É historicamente reconhecida a influência das ordens
religiosas na formação da sociedade européia na Idade Média. Numa época onde a
força era a suprema lei e o valor militar de um homem se sobrepunha a todos os
outros, os monastérios eram verdadeiros oásis de paz e os monges, os guardiões
da cultura, do direito e da liberdade. Talvez o maior defensor dos valores
monásticos tenha sido o religioso Domingos de Silos, que valorizava nos
mosteiros o ensino não só da agricultura como dos demais ofícios e artes.
Domingos nasceu no ano 1000, em Navarra, Espanha, no seio de
uma família pobre e cristã. Quando menino, foi pastor de ovelhas. Já desse
período se conta que era bondoso ao extremo, oferecia leite de ovelha para
alimentar os caminhantes pobres. Ao mesmo tempo, gostava muito de estudar,
motivo que levou seus pais a entregá-lo ao padre da paróquia onde moravam. Ele
criara uma escola ao lado da igreja.
Saiu-se tão bem que o padre quis ordená-lo sacerdote. Antes
disso, Domingos resolveu experimentar a vida de eremita para depois, enfim,
entrar num convento beneditino, onde descobriu sua verdadeira vocação, pois
logo se tornou exemplo para os demais monges. Quando completou trinta anos, foi
encarregado de restaurar e reabrir o Mosteiro de Santa Maria, havia muito tempo
fechado. Para isso tornou-se esmoleiro, trabalhou como operário, fez de tudo um
pouco para conseguir recursos e poder receber os candidatos à vida monástica. A
surpresa veio, quando viu que, entre eles, estava seu próprio pai, além de
alguns parentes.
Terminada essa obra, foi convidado a ser o abade do Mosteiro
de São William de la Cogola. Foi perseguido, porém, pelo príncipe de Navarra,
que tinha a intenção de apossar-se dos bens do convento. Assim, teve de
refugiar-se em Castela. Lá, recebeu com prazer a missão de reavivar o Mosteiro
de São Sebastião de Silos, em Burgos, quase desabitado e em decadência total.
Domingos foi abade do mosteiro por mais de trinta anos, sendo considerado seu
novo fundador. Imprimiu espírito novo, atividade intensa e fecunda, tornando-o
um centro de cultura e cenáculo de evangelização.
Ao final da vida, era chamado de "apóstolo de
Castela". Previu a data da própria morte, que ocorreu em 20 de dezembro de
1073. Festejado nesse dia pela Igreja como são Domingos de Silos, a sua
popularidade é muito vasta. Depois de sua morte, o nome do abade foi impresso,
na história da Espanha, ao lado de "el Cid Campeador", o libertador
do povo espanhol do jugo dos invasores infiéis.
Fonte: Paulinas
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