Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos
foram tirados do seu livro autobiográfico "Confissão". Nele, Patrício
diz ter nascido numa vila de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano
377. Era filho de Calpurnius, e neto de um padre e apesar de ter nascido
cristão, só na adolescência passou a se dedicar à religião, e aos estudos.
Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e
vendido como escravo. Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros
trabalhos em meio a um povo rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a
fuga, até que na terceira vez conseguiu se libertar. Embarcou para a
Grã-Bretanha e depois para as Gálias, atual França, onde freqüentou vários
mosteiros e se habilitou para a vida monástica e missionária.
A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre,
numa missão apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à
Irlanda, mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação pagã,
que o escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável pela missão no
país, o Papa Celestino I o convocou para dar seguimento à missão. Foi
consagrado bispo e viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.
Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na
História da Igreja Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de
todo um povo. Em quase três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente
todo o país. Não contava com apoio político e muito menos usou de violência
contra os pagãos. Com isso, não houve repressão também contra os cristãos. O
próprio rei Leogário deu o exemplo maior, possibilitando a conversão de toda
sua corte. O trabalho desse fantástico e singelo bispo foi tão eficiente que o
catolicismo se enraizou na Irlanda, vendo nos anos seguintes florescer um grande
número de Santos e evangelizadores missionários.
O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a
fundação de incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também
na Inglaterra e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo por
toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício fez da Ilha
um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram centenas de monges
missionários que peregrinaram por terras estrangeiras levando o Evangelho.
Temos, como exemplo, a atuação dos célebres apóstolos Columbano, Galo,
Willibrordo, Tarásio, Donato e tantos outros.
A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos
irlandeses, que as lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples
com suas aventuras, prodígios e graças, enquanto outras nações têm como
protagonistas seus reis e suas façanhas bélicas.
Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de
Down, atualmente Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam
à roupa um trevo, cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São
Patrício que o usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da
Santíssima Trindade: "um só Deus em três pessoas".
A data de 17 de março há séculos marca a festa de São
Patrício, a glória da Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho
de sua pátria, tanto, por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto,
por ter sido convertida pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem duzentos
santuários erguidos em honra a São Patrício, seu padroeiro.
Fonte Paulinas
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