Os pais (pagãos) haviam-no mandado completar os estudos em
Alexandria do Egito, onde Hilarião se converteu ao cristianismo, entusiasmado
pela vida que levavam os monges, particularmente os eremitas, nas proximidades
da cidade.
Assim, depois da morte dos pais, voltou à pátria para
distribuir aos pobres todos os bens herdados, depois retirou-se a Maiuna, nas
margens do deserto, e levou vida de árdua penitência, sendo alvo do demônio,
que se lhe apresentava sob falsas aparências para tentá-lo.
Como sucedia naquela época, em redor de um eremita conviviam
outros monges para fazer vida comum. Nasceu assim o primeiro convento
palestino.
A fama de sua santidade e os dotes de taumaturgo atraíram-lhe
sempre mais numerosos discípulos, e Hilarião, para subtrair-se à não obstante
afetuosa presença de tantos devotos, recorreu a uma verdadeira e própria fuga,
em direção à Líbia. Depois de percorrer distâncias, aportou na Sicília. Mas
também aí sua presença não passou despercebida. Subiu então a península itálica
e encontrou refúgio na Dalmácia. Daí retomou o caminho do sul e sua última
etapa foi a ilha de Chipre, onde viveu os últimos cinco anos, visitado de
tempos em tempos por seu fiel discípulo Eusíquio.
Depois da morte do mestre, Eusíquio subtraiu-lhe o corpo,
levando-o a Gaza, suscitando protestos dos cipriotas, que o consideravam seu
santo protetor. Os cruzados, séculos depois, encontraram em Gaza sempre viva a
devoção a este santo eremita, testemunhada por uma igreja a ele dedicada, junto
da qual eles construíram sua fortaleza. Parece que as relíquias do santo não
tiveram estável morada na pátria, em Gaza, pois que, segundo uma tradição,
teriam sido novamente furtadas e levadas para a França, para Duraval, no tempo
de Carlos Magno.
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