buscava glória, mas comunhão; não desejava autoridade, mas fecundidade espiritual. Em sua docilidade à Graça, tornou-se um ponto de convergência entre o Céu e a Terra — um homem que, ao conhecer o mundo, escolheu servir ao Invisível.
São Bernardino Realino foi declarado patrono da cidade de Lecce e modelo de apóstolos interiores: aqueles que, tocados pelo Espírito, fazem de si mesmos uma oferta para que o mundo reencontre o centro perdido. Sua vida é testemunho de que a verdadeira liberdade nasce da escuta, e que toda dignidade se cumpre na resposta amorosa ao chamado divino.
Oração a São Bernardino Realino
São Bernardino, chama silenciosa,
Guia dos que buscam na sombra a luz,
Torna firme a alma que ainda hesita,
Com tua doçura que nunca acusa.
Faz de meu ser um templo em repouso,
Onde a Vontade do Alto me conduz.
Reflexão sobre a oração:
Esta prece é um eco da vida de Bernardino: um convite à firmeza sem dureza, à luz sem violência. Ao pedir que ele guie os que ainda hesitam, a alma reconhece sua própria liberdade e, ao mesmo tempo, sua vulnerabilidade. O espírito não é coagido à transformação, mas tocado. A oração não exige, mas se oferece. O templo em repouso é o símbolo da interioridade reconciliada, onde a ação já não nasce do medo, mas da escuta serena da Vontade superior. E essa escuta é o início de toda verdadeira grandeza.
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