São Boaventura de Bagnoregio - imagem da internet
Biografia de São Boaventura de Bagnoregio
Na alvorada do século XIII, em Bagnoregio, Itália, nasceu aquele que a eternidade chamaria de Doctor Seraphicus: São Boaventura. Mais que teólogo ou cardeal, foi um peregrino da Sabedoria eterna, cuja alma buscava unir razão e fogo, ciência e contemplação. Em sua juventude, tocado pela graça de Francisco, não se satisfez com o saber frio — quis que toda inteligência se curvasse ao mistério da Cruz.
Nos corredores da universidade e no silêncio do claustro, Boaventura via a Criação como vestígio do Eterno. Para ele, o cosmos inteiro é um cântico que clama por ascensão, onde cada ser é um reflexo da Fonte e cada passo interior é uma escada rumo ao Uno. Sua teologia não separava o pensar do amar — via no intelecto purificado o caminho de retorno à simplicidade divina.
No Concílio de Lião, onde trabalhou pela união da Igreja, seu coração ardia pela paz do alto. Faleceu ali mesmo, em 1274, como quem retorna ao seio da Luz que tanto amou e pensou. Não deixou apenas livros: deixou um caminho, onde a liberdade do espírito se encontra com a obediência do amor.
Oração a São Boaventura de Bagnoregio
São Boaventura, chama da verdade,
Que a mente elevaste em claridade,
Guia-nos ao cume do Amor perfeito,
Onde razão e graça têm mesmo leito.
Mostra-nos o Verbo em cada criatura,
E ensina-nos a sede que é cura.
Reflexão sobre a oração:
Esta prece em versos reflete o núcleo do ensinamento de Boaventura: a integração do intelecto com o desejo espiritual, da liberdade interior com a ordem cósmica. Ao pedir que ele nos conduza “ao cume do Amor perfeito”, afirmamos que a ascensão da alma não é apenas mística, mas também racional, consciente e livre. A oração invoca a visão do mundo como sacramento — onde tudo pode ser sinal do Verbo, desde que os olhos estejam limpos. Pois a verdadeira liberdade é aquela que, guiada pela sabedoria, escolhe amar o que é eterno.
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